Dez anos depois, Fereydoun Hoveyda numa crítica a Party Girl (e num texto que Nick particularmente amou) dizia haver sempre “nos heróis de Ray, um sentimento de inferioridade compensado por uma procura frenética de superioridade e domínio sobre os outros (…) um forte sentimento de culpabilidade, uma ‘falha’ que os personagens sentem como castigo e cuja responsabilidade acabam por atribuir ao mundo inteiro”
(...)
Mais tarde, pode Laurel confidenciar à mulher do polícia que tem vergonha do que sente. As palavras terríveis já foram ditas. “I love him but I’m afraid of him. He acts like a maniac” (palavras que tanto se podem aplicar a Bogart como a Ray). A câmera avança até um grande plano da cara dela e há o raccord com o relógio. Já é só uma questão de tempo.
Tempo da inesquecível seqüência da toranja (a faca espetada): “Numa boa cena de amor nunca se deve falar de amor. Deve ser como esta, assim, eu a preparar toranjas e tu, sentada aí, meio drogada, meio a dormir”. O ator é o realizador, ou o realizador é o ator?
Tempo do café a subir, dos últimos beijos e das últimas mentiras.
(João Bernard da Costa)
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4.1 79 Assista AgoraDez anos depois, Fereydoun Hoveyda numa crítica a Party Girl (e num texto que Nick particularmente amou) dizia haver sempre “nos heróis de Ray, um sentimento de inferioridade compensado por uma procura frenética de superioridade e domínio sobre os outros (…) um forte sentimento de culpabilidade, uma ‘falha’ que os personagens sentem como castigo e cuja responsabilidade acabam por atribuir ao mundo inteiro”
(...)
Mais tarde, pode Laurel confidenciar à mulher do polícia que tem vergonha do que sente. As palavras terríveis já foram ditas. “I love him but I’m afraid of him. He acts like a maniac” (palavras que tanto se podem aplicar a Bogart como a Ray). A câmera avança até um grande plano da cara dela e há o raccord com o relógio. Já é só uma questão de tempo.
Tempo da inesquecível seqüência da toranja (a faca espetada): “Numa boa cena de amor nunca se deve falar de amor. Deve ser como esta, assim, eu a preparar toranjas e tu, sentada aí, meio drogada, meio a dormir”. O ator é o realizador, ou o realizador é o ator?
Tempo do café a subir, dos últimos beijos e das últimas mentiras.
(João Bernard da Costa)