Mesmo não acreditando em deus, o filme me emocionou profundamente. Os atores são fantásticos, duas interpretações belíssimas, que vemos no final não serem completos opostos. Cheguei a acreditar em determinado ponto que o papa Bento não acreditava mais em deus. Os escândalos de pedofilia que foram encobertos pela igreja foram abordados de forma delicada e respeitosa com os fiéis. Um filme lindo, humano, dinâmico, respeitoso e emocionante.
É um filme lindo justamente por ser tão cru. É a realidade sem muitos rodeios, de forma clara. Ainda se passa pelo ponto de vista, em sua maioria, de Charlie, que se vê como um coitado, quando ele foi quem mais errou na relação. Nada de excepcional na fotografia, porém, uma direção e atuações impecáveis.
O filme de Derek Clanfrance alcança o tom real necessário para a obra e deixa claro em seu encerramento a incerteza que é a vida. De maneira prática, observamos a falta de rodeios e a maneira crua como as personalidades são retratadas. O contraste no corte de cenas entre momentos de imenso amor e em seguida a falta dele. Que fique clara a falta de bom senso dos tradutores deste título - o filme é sobre dor, não sobre amor. No que se trata de direção, Clanfrance toma inspiração em Cassavetes para o preparatório, mas não possui uma abordagem nova em sua direção - o uso de analepses, ou 'flashbacks' não é algo inédito. Contudo, Blue Valentine é chocante pela crueza dos fatos. Não há como negar a maneira como a vida nos surpreende: o cansaço físico e mental, o modo que magoamos alguém que amamos, como algo que um dia foi bom pode acabar em tanta dor.
É extremamente pesado. Ao contrário de alguns comentários aqui, creio que o diretor acertou em cheio ao optar por uma obra sem trilha sonora. Toda a ambientação é fria e seca. De certa forma, o silêncio serve para complementar o vazio perceptível em cada um dos personagens. Embora a trama seja previsível, o diretor soube aproveitar a falta de "mistério" com um desenrolar lento e metódico, deixando grande parte livre para a imaginação de cada um. Quando o clímax do filme é atingido é difícil não sentir o impacto de uma realidade crua que sempre esteve ali - e que sabíamos desde o início, mas nos é mostrada agora de maneira nua, pesada e real. Sob outro aspecto, não há muito o que reclamar das atuações - e, para mim, Eleni Roussinou destaca-se de longe. No todo, uma excelente obra. Fundamentada, forte, concisa; não se perde em pretensões, mantém um ritmo agradável e - sem dúvida - prende e surpreende até o final.
Não sei bem o que eu tava esperando de um filme produzido pela Graça Filmes, então... No geral: atuações dignas de Malhação; argumentos rasos, mal elaborados e distorcidos; e no final de tudo, o "ateu" não era realmente um ateu. Nota 0,5 pelo esforço.
Complicado dar uma nota. As características faciais e corporais de "personagens de animes" ainda estão presentes na animação, e suas personalidades permanecem "intactas". Sobre as aspas: leiam o spoiler SE QUISEREM. [começo do spoiler] Tudo entre aspas, pois Seiya adquiriu um papel de idiota 50 vezes mais forçado e virou um quadrúpede no final, o humor fraco passou quase despercebido, Cavaleiros de Bronze praticamente tão fortes quanto os Cavaleiros de Ouro, uma inversão desnecessária nas batalhas e um Máscara da Morte sob efeito de LSD. [fim do spoiler] No entanto, a dublagem original, os ótimos efeitos sonoros e a belíssima qualidade do CGI são qualidades a se ressaltar, perdidas no meio de inúmeros erros. Obviamente os pontos são perdidos com o resumão que é feito dos setenta episódios traduzidos em uma hora e meia bem corridos. Os furos no roteiro são inevitáveis com a corrida contra o tempo que é feita, e o final desastroso e o discurso patético pioram a situação.
P.S.: sem mencionar na modernização que foi feita: Hyoga usa brinco e 70% dos Cavaleiros de Ouro têm agora tatuagens, piercings e barbichas. Vou rir pra não chorar.
O maior erro seria classificar tal filme como "terror gratuito" ou algo do gênero. Assisti a obra como experiência e por indicação, e talvez seja necessária uma revisão, mas ainda assim, é possível enxergar que "Begotten" é arte expressa de forma crua e grotesca - até porque arte não precisa ser bela e ética. O que mais surpreende no filme são os contrastes extremos. Não há um meio termo, não há presença de cinza, não existe mais ou menos. É branco ou preto - as personalidades são completamente boas ou inescrupulosamente ruins. A agonia é transmitida sem a necessidade de uma trilha sonora musical, apostando nos sons calmos e tranquilos da natureza, como grilos, água pingando e pássaros cantando. Se entender o filme já é uma tarefa árdua a se fazer, senti-lo então é quase impossível. A mistura de sentimentos chega a atormentar. Pura metafísica, uma experiência que vale a pena, mas que não é para todos.
Mitchell Lichtenstein teve como base a lenda da Vagina Dentada, famosa nas mais diversas culturas. Trazendo o mito para os dias de hoje e tornando-o "possível" ao misturá-lo com adaptação e uma mescla de teoria da evolução... Enfim. O filme tem um bom início, com um bom clima e um mistério interessante, mas logo notamos um elenco extremamente despreparado e ineficaz. Logo em seguida a história nos é jogada na cara com um grupo de adolescentes com os hormônios à flor da pele que pregam a castidade - sexo só depois do casamento. O desenrolar da história é previsível e cômico, mas Jess Weixler (Dawn) não consegue transmitir uma emoção sequer sem fazer expressões exageradas e inexplicáveis. O enredo acompanha um ritmo paciente, mas não há clima de suspense ou uma trilha sonora favorável ao mistério. O gênero do filme só fica decidido após a descoberta de Dawn: uma mistura (fracassada) de terror com humor negro. De qualquer forma, o final se torna bastante previsível e o desfecho é satisfatório. Bem abaixo da média, e nos deixa a sensação de que é uma ideia que poderia ser melhor explorada, saindo da zona de conforto do humor e arriscando um gênero mais "trash".
Só gostaria mesmo de ver uma imagem da vagina - por mais que isso seja estranho de se falar, é extremamente decepcionante assistir ao filme inteiro e não chegar a ver o "monstro".
Melhor obra de arte existente no planeta Terra. Todo cinéfilo de respeito deveria assistir e apreciar tal obra prima. Uma realização cinematográfica que conseguiu entrar para a história de maneira espetacular.
Caramba. O modo como toda a angústia e o sofrimento nos é passado é impressionante. As atuações impecáveis, não somente por talento, embora este contribua, mas contando com o apoio e a orientação de Darren Aronofsky. O filme se torna magnífico com a mistura das emoções, das técnicas cinematográficas e das edições. "Agonizante" é a melhor palavra para descrever a obra, que é de longe uma das melhores que eu já vi. Não somente por qualidade técnica, mas porque o filme possui uma moral muito presente no cotidiano. A euforia e a descoberta do sentimento de prazer e satisfação, a chegada da depressão, o exagero, o vício, as loucuras cometidas para suprir a necessidade. Além de sentirmos na pele o que os personagens sentem, nossos próprios sofrimentos ficam à flor da pele de uma maneira muito mais literal e concreta. P.S. Como não falar da atuação de Elen Burstyn? Meu Deus. Perfeição.
James Franco em uma atuação belíssima! - assim como Catherine. O roteiro é intrigante, apesar de linear. Segue uma estrutura dividida em capítulos, com frases marcantes dos acontecimentos que virão a seguir. A maneira sutil como a esquizofrenia de James é retratada é encantadora, e mesmo que Patricia seja deixada um pouco de lado, sabemos que o foco é em James. Catherine, como Catherine, é paciente e bondosa, até onde aguenta. As citações são inesquecíveis. Um filme brilhante, sensível e tocante, com uma bela fotografia. Talvez não interesse muito quem espera um drama ou romance clichê - o filme é tudo, menos isso. Não basta assisti-lo, é preciso senti-lo. Magnífico.
A surpreendente obra cinematográfica de Christopher Miller e Phil Lord pode ser descrita como magnífica, do princípio ao fim. O famoso brinquedo Lego é conhecido internacionalmente pela sua capacidade de criar infinitas combinações de cenários e personagens.
Depois do sucesso de Sete Dias Com Marilyn, o diretor britânico Kenneth Branagah volta às telas. Apesar de pouca divulgação, há um elenco competente e de qualidade em Operação Sombra – Jack Ryan, um reboot, que nos leva às origens do personagem. É o quinto filme baseado na obra composta por treze livros do escritor norte-americano Tom Clancy.
O mise-èn-scene do sensibilíssimo diretor Wes Anderson é encantador – com cores em tons pastéis, narrativas e firulas estéticas. Muito de seus filmes anteriores, tais como Excêntricos Tenenbaums (2001) e A Vida Marinha Com Steve Zissou (2004), prevalece em Moonrise Kingdom (2012). Os personagens principais são outsiders, mas não de uma sociedade como a nossa. Anderson faz questão de criar um novo universo por inteiro, adequando cada um de seus personagens e tornando-os únicos.
O roteiro é extremamente forçado para fazer com que as mortes aconteçam, e quando ocorrem são bizarras e mal feitas. Os atores são muito, mas muito, muito ruins - chega a ser desanimador. Acaba sendo um "terrir", pois o humor negro é muito presente. Os diálogos são entediantes, e o desfecho parece uma bela cópia de "O Olho Que Tudo Vê" (2002).
O mais marcante, infelizmente, são os furos no roteiro. Isso não quer dizer que os pontos positivos não sejam presentes: a trilha sonora é empolgante e envolvente, as atuações são entusiasmadas, e a história é diferente e interessante. A fotografia nos parece um tanto clichê, nada de inovador, nada arriscado. É uma obra que consegue prender a atenção, e que consegue entreter. Mas há um vazio, algo que falta. Falta algo espetacular, algo que mude sua mente, algo surpreendente. É mais um filme "legal", com músicas "legais", e atores "legais".
Com um roteiro pouco eloquente e atores extremamente forçados, o filme torna-se entediante e pouco convincente. Não há carisma nem compaixão por Travis ou Jodi, e apesar do caso impactante, a obra não retrata nem mesmo um terço da grandiosidade ou do absurdo de tal crime.
Surpreendente! O último filme que vi, no último dia de 2013, e definitivamente um dos melhores do ano. O livro é essencialmente visionário, fantástico, e o filme conseguiu transmitir tudo de maneira simplesmente magnífica. Não importa o que digam: os atores foram incríveis. Asa Butterfield incrível como sempre, passando uma emoção enorme apenas através de suas expressões faciais, acompanhado de uma belíssima trilha sonora. Ao lado de Harrison Ford, Ben Kingsley e Viola Davis, montando um elenco impressionante. Ender possui algo que nunca se havia visto em um líder (tão jovem, ainda por cima): o dom da empatia. Apesar de não se deixar abater, saber ser violento quando necessário e ter o dom da liderança, demonstra uma compaixão enorme pelos seus inimigos - pois também os ama. O filme de fato nos faz questionar sobre fatos do dia a dia de maneira diferente e inusitada. É necessário parar e pensar para entender o que quer ser transmitido. O amor e o ódio são dois lados de uma mesma moeda, e isso nos é mostrado de forma brilhante por Gavin Hood. O filme peca somente nos clichês do gênero. Não consigo simplesmente pensar em nenhum outro defeito. Talvez por estar extasiada no cinema, talvez pela emoção. O filme é brilhante e encantador. Prende a atenção do espectador e a mensagem recebida é linda.
A premissa é interessante, mas o desenvolvimento deixa bastante a desejar. Boa parte do tempo o filme é completamente parado e entediante. A trilha sonora não favorece o clima, que chega a ser risível. Há um mínimo de aproveitamento da disposição das câmeras e pouquíssima técnica com relação à fotografia e enquadramento de cenas. O desfecho é completamente previsível, assim como fica a pergunta no ar: como 5 adultos podem ser retardados o suficiente para aceitarem ficar presos em uma casa distante de tudo por 6 meses, em troca de 1 milhão de dollars, sem ao menos saber o nome do website em que aparecerão?
O maior defeito é a direção um tanto quanto relaxada. Mas o filme é peculiar e incauto, de modo que toda a trama torna-se singela considerando a naturalidade dos atores. São belas histórias, narradas de forma simples, com uma instigante trilha sonora e uma encantadora fotografia. Um bom indie, de fato.
A estrutura do filme é aparentemente simples: um prólogo (com excessivos slow motions); a parte I (Justine) e a parte II (Claire). Isso dá um tom literário à obra, que é essencialmente cinematográfica. O filme é de uma beleza extremamente fria e calculada. Von Trier consegue deixar sua marca, como sempre. Sua fotografia característica, a ansiedade transmitida ao público, as cenas com pouquíssimos cortes de câmera, os closes, a câmera com o falante em foco, a falta de saturação e contraste. Toda a incrível obra cinematográfica assemelha-se a uma bela fotografia. A primeira parte do filme mostra conflitos pessoais - e humanos. Erros, falhas, tristezas, decepções. Tudo mostra o lado sensorial, humano e incompreensível de nossa realidade. Tudo filmado com uma câmera na mão, dando espaço para os atores. A segunda parte do filme mostra John (marido de Claire) confiando completamente em seus cálculos e confiante de que Melancolia não os atingiria; Justine é cética e conformada, tendo a simples premissa de que a vida humana era marcada essencialmente pela maldade - e logo, merecia ser destruída; e há Claire, dividida entre os dois. O filme é mais centralizado na potencialização de seu universo e de seus personagens, mas a grandiloquência típica de Lars Von Trier é um incômodo.
É extremamente clichê elogiar os filmes de Nolan, especialmente os "pós-Batman", mas ainda assim, A Origem merece uma atenção especial. O roteiro e a história são extremamente complexos, e por mais que por vezes pareça confuso e seja necessário que um dos personagens (Arthur) explique a própria história tornando isso algo redundante, o desenvolvimento é extremamente natural e é conduzido por uma tremenda leveza, apesar de toda a tensão que cerca a trama. Todo o clima de cores saturadas nesse diferente universo que despreza as leis da física, apesar de nos deixar abismados - tanto pelos feitos quanto pelos efeitos especiais -, são conduzidos com extrema técnica por Nolan. O filme exige atenção do espectador por intercalar sonhos com realidade, sem a desnecessária pausa para uma transição. A história se desenrola aos poucos, gerando o clima de suspense necessário, assim como há o acompanhamento do gênio Hans Zimmer na trilha sonora. Apesar de toda a técnica envolvida na história principal, grande parte dos personagens ficam sem um desenvolvimento maior, tornando-os sem nexo dentro da história. Não há um aprofundamento em determinados personagens, como Michael Cane, por exemplo. O filme parece estar extremamente bem encaminhado, com a premissa da manipulação de sonhos - que parece ser uma ideia libertadora. Porém, toda a "tentativa de explicação científica" acaba tornando a ideia extremamente complexa e cansativa. No todo, um bom filme. Há, obviamente, um pouco de Matrix em toda a ideia do filme. Mas não, não deixa de ser uma história original e bem executada, apesar de todas as falhas. Provavelmente um dos maiores clássicos da atualidade.
Superação e inovação de Michel Gondry e Charles Kaufman utilizando um Jim Carrey sensível e apaixonado. Há uma luta intensa e interna durante grande parte do filme, onde Clementine aparece em memórias de Joel que ela não estava originalmente. As cenas, apesar de tristes, acabam tornando-se cômicas. E apesar de confuso, tudo faz sentido no final do filme. O mais impressionante é que Jim consegue dar toda a profundidade necessária, e acabamos ficando angustiados com ele. É um ator cativante em qualquer papel. Kate Winslet prova mais uma vez ser uma atriz competente, e juntos formam um casal com uma química impecável. Porque não são o casal perfeito de Hollywood. São pessoas diferentes, opostas, que veem os defeitos dos parceiros, sentem raivas, angústias e medos. O filme é completamente humano. É uma obra que nos faz refletir sobre as escolhas precipitadas e as consequências de nossos atos. O filme utiliza efeitos especiais sem precisar causar explosões, tornando o filme ainda mais belo. Aliás, o filme inteiro é belo. Os flashbacks, a fotografia, o enquadramento das cenas, o posicionamento das câmeras, o brilho, o contraste, as cores, as falas, os problemas, as soluções. Meu amor por esse filme é... completamente explicável.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraMesmo não acreditando em deus, o filme me emocionou profundamente. Os atores são fantásticos, duas interpretações belíssimas, que vemos no final não serem completos opostos. Cheguei a acreditar em determinado ponto que o papa Bento não acreditava mais em deus. Os escândalos de pedofilia que foram encobertos pela igreja foram abordados de forma delicada e respeitosa com os fiéis. Um filme lindo, humano, dinâmico, respeitoso e emocionante.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraÉ um filme lindo justamente por ser tão cru. É a realidade sem muitos rodeios, de forma clara. Ainda se passa pelo ponto de vista, em sua maioria, de Charlie, que se vê como um coitado, quando ele foi quem mais errou na relação. Nada de excepcional na fotografia, porém, uma direção e atuações impecáveis.
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraO filme de Derek Clanfrance alcança o tom real necessário para a obra e deixa claro em seu encerramento a incerteza que é a vida. De maneira prática, observamos a falta de rodeios e a maneira crua como as personalidades são retratadas. O contraste no corte de cenas entre momentos de imenso amor e em seguida a falta dele. Que fique clara a falta de bom senso dos tradutores deste título - o filme é sobre dor, não sobre amor. No que se trata de direção, Clanfrance toma inspiração em Cassavetes para o preparatório, mas não possui uma abordagem nova em sua direção - o uso de analepses, ou 'flashbacks' não é algo inédito. Contudo, Blue Valentine é chocante pela crueza dos fatos. Não há como negar a maneira como a vida nos surpreende: o cansaço físico e mental, o modo que magoamos alguém que amamos, como algo que um dia foi bom pode acabar em tanta dor.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraÉ extremamente pesado. Ao contrário de alguns comentários aqui, creio que o diretor acertou em cheio ao optar por uma obra sem trilha sonora. Toda a ambientação é fria e seca. De certa forma, o silêncio serve para complementar o vazio perceptível em cada um dos personagens. Embora a trama seja previsível, o diretor soube aproveitar a falta de "mistério" com um desenrolar lento e metódico, deixando grande parte livre para a imaginação de cada um. Quando o clímax do filme é atingido é difícil não sentir o impacto de uma realidade crua que sempre esteve ali - e que sabíamos desde o início, mas nos é mostrada agora de maneira nua, pesada e real. Sob outro aspecto, não há muito o que reclamar das atuações - e, para mim, Eleni Roussinou destaca-se de longe. No todo, uma excelente obra. Fundamentada, forte, concisa; não se perde em pretensões, mantém um ritmo agradável e - sem dúvida - prende e surpreende até o final.
P.S. feliz pra caramba por ele ter morrido.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraNão sei bem o que eu tava esperando de um filme produzido pela Graça Filmes, então...
No geral: atuações dignas de Malhação; argumentos rasos, mal elaborados e distorcidos; e no final de tudo, o "ateu" não era realmente um ateu. Nota 0,5 pelo esforço.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário
2.5 810 Assista AgoraComplicado dar uma nota. As características faciais e corporais de "personagens de animes" ainda estão presentes na animação, e suas personalidades permanecem "intactas". Sobre as aspas: leiam o spoiler SE QUISEREM. [começo do spoiler] Tudo entre aspas, pois Seiya adquiriu um papel de idiota 50 vezes mais forçado e virou um quadrúpede no final, o humor fraco passou quase despercebido, Cavaleiros de Bronze praticamente tão fortes quanto os Cavaleiros de Ouro, uma inversão desnecessária nas batalhas e um Máscara da Morte sob efeito de LSD. [fim do spoiler] No entanto, a dublagem original, os ótimos efeitos sonoros e a belíssima qualidade do CGI são qualidades a se ressaltar, perdidas no meio de inúmeros erros. Obviamente os pontos são perdidos com o resumão que é feito dos setenta episódios traduzidos em uma hora e meia bem corridos. Os furos no roteiro são inevitáveis com a corrida contra o tempo que é feita, e o final desastroso e o discurso patético pioram a situação.
P.S.: sem mencionar na modernização que foi feita: Hyoga usa brinco e 70% dos Cavaleiros de Ouro têm agora tatuagens, piercings e barbichas. Vou rir pra não chorar.
Begotten
3.2 349O maior erro seria classificar tal filme como "terror gratuito" ou algo do gênero. Assisti a obra como experiência e por indicação, e talvez seja necessária uma revisão, mas ainda assim, é possível enxergar que "Begotten" é arte expressa de forma crua e grotesca - até porque arte não precisa ser bela e ética. O que mais surpreende no filme são os contrastes extremos. Não há um meio termo, não há presença de cinza, não existe mais ou menos. É branco ou preto - as personalidades são completamente boas ou inescrupulosamente ruins. A agonia é transmitida sem a necessidade de uma trilha sonora musical, apostando nos sons calmos e tranquilos da natureza, como grilos, água pingando e pássaros cantando. Se entender o filme já é uma tarefa árdua a se fazer, senti-lo então é quase impossível. A mistura de sentimentos chega a atormentar. Pura metafísica, uma experiência que vale a pena, mas que não é para todos.
Vagina Dentada
2.7 583Mitchell Lichtenstein teve como base a lenda da Vagina Dentada, famosa nas mais diversas culturas. Trazendo o mito para os dias de hoje e tornando-o "possível" ao misturá-lo com adaptação e uma mescla de teoria da evolução... Enfim.
O filme tem um bom início, com um bom clima e um mistério interessante, mas logo notamos um elenco extremamente despreparado e ineficaz. Logo em seguida a história nos é jogada na cara com um grupo de adolescentes com os hormônios à flor da pele que pregam a castidade - sexo só depois do casamento. O desenrolar da história é previsível e cômico, mas Jess Weixler (Dawn) não consegue transmitir uma emoção sequer sem fazer expressões exageradas e inexplicáveis.
O enredo acompanha um ritmo paciente, mas não há clima de suspense ou uma trilha sonora favorável ao mistério. O gênero do filme só fica decidido após a descoberta de Dawn: uma mistura (fracassada) de terror com humor negro. De qualquer forma, o final se torna bastante previsível e o desfecho é satisfatório. Bem abaixo da média, e nos deixa a sensação de que é uma ideia que poderia ser melhor explorada, saindo da zona de conforto do humor e arriscando um gênero mais "trash".
Só gostaria mesmo de ver uma imagem da vagina - por mais que isso seja estranho de se falar, é extremamente decepcionante assistir ao filme inteiro e não chegar a ver o "monstro".
The Room
2.3 492Melhor obra de arte existente no planeta Terra. Todo cinéfilo de respeito deveria assistir e apreciar tal obra prima. Uma realização cinematográfica que conseguiu entrar para a história de maneira espetacular.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraCaramba. O modo como toda a angústia e o sofrimento nos é passado é impressionante. As atuações impecáveis, não somente por talento, embora este contribua, mas contando com o apoio e a orientação de Darren Aronofsky. O filme se torna magnífico com a mistura das emoções, das técnicas cinematográficas e das edições. "Agonizante" é a melhor palavra para descrever a obra, que é de longe uma das melhores que eu já vi. Não somente por qualidade técnica, mas porque o filme possui uma moral muito presente no cotidiano. A euforia e a descoberta do sentimento de prazer e satisfação, a chegada da depressão, o exagero, o vício, as loucuras cometidas para suprir a necessidade. Além de sentirmos na pele o que os personagens sentem, nossos próprios sofrimentos ficam à flor da pele de uma maneira muito mais literal e concreta.
P.S. Como não falar da atuação de Elen Burstyn? Meu Deus. Perfeição.
Transtornos
3.3 23 Assista AgoraJames Franco em uma atuação belíssima! - assim como Catherine. O roteiro é intrigante, apesar de linear. Segue uma estrutura dividida em capítulos, com frases marcantes dos acontecimentos que virão a seguir. A maneira sutil como a esquizofrenia de James é retratada é encantadora, e mesmo que Patricia seja deixada um pouco de lado, sabemos que o foco é em James. Catherine, como Catherine, é paciente e bondosa, até onde aguenta. As citações são inesquecíveis. Um filme brilhante, sensível e tocante, com uma bela fotografia. Talvez não interesse muito quem espera um drama ou romance clichê - o filme é tudo, menos isso. Não basta assisti-lo, é preciso senti-lo. Magnífico.
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista AgoraA surpreendente obra cinematográfica de Christopher Miller e Phil Lord pode ser descrita como magnífica, do princípio ao fim. O famoso brinquedo Lego é conhecido internacionalmente pela sua capacidade de criar infinitas combinações de cenários e personagens.
http://take148.net/2014/03/05/uma-aventura-lego-critica/
Operação Sombra - Jack Ryan
3.1 322 Assista AgoraDepois do sucesso de Sete Dias Com Marilyn, o diretor britânico Kenneth Branagah volta às telas. Apesar de pouca divulgação, há um elenco competente e de qualidade em Operação Sombra – Jack Ryan, um reboot, que nos leva às origens do personagem. É o quinto filme baseado na obra composta por treze livros do escritor norte-americano Tom Clancy.
http://take148.net/2014/03/19/operacao-sombra-jack-ryan-critica/
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraO mise-èn-scene do sensibilíssimo diretor Wes Anderson é encantador – com cores em tons pastéis, narrativas e firulas estéticas. Muito de seus filmes anteriores, tais como Excêntricos Tenenbaums (2001) e A Vida Marinha Com Steve Zissou (2004), prevalece em Moonrise Kingdom (2012). Os personagens principais são outsiders, mas não de uma sociedade como a nossa. Anderson faz questão de criar um novo universo por inteiro, adequando cada um de seus personagens e tornando-os únicos.
http://take148.net/2014/04/04/moonrise-kingdom-um-filme-de-wes-anderson/
O Portal
2.4 23O roteiro é extremamente forçado para fazer com que as mortes aconteçam, e quando ocorrem são bizarras e mal feitas. Os atores são muito, mas muito, muito ruins - chega a ser desanimador. Acaba sendo um "terrir", pois o humor negro é muito presente. Os diálogos são entediantes, e o desfecho parece uma bela cópia de "O Olho Que Tudo Vê" (2002).
O Invisível
3.5 598O mais marcante, infelizmente, são os furos no roteiro. Isso não quer dizer que os pontos positivos não sejam presentes: a trilha sonora é empolgante e envolvente, as atuações são entusiasmadas, e a história é diferente e interessante. A fotografia nos parece um tanto clichê, nada de inovador, nada arriscado. É uma obra que consegue prender a atenção, e que consegue entreter. Mas há um vazio, algo que falta. Falta algo espetacular, algo que mude sua mente, algo surpreendente. É mais um filme "legal", com músicas "legais", e atores "legais".
Jodi Arias - Pequenos Segredos Sujos
2.7 14Com um roteiro pouco eloquente e atores extremamente forçados, o filme torna-se entediante e pouco convincente. Não há carisma nem compaixão por Travis ou Jodi, e apesar do caso impactante, a obra não retrata nem mesmo um terço da grandiosidade ou do absurdo de tal crime.
Ender's Game: O Jogo do Exterminador
3.4 891 Assista AgoraSurpreendente! O último filme que vi, no último dia de 2013, e definitivamente um dos melhores do ano. O livro é essencialmente visionário, fantástico, e o filme conseguiu transmitir tudo de maneira simplesmente magnífica. Não importa o que digam: os atores foram incríveis. Asa Butterfield incrível como sempre, passando uma emoção enorme apenas através de suas expressões faciais, acompanhado de uma belíssima trilha sonora. Ao lado de Harrison Ford, Ben Kingsley e Viola Davis, montando um elenco impressionante. Ender possui algo que nunca se havia visto em um líder (tão jovem, ainda por cima): o dom da empatia. Apesar de não se deixar abater, saber ser violento quando necessário e ter o dom da liderança, demonstra uma compaixão enorme pelos seus inimigos - pois também os ama. O filme de fato nos faz questionar sobre fatos do dia a dia de maneira diferente e inusitada. É necessário parar e pensar para entender o que quer ser transmitido. O amor e o ódio são dois lados de uma mesma moeda, e isso nos é mostrado de forma brilhante por Gavin Hood. O filme peca somente nos clichês do gênero. Não consigo simplesmente pensar em nenhum outro defeito. Talvez por estar extasiada no cinema, talvez pela emoção. O filme é brilhante e encantador. Prende a atenção do espectador e a mensagem recebida é linda.
[spoiler][/spoiler]
O Olho Que Tudo Vê
2.0 114A premissa é interessante, mas o desenvolvimento deixa bastante a desejar. Boa parte do tempo o filme é completamente parado e entediante. A trilha sonora não favorece o clima, que chega a ser risível. Há um mínimo de aproveitamento da disposição das câmeras e pouquíssima técnica com relação à fotografia e enquadramento de cenas. O desfecho é completamente previsível, assim como fica a pergunta no ar: como 5 adultos podem ser retardados o suficiente para aceitarem ficar presos em uma casa distante de tudo por 6 meses, em troca de 1 milhão de dollars, sem ao menos saber o nome do website em que aparecerão?
Camas Desfeitas
3.9 36O maior defeito é a direção um tanto quanto relaxada. Mas o filme é peculiar e incauto, de modo que toda a trama torna-se singela considerando a naturalidade dos atores. São belas histórias, narradas de forma simples, com uma instigante trilha sonora e uma encantadora fotografia. Um bom indie, de fato.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraA estrutura do filme é aparentemente simples: um prólogo (com excessivos slow motions); a parte I (Justine) e a parte II (Claire). Isso dá um tom literário à obra, que é essencialmente cinematográfica. O filme é de uma beleza extremamente fria e calculada. Von Trier consegue deixar sua marca, como sempre. Sua fotografia característica, a ansiedade transmitida ao público, as cenas com pouquíssimos cortes de câmera, os closes, a câmera com o falante em foco, a falta de saturação e contraste. Toda a incrível obra cinematográfica assemelha-se a uma bela fotografia. A primeira parte do filme mostra conflitos pessoais - e humanos. Erros, falhas, tristezas, decepções. Tudo mostra o lado sensorial, humano e incompreensível de nossa realidade. Tudo filmado com uma câmera na mão, dando espaço para os atores. A segunda parte do filme mostra John (marido de Claire) confiando completamente em seus cálculos e confiante de que Melancolia não os atingiria; Justine é cética e conformada, tendo a simples premissa de que a vida humana era marcada essencialmente pela maldade - e logo, merecia ser destruída; e há Claire, dividida entre os dois. O filme é mais centralizado na potencialização de seu universo e de seus personagens, mas a grandiloquência típica de Lars Von Trier é um incômodo.
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraÉ extremamente clichê elogiar os filmes de Nolan, especialmente os "pós-Batman", mas ainda assim, A Origem merece uma atenção especial. O roteiro e a história são extremamente complexos, e por mais que por vezes pareça confuso e seja necessário que um dos personagens (Arthur) explique a própria história tornando isso algo redundante, o desenvolvimento é extremamente natural e é conduzido por uma tremenda leveza, apesar de toda a tensão que cerca a trama. Todo o clima de cores saturadas nesse diferente universo que despreza as leis da física, apesar de nos deixar abismados - tanto pelos feitos quanto pelos efeitos especiais -, são conduzidos com extrema técnica por Nolan. O filme exige atenção do espectador por intercalar sonhos com realidade, sem a desnecessária pausa para uma transição. A história se desenrola aos poucos, gerando o clima de suspense necessário, assim como há o acompanhamento do gênio Hans Zimmer na trilha sonora. Apesar de toda a técnica envolvida na história principal, grande parte dos personagens ficam sem um desenvolvimento maior, tornando-os sem nexo dentro da história. Não há um aprofundamento em determinados personagens, como Michael Cane, por exemplo. O filme parece estar extremamente bem encaminhado, com a premissa da manipulação de sonhos - que parece ser uma ideia libertadora. Porém, toda a "tentativa de explicação científica" acaba tornando a ideia extremamente complexa e cansativa. No todo, um bom filme. Há, obviamente, um pouco de Matrix em toda a ideia do filme. Mas não, não deixa de ser uma história original e bem executada, apesar de todas as falhas. Provavelmente um dos maiores clássicos da atualidade.
O Anti-Cristo
1.6 64 Assista AgoraQue cocô de filme. Dispensa comentários.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraSuperação e inovação de Michel Gondry e Charles Kaufman utilizando um Jim Carrey sensível e apaixonado. Há uma luta intensa e interna durante grande parte do filme, onde Clementine aparece em memórias de Joel que ela não estava originalmente. As cenas, apesar de tristes, acabam tornando-se cômicas. E apesar de confuso, tudo faz sentido no final do filme. O mais impressionante é que Jim consegue dar toda a profundidade necessária, e acabamos ficando angustiados com ele. É um ator cativante em qualquer papel. Kate Winslet prova mais uma vez ser uma atriz competente, e juntos formam um casal com uma química impecável. Porque não são o casal perfeito de Hollywood. São pessoas diferentes, opostas, que veem os defeitos dos parceiros, sentem raivas, angústias e medos. O filme é completamente humano. É uma obra que nos faz refletir sobre as escolhas precipitadas e as consequências de nossos atos. O filme utiliza efeitos especiais sem precisar causar explosões, tornando o filme ainda mais belo. Aliás, o filme inteiro é belo. Os flashbacks, a fotografia, o enquadramento das cenas, o posicionamento das câmeras, o brilho, o contraste, as cores, as falas, os problemas, as soluções. Meu amor por esse filme é... completamente explicável.