A minha expectativa era deveras grande, porém a decepção foi muito maior. Sinti pena que uma história rica como a de Alan Turing tenha sido explorada tão simploriamente. Pra quem não sabe, ou simplesmente viu o filme por ele ter sido indicado a 8 Oscar, Turing foi um matemático que se apresentou ao governo britânico disposto a decodificar a Enigma, máquina usada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial com o propósito de enviar mensagens criptografadas entre seus núcleos e, assim, despistar rastreamentos dos aliados. O brilhantismo de Turing venceu a Enigma, mas não venceu o conservadorismo britânico, que anos depois viria a perseguir esse mesmo homem e acusá-lo de práticas homossexuais, um crime e uma vergonha na época. Tudo isso no filme é praticamente apresentado dessa mesma forma, o mais resumido e sem humanidade possível, praticamente tópicos acessados de forma obrigatória por um roteiro fraco e cheio de junções frouxas, além das habituais frases clichês motivacionais e pseudo emocionantes, além de não aprofundar questão nenhuma da vida de Turing. O clichê do clichê, e é frustrante constatar essa tendência covarde que visa somente às premiações, optando por um caminho fácil e conhecido. Penso que, escondido nesse excesso de convencionalismo e superficialismo, há um filme muito interessante ali, só que não souberam encontrar.
Eu amei muitas coisas nesse filme, mas acho que as atuações foram mesmo o principal. O Jared Leto me surpreendeu, mas é como chover no molhado (ele sempre me surpreende) mas o Matthew MacConaughey, simplesmente incrível. Quando você encara Ron ou Rayon na tela, você vê apenas Ron e Rayon, sem sombra alguma de Matthew e Jared. Os trejeitos, vozes, modos de andar, expressões faciais… Tudo se encaixa tão bem nos personagens e parece tão orgânico que é difícil lembrar que se trata de uma interpretação. Enfim, Clube de Compras Dallas é um filme que deve ser visto. Como arte o trabalho apresenta méritos indiscutíveis, e como mensagem, somos compelidos a conhecer melhor uma realidade cruel, como disse Matthew ao receber seu Globo de Ouro: "Esta não é uma história sobre estar morrendo, e sim sobre continuar vivendo."
Sem dúvida não é um filme indicado para aqueles que buscam um feel good movie sobre superação. Muitos desavisados tiveram suas expectativas frustradas e o consideraram angustiante, depressivo e até mesmo agressivo, no entanto, a grandiosidade artística desse filme está justamente na intensidade daquilo que ele desperta nos espectadores, sejam estes sentimentos e sensações positivos ou não. O que ele proporciona não é uma sensação artificial e passageira (típica das produções hollywoodianas). É um filme pra ser sentido.
O filme é de 1996. Talvez esse filme surja como uma das respostas a tudo que estava acontecendo (de maneira alucinadamente rápida) na década de 90. Evasão. Usar as drogas como uma maneira de sair da realidade e só se preocupar com o próximo ‘baque’. Uma maneira de buscar a própria felicidade na ponta de uma agulha. A vontade de se fechar nesse mundo, em que a heroína é “melhor do que a melhor foda que você já teve, melhor do que dinheiro, do que bebida” vai ao extremo. Trainspotting é muito mais que um filme sobre a juventude viciada de Edimburgo. Trainspotting consegue ser ao mesmo tempo genial e despretensioso. "And the reasons? There are no reasons. Who needs reasons when you've got heroin?"
Ele encanta pelos momentos em que Léon e Léa agem como adultos até os momentos em que são apenas crianças, inocentes e frágeis como a maioria das crianças são. Os dois descobrem que possuem coisas em comum, buscam formas de amenizar e ausência e o abandono que ambos sofreram pelos pais, pessoas que possuem grande importância na vida de todos
. Léon é atentado e ao mesmo tempo adorável. Antoine L'Écuyer numa exelente interpretação. Trilha sonora impecável. Sem dúvida um filme para ser visto e revisto inúmeras vezes.
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O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista AgoraA minha expectativa era deveras grande, porém a decepção foi muito maior. Sinti pena que uma história rica como a de Alan Turing tenha sido explorada tão simploriamente. Pra quem não sabe, ou simplesmente viu o filme por ele ter sido indicado a 8 Oscar, Turing foi um matemático que se apresentou ao governo britânico disposto a decodificar a Enigma, máquina usada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial com o propósito de enviar mensagens criptografadas entre seus núcleos e, assim, despistar rastreamentos dos aliados. O brilhantismo de Turing venceu a Enigma, mas não venceu o conservadorismo britânico, que anos depois viria a perseguir esse mesmo homem e acusá-lo de práticas homossexuais, um crime e uma vergonha na época.
Tudo isso no filme é praticamente apresentado dessa mesma forma, o mais resumido e sem humanidade possível, praticamente tópicos acessados de forma obrigatória por um roteiro fraco e cheio de junções frouxas, além das habituais frases clichês motivacionais e pseudo emocionantes, além de não aprofundar questão nenhuma da vida de Turing.
O clichê do clichê, e é frustrante constatar essa tendência covarde que visa somente às premiações, optando por um caminho fácil e conhecido. Penso que, escondido nesse excesso de convencionalismo e superficialismo, há um filme muito interessante ali, só que não souberam encontrar.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraEu amei muitas coisas nesse filme, mas acho que as atuações foram mesmo o principal. O Jared Leto me surpreendeu, mas é como chover no molhado (ele sempre me surpreende) mas o Matthew MacConaughey, simplesmente incrível. Quando você encara Ron ou Rayon na tela, você vê apenas Ron e Rayon, sem sombra alguma de Matthew e Jared. Os trejeitos, vozes, modos de andar, expressões faciais… Tudo se encaixa tão bem nos personagens e parece tão orgânico que é difícil lembrar que se trata de uma interpretação.
Enfim, Clube de Compras Dallas é um filme que deve ser visto. Como arte o trabalho apresenta méritos indiscutíveis, e como mensagem, somos compelidos a conhecer melhor uma realidade cruel, como disse Matthew ao receber seu Globo de Ouro: "Esta não é uma história sobre estar morrendo, e sim sobre continuar vivendo."
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraSem dúvida não é um filme indicado para aqueles que buscam um feel good movie sobre superação. Muitos desavisados tiveram suas expectativas frustradas e o consideraram angustiante, depressivo e até mesmo agressivo, no entanto, a grandiosidade artística desse filme está justamente na intensidade daquilo que ele desperta nos espectadores, sejam estes sentimentos e sensações positivos ou não. O que ele proporciona não é uma sensação artificial e passageira (típica das produções hollywoodianas). É um filme pra ser sentido.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraO filme é de 1996. Talvez esse filme surja como uma das respostas a tudo que estava acontecendo (de maneira alucinadamente rápida) na década de 90. Evasão. Usar as drogas como uma maneira de sair da realidade e só se preocupar com o próximo ‘baque’. Uma maneira de buscar a própria felicidade na ponta de uma agulha. A vontade de se fechar nesse mundo, em que a heroína é “melhor do que a melhor foda que você já teve, melhor do que dinheiro, do que bebida” vai ao extremo. Trainspotting é muito mais que um filme sobre a juventude viciada de Edimburgo.
Trainspotting consegue ser ao mesmo tempo genial e despretensioso.
"And the reasons? There are no reasons. Who needs reasons when you've got heroin?"
Não Sou Eu, Eu Juro!
4.4 579Esse filme é cativante.
Ele encanta pelos momentos em que Léon e Léa agem como adultos até os momentos em que são apenas crianças, inocentes e frágeis como a maioria das crianças são. Os dois descobrem que possuem coisas em comum, buscam formas de amenizar e ausência e o abandono que ambos sofreram pelos pais, pessoas que possuem grande importância na vida de todos
Trilha sonora impecável.
Sem dúvida um filme para ser visto e revisto inúmeras vezes.
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