Revisitando um filme que uma vez já fui obcecada, percebo que O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um filme bom, mas que já foi muito supervalorizado por mim. É um filme bom que tem uma linguagem muito lúdica e estilizada que encanta o espectador, e esse não percebe que está sendo "enrolado" pela história. O filme não entrega de maneira fácil o tão final feliz de conto de fadas que o espectador espera e tem certeza. No meio da trama entre Amélie (Audrey Tautou) e Nino (Mathieu Kassovitz), o filme dá voltas tão sublimes que o espectador, anestesiado pelo clima altamente lírico que beira o sedativo, nem se dá conta. Um filme cômico que acompanha uma infância que permanece na vida adulta de Amélie Poulain, uma sonhadora nata que não é infantil. Como no filme, penso que todos nós temos uma criança dentro de nós. A da Amélie permanece viva e ativa. Gosto muito, talvez não tanto como antes, mas ainda gosto.
Um filme altamente brasileiro. incrível. Segunda vez que assisto e quanto mais vejo, mais me apaixono por tudo que esse filme representa: nacionalidade, resistência, orgulho. Enfim, um filme singular. Bacurau é um filme que vezes é distante, muito reflexivo sobre a realidade de um Brasil ríspido e esquecido pelas grandes metrópoles, vezes irônico com um tom ácido. O filme acompanha uma personagem que, conforme a história se apresenta, desaparece ao passo que o filme mostra as tantas tramas e situações muito bem apresentadas na tela. No final, a principal história/ideia tem um começo, meio e fim. Outras tramas não tem muita explicação, porém somente enriquece a obra. Uma grande declaração ao resistente povo nordestino, ao débil orgulho de algumas regiões do Brasil sobre as outras, aos políticos vigaristas que permitem que estrangeiros explorem e manchem o solo brasileiro de sangue e a importância da história fresca na memória de nós brasileiros. Um filme que escancara as feridas e sua possível cura. Ótimos personagens, ótima trama principal. Enfim, um filme muito bom.
Apesar de eu entender o motivo de ser considerado uma "obra prima", não só dos filmes de Hitchcock mas do cinema mundial, Vertigo (1958) não me encheu os olhos, talvez por conta de seu pacing arrastado e lento e uso incansável da trilha sonora. Achei que poderia ter poupado as cenas longas que serviriam para mostrar a relação inicial entre Ferguson (James Stewart) e Madeleine (Kim Novak), mas mesmo após "a grande reviravolta" (que acontece no meio do filme) o ritmo continua lento, atrapalhando a trama. Porém, isso não quer dizer que o filme em si é ruim, ou que o achei assim. Consigo reconhecer que o filme é bom, considerado um dos mais experimentais do diretor (ao lado de Rope (1948), um favorito meu). No começo, o diretor meio que dá uma "pegadinha" ao público que pensa que vai lidar com uma trama sobrenatural, mas ao longo do longa se percebe que nem tudo é o que parece ser. Uma ressalta para a icônica cena psicodélica de uma espécie de "ataque de nervos" ou "pesadelo" do personagem do James Stewart, e para o final do filme coberto de suspense. O filme é bom, sim, porém não gostei.
A Viagem de Chihiro é um filme de animação lindo demais. A sua estética típica do Studio Ghibli (Ponyo, Meu Amigo Totoro) dá um charme a mais. A história é envolvente e, apesar de um pouco nonsense, consegue atrair crianças e adultos para o enredo. Para ser sincera, eu não entendi muita coisa do filme. Só posso dizer que gostei.
O filme é uma grande recordação e homenagem para a comunidade negra e a sociedade em geral. O momento de lançamento do filme na plataforma foi bastante pertinente. Na época, os protestos sobre a morte de George Floyd - um homem negro vítima de brutalidade policial - ainda estavam com bastante força no Estados Unidos. O filme é um grande "in memoriam" de personagens e movimentos históricos sobre a luta de igualdade racial. Spike Lee utiliza a montagem de uma forma para denunciar as mazelas e enaltecer as figuras de resistência. A história do filme em si não achei tão forte. O roteiro é meio confuso, parado... Não me conquistou muito. Fotografia muito bonita. Nos flashbacks, por se remeter a guerra do Vietnã, a estética se revela igual as dos filmes oitentistas de ação como Platoon e Apocalypse Now.
Certamente uma experiência indescritível. Bom, eu já tinha visto até então um filme de Gaspar Noé, o perturbador Sozinho Contra Todos. Estava apreensiva em ver Clímax, pois não sabia o que estava me esperando. Foi chocante mas, de um jeito bom. O trabalho de imagem e som é muito bom. As luzes psicodélicas no filme dão todo ar de submundo, ou então "inferninho". A trilha sonora mantém o espectador vidrado na tela junto com os acontecimentos bizarros que surgem. Junto com o trabalho de câmera incrível, você se sente completamente desnorteado igual aos personagens do longa. Você se sente preso, sedado, apreensivo e sem saber o que pode acontecer nos próximos segundos. Gaspar Noé sabe muito prender nossa atenção desde a tela inicial. O mais interessante nesse filme é que os créditos estão inseridos no meio do filme, uma forma de iniciar o espectador a grade de eventos que vão de mal a pior e deixar o final do filme seco e "indecifrável". Nada como tragédias ocorridas por uma sangria batizada que fez com que dançarinos libertassem seus demônios mais internos em uma única noite. Adorei. Irei vê-lo novamente.
Following é o primeiro longa-metragem do diretor Christopher Nolan. O visual, apesar de bastante simplista por conta de um orçamento bastante limitado, acaba tendo seu charme próprio. A história é bem interessante. Logo no seu primeiro longa é notável artifícios narrativos que acompanham seus filmes até hoje: A manipulação da ordem de eventos. Durante o filme, senti uma certa simpatia pelo personagem principal. Alguém que por pura curiosidade acaba seguindo pessoas para tentar, numa fração momentânea fora de contexto, descobrir o que a pessoa faz ou é (afinal, não é o que todos nós fazemos quando vemos um filme?). Diria que o filme todo tem seu charme próprio. Um tom voyeurístico. Nos momentos finais existe um plot-twist que é imprevisível. Não amei mas, achei interessante. Uma coisa interessante é que, em uma das portas de apartamento há um adesivo do Batman. Somente anos depois Nolan iria dirigir o primeiro filme da trilogia Batman.
Eu acho que é um dos melhores filmes de game, que na verdade é uma adaptação de um livro.
Com uma história bacana baseada em easter eggs, Jogador Nº 1 consegue atender as expectativas do público gamer e do público que quer somente quer curtir um filme, mas sempre com aquela referência que todo mundo saca. Achei um filme muito bem feito, com efeitos visuais muito bons (a parte que eles acabam entrando no O Iluminado é foda) e uma história boa. Muito legal.
O primeiro filme de Bergman que vejo. Experiência indescritível.
Eu fiquei chocada que o filme é de 1966. A fluidez que Bergman conta a história com certos movimentos de câmera, o uso da trilha sonora e montagem, realmente proporciona ao espectador uma alta imersão na relação da Elisabeth e Alma. que gradativamente vai se construindo. A utilização da linguagem foi além do tempo. Neste filme é usado técnicas de contar histórias que somente décadas depois acabou virando algo comum no cinema.
É indiscutível a influência que Ingmar Bergman teve nos atuais diretores, e agora entendi o porquê. Enquanto eu via o filme, me veio na mente o filme The Lighthouse (2019) do Robert Eggers e como esse filme teve como Persona uma grande fonte de inspiração.
A construção de personagem é incrível. As duas atrizes (Liv Ullman/Bibi Andersson) estão maravilhosas! A história te mantém preso do começo ao fim. Uma obra certamente enigmática, mas muito reveladora também. Ah, que filme!
A forma que os eventos acontecem em Festen é formidável. O diretor em momento algum subestima a inteligência do público ou tenta (explicitamente) manipular o mesmo com uso de trilhas sonoras dramáticas ou algo do tipo. Esse filme é seco, e esta não é uma característica ruim. Até porque em problemas familiares não temos o luxo de takes glamurosos ou entradas triunfais. O Dogma 95 começou com uma grande obra que, sem sombra de dúvidas, revolucionou a forma de produzir e de consumir cinema.
Um trash dos anos 80 que foi "traduzido" para a linguagem de 2020.
Neste filme, é notável a inspiração de filmes de terror oitentistas, e isso é foda, mas o problema foi justamente algumas escolhas de roteiro. Eu nunca li nenhum conto de H.P Lovecraft para dizer se foi bem adaptado ou não, mas posso dizer que certas coisas não caíram bem por se tratar de cinema. Por exemplo: se no livro fala de uma cor que nunca havíamos visto antes, realçando o suspense cósmico, o aspecto imaginativo é muito bem usado porque a visão não é um sentido essencial para ler livros. Quando isso é adaptado para o cinema, acaba sendo uma situação mais complicada, pois a visão é importante quando vemos um filme. Culmina então que a cor escolhida para sintetizar o clima espacial foi... Magenta. Algo que é ok, mas que quando é salientado pelo próprio filme a estranheza de descrever a cor, o público só vê magenta. Outra coisa que me irritou no filme foi a narrativa. Ela só foi salva pelas bizarrices que acontecem no filme, porque se não fosse por elas, o filme seria chato por conta da forma que a narrativa decide contar a corrente de eventos.
Para falar a verdade, a "ilustrosíssima" atuação de Nicolas Cage foi um ponto alto. Isso não quer dizer que foi boa, quer dizer que a atuação exagerada de Cage serviu para salientar o aspecto de produção de baixo custo. Outra ressalva vai para os efeitos práticos que estão muito bons. Diferente de algumas cenas feitas com CGI.
É um filme mediano salvo pelos efeitos práticos e a história bizarra.
"Lady Bird: A Hora de Voar" foi um filme que me surpreendeu de certa forma. Me surpreendi quando me deparei com um filme que se apresentou como um filme "adolescente", mas que tocou em temas que não necessariamente se restringem ao pessoal dessa faixa etária. Temas como: amadurecimento, amizades, relações, sentimentos.
Existe, no filme, detalhes sutis que enriquecem a história e a personagem principal. O filme não tem um tom muito sério e nem muito bobo demais. Ora é engraçado com piadas que criticam algo, ora tem momentos que te faz chorar por conta da relação de Christine e sua mãe. O longa, certamente, deixa você com uma sensação de nostalgia de algo que nunca viveu, ou então, uma vontade de viver uma vida adolescente agitada (eu acho que, na verdade esse é o efeito que os filmes americanos direcionados ao público jovem tem na gente. haha).
Enfim, é um bom filme. Com frases memoráveis e uma boa fotografia. Vale a pena dar uma olhada, sim.
O único filme que me embrulhou o estômago até agora.
Nesse filme, a gente mergulha no caráter vil, pútrido e obscuro do personagem principal, e como isso acaba afetando seu ambiente de convívio, suas ações futuras e o tipo de pessoas que acaba atraindo para sua vida. Um homem com uma vida arruinada. Com uma mulher que não ama, que o chantageia financeiramente e por estar carregando um bebê. Teve uma infância difícil. Não conheceu seus pais. Sua filha de outro relacionamento acabou tendo o mesmo destino. E Quando, finalmente, há contato com uma figura imaculada. Sua primeira ação é de corromper e destruir a inocência e a esperança que ainda resta nesta situação toda. Mostrando que, aparentemente, não há jeito. Sua vida toda foi um erro completo. Seus pensamentos questionam frequentemente a vida e seu significado, os poderes, a justiça, a moral, etc. Seus desejos mais íntimos são sanguinários, rancorosos, odiosos e infestados por um amor doentio por sua filha. Amor esse tão subvertido, que mistura a ágape com o eros. Uma história, certamente, perturbadora. Mais perturbadora ainda por não ser irreal.
Um bom estudo da mente de um personagem degenerado? -Sim. Foi uma boa experiência? -Certamente que não.
Um filme com alto teor existencialista/absurdista. Críticas ácidas e ferrenhas à moral. Realmente admiro a ousadia do Gaspar Noé por ter escrito e dirigido algo assim, tão complicado.
Se você quer ser chocado: nota 4 Se você quer continuar são: nota 0,5
Um filme lindo e tocante. Com certeza, A Garota Ideal é um filme bem equilibrado. Nem muito emotivo chegando ao ponto da pieguice, nem direcionado a um tom de comédia pastelão. Perfeito equilíbrio. A forma que exploraram o Lars e sua família foi muito boa. Ryan Gosling atua bem nesse filme com um papel difícil de conduzir. Um filme que me marcou pelo seu tema difícil e tom sóbrio. Gostei. Recomendo muito.
Quando fui ver este filme, entrei com as expectativas altas. Confesso que isso afetou um pouco minhas considerações finais.
Apenas Deus Perdoa é um filme lindo visualmente, com estética impecável e ótima fotografia, infelizmente não é isso que salva um filme todo. A história é de vingança e é um bom plot, mas o ritmo mais lento não valorizou todo o contexto. Tem umas sacadas sutis de relações familiares que você pega se prestar atenção. O desafio é você não ficar entediado até chegar lá!
Sinto que o filme até promete, mas acaba não entregando muita coisa. Sobre a violência gráfica, sinceramente acredito que não foi um problema em si. Só o ritmo do filme que ficou lento demais, mesmo.
Enfim, se você está em dúvida em qual filme gostaria de ver e OGF está na sua lista, é melhor você dar o lugar dele para Drive. Um filme do mesmo diretor com o mesmo ator que também tem uma boa estética e é um longa com uma história bem mais trabalhada.
Me enganei colocando um filme do Lars Von Trier pensando que eu não iria ser incomodada ou desafiada a pensar no tema do filme... Que enganação!
Os Idiotas é um filme que superou as minhas expectativas. Eu idealizava um filme cheio de nudez e momentos inconvenientes do tipo de você se esgueirar na cadeira de vergonha. Bom, o filme pode até ter essas coisas, mas é certamente mais que isso. Me lembro que quando dei play no filme -eu até então não tinha lido a sinopse ou algo do tipo.- me deparei com a primeira cena e me senti incomodada e mal por aquela situação um pouco estranha. Mas, conforme o filme foi decorrendo me senti imersa na aquele grupo de amigos e, principalmente, na personagem da Karen. Talvez durante o filme você às vezes pode até se irritar com ela, pensando que ela é sem sal ou "rasa". Minha dica é simplesmente esperar até o final. Acredite em mim, vale a pena. Conforme o longa vai rolando, a gente cria mais conectividade com o grupo pois vai mostrando aos poucos seus problemas pessoais. Também fica mais claro como cada um se trata ali no grupo e quais são suas relações. A questão da "paranoia" eu não entendi muito bem. Não entendi se era de fato "atuação" dos personagens ou um fenômeno psicológico. Ou então, vai que há uma alegoria que não peguei... Certamente, não é um filme que merece ser visto só uma vez. O fato dos personagens fazerem isso para desconcertar a classe média mostra o tipo de reflexão que esse filme propõe.
Filme bom, que não é fácil de ver e que se abre para reflexões.Gostei. Se você é um pouco sensível com tópicos como: transtornos mentais, nudez, idiotices. Não veja. :)
Um soco na boca do estômago. Um filme para refletir, para aprender como o ódio se constrói a partir de experiências, para analisar nossa atual sociedade e a realidade americana... Enfim, um filme para "tentar" entender como as pessoas são capazes de direcionar uma certa necessidade de aprovação e canalizar isso de uma maneira extremamente virulenta e odiosa (nesse exato caso é o racismo). Com atuações incríveis e linda fotografia, American History X mostra que o racismo é ensinado e não algo que se "ganha" ao momento do nascimento. Se foi ensinado, é porque pode ser também desensinado. É um filme policial que mostra como o submundo das gangues racistas funciona nos E.U.A. (existe também até referência de gangues reais no filme) e como os membros procuram aprovação de certos integrantes considerados superiores. Mas, acima de tudo é, sem dúvida alguma, um drama. Eu particularmente sempre tive um certo preconceito com dramas. E confesso que me senti tão conectada com os personagens, que, em certos momentos cheguei a chorar. Para aqueles que insistem ter esse chilique e pensam que dramas são filmes sem substância, Frank Capra uma vez disse: "Achava que drama era quando os atores choravam. Drama é quando a plateia chora." Eu acho que o filme se encaixa exatamente nesse Gênero. Um longa bem editado e filmado. Existem algumas "sacadas" de edição: Quando acontece um momento crucial na história, a imagem fica em slow-motion. Há também a sacada da separação do passado para o presente. O passado é em P&B, indicando onde na linha do tempo aquilo se situa e também mostra o binarismo do pensamento de Derek e seu irmão. Preto e branco, tudo era relacionado de forma racial. O presente é em cores, mostrando que tudo agora estava ampliado e que não é preciso segregação. Também dá um ar de esperança para o futuro da família.
Com certeza um filme foda, que muitos jovens (e velhos também) deveriam ver.
Bom, como dizem que para fazer um bom texto você precisa citar alguma frase célebre, aqui vai a minha...
Como Dead Kennedys já dizia: "NAZI PUNKS F*** OFF!"
Uma boa descrição desse filme seria: incômodo. O filme te proporciona esse sentimento de várias formas sutis: pela trilha sonora de acordes dissonantes, pelos sons da comida sendo mastigada e pelos enquadramentos sufocantes. Este é um filme que também te incomoda pelo tema e com o que acontece ao decorrer do longa. Certamente, o tema do filme não é sobre um experimento que deixa as pessoas famintas a ponto de cometer loucuras. Eu entendi que o filme é sobre como os diversos níveis sociais e o egoísmo impedem que as coisas mais básicas (como comida) não consigam chegar ao nível mais baixo, fazendo com que os desfavorecidos recorram à métodos não tão convencionais (e violentos) para sobreviver. Algo que não é tão incomum de ver na realidade em que vivemos, mas que, aparentemente fechamos os olhos. Outra coisa interessante foi como mostraram os métodos que alguns acharam dentro do filme para "recompensar" essa desigualdade. Métodos esses que mostram de forma crua como o ser humano comporta diante da sobrevivência e como ele responde para manter a ordem (ou não) em meio ao caos. Em suma, El Hoyo é um bom filme, com boas atuações e um tema/crítica a sociedade que já é bastante comum na arte. O filme em si não inova, tem alguns diálogos expositivos, mas não é ruim. Afinal, o que é mais uma crítica para uma sociedade que parece não ouvir? Esse filme entretém e é bastante imersivo. Você se sente altamente mergulhado naquele inferno junto com o protagonista. Vale a pena dar uma olhada.
Primavera Para Hitler é um filme que, mesmo com certas piadas que "envelheceram" mal, consegue arrancar algumas risadas com o uso de gags visuais e frases memoráveis. Um filme que, certamente, te faz rir de momentos incômodos ou caricaturais. Como por exemplo, do número musical da peça nazista. É um filme sucinto, divertido e bobo (às vezes até nonsense) de assistir. Recomendado para aquelas pessoas que gostariam de ver algo para passar a madrugada.
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O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraRevisitando um filme que uma vez já fui obcecada, percebo que O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um filme bom, mas que já foi muito supervalorizado por mim. É um filme bom que tem uma linguagem muito lúdica e estilizada que encanta o espectador, e esse não percebe que está sendo "enrolado" pela história. O filme não entrega de maneira fácil o tão final feliz de conto de fadas que o espectador espera e tem certeza. No meio da trama entre Amélie (Audrey Tautou) e Nino (Mathieu Kassovitz), o filme dá voltas tão sublimes que o espectador, anestesiado pelo clima altamente lírico que beira o sedativo, nem se dá conta. Um filme cômico que acompanha uma infância que permanece na vida adulta de Amélie Poulain, uma sonhadora nata que não é infantil. Como no filme, penso que todos nós temos uma criança dentro de nós. A da Amélie permanece viva e ativa. Gosto muito, talvez não tanto como antes, mas ainda gosto.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraUm filme altamente brasileiro. incrível. Segunda vez que assisto e quanto mais vejo, mais me apaixono por tudo que esse filme representa: nacionalidade, resistência, orgulho. Enfim, um filme singular. Bacurau é um filme que vezes é distante, muito reflexivo sobre a realidade de um Brasil ríspido e esquecido pelas grandes metrópoles, vezes irônico com um tom ácido. O filme acompanha uma personagem que, conforme a história se apresenta, desaparece ao passo que o filme mostra as tantas tramas e situações muito bem apresentadas na tela. No final, a principal história/ideia tem um começo, meio e fim. Outras tramas não tem muita explicação, porém somente enriquece a obra. Uma grande declaração ao resistente povo nordestino, ao débil orgulho de algumas regiões do Brasil sobre as outras, aos políticos vigaristas que permitem que estrangeiros explorem e manchem o solo brasileiro de sangue e a importância da história fresca na memória de nós brasileiros. Um filme que escancara as feridas e sua possível cura. Ótimos personagens, ótima trama principal. Enfim, um filme muito bom.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraApesar de eu entender o motivo de ser considerado uma "obra prima", não só dos filmes de Hitchcock mas do cinema mundial, Vertigo (1958) não me encheu os olhos, talvez por conta de seu pacing arrastado e lento e uso incansável da trilha sonora. Achei que poderia ter poupado as cenas longas que serviriam para mostrar a relação inicial entre Ferguson (James Stewart) e Madeleine (Kim Novak), mas mesmo após "a grande reviravolta" (que acontece no meio do filme) o ritmo continua lento, atrapalhando a trama. Porém, isso não quer dizer que o filme em si é ruim, ou que o achei assim. Consigo reconhecer que o filme é bom, considerado um dos mais experimentais do diretor (ao lado de Rope (1948), um favorito meu). No começo, o diretor meio que dá uma "pegadinha" ao público que pensa que vai lidar com uma trama sobrenatural, mas ao longo do longa se percebe que nem tudo é o que parece ser. Uma ressalta para a icônica cena psicodélica de uma espécie de "ataque de nervos" ou "pesadelo" do personagem do James Stewart, e para o final do filme coberto de suspense. O filme é bom, sim, porém não gostei.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraA Viagem de Chihiro é um filme de animação lindo demais. A sua estética típica do Studio Ghibli (Ponyo, Meu Amigo Totoro) dá um charme a mais. A história é envolvente e, apesar de um pouco nonsense, consegue atrair crianças e adultos para o enredo. Para ser sincera, eu não entendi muita coisa do filme. Só posso dizer que gostei.
Destacamento Blood
3.8 448 Assista AgoraO filme é uma grande recordação e homenagem para a comunidade negra e a sociedade em geral. O momento de lançamento do filme na plataforma foi bastante pertinente. Na época, os protestos sobre a morte de George Floyd - um homem negro vítima de brutalidade policial - ainda estavam com bastante força no Estados Unidos. O filme é um grande "in memoriam" de personagens e movimentos históricos sobre a luta de igualdade racial. Spike Lee utiliza a montagem de uma forma para denunciar as mazelas e enaltecer as figuras de resistência. A história do filme em si não achei tão forte. O roteiro é meio confuso, parado... Não me conquistou muito. Fotografia muito bonita. Nos flashbacks, por se remeter a guerra do Vietnã, a estética se revela igual as dos filmes oitentistas de ação como Platoon e Apocalypse Now.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraCertamente uma experiência indescritível.
Bom, eu já tinha visto até então um filme de Gaspar Noé, o perturbador Sozinho Contra Todos. Estava apreensiva em ver Clímax, pois não sabia o que estava me esperando. Foi chocante mas, de um jeito bom. O trabalho de imagem e som é muito bom. As luzes psicodélicas no filme dão todo ar de submundo, ou então "inferninho". A trilha sonora mantém o espectador vidrado na tela junto com os acontecimentos bizarros que surgem. Junto com o trabalho de câmera incrível, você se sente completamente desnorteado igual aos personagens do longa. Você se sente preso, sedado, apreensivo e sem saber o que pode acontecer nos próximos segundos. Gaspar Noé sabe muito prender nossa atenção desde a tela inicial. O mais interessante nesse filme é que os créditos estão inseridos no meio do filme, uma forma de iniciar o espectador a grade de eventos que vão de mal a pior e deixar o final do filme seco e "indecifrável". Nada como tragédias ocorridas por uma sangria batizada que fez com que dançarinos libertassem seus demônios mais internos em uma única noite. Adorei. Irei vê-lo novamente.
Following
4.0 302 Assista AgoraFollowing é o primeiro longa-metragem do diretor Christopher Nolan. O visual, apesar de bastante simplista por conta de um orçamento bastante limitado, acaba tendo seu charme próprio. A história é bem interessante. Logo no seu primeiro longa é notável artifícios narrativos que acompanham seus filmes até hoje: A manipulação da ordem de eventos. Durante o filme, senti uma certa simpatia pelo personagem principal. Alguém que por pura curiosidade acaba seguindo pessoas para tentar, numa fração momentânea fora de contexto, descobrir o que a pessoa faz ou é (afinal, não é o que todos nós fazemos quando vemos um filme?). Diria que o filme todo tem seu charme próprio. Um tom voyeurístico. Nos momentos finais existe um plot-twist que é imprevisível. Não amei mas, achei interessante.
Uma coisa interessante é que, em uma das portas de apartamento há um adesivo do Batman. Somente anos depois Nolan iria dirigir o primeiro filme da trilogia Batman.
Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraEu acho que é um dos melhores filmes de game, que na verdade é uma adaptação de um livro.
Com uma história bacana baseada em easter eggs, Jogador Nº 1 consegue atender as expectativas do público gamer e do público que quer somente quer curtir um filme, mas sempre com aquela referência que todo mundo saca. Achei um filme muito bem feito, com efeitos visuais muito bons (a parte que eles acabam entrando no O Iluminado é foda) e uma história boa. Muito legal.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraO primeiro filme de Bergman que vejo. Experiência indescritível.
Eu fiquei chocada que o filme é de 1966. A fluidez que Bergman conta a história com certos movimentos de câmera, o uso da trilha sonora e montagem, realmente proporciona ao espectador uma alta imersão na relação da Elisabeth e Alma. que gradativamente vai se construindo. A utilização da linguagem foi além do tempo. Neste filme é usado técnicas de contar histórias que somente décadas depois acabou virando algo comum no cinema.
É indiscutível a influência que Ingmar Bergman teve nos atuais diretores, e agora entendi o porquê. Enquanto eu via o filme, me veio na mente o filme The Lighthouse (2019) do Robert Eggers e como esse filme teve como Persona uma grande fonte de inspiração.
A construção de personagem é incrível. As duas atrizes (Liv Ullman/Bibi Andersson) estão maravilhosas! A história te mantém preso do começo ao fim. Uma obra certamente enigmática, mas muito reveladora também. Ah, que filme!
Festa de Família
4.2 396 Assista AgoraNada como uma festa saudável em família!
A forma que os eventos acontecem em Festen é formidável. O diretor em momento algum subestima a inteligência do público ou tenta (explicitamente) manipular o mesmo com uso de trilhas sonoras dramáticas ou algo do tipo. Esse filme é seco, e esta não é uma característica ruim. Até porque em problemas familiares não temos o luxo de takes glamurosos ou entradas triunfais. O Dogma 95 começou com uma grande obra que, sem sombra de dúvidas, revolucionou a forma de produzir e de consumir cinema.
Excelente.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 348Um trash dos anos 80 que foi "traduzido" para a linguagem de 2020.
Neste filme, é notável a inspiração de filmes de terror oitentistas, e isso é foda, mas o problema foi justamente algumas escolhas de roteiro. Eu nunca li nenhum conto de H.P Lovecraft para dizer se foi bem adaptado ou não, mas posso dizer que certas coisas não caíram bem por se tratar de cinema. Por exemplo: se no livro fala de uma cor que nunca havíamos visto antes, realçando o suspense cósmico, o aspecto imaginativo é muito bem usado porque a visão não é um sentido essencial para ler livros. Quando isso é adaptado para o cinema, acaba sendo uma situação mais complicada, pois a visão é importante quando vemos um filme. Culmina então que a cor escolhida para sintetizar o clima espacial foi... Magenta. Algo que é ok, mas que quando é salientado pelo próprio filme a estranheza de descrever a cor, o público só vê magenta. Outra coisa que me irritou no filme foi a narrativa. Ela só foi salva pelas bizarrices que acontecem no filme, porque se não fosse por elas, o filme seria chato por conta da forma que a narrativa decide contar a corrente de eventos.
Para falar a verdade, a "ilustrosíssima" atuação de Nicolas Cage foi um ponto alto. Isso não quer dizer que foi boa, quer dizer que a atuação exagerada de Cage serviu para salientar o aspecto de produção de baixo custo. Outra ressalva vai para os efeitos práticos que estão muito bons. Diferente de algumas cenas feitas com CGI.
É um filme mediano salvo pelos efeitos práticos e a história bizarra.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista Agora"Lady Bird: A Hora de Voar" foi um filme que me surpreendeu de certa forma. Me surpreendi quando me deparei com um filme que se apresentou como um filme "adolescente", mas que tocou em temas que não necessariamente se restringem ao pessoal dessa faixa etária. Temas como: amadurecimento, amizades, relações, sentimentos.
Existe, no filme, detalhes sutis que enriquecem a história e a personagem principal. O filme não tem um tom muito sério e nem muito bobo demais. Ora é engraçado com piadas que criticam algo, ora tem momentos que te faz chorar por conta da relação de Christine e sua mãe. O longa, certamente, deixa você com uma sensação de nostalgia de algo que nunca viveu, ou então, uma vontade de viver uma vida adolescente agitada (eu acho que, na verdade esse é o efeito que os filmes americanos direcionados ao público jovem tem na gente. haha).
Enfim, é um bom filme. Com frases memoráveis e uma boa fotografia. Vale a pena dar uma olhada, sim.
Sozinho Contra Todos
4.0 313O único filme que me embrulhou o estômago até agora.
Nesse filme, a gente mergulha no caráter vil, pútrido e obscuro do personagem principal, e como isso acaba afetando seu ambiente de convívio, suas ações futuras e o tipo de pessoas que acaba atraindo para sua vida. Um homem com uma vida arruinada. Com uma mulher que não ama, que o chantageia financeiramente e por estar carregando um bebê. Teve uma infância difícil. Não conheceu seus pais. Sua filha de outro relacionamento acabou tendo o mesmo destino. E Quando, finalmente, há contato com uma figura imaculada. Sua primeira ação é de corromper e destruir a inocência e a esperança que ainda resta nesta situação toda. Mostrando que, aparentemente, não há jeito. Sua vida toda foi um erro completo. Seus pensamentos questionam frequentemente a vida e seu significado, os poderes, a justiça, a moral, etc. Seus desejos mais íntimos são sanguinários, rancorosos, odiosos e infestados por um amor doentio por sua filha. Amor esse tão subvertido, que mistura a ágape com o eros. Uma história, certamente, perturbadora. Mais perturbadora ainda por não ser irreal.
Um bom estudo da mente de um personagem degenerado?
-Sim.
Foi uma boa experiência?
-Certamente que não.
Um filme com alto teor existencialista/absurdista. Críticas ácidas e ferrenhas à moral. Realmente admiro a ousadia do Gaspar Noé por ter escrito e dirigido algo assim, tão complicado.
Se você quer ser chocado: nota 4
Se você quer continuar são: nota 0,5
A Garota Ideal
3.8 1,2K Assista AgoraUm filme lindo e tocante. Com certeza, A Garota Ideal é um filme bem equilibrado. Nem muito emotivo chegando ao ponto da pieguice, nem direcionado a um tom de comédia pastelão. Perfeito equilíbrio. A forma que exploraram o Lars e sua família foi muito boa. Ryan Gosling atua bem nesse filme com um papel difícil de conduzir. Um filme que me marcou pelo seu tema difícil e tom sóbrio. Gostei. Recomendo muito.
Apenas Deus Perdoa
3.0 632 Assista AgoraQuando fui ver este filme, entrei com as expectativas altas. Confesso que isso afetou um pouco minhas considerações finais.
Apenas Deus Perdoa é um filme lindo visualmente, com estética impecável e ótima fotografia, infelizmente não é isso que salva um filme todo. A história é de vingança e é um bom plot, mas o ritmo mais lento não valorizou todo o contexto. Tem umas sacadas sutis de relações familiares que você pega se prestar atenção. O desafio é você não ficar entediado até chegar lá!
Sinto que o filme até promete, mas acaba não entregando muita coisa. Sobre a violência gráfica, sinceramente acredito que não foi um problema em si. Só o ritmo do filme que ficou lento demais, mesmo.
Enfim, se você está em dúvida em qual filme gostaria de ver e OGF está na sua lista, é melhor você dar o lugar dele para Drive. Um filme do mesmo diretor com o mesmo ator que também tem uma boa estética e é um longa com uma história bem mais trabalhada.
Os Idiotas
3.5 283 Assista AgoraMe enganei colocando um filme do Lars Von Trier pensando que eu não iria ser incomodada ou desafiada a pensar no tema do filme... Que enganação!
Os Idiotas é um filme que superou as minhas expectativas. Eu idealizava um filme cheio de nudez e momentos inconvenientes do tipo de você se esgueirar na cadeira de vergonha. Bom, o filme pode até ter essas coisas, mas é certamente mais que isso. Me lembro que quando dei play no filme -eu até então não tinha lido a sinopse ou algo do tipo.- me deparei com a primeira cena e me senti incomodada e mal por aquela situação um pouco estranha. Mas, conforme o filme foi decorrendo me senti imersa na aquele grupo de amigos e, principalmente, na personagem da Karen. Talvez durante o filme você às vezes pode até se irritar com ela, pensando que ela é sem sal ou "rasa". Minha dica é simplesmente esperar até o final. Acredite em mim, vale a pena.
Conforme o longa vai rolando, a gente cria mais conectividade com o grupo pois vai mostrando aos poucos seus problemas pessoais. Também fica mais claro como cada um se trata ali no grupo e quais são suas relações. A questão da "paranoia" eu não entendi muito bem. Não entendi se era de fato "atuação" dos personagens ou um fenômeno psicológico. Ou então, vai que há uma alegoria que não peguei... Certamente, não é um filme que merece ser visto só uma vez. O fato dos personagens fazerem isso para desconcertar a classe média mostra o tipo de reflexão que esse filme propõe.
Filme bom, que não é fácil de ver e que se abre para reflexões.Gostei. Se você é um pouco sensível com tópicos como: transtornos mentais, nudez, idiotices. Não veja. :)
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraUm soco na boca do estômago. Um filme para refletir, para aprender como o ódio se constrói a partir de experiências, para analisar nossa atual sociedade e a realidade americana... Enfim, um filme para "tentar" entender como as pessoas são capazes de direcionar uma certa necessidade de aprovação e canalizar isso de uma maneira extremamente virulenta e odiosa (nesse exato caso é o racismo).
Com atuações incríveis e linda fotografia, American History X mostra que o racismo é ensinado e não algo que se "ganha" ao momento do nascimento. Se foi ensinado, é porque pode ser também desensinado. É um filme policial que mostra como o submundo das gangues racistas funciona nos E.U.A. (existe também até referência de gangues reais no filme) e como os membros procuram aprovação de certos integrantes considerados superiores. Mas, acima de tudo é, sem dúvida alguma, um drama. Eu particularmente sempre tive um certo preconceito com dramas. E confesso que me senti tão conectada com os personagens, que, em certos momentos cheguei a chorar. Para aqueles que insistem ter esse chilique e pensam que dramas são filmes sem substância, Frank Capra uma vez disse:
"Achava que drama era quando os atores choravam. Drama é quando a plateia chora." Eu acho que o filme se encaixa exatamente nesse Gênero.
Um longa bem editado e filmado. Existem algumas "sacadas" de edição: Quando acontece um momento crucial na história, a imagem fica em slow-motion. Há também a sacada da separação do passado para o presente. O passado é em P&B, indicando onde na linha do tempo aquilo se situa e também mostra o binarismo do pensamento de Derek e seu irmão. Preto e branco, tudo era relacionado de forma racial. O presente é em cores, mostrando que tudo agora estava ampliado e que não é preciso segregação. Também dá um ar de esperança para o futuro da família.
Com certeza um filme foda, que muitos jovens (e velhos também) deveriam ver.
Bom, como dizem que para fazer um bom texto você precisa citar alguma frase célebre, aqui vai a minha...
Como Dead Kennedys já dizia: "NAZI PUNKS F*** OFF!"
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraUma boa descrição desse filme seria: incômodo. O filme te proporciona esse sentimento de várias formas sutis: pela trilha sonora de acordes dissonantes, pelos sons da comida sendo mastigada e pelos enquadramentos sufocantes. Este é um filme que também te incomoda pelo tema e com o que acontece ao decorrer do longa.
Certamente, o tema do filme não é sobre um experimento que deixa as pessoas famintas a ponto de cometer loucuras. Eu entendi que o filme é sobre como os diversos níveis sociais e o egoísmo impedem que as coisas mais básicas (como comida) não consigam chegar ao nível mais baixo, fazendo com que os desfavorecidos recorram à métodos não tão convencionais (e violentos) para sobreviver. Algo que não é tão incomum de ver na realidade em que vivemos, mas que, aparentemente fechamos os olhos. Outra coisa interessante foi como mostraram os métodos que alguns acharam dentro do filme para "recompensar" essa desigualdade. Métodos esses que mostram de forma crua como o ser humano comporta diante da sobrevivência e como ele responde para manter a ordem (ou não) em meio ao caos.
Em suma, El Hoyo é um bom filme, com boas atuações e um tema/crítica a sociedade que já é bastante comum na arte. O filme em si não inova, tem alguns diálogos expositivos, mas não é ruim. Afinal, o que é mais uma crítica para uma sociedade que parece não ouvir? Esse filme entretém e é bastante imersivo. Você se sente altamente mergulhado naquele inferno junto com o protagonista. Vale a pena dar uma olhada.
Primavera Para Hitler
3.8 90 Assista AgoraPrimavera Para Hitler é um filme que, mesmo com certas piadas que "envelheceram" mal, consegue arrancar algumas risadas com o uso de gags visuais e frases memoráveis. Um filme que, certamente, te faz rir de momentos incômodos ou caricaturais. Como por exemplo, do número musical da peça nazista. É um filme sucinto, divertido e bobo (às vezes até nonsense) de assistir. Recomendado para aquelas pessoas que gostariam de ver algo para passar a madrugada.