As práticas econômicas e os jargões específicos - criados, nas palavras do filme, para fazer com que as pessoas se sintam burras e entediadas e assim deixem Wall Street em paz - eram um enorme desafio a ser vencido, uma vez que o filme depende da compreensão de certos conceitos para ser desfrutado. Além disso, também era complicado agregar valor de entretenimento a tão complexo tema. Os realizadores, se valendo de soluções criativas no roteiro e na edição, e de um poderoso elenco, contornaram as duas questões com habilidade, mas, talvez, não tenham atingido o êxito completo.
O trabalho de animação em stop motion é de encher os olhos, mas o conteúdo narrativo impressiona muito menos. O protagonista, incapaz de considerar qualquer coisa que não seja sua própria (in)felicidade, dificilmente desperta algo além de indiferença.
Explora bastante bem o formato, sendo eficaz em produzir suspense e transmitir o crescente desespero dos confinados através da filmagem. A "chatice" da repórter incomoda um pouco, mas é uma maneira verossímil de reação àquele nível de tensão. As revelações da trama não decepcionam e o resultado final é satisfatório mesmo para quem, como eu, não simpatiza muito com o terror.
Excelentes atuações em um filme muito bem conduzido. A obra se mantém interessante e gera impacto sem precisar se escorar no sentimentalismo, caminho que seria fácil em uma história que envolve abuso sexual infantil. Discussões sobre o poder da imprensa, a importância do ofício de jornalista e, principalmente, a responsabilidade por trás da reportagem, fazem deste um ótimo filme.
O carisma dos personagens e as boas piadas (embora nem todas funcionem para a audiência estrangeira), fazem com que uma história um tanto absurda se torne agradável e divertida.
O documentário se preocupa demais com o potencial drama que a escolha pelo pornô pode gerar na vida das atrizes, notadamente nas sequências com a família e o namorado de uma das moças, possivelmente pré-roteirizadas. Sobre a complexa indústria do pornô e seus prós e contras, o conteúdo apresentado é pouco e superficial, o que compromete sua relevância.
A morte por apedrejamento foi introduzida no Irã em 1983, apenas três anos antes dos eventos retratados no filme. Eu, vivendo numa sociedade ocidental e secularizada, simplesmente não consigo entender como uma prática dessas possa ter sido assimilada tão naturalmente, a ponto de fazer as pessoas ansiarem por sua execução
inclusive, no filme, os filhos e o próprio pai da "adúltera" Soraya.
Quão grande é a suscetibilidade das pessoas ao discurso religioso fundamentalista e quão perigoso é que um Estado seja teocrático e legitime esse mesmo discurso? A extensa sequência do suplício de Soraya responde.
Ainda que eu goste do Messi, provavelmente não teria assistido ao documentário se ele não fosse dirigido pelo Álex de la Iglesia, que reconheço como um diretor ousado. Não o foi desta vez. Recriar com atores cenas da vida de Messi e gravar os depoimentos de seus conhecidos à mesa do jantar não me pareceram escolhas acertadas. A primeira por ser desnecessária e algo cafona, a segunda pelo ar artificial. Pode até ser que os fãs do jogador amem, mas o filme é dispensável.
A atuação da protagonista Anna Paquin consegue compensar em alguma medida o preguiçoso roteiro, mas não o suficiente para salvar o filme de ser entediante e incapaz de emocionar, o que é surpreendente dado o heroísmo (e o corajoso coração) da verdadeira Irena Sendler. A linda história real da indicada ao Nobel da Paz- entregue naquele ano para Al Gore (!) - merecia mais.
A Grande Aposta
3.7 1,3KAs práticas econômicas e os jargões específicos - criados, nas palavras do filme, para fazer com que as pessoas se sintam burras e entediadas e assim deixem Wall Street em paz - eram um enorme desafio a ser vencido, uma vez que o filme depende da compreensão de certos conceitos para ser desfrutado. Além disso, também era complicado agregar valor de entretenimento a tão complexo tema. Os realizadores, se valendo de soluções criativas no roteiro e na edição, e de um poderoso elenco, contornaram as duas questões com habilidade, mas, talvez, não tenham atingido o êxito completo.
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraO trabalho de animação em stop motion é de encher os olhos, mas o conteúdo narrativo impressiona muito menos. O protagonista, incapaz de considerar qualquer coisa que não seja sua própria (in)felicidade, dificilmente desperta algo além de indiferença.
Josef Fritzl: História de um Monstro
2.2 54Um resumo insuficiente da vida de Fritzl, recheado de entrevistas sem substância. O caso precisa ser abordado em uma produção mais esmerada.
A Dama Dourada
4.0 270 Assista AgoraFormulaico e insípido, vale pelas belas atuações de Helen Mirren e Tatiana Maslany
[REC]
3.6 1,7K Assista AgoraExplora bastante bem o formato, sendo eficaz em produzir suspense e transmitir o crescente desespero dos confinados através da filmagem.
A "chatice" da repórter incomoda um pouco, mas é uma maneira verossímil de reação àquele nível de tensão.
As revelações da trama não decepcionam e o resultado final é satisfatório mesmo para quem, como eu, não simpatiza muito com o terror.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraExcelentes atuações em um filme muito bem conduzido. A obra se mantém interessante e gera impacto sem precisar se escorar no sentimentalismo, caminho que seria fácil em uma história que envolve abuso sexual infantil.
Discussões sobre o poder da imprensa, a importância do ofício de jornalista e, principalmente, a responsabilidade por trás da reportagem, fazem deste um ótimo filme.
Namoro à Espanhola
3.5 58O carisma dos personagens e as boas piadas (embora nem todas funcionem para a audiência estrangeira), fazem com que uma história um tanto absurda se torne agradável e divertida.
Hot Girls Wanted
3.3 196 Assista AgoraO documentário se preocupa demais com o potencial drama que a escolha pelo pornô pode gerar na vida das atrizes, notadamente nas sequências com a família e o namorado de uma das moças, possivelmente pré-roteirizadas. Sobre a complexa indústria do pornô e seus prós e contras, o conteúdo apresentado é pouco e superficial, o que compromete sua relevância.
O Apedrejamento de Soraya M.
4.3 92A morte por apedrejamento foi introduzida no Irã em 1983, apenas três anos antes dos eventos retratados no filme. Eu, vivendo numa sociedade ocidental e secularizada, simplesmente não consigo entender como uma prática dessas possa ter sido assimilada tão naturalmente, a ponto de fazer as pessoas ansiarem por sua execução
inclusive, no filme, os filhos e o próprio pai da "adúltera" Soraya.
Quão grande é a suscetibilidade das pessoas ao discurso religioso fundamentalista e quão perigoso é que um Estado seja teocrático e legitime esse mesmo discurso? A extensa sequência do suplício de Soraya responde.
Messi
4.1 4Ainda que eu goste do Messi, provavelmente não teria assistido ao documentário se ele não fosse dirigido pelo Álex de la Iglesia, que reconheço como um diretor ousado. Não o foi desta vez. Recriar com atores cenas da vida de Messi e gravar os depoimentos de seus conhecidos à mesa do jantar não me pareceram escolhas acertadas. A primeira por ser desnecessária e algo cafona, a segunda pelo ar artificial. Pode até ser que os fãs do jogador amem, mas o filme é dispensável.
Filhos da Guerra
4.1 168 Assista AgoraA atuação da protagonista Anna Paquin consegue compensar em alguma medida o preguiçoso roteiro, mas não o suficiente para salvar o filme de ser entediante e incapaz de emocionar, o que é surpreendente dado o heroísmo (e o corajoso coração) da verdadeira Irena Sendler.
A linda história real da indicada ao Nobel da Paz- entregue naquele ano para Al Gore (!) - merecia mais.