Esse filme tem uma energia caótica. Parece que tudo está prestes ao seu limite, talvez pelo fim iminente. Mas é algo bem claro da gente quando vamos a um bar, meio que afagar esse algo caótico dentro de nós. Te mostra, te mostra e depois retira tudo dessa experiência quase teatral: "You don't know nothing about me, do you?". Pega as suas coisas e vai embora.
O começo tem um ar novelesco, quase beirando os clichês, mas depois traz um ponto de mudança que é algo absurdo, é ladeira abaixo no otimismo - o que, aqui, foi ótimo.
Consegui sentir todo o descontentamento do Jóhann Jóhannsson com tudo. É impressionante que, algo que tinha tudo para se tornar maçante pela forma que é retratado, te prenda e te assuste. A música dele sempre é enigmática e magnética.
É uma das histórias menos inspiradas do Almodóvar, apesar do quê controverso, mas, poxa, como ele consegue sempre fechar bem seus filmes! Usa do irreal, do absurdo em uma história já absurda.
Existem filmes que são instantâneos, existem outros que vão ganhando o espectador aos poucos. Este é um daqueles rápidos, direto como um soco. É uma história tão particular e tão detalhadamente bem escrita, que tenho certeza que Radha Blank a guardou lá no fundo, saindo bem das entranhas, como algo que ela estava pronta para soltar para o mundo, mas que, ao mesmo tempo, lhe trazia dores e certo êxtase. É o fruto da experiência, do trauma e de um olhar tão generoso para com os detalhes do cotidiano.
Sutil. Uma distopia que não parece tão distante. Nesses dias que soam como uma sequência de si mesmos, é como se quiséssemos fugir de nós próprios, mesmo que seja mentalmente. É um filme para os dias cinzas, para te segurar nesse caos silencioso que virou a rotina.
Um 'Se Beber, Não Case' dinamarquês. Uma crise de meia idade não é tão interessante. Por outro lado, talvez eu acompanhe esse experimento em alguns momentos da vida. A bebia traz o meu pior, mas também o meu melhor.
Em alguns momentos, soa como um thriller caótico - o que é ótimo -, em outras, como uma caricatura de si mesmo. Parece que tem medo de se aprofundar no que há mais de pesado. O jogo com os homens não passa de uma premissa sem algum fim. Quando ela soa psicótica, logo em seguida jogam uma cena rasa tentando trazer uma humanização que não faz sentido. A trilha sonora mostra que esse lado caótico é a vertente que deveria ser mais acentuada; a reviravolta só confirma isso.
O suprassumo do cinema estadunidense em seu estado cansativo. História nem tão interessante, direção confortável, trilha pomposa com gotas de água com açúcar. Longo, longo, personagem interessante que sai, longo, câmera final bem clichê, fim.
Tenta agarrar o mundo com várias discussões e acaba não aprofundando nenhuma. Se você vai pelo lado estranho da coisa, vá com tudo, não coloque apenas detalhes e fantasie momentos, vá fundo. O filme poderia ser algo psicodélico numa mistura de confusão mental e realidade, mas soa mais como um conto de ciúmes com traços de discussão social. É visualmente bem bonito pelo menos.
É um filme sufocante. Sem grandes textos, mas com um roteiro preciso. Pela rotina, pelo cotidiano, vai sufocando. É uma explanação tão clara sobre um ambiente nocivo de trabalho trazendo pelo espectro de uma situação tão atual como o caso do Weinstein. Quem chegou no seu limite mental em algum momento, sabe o quanto a cena do contato RH é absurdamente angustiante.
Mesmo tratando de uma forma leve, traz críticas fortes sobre capitalismo e como tratamos a velhice. É forte nesse caos silencioso do passar do tempo e como temos que lidar com quem somos. Yoon Yuh Jung tem uma luz tão única, que vai te envolvendo mesmo sem você esperar.
A narradora como personagem principal serve apenas como uma muleta para ter fazer acreditar que o tio é uma figura extraordinária e super inteligente, mesmo sem te mostrar qualquer coisa que comprove isso. Tenta de convencer apenas pelo disse que me disse. Por outro lado, o que vemos é um Frank extremamente problemático e egoísta. Tudo bem que a cena do testamente é bem forte e machuca realmente, mas as resoluções entre a família acontecem da forma mais simples possível, te fazendo acreditar que tudo está resolvido simplesmente por estar resolvido. Enquanto tudo isso, a narradora segue sem qualquer profundida, não quis te mostrar nada e também não irá.
Visualmente muito bonito, mas ele acaba não chegando a lugar algum. Coloca uma trilha pomposa, se baseia nas sensações e menos nas palavras, mas cada um dos pontos - guerra, racismo e sexualidade - fica apenas no visível e ligeiro. O título é uma palavra forte, mas, em contrapartida, faltou essa força no texto.
Kramer vs Kramer perturbado. Tem um ritmo estranho, muito gritado e com cortes abruptos ou longos, mas, nesse absurdo quase ilógico, eu vi verdade. Caminha num relacionamento caótico onde já se perdeu a fé, segue-se no acaso e fadado ao pior. Nessa sujeira, tem umas frases bem bonitas.
Não espere sustos corriqueiros. Esse filme quer mais, é audacioso. Pega uma trama tão atual quanto histórica e transforma em um terror psicológico. É uma resposta em forma de poesia para uma realidade que é tão suja para os resquícios das ditaduras latino-americanas.
Não conheço a obra original, mas eu achei uma adaptação tão bem feita. Não tenta destrinchar detalhes que talvez ficassem mais moldados num texto de prosa, ele segue como uma dança. Em um ambiente bem definido, quase como um palco, ele extrapola o absurdo da história. Segue no puro homoerotismo o tempo inteiro, digno de peça grega. Mas não quer isso, é uma dança, uma dança de sensações, de facas, de mortes.
A dificuldade em criar algo baseado em fatos ainda mais tão próximos, assim como em documentários, é saber dosar entre o desenvolvimento da história e o aprofundamento dos personagens. Mesmo com toque nesse detalhamento um pouco demais, que, por outro lado, em momentos, trouxe um quê de humanidade, eu achei um filme forte.
Pode ser um filme feito totalmente para o streaming, por ser bem rápido e com resoluções muito claras, mas eu achei uma metáfora bastante forte e, por outro lado, bastante acessível sobre gentrificação e racismo
Eu gosto das nuances do perturbado. Como ela vai do maligno para o desamparado em instantes. Ao fim, esse algo maléfico não é só atributo da Jane, né mesmo.
O Baile dos 41
3.8 41 Assista AgoraA cena da exposição foi algo bem forte, me trouxe pra realidade e mexeu comigo. No mais, caminhou pela superfície, como se não quisesse falar muito.
Maus Hábitos
3.6 187Eu amo essa fase dos absurdos do Almodóvar. No caos, ele contrasta uma sutileza pra falar de relações e desejo.
Quo Vadis, Aida?
4.2 177 Assista AgoraVai te dilacerar!
Nariz Sangrando, Bolsos Vazios
3.7 7Esse filme tem uma energia caótica. Parece que tudo está prestes ao seu limite, talvez pelo fim iminente. Mas é algo bem claro da gente quando vamos a um bar, meio que afagar esse algo caótico dentro de nós. Te mostra, te mostra e depois retira tudo dessa experiência quase teatral: "You don't know nothing about me, do you?". Pega as suas coisas e vai embora.
Dias Melhores
3.9 139 Assista AgoraO começo tem um ar novelesco, quase beirando os clichês, mas depois traz um ponto de mudança que é algo absurdo, é ladeira abaixo no otimismo - o que, aqui, foi ótimo.
Last and First Men
3.8 10Consegui sentir todo o descontentamento do Jóhann Jóhannsson com tudo. É impressionante que, algo que tinha tudo para se tornar maçante pela forma que é retratado, te prenda e te assuste. A música dele sempre é enigmática e magnética.
Matador
3.6 135É uma das histórias menos inspiradas do Almodóvar, apesar do quê controverso, mas, poxa, como ele consegue sempre fechar bem seus filmes! Usa do irreal, do absurdo em uma história já absurda.
World Apartment Horror
3.3 3A ideia sobre a xenofobia é interessante, mas ainda assim é um filme muito confuso e apático.
The Forty-Year-Old Version
4.0 31 Assista AgoraExistem filmes que são instantâneos, existem outros que vão ganhando o espectador aos poucos. Este é um daqueles rápidos, direto como um soco. É uma história tão particular e tão detalhadamente bem escrita, que tenho certeza que Radha Blank a guardou lá no fundo, saindo bem das entranhas, como algo que ela estava pronta para soltar para o mundo, mas que, ao mesmo tempo, lhe trazia dores e certo êxtase. É o fruto da experiência, do trauma e de um olhar tão generoso para com os detalhes do cotidiano.
Fruto da Memória
3.5 21 Assista AgoraSutil. Uma distopia que não parece tão distante. Nesses dias que soam como uma sequência de si mesmos, é como se quiséssemos fugir de nós próprios, mesmo que seja mentalmente. É um filme para os dias cinzas, para te segurar nesse caos silencioso que virou a rotina.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraUm 'Se Beber, Não Case' dinamarquês. Uma crise de meia idade não é tão interessante. Por outro lado, talvez eu acompanhe esse experimento em alguns momentos da vida. A bebia traz o meu pior, mas também o meu melhor.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraEm alguns momentos, soa como um thriller caótico - o que é ótimo -, em outras, como uma caricatura de si mesmo. Parece que tem medo de se aprofundar no que há mais de pesado. O jogo com os homens não passa de uma premissa sem algum fim. Quando ela soa psicótica, logo em seguida jogam uma cena rasa tentando trazer uma humanização que não faz sentido. A trilha sonora mostra que esse lado caótico é a vertente que deveria ser mais acentuada; a reviravolta só confirma isso.
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraO suprassumo do cinema estadunidense em seu estado cansativo. História nem tão interessante, direção confortável, trilha pomposa com gotas de água com açúcar. Longo, longo, personagem interessante que sai, longo, câmera final bem clichê, fim.
Vento Seco
3.2 91Tenta agarrar o mundo com várias discussões e acaba não aprofundando nenhuma. Se você vai pelo lado estranho da coisa, vá com tudo, não coloque apenas detalhes e fantasie momentos, vá fundo. O filme poderia ser algo psicodélico numa mistura de confusão mental e realidade, mas soa mais como um conto de ciúmes com traços de discussão social. É visualmente bem bonito pelo menos.
A Assistente
3.3 199 Assista AgoraÉ um filme sufocante. Sem grandes textos, mas com um roteiro preciso. Pela rotina, pelo cotidiano, vai sufocando. É uma explanação tão clara sobre um ambiente nocivo de trabalho trazendo pelo espectro de uma situação tão atual como o caso do Weinstein. Quem chegou no seu limite mental em algum momento, sabe o quanto a cena do contato RH é absurdamente angustiante.
A Dama de Baco
4.0 25 Assista AgoraMesmo tratando de uma forma leve, traz críticas fortes sobre capitalismo e como tratamos a velhice. É forte nesse caos silencioso do passar do tempo e como temos que lidar com quem somos. Yoon Yuh Jung tem uma luz tão única, que vai te envolvendo mesmo sem você esperar.
Tio Frank
3.9 240 Assista AgoraA narradora como personagem principal serve apenas como uma muleta para ter fazer acreditar que o tio é uma figura extraordinária e super inteligente, mesmo sem te mostrar qualquer coisa que comprove isso. Tenta de convencer apenas pelo disse que me disse. Por outro lado, o que vemos é um Frank extremamente problemático e egoísta. Tudo bem que a cena do testamente é bem forte e machuca realmente, mas as resoluções entre a família acontecem da forma mais simples possível, te fazendo acreditar que tudo está resolvido simplesmente por estar resolvido. Enquanto tudo isso, a narradora segue sem qualquer profundida, não quis te mostrar nada e também não irá.
Moffie
3.5 29Visualmente muito bonito, mas ele acaba não chegando a lugar algum. Coloca uma trilha pomposa, se baseia nas sensações e menos nas palavras, mas cada um dos pontos - guerra, racismo e sexualidade - fica apenas no visível e ligeiro. O título é uma palavra forte, mas, em contrapartida, faltou essa força no texto.
Possessão
3.9 589Kramer vs Kramer perturbado. Tem um ritmo estranho, muito gritado e com cortes abruptos ou longos, mas, nesse absurdo quase ilógico, eu vi verdade. Caminha num relacionamento caótico onde já se perdeu a fé, segue-se no acaso e fadado ao pior. Nessa sujeira, tem umas frases bem bonitas.
A Chorona
3.4 90 Assista AgoraNão espere sustos corriqueiros. Esse filme quer mais, é audacioso. Pega uma trama tão atual quanto histórica e transforma em um terror psicológico. É uma resposta em forma de poesia para uma realidade que é tão suja para os resquícios das ditaduras latino-americanas.
O Príncipe
3.3 25Não conheço a obra original, mas eu achei uma adaptação tão bem feita. Não tenta destrinchar detalhes que talvez ficassem mais moldados num texto de prosa, ele segue como uma dança. Em um ambiente bem definido, quase como um palco, ele extrapola o absurdo da história. Segue no puro homoerotismo o tempo inteiro, digno de peça grega. Mas não quer isso, é uma dança, uma dança de sensações, de facas, de mortes.
Graças a Deus
3.8 83 Assista AgoraA dificuldade em criar algo baseado em fatos ainda mais tão próximos, assim como em documentários, é saber dosar entre o desenvolvimento da história e o aprofundamento dos personagens. Mesmo com toque nesse detalhamento um pouco demais, que, por outro lado, em momentos, trouxe um quê de humanidade, eu achei um filme forte.
Vampiros x the Bronx
2.9 99Pode ser um filme feito totalmente para o streaming, por ser bem rápido e com resoluções muito claras, mas eu achei uma metáfora bastante forte e, por outro lado, bastante acessível sobre gentrificação e racismo
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista AgoraEu gosto das nuances do perturbado. Como ela vai do maligno para o desamparado em instantes. Ao fim, esse algo maléfico não é só atributo da Jane, né mesmo.