Jessica de Camargo

Tanto se fala desse filme e não chega nem perto de muitos outros da época.
É superestimado e deixa várias lacunas.
É o típico filme onde esperamos acontecer e não acontece.
Entendemos o que o personagem quer expressar facilmente , ponto para Taxi Driver , e então começamos a procurar por mais e assim como o próprio Travis , acabamos entediados .
O desfecho não tricota bem deixando aberto a costura que não se fecha nem mesmo no final.
Não é porque ele não conseguiu o que queria , não é porque o personagem se expressou mal , é porque o filme não tem um enredo interessante...Não é porque não conseguimos entendê-lo, é porque não há muito o que entender ...

Sei que vou contra o que a maioria das pessoas pensam sobre o filme , mas não posso deixar de notar a falta de um enredo enraizado nesse filme, não há atmosfera ao redor do "romance" que se passa entre os dois personagens centrais . Ambos são bem rasos e não que isso seja um problema , o problema mesmo é o modo como eles se entrosam. De repente surge uma fala forte sem que houvesse entrada para tal. O filme se arrasta até o último instante ... No início temos a leve sensação de que pode ser um filme com ótimo enredo como um Tomate verdes fritos da vida mas não passa nem perto . Fora tudo isso há a indecisão dos personagens, o que ela parecia querer mesmo era uma memória para se agarrar , um ídolo para adorar eternamente , que mesmo após a morte do marido não podia viver com ela , segundo ela mesma , o que eles tinham morreria se saísse dali. O medo de perder o momento "perfeito" congelado no tempo torna a personagem principal egoísta e hipócrita.

Eu que não sou fã de comédia não tenho como negar que essa minissérie é muito boa!
As piadas são inteligentes sem serem carregadas , há também uma intimidade telespectador/personagem.
Não há um só ator que não seja bom.
Andrea Beltrão e Fernanda Torres são de longe as melhores atrizes do Brasil.