Diante de uma opinião tão unânime, me sinto constrangido de dizer que o que mais me incomodou em EL CUERPO foi justamente o final. Me desculpem, mas foi! Então, vou expor o meu sentimento aqui e vocês tem três opções: ignorar; discutir o assunto; ou expressar todo o ódio no botão deslike.
EL CUERPO é um suspense policial, com forte aspiração noir, daqueles de assistir sentado na pontinha da poltrona roendo as unhas. O roteiro, do Oriol Paulo, ganha a nossa atenção já nos minutos inicias com o mistério em torno do desaparecimento de um corpo do necrotério - mas não um corpo qualquer e sim o da poderosa Mayka (Belén Ruenda). Mistério esse que é muito bem orquestrado pelo inspetor Jaime Peña (José Coronado) e o seu compromisso com a verdade. Tudo é muito bem desenvolvido a medida que os personagens são apresentados e suas motivações exploradas através de flashbacks: a obsessão e o sentimento de posse que Mayka tem em relação ao marido Alex (Hugo Silva) - mais novo, inseguro, infiel e preso em uma relação unilateral. Ninguém é inocente nesse relacionamento carregado de tensão! A medida que o filme avança a grande questão parece ficar bem clara: quem vai ganhar essa batalha? O orgulho e a obsessão de Mayka? Ou o desespero e o medo de Alex em sair da relação? Puta filme né! NÃO :(
O grande problema é que o roteiro te trai no final! Sou um grande entusiasta de finais surpreendentes e - depois de Hitchcock e Shyamalan - o cinema espanhol é quem tem feito isso da forma mais incrível possível: EL ORFANATO (J.A. Bayona), LOS OJOS DE JULIA (Guillem Morales), LA CARA OCULTA (Andrés Baiz) e LA PIEL QUE HABITO (Almodóvar) - são só alguns exemplos. Porém, uma coisa é o diretor iludir o espectador durante duas horas para no final revelar a grande VERDADE que esteve ali o filme inteiro, só você que não viu. Outra é o roteiro de guiar pela mão, desenvolvendo personagens, explorando suas motivações, para nos minutos finais, um terceiro personagem (que nada interferiu durante o filme), entrar em cena e discursar como um típico vilão de filme B seu plano maligno e mirabolante, sem pé nem cabeça de vingança e ódio - recheado de inserts que tentam de forma quase desesperada linkar as situações e dar um novo sentido para o filme.
Em todos os filmes citados acima, você consegue entender as motivações que levaram a reviravolta. J.A. Bayona, Guillem Morales, Andrés Baiz e Almodóvar te desafiam a rever seus filmes por um outro ponto de vista. Já Oriol Paulo não! Quem rever EL CUERPO vai continuar vendo uma grande história sobre poder e medo, que se transforma, sem motivo algum, em uma trama rasa e desnecessária sobre vingança e ódio.
É impossível assistir FRUITVALE STATION sem traçar um paralelo com a nossa produção brazuca JEAN CHARLES. Ambos tentam reproduzir na telona os últimos dias de personagens verídicos, vitimas do acaso, do preconceito, da impunidade e da tensão que vivemos em torno da violência. Coincidentemente os dois fatos ocorreram em uma estação de trem - um na Califórnia (USA) e o outro em Londres (UK).
Diferentemente do diretor de JEAN CHARLES que não soube muito bem onde mirar a sua crítica social, o diretor de FRUITVALE STATION, Ryan Coogler, foi certeiro ao mostrar logo nos créditos iniciais as cenas reais gravadas nos celulares das pessoas que estavam na estação Fruitvale, no réveillon de 2009. Oscar, é a vítima ali, ponto! O diretor deixa isso bem claro antes de colocar a sua câmera no ombro e voltar no tempo para mostrar de forma quase documental as últimas horas do nosso mártir, cheio de defeitos e muita bondade - reforçando que nada justifica a ação covarde da polícia.
SAVING MR. BANKS é supercalifragilisticexpialidocious! Fiquei sem palavras - exatamente como a Mary Poppins do filme de 1964 ficou antes de inventar uma. Walt Disney é um ícone tão vivo e presente que é impossível ver/ouvir qualquer história sua sem que a magia logo ganhe vida com o seu pó de pirinpinpin, personagens animados e belas canções. Apesar de bem pé no chão nesse aspecto, o longa é repleto de simbolismos e humanidade. Se os fatos são verdadeiros ou pura licença poética não importa, quando o assunto é Walt Disney, até as verdades mais difíceis, ganham contornos fantásticos.
Minha única ressalva é quanto ao roteiro que perde tempo demais nos flashbacks - tempo esse que poderia ser melhor aproveitado para desenvolver a relação entre Travers e Disney. Tom Hanks, fantástico como de costume, é quem fica mais prejudicado com o excesso de flashbacks. Contudo, ele precisa de uma única cena para mostrar toda a sua genialidade como ator e capacidade de sintetizar a vida de um mito em um olhar; um gesto; uma conversa franca. Já Emma Thompson, tão irritante, doce e cheia de camadas - quase uma criança. Enfim, o título original SAVING MR. BANKS soa tão apropriado no terceiro ato e a vontade de rever MARY POPPINS vem quase como uma necessidade no fim da sessão.
Quando assisti O VENCEDOR e O LADO BOM DA VIDA, sai de ambas as sessões com aquela cara de "alguém peidou aqui, será que só eu senti?", Então pensei: não.. são bons filmes... o problema sou eu! o_O Acabei de assistir TRAPAÇA com a mesma cara de "alguém peidou aqui". Assim, de boa... David O. Russel, você é um diretor limitado e sem personalidade. #prontofalei
O problema é que ele sabe disso, mas também sabe escolher bons atores. É justamente nessa liberdade que o elenco tem de improvisar que ele se consagra. Só que isso não é mérito seu, idiota! As atuações do quarteto (Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence) jogam a nota do filme lá em cima, mas essa tentativa constrangedora de ser Martin Scorsese joga a nota lá em baixo. O roteiro é manjado e previsível, a montagem não tem ritmo, as reviravoltas então... um tédio. É sr. Russel, aproveita que vc vai estar na festa de premiação do Oscar e pede umas aulinhas pra aquele velhinho de sobrancelhas grossas - depois assiste O LOBO DE WALL STREET, você vai perceber que as coisas evoluíram um pouco desde OS BONS COMPANHEIROS.
O LOBO DE WALL STREET é um desbunde! São três horas de muita insanidade, orgias, drogas e muito, muito, mas muito dinheiro. Ao mesmo tempo em que o longa parece "celebrar um estilo de vida excessivo e egoísta, dominado pelo consumo de drogas e gastos desenfreados", ele também escancara essa realidade maluca de negligência e excessos de Wall Street - INSIDE JOB já tinha chamado a atenção para o assunto em 2010.
Críticas a parte, o longa é um deboche só! Leonardo DiCaprio faz o nosso "rei do camarote" parecer um motoboy de cerveja choca na mão. Já Martin Scorsese é um safado! Depois da poesia imagética de HUGO CABRET, ele resolveu cheirar umas carreiras de cocaína, subir pelado na mesa e dar de pinto murcho na cara dos membros da academia - relembrando os bons tempos de CASSINO. Leonardo de DiCaprio FANTÁSTICO! Realmente, o Scorsese sabe tirar o máximo dos seus atores. Aliás nenhuma participação é gratuita: Jean Dujardin, Jon Favreau, Matthew McConaughey, Rob Reiner, Jon Bernthal, ninguém faz feio na frente do mestre - Jonah Hill então! Meu coadjuvante favorito.
Bah, ÁLBUM DE FAMÍLIA já está nos cinemas! Certo que com ele vem a Meryl Streep de chinelo na mão pra te dar mais uma chinelada na cara com seus personagens fortes, cheios de verdade e apaixonantes. Certo que vai deixar todos embasbacados com mais uma atuação monstruosa. Na boa, a academia podia substituir a estatueta do Oscar por um bobblehead dourado da Meryl Streep. Vc é hors concours!
QUESTÃO DE TEMPO só reforça a minha teoria de que todo filme sobre viagem no tempo (isso não é spoiler, tá na sinopse) é na pior das hipóteses DIVERTIDO. E com longa do Richard Curtis não é diferente! Mesmo sendo vendido como uma simples comédia romântica, o longa vai um pouco além do casal apaixonado, para explorar de forma doce a relação de Tim com a família e principalmente com o pai, seu melhor amigo - aliás, todos os personagens estão muito bem dosados no roteiro. Roteiro esse que exclui os conflitos do casal (porque você perderia tempo com brigas se pudesse refazer o momento) para reforçar as escolhas, ganhos e perdas de se mexer no tempo - sempre com o foco nas relações, claro! Enfim, Richard Curtis foi muito feliz em usar a fantasia para falar de AMOR em seus diferentes níveis. P.S: vai com fé, assista! Seu cérebro não vai atrofiar.
Esse tem a grife Cameron Crowe. A trilha sonora é um dos pontos altos da obra, dando destaque à maravilhosa “In Your Eyes” de Peter Gabriel, cuja cena virou ícone do cinema moderno. Mais do que isso, o longa é feito com verdade constrangedora e realismo cativante, é um sinal claro do surgimento de um cineasta com identidade e talento para escrever e dirigir cenas.
Se durante algum tempo foram os asiáticos que deram verdadeiras lufadas de ar fresco ao cinema fantástico e de terror, nos últimos anos têm sido os espanhóis que têm tomado a posição com alguns dos mais bem sucedidos projetos que puxam os remakes de Hollywood.
O longa prende o espectador desde o início. Vai revelando pequenos mistérios, deixando pontas soltas e sobretudo criando um ambiente completamente claustrofóbico. Outro destaque é a fotografia, que aposta nos tons de cinza, obscuros e esbatidos que nos levam a ver pelos olhos de Julia. Uma proposta extremamente interessante para os apreciadores do suspense, alicerçado sobretudo na força da interpretação de Belén Rueda e em todo o ambiente sufocante criado em torno do mistério que ela investiga.
O longa encerra a trajetória dos brinquedos de maneira digna e complexa, em uma aventura que mistura comédia e drama com coerência e desemboca em um final melancolicamente devastador. O segredo da qualidade superior da obra está na abordagem.
Enquanto a maioria das sequências de filmes famosos coloca personagens conhecidos vivendo variações das aventuras originais, a terceira parte da franquia da Pixar se baseia na lógica para desenvolver uma situação dramática já rascunhada nas duas partes anteriores, e que aqui atinge um ponto culminante. Essa situação pode ser resumida em uma pergunta: o que acontece com os brinquedos depois que seu dono cresce e pára de brincar com eles?
Se fosse necessário resumir toda a saga em uma única palavra, seria respeito. Isso mesmo, os dez anos de Harry Potter são dignos de respeito. A Warner soube tomar decisões puramente comerciais, sem desrespeitar a série de livros e ainda agregar valor como arte cinematográfica - os oito filmes foram sucesso absoluto de público e crítica.
O último longa da franquia só veio para confirmar isso, com uma altíssima qualidade de produção e uma direção de arte impecável que manteve o espectador mergulhado na fantasia. Agora, explicar o fenômeno de empatia do público com o menino bruxo não é tarefa fácil e nem vou me dar o trabalho de tentar. Quando ainda rascunhava o que seria o primeiro livro da série, a inglesa J. K. Rowling não poderia imaginar que estava realizando uma mágica maior do que a de qualquer um dos bruxos citados em seus livros.
O longa é uma fantasia sobre a infância que aflora emoções. O diretor Spike Jonze transforma brincadeira de criança em coisa séria, mas com espaço para a imaginação. Olhar com clareza para nossa índole parece tarefa complicada nos dias de hoje. A tecnologia, a pressão e a necessidade constante de manter as aparências afasta o homem de sua verdadeira essência. Então, que a bagunça real comece e cada um reencontre sua infância da melhor maneira possível.
O longa é atual não por ser apenas do Facebook mas por abordar questões pertinentes como o bullying virtual ou a falsa sensação de poder que a internet pode criar. Isso sem falar na questão dos direitos autorais em tempos de web colaborativa e até mesmo na crise da indústria fonográfica. Fora isso, a edição alucinante e claustrofóbica de Fincher, pontuada com os ótimos diálogos do roteiro de Aaron Sorkin e a nervosa trilha sonora de Trent Reznor, fazem do filme um thriller dos bons. Ou melhor, um thriller nerd dos bons.
Sabe aqueles filmes que você assiste na adolescência e depois não há cristo que te faça lembrar o nome. A PRIMEIRO TRANSA DE JONATHAN foi um desses! Eu tinha uns 12 anos quando assisti no Corujão. O pior é que depois eu falava com todos sobre o filme, mas ninguém lembrava o nome também. Como o longa se passa nos anos 50, eu achava que de fato tinha sido produzido na época. Enfim, o filme tem toda a inocência dos anos 80 e o charme da década de 50.
Coisas que eu aprendi sobre o Rio de Janeiro assistindo FEITIÇO DO RIO, com Michael Caine e Demi Moore: topless é regra nas praias de Ipanema e Copacabana; as pessoas levam seus macaquinhos de estimação para passear na coleira como cachorro; os casamentos acontecem a noite na beira da praia e terminam tradicionalmente com uma baiana queimando o véu da noiva e todos os convidados pelados tomando banho de mar; no alto do pão de açúcar você pode experimentar um delicioso espeto corrido servido por garçons gaúchos tipicamente pilchados ao som de um artista tocando bandolim; e, por fim, a fruta-do-conde é o afrodisíaco perfeito para os velhotes que querem ter fôlego com as mulatas. Sobre o filme: é tipo LOLITA com um tempero brasileiro. Enfim, é divertido e está disponível no Netflix!
LARRY CROWNE é um filme bobo com um roteiro ingênuo, mas tem dois astros (Tom Hanks e Julia Roberts) que não precisam de muito para te conquistar! Assista porque é sempre um prazer estar na companhia do Forrest e de uma Pretty Woman - e de brinde tem Mr. White (Bryan Cranston) como um escritor quarentão que virou blogueiro e que tem um libido de um garoto de 13 anos.
CAPITÃO PHILLIPS é um filme de ação e opostos - a ignorância e a ingenuidade do líder mambembe dos piratas versus a hegemonia armamentista americana. O terceiro ato é simplesmente desesperador e o final emociona com um Tom Hanks completamente entregue e derrotado - tudo ritmado por uma trilha sonora insistente e uma câmera nervosa e documental de um Paul Greengrass que exibe aqui uma evolução do que aprendeu fazendo a trilogia Bourne. Assista e fique atento que as grandes apostas do Oscar 2014 já começaram a apontar no cinema. De boa, Tom Hanks já merecia o "douradinho" só por aqueles minutos finais.
JOGOS VORAZES é a aventura/saga juvenil mais interessante, envolvente e cheia de estilo desde HARRY POTTER. Hollywood adaptou tanto livro merda para o cinema na tentativa de preencher o espaço deixado pelo bruxinho que o negócio já tava virando piada. Bom, o primeiro JOGOS VORAZES já tinha ficado bem acima da média, mas o segundo EM CHAMAS conseguiu ir além!
O diretor Francis Lawrence, que assumiu o lugar do arregão Gary Ross, conseguiu explorar muito bem todo o subtexto do universo criado por Suzanne Collins, mas como bem destacou Érico Borgo em sua crítica "lamentavelmente ainda deve passar metros acima das cabeças de grande parte do público, que está ali, ironicamente, apenas pelo espetáculo que ele representa. Apesar de tratar de abuso de poder, de direitos e deveres do estado, de sacrifícios pessoais, "pão e circo" e o papel do cidadão, lê-se por aí comentários do tipo "como seria legal viver em Panem", prova do estado da capacidade de raciocínio crítico de uma fração desta geração".
O terceiro livro ESPERANÇA será divido em dois filmes - 2014 e 2015. Acho justo, já que vai saber quando Hollywood vai acertar a mão novamente no segmento né!
Quando assisti DE OLHOS BEM FECHADOS, em 1999, no auge da maturidade dos meus 15 anos, pensei: há legal, Nicole Kidman sensualizando na privada, peitinhos e orgias. A sinopse? Tom Cruise fica mordidinho com os sonhos da esposa e resolve despirocar pela cidade - aprontando altas confusões.
Entendeu porque alguns filmes precisam ser revistos? Principalmente uma obra assim: densa, meticulosa e extraordinária que extrapola os limites da projeção para desafiar o seu público. Oh, querido Stanley, seu cinema faz falta!
Derivativos, subprime, CDO, cocaína e bordeis de luxo.. Eitchalelê! Me deu até azia ver isso. Assista (disponível no netflix) é tipo uma aula de economia for dummies. Assustador mas necessário!
JOBS e SOMOS TÃO JOVENS ficam ali, pau-a-pau, na disputa de cinebiografia mais inútil de 2013. Parece que o roteirista só passou os olhos por aqueles especiais "pós-morte" de uma revista qualquer antes de começar a escrever. A trama, rascunhada em tópicos, se estende em temas que já são de conhecimento geral e passa batido por outros que seriam fundamentais para entender o mito por trás do ex-CEO da Apple. Ashton Kutcher impressiona na semelhança e a atuação contida ajuda a amenizar as falhas do filme. Que venham as próximas cinebiografias do ano: Saving Mr. Banks, Diana e Grace of Monaco - entre outras.
Então, eu vi GRAVIDADE! E assim, rasgar elogios ao longa do Alfonso Cuarón é chover no molhado. Além de assistir um dos melhores filmes do ano (se não o melhor), o que mais me impressionou foi ver como o diretor conseguiu domar uma plateia de quase 400 lugares em uma sessão lotada de sábado - o pior público da semana.
Foi como se toda aquela gente estivesse sido colocada em órbita já nos segundos iniciais; como se diretor orquestrasse a frequência com que todos podiam respirar; como se pudesse acelerar e reduzir os batimentos de todos aqueles que estavam entregues aquela experiência coletiva. O filme quase não tem som, quase não tem diálogo, quase não tem história - muito menos um flashback - só imensidão do espaço e a impotência da protagonista entregues aos caprichos de um mestre.
A magia só foi quebrada quando as luzes acenderam e um infeliz largou um comentário medíocre dizendo que os minutos finais foram totalmente desnecessários. Justo aquele final onde a trilha do Steven Price finalmente explode (dando todo o sentido ao título da obra) e a câmera se posiciona estrategicamente num contra-plongée para concluir de forma kubrickiana aquela emocionante e angustiante metáfora sobre o renascimento. PERFEITO!
Obrigado Netflix por disponibilizar mais essa pérola do cinema americano! Tá certo que HACKERS envelheceu tão bem quanto um 486 conectado baixando um MP3, mas ainda consegue divertir tanto quanto compartilhar fotos de comida no instagram - seja lá o que isso queira dizer.
Impossível não comparar o novo longa do Sam Raimi com ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS do Tim Burton e também da Disney. A formula é a mesma - expandir o universo de um conto clássico (Lewis Carroll e L. Frank Baum respectivamente), agregando a visão particular de um diretor talentoso. A Disney nunca escondeu o fascínio por formulas prontas e também a habilidade em administra-las. Bom, eu fui ver OZ - MÁGICO E PODEROSO esperando exatamente isso: um típico filme Disney (lindo mas igual a todos os outros longas do estúdio) com vislumbres de um diretor criativo e competente. E foi esse o resultado! Agora, você pode sair reclamando do TODO ou exaltando as qualidades (que uma vez ou outra se sobressaem) do seu diretor favorito numa obra que acima de tudo é da Disney. Só não se engane, pois no mundo do Mickey, Tim Burton e Sam Raimi são apenas jogadas de marketing.
O Corpo
4.1 1,0KDiante de uma opinião tão unânime, me sinto constrangido de dizer que o que mais me incomodou em EL CUERPO foi justamente o final. Me desculpem, mas foi! Então, vou expor o meu sentimento aqui e vocês tem três opções: ignorar; discutir o assunto; ou expressar todo o ódio no botão deslike.
EL CUERPO é um suspense policial, com forte aspiração noir, daqueles de assistir sentado na pontinha da poltrona roendo as unhas. O roteiro, do Oriol Paulo, ganha a nossa atenção já nos minutos inicias com o mistério em torno do desaparecimento de um corpo do necrotério - mas não um corpo qualquer e sim o da poderosa Mayka (Belén Ruenda). Mistério esse que é muito bem orquestrado pelo inspetor Jaime Peña (José Coronado) e o seu compromisso com a verdade. Tudo é muito bem desenvolvido a medida que os personagens são apresentados e suas motivações exploradas através de flashbacks: a obsessão e o sentimento de posse que Mayka tem em relação ao marido Alex (Hugo Silva) - mais novo, inseguro, infiel e preso em uma relação unilateral. Ninguém é inocente nesse relacionamento carregado de tensão! A medida que o filme avança a grande questão parece ficar bem clara: quem vai ganhar essa batalha? O orgulho e a obsessão de Mayka? Ou o desespero e o medo de Alex em sair da relação? Puta filme né! NÃO :(
O grande problema é que o roteiro te trai no final! Sou um grande entusiasta de finais surpreendentes e - depois de Hitchcock e Shyamalan - o cinema espanhol é quem tem feito isso da forma mais incrível possível: EL ORFANATO (J.A. Bayona), LOS OJOS DE JULIA (Guillem Morales), LA CARA OCULTA (Andrés Baiz) e LA PIEL QUE HABITO (Almodóvar) - são só alguns exemplos. Porém, uma coisa é o diretor iludir o espectador durante duas horas para no final revelar a grande VERDADE que esteve ali o filme inteiro, só você que não viu. Outra é o roteiro de guiar pela mão, desenvolvendo personagens, explorando suas motivações, para nos minutos finais, um terceiro personagem (que nada interferiu durante o filme), entrar em cena e discursar como um típico vilão de filme B seu plano maligno e mirabolante, sem pé nem cabeça de vingança e ódio - recheado de inserts que tentam de forma quase desesperada linkar as situações e dar um novo sentido para o filme.
Em todos os filmes citados acima, você consegue entender as motivações que levaram a reviravolta. J.A. Bayona, Guillem Morales, Andrés Baiz e Almodóvar te desafiam a rever seus filmes por um outro ponto de vista. Já Oriol Paulo não! Quem rever EL CUERPO vai continuar vendo uma grande história sobre poder e medo, que se transforma, sem motivo algum, em uma trama rasa e desnecessária sobre vingança e ódio.
Fruitvale Station - A Última Parada
3.9 333 Assista AgoraÉ impossível assistir FRUITVALE STATION sem traçar um paralelo com a nossa produção brazuca JEAN CHARLES. Ambos tentam reproduzir na telona os últimos dias de personagens verídicos, vitimas do acaso, do preconceito, da impunidade e da tensão que vivemos em torno da violência. Coincidentemente os dois fatos ocorreram em uma estação de trem - um na Califórnia (USA) e o outro em Londres (UK).
Diferentemente do diretor de JEAN CHARLES que não soube muito bem onde mirar a sua crítica social, o diretor de FRUITVALE STATION, Ryan Coogler, foi certeiro ao mostrar logo nos créditos iniciais as cenas reais gravadas nos celulares das pessoas que estavam na estação Fruitvale, no réveillon de 2009. Oscar, é a vítima ali, ponto! O diretor deixa isso bem claro antes de colocar a sua câmera no ombro e voltar no tempo para mostrar de forma quase documental as últimas horas do nosso mártir, cheio de defeitos e muita bondade - reforçando que nada justifica a ação covarde da polícia.
Walt nos Bastidores de Mary Poppins
3.8 580 Assista AgoraSAVING MR. BANKS é supercalifragilisticexpialidocious! Fiquei sem palavras - exatamente como a Mary Poppins do filme de 1964 ficou antes de inventar uma. Walt Disney é um ícone tão vivo e presente que é impossível ver/ouvir qualquer história sua sem que a magia logo ganhe vida com o seu pó de pirinpinpin, personagens animados e belas canções. Apesar de bem pé no chão nesse aspecto, o longa é repleto de simbolismos e humanidade. Se os fatos são verdadeiros ou pura licença poética não importa, quando o assunto é Walt Disney, até as verdades mais difíceis, ganham contornos fantásticos.
Minha única ressalva é quanto ao roteiro que perde tempo demais nos flashbacks - tempo esse que poderia ser melhor aproveitado para desenvolver a relação entre Travers e Disney. Tom Hanks, fantástico como de costume, é quem fica mais prejudicado com o excesso de flashbacks. Contudo, ele precisa de uma única cena para mostrar toda a sua genialidade como ator e capacidade de sintetizar a vida de um mito em um olhar; um gesto; uma conversa franca. Já Emma Thompson, tão irritante, doce e cheia de camadas - quase uma criança. Enfim, o título original SAVING MR. BANKS soa tão apropriado no terceiro ato e a vontade de rever MARY POPPINS vem quase como uma necessidade no fim da sessão.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraQuando assisti O VENCEDOR e O LADO BOM DA VIDA, sai de ambas as sessões com aquela cara de "alguém peidou aqui, será que só eu senti?", Então pensei: não.. são bons filmes... o problema sou eu! o_O Acabei de assistir TRAPAÇA com a mesma cara de "alguém peidou aqui". Assim, de boa... David O. Russel, você é um diretor limitado e sem personalidade. #prontofalei
O problema é que ele sabe disso, mas também sabe escolher bons atores. É justamente nessa liberdade que o elenco tem de improvisar que ele se consagra. Só que isso não é mérito seu, idiota! As atuações do quarteto (Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence) jogam a nota do filme lá em cima, mas essa tentativa constrangedora de ser Martin Scorsese joga a nota lá em baixo. O roteiro é manjado e previsível, a montagem não tem ritmo, as reviravoltas então... um tédio. É sr. Russel, aproveita que vc vai estar na festa de premiação do Oscar e pede umas aulinhas pra aquele velhinho de sobrancelhas grossas - depois assiste O LOBO DE WALL STREET, você vai perceber que as coisas evoluíram um pouco desde OS BONS COMPANHEIROS.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraO LOBO DE WALL STREET é um desbunde! São três horas de muita insanidade, orgias, drogas e muito, muito, mas muito dinheiro. Ao mesmo tempo em que o longa parece "celebrar um estilo de vida excessivo e egoísta, dominado pelo consumo de drogas e gastos desenfreados", ele também escancara essa realidade maluca de negligência e excessos de Wall Street - INSIDE JOB já tinha chamado a atenção para o assunto em 2010.
Críticas a parte, o longa é um deboche só! Leonardo DiCaprio faz o nosso "rei do camarote" parecer um motoboy de cerveja choca na mão. Já Martin Scorsese é um safado! Depois da poesia imagética de HUGO CABRET, ele resolveu cheirar umas carreiras de cocaína, subir pelado na mesa e dar de pinto murcho na cara dos membros da academia - relembrando os bons tempos de CASSINO. Leonardo de DiCaprio FANTÁSTICO! Realmente, o Scorsese sabe tirar o máximo dos seus atores. Aliás nenhuma participação é gratuita: Jean Dujardin, Jon Favreau, Matthew McConaughey, Rob Reiner, Jon Bernthal, ninguém faz feio na frente do mestre - Jonah Hill então! Meu coadjuvante favorito.
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraBah, ÁLBUM DE FAMÍLIA já está nos cinemas! Certo que com ele vem a Meryl Streep de chinelo na mão pra te dar mais uma chinelada na cara com seus personagens fortes, cheios de verdade e apaixonantes. Certo que vai deixar todos embasbacados com mais uma atuação monstruosa. Na boa, a academia podia substituir a estatueta do Oscar por um bobblehead dourado da Meryl Streep. Vc é hors concours!
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraQUESTÃO DE TEMPO só reforça a minha teoria de que todo filme sobre viagem no tempo (isso não é spoiler, tá na sinopse) é na pior das hipóteses DIVERTIDO. E com longa do Richard Curtis não é diferente! Mesmo sendo vendido como uma simples comédia romântica, o longa vai um pouco além do casal apaixonado, para explorar de forma doce a relação de Tim com a família e principalmente com o pai, seu melhor amigo - aliás, todos os personagens estão muito bem dosados no roteiro. Roteiro esse que exclui os conflitos do casal (porque você perderia tempo com brigas se pudesse refazer o momento) para reforçar as escolhas, ganhos e perdas de se mexer no tempo - sempre com o foco nas relações, claro! Enfim, Richard Curtis foi muito feliz em usar a fantasia para falar de AMOR em seus diferentes níveis. P.S: vai com fé, assista! Seu cérebro não vai atrofiar.
Digam o Que Quiserem
3.7 352Esse tem a grife Cameron Crowe. A trilha sonora é um dos pontos altos da obra, dando destaque à maravilhosa “In Your Eyes” de Peter Gabriel, cuja cena virou ícone do cinema moderno. Mais do que isso, o longa é feito com verdade constrangedora e realismo cativante, é um sinal claro do surgimento de um cineasta com identidade e talento para escrever e dirigir cenas.
Os Olhos de Júlia
3.7 825 Assista AgoraSe durante algum tempo foram os asiáticos que deram verdadeiras lufadas de ar fresco ao cinema fantástico e de terror, nos últimos anos têm sido os espanhóis que têm tomado a posição com alguns dos mais bem sucedidos projetos que puxam os remakes de Hollywood.
O longa prende o espectador desde o início. Vai revelando pequenos mistérios, deixando pontas soltas e sobretudo criando um ambiente completamente claustrofóbico. Outro destaque é a fotografia, que aposta nos tons de cinza, obscuros e esbatidos que nos levam a ver pelos olhos de Julia. Uma proposta extremamente interessante para os apreciadores do suspense, alicerçado sobretudo na força da interpretação de Belén Rueda e em todo o ambiente sufocante criado em torno do mistério que ela investiga.
Toy Story 3
4.4 3,6K Assista AgoraO longa encerra a trajetória dos brinquedos de maneira digna e complexa, em uma aventura que mistura comédia e drama com coerência e desemboca em um final melancolicamente devastador. O segredo da qualidade superior da obra está na abordagem.
Enquanto a maioria das sequências de filmes famosos coloca personagens conhecidos vivendo variações das aventuras originais, a terceira parte da franquia da Pixar se baseia na lógica para desenvolver uma situação dramática já rascunhada nas duas partes anteriores, e que aqui atinge um ponto culminante. Essa situação pode ser resumida em uma pergunta: o que acontece com os brinquedos depois que seu dono cresce e pára de brincar com eles?
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
4.3 5,2K Assista AgoraSe fosse necessário resumir toda a saga em uma única palavra, seria respeito. Isso mesmo, os dez anos de Harry Potter são dignos de respeito. A Warner soube tomar decisões puramente comerciais, sem desrespeitar a série de livros e ainda agregar valor como arte cinematográfica - os oito filmes foram sucesso absoluto de público e crítica.
O último longa da franquia só veio para confirmar isso, com uma altíssima qualidade de produção e uma direção de arte impecável que manteve o espectador mergulhado na fantasia. Agora, explicar o fenômeno de empatia do público com o menino bruxo não é tarefa fácil e nem vou me dar o trabalho de tentar. Quando ainda rascunhava o que seria o primeiro livro da série, a inglesa J. K. Rowling não poderia imaginar que estava realizando uma mágica maior do que a de qualquer um dos bruxos citados em seus livros.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraO longa é uma fantasia sobre a infância que aflora emoções. O diretor Spike Jonze transforma brincadeira de criança em coisa séria, mas com espaço para a imaginação. Olhar com clareza para nossa índole parece tarefa complicada nos dias de hoje. A tecnologia, a pressão e a necessidade constante de manter as aparências afasta o homem de sua verdadeira essência. Então, que a bagunça real comece e cada um reencontre sua infância da melhor maneira possível.
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraO longa é atual não por ser apenas do Facebook mas por abordar questões pertinentes como o bullying virtual ou a falsa sensação de poder que a internet pode criar. Isso sem falar na questão dos direitos autorais em tempos de web colaborativa e até mesmo na crise da indústria fonográfica. Fora isso, a edição alucinante e claustrofóbica de Fincher, pontuada com os ótimos diálogos do roteiro de Aaron Sorkin e a nervosa trilha sonora de Trent Reznor, fazem do filme um thriller dos bons. Ou melhor, um thriller nerd dos bons.
A Primeira Transa de Jonathan
3.4 159Sabe aqueles filmes que você assiste na adolescência e depois não há cristo que te faça lembrar o nome. A PRIMEIRO TRANSA DE JONATHAN foi um desses! Eu tinha uns 12 anos quando assisti no Corujão. O pior é que depois eu falava com todos sobre o filme, mas ninguém lembrava o nome também. Como o longa se passa nos anos 50, eu achava que de fato tinha sido produzido na época. Enfim, o filme tem toda a inocência dos anos 80 e o charme da década de 50.
Feitiço do Rio
2.4 32 Assista AgoraCoisas que eu aprendi sobre o Rio de Janeiro assistindo FEITIÇO DO RIO, com Michael Caine e Demi Moore: topless é regra nas praias de Ipanema e Copacabana; as pessoas levam seus macaquinhos de estimação para passear na coleira como cachorro; os casamentos acontecem a noite na beira da praia e terminam tradicionalmente com uma baiana queimando o véu da noiva e todos os convidados pelados tomando banho de mar; no alto do pão de açúcar você pode experimentar um delicioso espeto corrido servido por garçons gaúchos tipicamente pilchados ao som de um artista tocando bandolim; e, por fim, a fruta-do-conde é o afrodisíaco perfeito para os velhotes que querem ter fôlego com as mulatas. Sobre o filme: é tipo LOLITA com um tempero brasileiro. Enfim, é divertido e está disponível no Netflix!
Larry Crowne: O Amor Está de Volta
3.0 714 Assista AgoraLARRY CROWNE é um filme bobo com um roteiro ingênuo, mas tem dois astros (Tom Hanks e Julia Roberts) que não precisam de muito para te conquistar! Assista porque é sempre um prazer estar na companhia do Forrest e de uma Pretty Woman - e de brinde tem Mr. White (Bryan Cranston) como um escritor quarentão que virou blogueiro e que tem um libido de um garoto de 13 anos.
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraCAPITÃO PHILLIPS é um filme de ação e opostos - a ignorância e a ingenuidade do líder mambembe dos piratas versus a hegemonia armamentista americana. O terceiro ato é simplesmente desesperador e o final emociona com um Tom Hanks completamente entregue e derrotado - tudo ritmado por uma trilha sonora insistente e uma câmera nervosa e documental de um Paul Greengrass que exibe aqui uma evolução do que aprendeu fazendo a trilogia Bourne. Assista e fique atento que as grandes apostas do Oscar 2014 já começaram a apontar no cinema. De boa, Tom Hanks já merecia o "douradinho" só por aqueles minutos finais.
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraJOGOS VORAZES é a aventura/saga juvenil mais interessante, envolvente e cheia de estilo desde HARRY POTTER. Hollywood adaptou tanto livro merda para o cinema na tentativa de preencher o espaço deixado pelo bruxinho que o negócio já tava virando piada. Bom, o primeiro JOGOS VORAZES já tinha ficado bem acima da média, mas o segundo EM CHAMAS conseguiu ir além!
O diretor Francis Lawrence, que assumiu o lugar do arregão Gary Ross, conseguiu explorar muito bem todo o subtexto do universo criado por Suzanne Collins, mas como bem destacou Érico Borgo em sua crítica "lamentavelmente ainda deve passar metros acima das cabeças de grande parte do público, que está ali, ironicamente, apenas pelo espetáculo que ele representa. Apesar de tratar de abuso de poder, de direitos e deveres do estado, de sacrifícios pessoais, "pão e circo" e o papel do cidadão, lê-se por aí comentários do tipo "como seria legal viver em Panem", prova do estado da capacidade de raciocínio crítico de uma fração desta geração".
O terceiro livro ESPERANÇA será divido em dois filmes - 2014 e 2015. Acho justo, já que vai saber quando Hollywood vai acertar a mão novamente no segmento né!
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraQuando assisti DE OLHOS BEM FECHADOS, em 1999, no auge da maturidade dos meus 15 anos, pensei: há legal, Nicole Kidman sensualizando na privada, peitinhos e orgias. A sinopse? Tom Cruise fica mordidinho com os sonhos da esposa e resolve despirocar pela cidade - aprontando altas confusões.
Entendeu porque alguns filmes precisam ser revistos? Principalmente uma obra assim: densa, meticulosa e extraordinária que extrapola os limites da projeção para desafiar o seu público. Oh, querido Stanley, seu cinema faz falta!
Trabalho Interno
4.1 205 Assista AgoraDerivativos, subprime, CDO, cocaína e bordeis de luxo.. Eitchalelê! Me deu até azia ver isso. Assista (disponível no netflix) é tipo uma aula de economia for dummies. Assustador mas necessário!
Jobs
3.1 750 Assista AgoraJOBS e SOMOS TÃO JOVENS ficam ali, pau-a-pau, na disputa de cinebiografia mais inútil de 2013. Parece que o roteirista só passou os olhos por aqueles especiais "pós-morte" de uma revista qualquer antes de começar a escrever. A trama, rascunhada em tópicos, se estende em temas que já são de conhecimento geral e passa batido por outros que seriam fundamentais para entender o mito por trás do ex-CEO da Apple. Ashton Kutcher impressiona na semelhança e a atuação contida ajuda a amenizar as falhas do filme. Que venham as próximas cinebiografias do ano: Saving Mr. Banks, Diana e Grace of Monaco - entre outras.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraEntão, eu vi GRAVIDADE! E assim, rasgar elogios ao longa do Alfonso Cuarón é chover no molhado. Além de assistir um dos melhores filmes do ano (se não o melhor), o que mais me impressionou foi ver como o diretor conseguiu domar uma plateia de quase 400 lugares em uma sessão lotada de sábado - o pior público da semana.
Foi como se toda aquela gente estivesse sido colocada em órbita já nos segundos iniciais; como se diretor orquestrasse a frequência com que todos podiam respirar; como se pudesse acelerar e reduzir os batimentos de todos aqueles que estavam entregues aquela experiência coletiva. O filme quase não tem som, quase não tem diálogo, quase não tem história - muito menos um flashback - só imensidão do espaço e a impotência da protagonista entregues aos caprichos de um mestre.
A magia só foi quebrada quando as luzes acenderam e um infeliz largou um comentário medíocre dizendo que os minutos finais foram totalmente desnecessários. Justo aquele final onde a trilha do Steven Price finalmente explode (dando todo o sentido ao título da obra) e a câmera se posiciona estrategicamente num contra-plongée para concluir de forma kubrickiana aquela emocionante e angustiante metáfora sobre o renascimento. PERFEITO!
P.S: assista no cinema... Em Imax... Em 3D :)
Hackers: Piratas de Computador
3.1 228 Assista AgoraObrigado Netflix por disponibilizar mais essa pérola do cinema americano! Tá certo que HACKERS envelheceu tão bem quanto um 486 conectado baixando um MP3, mas ainda consegue divertir tanto quanto compartilhar fotos de comida no instagram - seja lá o que isso queira dizer.
Oz: Mágico e Poderoso
3.2 2,1K Assista AgoraImpossível não comparar o novo longa do Sam Raimi com ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS do Tim Burton e também da Disney. A formula é a mesma - expandir o universo de um conto clássico (Lewis Carroll e L. Frank Baum respectivamente), agregando a visão particular de um diretor talentoso. A Disney nunca escondeu o fascínio por formulas prontas e também a habilidade em administra-las. Bom, eu fui ver OZ - MÁGICO E PODEROSO esperando exatamente isso: um típico filme Disney (lindo mas igual a todos os outros longas do estúdio) com vislumbres de um diretor criativo e competente. E foi esse o resultado! Agora, você pode sair reclamando do TODO ou exaltando as qualidades (que uma vez ou outra se sobressaem) do seu diretor favorito numa obra que acima de tudo é da Disney. Só não se engane, pois no mundo do Mickey, Tim Burton e Sam Raimi são apenas jogadas de marketing.