Inferior que a primeira, obviamente, porque a antecedente é uma obra-prima. Mas essa temporada é muito injustiçada. Nic Pizzolatto tem muito a dizer, em tudo que ele faz.
Que país bizarro e doente é o EUA. Um menino de 13 sendo julgado como adulto. Achei tão impressionante esse fato na série e fui pesquisar. Parecia uma caricatura de mal gosto, mas é verdade:
"Na maioria dos Estados do país, adolescentes com mais de 12 anos podem ser submetidos aos mesmos procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de pena de morte ou prisão perpétua. O país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança."
Essa série serve bastante para mostrar os podres desse país. Tanto a primeira quanto a segunda temporada.
Há muito o que se falar e se discutir a respeito da série "O Mecanismo", cinematograficamente e politicamente.
Primeiramente, em termos audiovisuais, a trama segue o mesmo estilo narrativo dos trabalhos recentes dirigidos e produzidos por José Padilha, sobretudo Tropa de Elite e Narcos. Há como de costume a presença do irônico voice-over, que pela primeira vez soou mecânico e até inútil, principalmente porque não existia a presença de personagens marcantes e brilhantes como Capitão Nascimento, em Tropa de Elite, que cada linha de pensamento virou uma apoteose à época do lançamento do filme. A história em "O Mecanismo", como nas obras passadas, também é dinâmica e foca novamente em protagonistas policiais e suas causas subjetivas de justiça. De maneira geral, o texto é inferior, por motivos óbvios: não há um Bráulio Mantovani como havia em Tropa de Elite, muito menos uma equipe de roteiristas afiados como houve em Narcos.
Quanto aos aspectos mais simbólicos, não há como deixar de comparar novamente aos seus trabalhos anteriores. Enquanto em Tropa de Elite e Narcos havia uma iconoclastia intrínseca: nada escapava da dualidade do ser humano. Não haviam heróis que eram totalmente heróis, nem haviam vilões que eram totalmente vilões. Era um eterno yin-yang: pessoas que apenas faziam parte de um estrutura social, institucional, burocrática, de jogos políticos e várias facetas. Não é o que acontece em "O Mecanismo", que os protagonistas são figuras messiânicas, ressalvas as críticas mais contidas: o Juiz Federal que apenas peca pela sua vaidade; o Procurador Federal que passa por cima dos seus colegas, mas depois fica tudo bem; o Policial porra louca que continua nos bastidores, etc. Apesar disso, há pontos positivos também como na construção dos antagonistas do Doleiro e do Diretor da "PetroBrasil".
Por outro lado, as críticas aos políticos são carregadas por um ressentimento imaturo de Padilha, principalmente ao núcleo do "partido de esquerda", soando panfletário e caricatural. Além das distorções, como confundir o famoso áudio de um Senador por um dialogo de um ex-Presidente. há coisas absolutamente desnecessárias como os bastidores das campanhas presidenciais, as referências como o "japonês da federal" que se torna o "china", o "estocar vento" proferido pela "Dilma Roussef", "apartamento de coxinha" dito por "Lula", e até ao linguajar formal demais do "Temer", quando fala em "vicissitudes de vice". Esses elementos tornam a crítica mais escrachada, porém termina perdendo a fidedignidade narrativa, e deixando tudo muito artificial. No mais, foi uma escolha política limitar a crítica praticamente a essas figuras, ao invés de atacar de forma suprapartidária, porque "O Mecanismo" não é apenas suprapartidário, é sistêmico, é mundial. É jogo do poder e o dinheiro, como aponta o personagem do Doleiro ao falar contar a história do Chefão Brecht "Eu sempre estive aqui e continuarei aqui, você que é novo".
Não concordo com a crucificação política de Padilha, mas com a crítica dele enquanto autor. Todos tem seus motivos para falar e criticar de qualquer coisa, mas não acredito em narrativas que ainda ESTÃO LITERALMENTE ACONTECENDO, e ainda da forma distorcida e enviesada que foi posta. Poderíamos esperar pelo menos um 20 anos para contar a história da Lava-Jato, com a riqueza de detalhes que várias perspectivas trariam a uma trama mais elaborada. No entanto, tem gente que prefere contar agora. Sabe-se lá o porquê.
Ah, esse ano tem eleição e promete ser um um ano bem merda.
Nos poucos momentos de narrativa direta você percebe que David Lynch é capaz de fazer quantas histórias tradicionais quiser. No entanto, ele não deseja fazer nada habitual, mas sim ultrapassar todas as barreiras do audiovisual, inclusive superar até suas próprias criações do passado, como a Twin Peaks de 25 anos atrás.
Somos sequestrados pelos simbolismos oníricos de Lynch e instigados a assistir cada vez mais o seu universo misterioso.
God's Gift - 14 Days
4.5 16Onde se assiste. Torrent ou algum site?
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773Inferior que a primeira, obviamente, porque a antecedente é uma obra-prima. Mas essa temporada é muito injustiçada. Nic Pizzolatto tem muito a dizer, em tudo que ele faz.
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraSérie impecável com uma história impressionante. O resumo basicamente é: gay só se fode.
The Sinner (2ª Temporada)
3.6 352Que país bizarro e doente é o EUA. Um menino de 13 sendo julgado como adulto. Achei tão impressionante esse fato na série e fui pesquisar. Parecia uma caricatura de mal gosto, mas é verdade:
"Na maioria dos Estados do país, adolescentes com mais de 12 anos podem ser submetidos aos mesmos procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de pena de morte ou prisão perpétua. O país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança."
Essa série serve bastante para mostrar os podres desse país. Tanto a primeira quanto a segunda temporada.
The Deuce (1ª Temporada)
4.2 72Obra de arte.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Há muito o que se falar e se discutir a respeito da série "O Mecanismo", cinematograficamente e politicamente.
Primeiramente, em termos audiovisuais, a trama segue o mesmo estilo narrativo dos trabalhos recentes dirigidos e produzidos por José Padilha, sobretudo Tropa de Elite e Narcos. Há como de costume a presença do irônico voice-over, que pela primeira vez soou mecânico e até inútil, principalmente porque não existia a presença de personagens marcantes e brilhantes como Capitão Nascimento, em Tropa de Elite, que cada linha de pensamento virou uma apoteose à época do lançamento do filme. A história em "O Mecanismo", como nas obras passadas, também é dinâmica e foca novamente em protagonistas policiais e suas causas subjetivas de justiça. De maneira geral, o texto é inferior, por motivos óbvios: não há um Bráulio Mantovani como havia em Tropa de Elite, muito menos uma equipe de roteiristas afiados como houve em Narcos.
Quanto aos aspectos mais simbólicos, não há como deixar de comparar novamente aos seus trabalhos anteriores. Enquanto em Tropa de Elite e Narcos havia uma iconoclastia intrínseca: nada escapava da dualidade do ser humano. Não haviam heróis que eram totalmente heróis, nem haviam vilões que eram totalmente vilões. Era um eterno yin-yang: pessoas que apenas faziam parte de um estrutura social, institucional, burocrática, de jogos políticos e várias facetas. Não é o que acontece em "O Mecanismo", que os protagonistas são figuras messiânicas, ressalvas as críticas mais contidas: o Juiz Federal que apenas peca pela sua vaidade; o Procurador Federal que passa por cima dos seus colegas, mas depois fica tudo bem; o Policial porra louca que continua nos bastidores, etc. Apesar disso, há pontos positivos também como na construção dos antagonistas do Doleiro e do Diretor da "PetroBrasil".
Por outro lado, as críticas aos políticos são carregadas por um ressentimento imaturo de Padilha, principalmente ao núcleo do "partido de esquerda", soando panfletário e caricatural. Além das distorções, como confundir o famoso áudio de um Senador por um dialogo de um ex-Presidente. há coisas absolutamente desnecessárias como os bastidores das campanhas presidenciais, as referências como o "japonês da federal" que se torna o "china", o "estocar vento" proferido pela "Dilma Roussef", "apartamento de coxinha" dito por "Lula", e até ao linguajar formal demais do "Temer", quando fala em "vicissitudes de vice". Esses elementos tornam a crítica mais escrachada, porém termina perdendo a fidedignidade narrativa, e deixando tudo muito artificial. No mais, foi uma escolha política limitar a crítica praticamente a essas figuras, ao invés de atacar de forma suprapartidária, porque "O Mecanismo" não é apenas suprapartidário, é sistêmico, é mundial. É jogo do poder e o dinheiro, como aponta o personagem do Doleiro ao falar contar a história do Chefão Brecht "Eu sempre estive aqui e continuarei aqui, você que é novo".
Não concordo com a crucificação política de Padilha, mas com a crítica dele enquanto autor. Todos tem seus motivos para falar e criticar de qualquer coisa, mas não acredito em narrativas que ainda ESTÃO LITERALMENTE ACONTECENDO, e ainda da forma distorcida e enviesada que foi posta. Poderíamos esperar pelo menos um 20 anos para contar a história da Lava-Jato, com a riqueza de detalhes que várias perspectivas trariam a uma trama mais elaborada. No entanto, tem gente que prefere contar agora. Sabe-se lá o porquê.
Ah, esse ano tem eleição e promete ser um um ano bem merda.
Altered Carbon (1ª Temporada)
3.8 358 Assista AgoraMais uma decepção do universo cyberpunk. É uma pena. Esperando pelo Mute (2018) de Duncan Jones.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista Agoraobra de arte
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 622 Assista AgoraNos poucos momentos de narrativa direta você percebe que David Lynch é capaz de fazer quantas histórias tradicionais quiser. No entanto, ele não deseja fazer nada habitual, mas sim ultrapassar todas as barreiras do audiovisual, inclusive superar até suas próprias criações do passado, como a Twin Peaks de 25 anos atrás.
Somos sequestrados pelos simbolismos oníricos de Lynch e instigados a assistir cada vez mais o seu universo misterioso.
Medo da caixa de vidro
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 622 Assista Agoracontinuar bebendo café com Dale Cooper <3
Ergo Proxy
4.3 89Existencialismo explica.