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Últimas opiniões enviadas

  • Isabel Moraes

    O tema das viagens no tempo habita as mentes dos escritores de ficção científica há décadas, mas ainda divide os grandes físicos quanto a sua possibilidade real e conseqüências. O velho paradoxo: e se eu voltasse no tempo e impedisse que meus avós se conhecessem?
    Apesar de não ser esse o tema central de Continuum (falaremos deste mais adiante) uma viagem no tempo é essencial para seu enredo – oriunda da Vancouver de 2077, a Protetora Kiera volta para 2012 durante a tentativa de fuga de um grupo de terroristas condenados à morte. Mesmo com toda a frieza incutida nela pelo treinamento de Protetora, Kiera logo entra em desespero ao perceber o que aconteceu: ela é a única ali com conhecimento sobre o grupo terrorista e sanguinário Liber8, além de ter deixado para trás marido e um filho.
    O Liber8 quer acabar com as corporações que acreditam são a origem de uma grande parte dos problemas da sociedade e de quase todos os problemas do povo. E se em 2012 já tivemos o que reclamar com os estilhaços da crise, em 2077 eles parecem ter mais ainda: tudo é dominado por uma empresa chamada SadTech, que cria um sistema opressivo para quem vive nele e massacrante para os que ficam de fora.
    Os inimigos de Kiera, responsáveis pela morte de milhares de pessoas, são sagazes e bem coordenados, sob o comando de Kagame, um brilhante senhor de idade, e tendo como membros Sonya, uma médica que trabalha com alterações genéticas; Lucas Ingram, um gênio da Engenharia; Kellog cuja função todos desconhecem e finalmente Garza e Travis, dois soldados “perfeitos” com alterações genéticas que os fazem rir de metade dos batalhões “de elite” atuais.
    O único contato de Kiera é Alec Sadler, criador do sistema de chip que todos os Protetores têm e figura importante em 2077 – mas em 2012, ele malmente passa de um adolescente. Alec consegue colocar Kiera dentro do departamento de polícia e ela começa a trabalhar com o detetive Carlos Fonnegra contra a Liber8, tarefa muito mais complicada do que eles poderiam imaginar.
    Série canadense, Continuum não deixa nada a dever em termos de produção aos seus pares americanos – não é uma loucura de efeitos especiais estilo Terra Nova, mas não dá vontade de rir do fogo falso como em Jogos Voraezes. A série é, na verdade, muito bem sucedida em utilizar os famosos arquétipos, conseguindo construir em Kiera e nas mulheres da Liber8 personagens femininas bem longe dos estereótipos.
    A evolução das coisas é um pouco lenta: Continuum se torna quase um peridural (aqueles seriados estilo CSI ou House – um caso por episódio) quando vemos cada capítulo da série ser focado em um problema causado pela Liber8, sem perder o grande conflito de vista. Não vi muito problema nisso, porém – como uma trilha de migalhas de pão, cada um desses pequenos conflitos é necessário para que Kiera encontre seu caminho de volta para casa.
    Os personagens vão sendo mais e mais construídos com o passar dos episódios, graças a flashbacks coerentes e bem distribuídos – nada daquelas sessões gigantescas de informação, ou o truque do “membro novo”. Cada temporada (são duas até agora) possui dez episódios – uma quantidade razoável e adequada e assisti quase todos em menos de uma semana.
    Mas a melhor coisa sobre Continuum não são os personagens, o enredo ou os efeitos especiais: é o fato de que eu não soube por quem torcer. Ao mesmo tempo que ficava felicíssima quando Kiera (que apesar de meio fria consegue criar empatia no espectador) conseguia impedir algumas mortes pelas mãos Liber8, sei que a causa deles está correta e é justa. É a velha questão: os fins justificam os meios? Matar agora em atentados terroristas para evitar mortes e vidas oprimidas graças as corporações no futuro vale a pena? E a grande pergunta mesmo entre os membros da Liber8: dá para fazer uma revolução sem violência?
    A questão é complexa demais, e apesar de não ser apresentada de forma direta, é através das ações do grupo e seus resultados. Um grande monte de interrogações, que até mesmo aqueles com sede de mudança não conseguiram apagar.
    Com elementos tão interessantes e sem enrolação, o resultado não podia ser outro: Continuum é viciante. Ai das minhas unhas...
    Ei, gostou da resenha? Então passa lá no meu blog: distopicamente.blogspot.com

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  • Isabel Moraes

    Nós temos uma necessidade geral de classificar as coisas, de estereotipar tudo, de encaixar toda nossa vida em um molde. É completamente compreensível: tudo é tão difícil, então porque não simplificar as coisas?
    Pena que a vida não é tão simples assim.
    É engraçado que eu não consiga classificar Toda forma de amor nem falar com precisão do filme porque justamente isso o tema central do filme: a nossa falha ao querer saber tudo.
    Alguns meses depois da morte de sua esposa Hal “sai do armário”. Tudo parece ótimo: ele participa de grupos para direitos civis dos homossexuais, arruma um namorado e não enfrenta nenhuma resistência do único filho, Oliver. Pois é, uma parte das pessoas que assistiu Toda forma de amor meio que quebrou a cara aqui: o filme não é sobre a aceitação do filho a homossexualidade do pai. Oliver é bastante tranqüilo com isso – sua preocupação se resume a felicidade da mãe, agora questionada por ter sido casada durante décadas com um homem que não a desejava.
    Mas Hal logo descobre ter câncer no estágio quatro (não há estágio cinco) e, decepcionando outros tantos espectadores, Toda forma de amor não é um filme sobre a luta forte desse homem pela a sua vida, nem dele aproveitando seus últimos momentos: sabemos desde o início que o pai de Oliver está morto, quando ele encontra-se com Anna, uma moça pela qual o “solteirão” de trinta e tantos anos se apaixona.
    A mistura dessas histórias, contadas em forma de flashbacks, podem parecer algo extremamente piegas e emotivo, mas não é. Se Toda forma de amor fosse um livro eu diria que ele é um romance de formação, romance de formação sobre um homem (Oliver) que tem que lidar com diversas situações difíceis na vida – como todo mundo.
    No caminho, ele destrói algumas das premissas sobre si mesmo – aquelas frasezinhas feitas e suposições que inventamos na necessidade de nos entender. Não sou a maior fã do gênero romance pelo mesmo estar demais infiltrado nos livros que leio, mas consegui não rolar os olhos uma vez sequer em Toda forma de amor – um bom sinal de falta de pieguice.
    Enfim, Oliver tem um olhar fantástico sobre tudo, e sendo ele o narrador, é tal olhar que nos acompanha. Geralmente minhas resenhas tem o dobro desse tamanho, mas não há mais nada que eu possa falar sobre Toda forma de amor além de um ASSISTAM bem grande.
    Ah, deixem me corrigir a afirmação acima: ainda bem que a vida não é tão simples assim. Ainda bem.
    Gostou do post? Então acesse meu blog http://distopicamente.blogspot.com.br/

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  • Isabel Moraes

    Acabei de chegar do cinema onde assisti com minha irmã Universidade de Monstros, a prequel para o muito famoso Monstros S/A. Adoro assistir animações no cinema por um motivo: o clima em geral é tão feliz (e/ou emocionante) que não consigo me incomodar muito com os freqüentadores extremamente mal-educados, que acham que conversar, atender ao telefone (“to no cinema, cara!!”) ou narrar a história (“aposto que agora ele vai abrir a porta! Abriu! Não disse?”, “Olha o zumbi ali! Não, faz silêncio, idiota!”) sejam boas idéias.
    Mas seja em casa ou seja no multiplex local, uma coisa é mais do que certa: as animações que assisti recentemente (sobretudo as da Pixar) tem me deixado com uma sensação incrível de vazio.
    Sim, vazio. Assim como na literatura infanto-juvenil, os desenhos animados (feitos, supostamente, para crianças) são algumas das obras de ficção que mais admiro. Como é possível colocar coisas e ideias tão complexas em algo que até mesmo alguém nas fases mais primárias do desenvolvimento consegue entender? E mais: sem subestimá-los, explicando tim tim por tim tim?
    Segundo o cineasta dos brilhantes Wall-E e Toy Story nessa palestra que nunca me canso de assistir, o segredo para uma boa história está no princípio mais básico da humanidade: a empatia. Faça com que eu me importe com os personagens – mesmo se for para torcer que ele quebre a cara – e kaboom! Temos uma história de sucesso quase garantido. Cinquenta tons de cinza não vendeu por causa de Christian Grey ou por tratar de um tema “tabu”, e sim porque Anastasia Steele é tão genérica que qualquer leitora destreinada se identificaria com a moça. Eu não sou você, mas poderia ser. Já me senti desajeitada/deslocada/tanto faz um dia também.
    Não digo que não liguei para os rumos de Sullivan ou Mike em Universidade de Monstros – até porque nós temos um passado juntos que me impediria de tal heresia – mas não houve aquela magia, aquela ligação, aquele desespero que me fez, anteriormente, querer entrar na telinha e resolver as coisas para os que estavam lá dentro. A fórmula usada foi a mesma, a qualidade “técnica” só melhorou, mas não adianta. Não há o respeito ao princípio de Walt Disney de uma lágrima a cada gargalhada.
    O enredo de Universidade de Monstros é, como esperado, razoavelmente simples: regredimos alguns anos no tempo para ver Mike, o “olho verde”, entrando na Universidade de Monstros, uma muito respeitada instituição de ensino. Assim como o enorme e até então desconhecido Sullivan, Mike se matricula no curso de Sustos, enfrentando uma enorme descrença de todos (inclusive da assustadora coordenadora do curso) por não ser “assustador o suficiente”.
    Mike se esforça e é o aluno mais aplicado (talvez de toda a Universidade) mas não consegue ser o suficiente. O mesmo acontece com Sullivan, mas por um motivo diferente: sua aparência e histórico familiar (o seu pai é um Assutador bem famoso) ele não vê a necessidade de se esforçar em suas matérias. Os dois são logos expulsos do curso, e se vêem presos entre duas opções: ou continuar na muito entediante carreira de Engenharia de Cilindros ou se unir a um grupo de doces “desajeitados” de uma Fraternidade e ganhar uma competição de sustos, provando assim a coordenadora que a expulsão dos dois foi um erro.
    Sim, o enredo não é inovador – mas se você pensar bem, nem mesmo o do maravilhoso Wall-E ou do emocionante Up! Altas aventuras é. Sim, eu dei risada e chorei um pouco, além de adorar como os desafios foram espaçados ao longo do filme, mas faltou aquela coisa inominável, que separa o bom do fantástico. O mesmo que faltou em Valente, o mesmo que parece faltar em todo filme da Pixar nos últimos tempos. Onde está aquela sensação de maravilhamento que era garantida assim que eu colocava o pé no cinema?
    Pixar, seus verdadeiros monstrinhos são seus espectadores – exigentes como um chef francês, querem uma sensação de dejá-vu ao entrar no cinema. Sensação que, infelizmente, não está vindo mais.
    Gostou da resenha? Então não deixe de passar no meu blog distopicamente.blogspot.com pra saber das novidades!

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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