Kleber Mendonça Filho nos presenteia com este curta incrível. Numa ficção apresentada em forma de documentário, vemos Recife deixar de ser uma cidade tropical e ser visitada abruptamente por um frio inacreditável e desconhecido para a população. O novo clima evidencia (mais) as desigualdades sociais pelo contraste em como o frio atinge a vida das pessoas. Enquanto os mais pobres fazem fogueiras nas ruas para se aquecer e alguns moradores de ruas até morrem devido ao frio, uma família de classe média alta se queixa porque a arquitetura do apartamento de frente pra praia não é mais favorável àquele novo clima. No decorrer do curta é constante o sentimento de exclusão.
O garoto rico passa a dormir no quarto de empregada porque, na atual temperatura, aquele quarto é mais confortável (e à empregada resta o quarto grande, ventilado, e por isso mais frio da casa).
O indivíduo sendo sufocado e cercado por edifícios. Cada vez mais a cidade sendo engolida pela especulação imobiliária. Mais uma vez, Kleber fez uma crítica maravilhosa. “O espaço urbano caótico, piorado pela especulação imobiliária fora do controle abria espaço para uma desumanização das cidades. [...] Nessa desordem, o elemento humano foi achatado.”
Indiscutível a competência e singularidade do diretor, Karl é espetacular, é uma paz saber que Chanel está nas mãos dele. Quanto ao elenco, belíssimo, muito bem escalado, Keira é de uma elegância incomparável, os seus olhares delicados e intensos são sua marca registrada. Amei o curta, muito elegante, bem enfocado e fiel à história de Coco. Mas como já havia assistido o longa "Coco avant Chanel" fiquei com a imagem da atuação da Audrey Tautou como Gabrielle e o papel ficou perfeito para a atriz, foi um trabalho perfeito. Apesar disso, ao meu ver, Knightley foi a melhor escolha visto que o curta é mais delicado. Ela foi impecável em encenar a curiosidade da Coco por tecidos e modelos de roupas. A verdade é que Keira deixou o curta completamente harmônico! A parte técnica do curta também não fica para trás, o preto e branco foi uma escolha acertada, contribuindo com a época representada, trilha sonora linda, figurino lindo. As modelos presentes, como toda aquela postura, fizeram uma referencia à marca, como uma ponte ao que Chanel se tornou, achei um detalhe fenomenal. Karl está de parabéns, foi uma produção adorável! Está nos meus favoritos com certeza.
E aos que amam a marca e se interessem pela história de Gabrielle indico o longa Coco avant Chanel.
Recife Frio
4.3 314Kleber Mendonça Filho nos presenteia com este curta incrível. Numa ficção apresentada em forma de documentário, vemos Recife deixar de ser uma cidade tropical e ser visitada abruptamente por um frio inacreditável e desconhecido para a população.
O novo clima evidencia (mais) as desigualdades sociais pelo contraste em como o frio atinge a vida das pessoas. Enquanto os mais pobres fazem fogueiras nas ruas para se aquecer e alguns moradores de ruas até morrem devido ao frio, uma família de classe média alta se queixa porque a arquitetura do apartamento de frente pra praia não é mais favorável àquele novo clima.
No decorrer do curta é constante o sentimento de exclusão.
O garoto rico passa a dormir no quarto de empregada porque, na atual temperatura, aquele quarto é mais confortável (e à empregada resta o quarto grande, ventilado, e por isso mais frio da casa).
O indivíduo sendo sufocado e cercado por edifícios. Cada vez mais a cidade sendo engolida pela especulação imobiliária.
Mais uma vez, Kleber fez uma crítica maravilhosa.
“O espaço urbano caótico, piorado pela especulação imobiliária fora do controle abria espaço para uma desumanização das cidades. [...] Nessa desordem, o elemento humano foi achatado.”
Once Upon A Time...
3.9 11Indiscutível a competência e singularidade do diretor, Karl é espetacular, é uma paz saber que Chanel está nas mãos dele.
Quanto ao elenco, belíssimo, muito bem escalado, Keira é de uma elegância incomparável, os seus olhares delicados e intensos são sua marca registrada.
Amei o curta, muito elegante, bem enfocado e fiel à história de Coco. Mas como já havia assistido o longa "Coco avant Chanel" fiquei com a imagem da atuação da Audrey Tautou como Gabrielle e o papel ficou perfeito para a atriz, foi um trabalho perfeito. Apesar disso, ao meu ver, Knightley foi a melhor escolha visto que o curta é mais delicado. Ela foi impecável em encenar a curiosidade da Coco por tecidos e modelos de roupas. A verdade é que Keira deixou o curta completamente harmônico!
A parte técnica do curta também não fica para trás, o preto e branco foi uma escolha acertada, contribuindo com a época representada, trilha sonora linda, figurino lindo. As modelos presentes, como toda aquela postura, fizeram uma referencia à marca, como uma ponte ao que Chanel se tornou, achei um detalhe fenomenal.
Karl está de parabéns, foi uma produção adorável!
Está nos meus favoritos com certeza.
E aos que amam a marca e se interessem pela história de Gabrielle indico o longa Coco avant Chanel.