Não é ruim, mas também não é bom. Depois da porrada que foi ler esse livro, esperava um pouco mais da carga dramática visual que um filme poderia passar.
Que pancada, meu Deus. Zero defeitos. Melhor do que a maior parte dos filmes que passou pelo Oscar nos últimos anos (apesar de ter outro perfil, completamente). Isso colocado: é um dos únicos filmes que eu já vi que não banaliza, não relativiza, não romanceia, não transforma a dor em palco quando se trata do Nazismo. Quase um filme de terror. Sublime!
Fresco e deliciosamente cativante. Não dá para ser diferente com Yorgos na direção – ainda que, aqui, a excentricidade comum do diretor não esteja no lugar do desconforto, exceto, talvez, por uma ou duas cenas logo no início. Tem algumas falhas que me salta demais aos olhos. O raso aceno ao anarquismo e ao socialismo é... raso. Não sei se havia a necessidade de falar sobre distribuição de renda e desigualdade social sem a profundidade necessária. Dito isso, perdoável.
Agora, imperdoável é esse feminismo privilegiado. É óbvio que é uma história de empoderamento feminino por meio da apropriação do próprio desejo, mas quão vazio é construir isso em cima de um feminismo branco privilegiado? Essa falácia do uso da prostituição como forma de libertação feminina vem de um lugar de gente tão protegida que não é só inocente, mas quase ofensivo para as mulheres de realidade que trabalham na indústria do sexo.
“Ai, mas é ficção” que quer, como toda arte, mimicar a realidade como gostaria que ela fosse ou para escancarar as feiuras da sociedade. Portanto, é uma representação bastante perigosa (e ingênua) de uma realidade horrível e que aqui quase parece utópica. (Curioso que os conservadores tentem articular uma crítica à prostituição no filme sem conseguir ter qualquer argumento contra exceto que aí a moral foi perdida. Eles conseguem começar um discurso bem e terminar distorcendo qualquer lógica racional possível. Enfim, não é sobre a índole da personagem que falo aqui, mas de onde parte o discurso privilegiado da elite que acha que a mulher que gosta de sexo pode se prostituir com facilidade porque ela gosta de sexo, como se isso fizesse QUALQUER sentido. “Trabalhe com o que você ama” diz o capitalismo hoje em dia e mata de exaustão e desgosto qualquer um que tente seguir esse caminho.) Emma ganha no carisma, mas não faz nada particularmente excepcional para o meu gosto. Dito isso, é um filme absolutamente excelente, com uma estética tão lindamente marcante que segue frequentando meu imaginário dois dias depois de tê-lo assistido. Discussões boas e difíceis sobre filosofia, sociologia e biologia.
Para mim não há dúvidas. O filme fala sobre quão ridículo pode ser o julgamento de um caso em um tribunal público com os "julgamentos" públicos e as conclusões vergonhosamente errôneas tiradas por profissionais parciais e engajados em um discurso midiático. Você abre as portas para declarações misóginas, sem fundamento, preconceituosas, homofóbicas e todos os tipos de pensamentos mais tacanhos que a sociedade é capaz de ter. Dito isso, conversa muitíssimo bem com "A caça" (que é outro que eu não entendo como alguém consegue ficar em dúvida sobre o resultado final - e talvez a verdade seja que Hollywood destruiu a capacidade de raciocínio próprio dos espectadores, rs). Uma pergunta para quem tem qualquer dúvida (que um advogado excelente) colocou ao final do filme:
qual é o motivo? Ela não era uma pessoa afeita a emoções fortes. Ela não se deixava levar facilmente por sentimentos. Alemães, inclusive, são conhecidos pela frieza, pela falta de calor ao expressar emoções. Ela não era uma mulher passional e ele não era um homem particularmente violento. O casamento deles não era perfeito, mas também não era absolutamente infeliz. Ela não tinha motivos para querer se livrar do marido e isso, no direito, já é o suficiente para não abrir um julgamento.
E essa especulação pública sobre o relacionamento e o que se passa dentro da casa de um casal que está junto há anos é outro ponto fortíssimo: até onde cenas pontuais da realidade de alguém traduzem o todo de uma vida a dois? Como é que podemos decidir que um casal não deveria estar junto ou é absolutamente infeliz ou tem problemas irreconciliáveis nos baseando apenas em quatro ou cinco acontecimentos marcantes ao longo de 12 anos? Eu diria que é impossível e que qualquer julgamento é nada além de uma projeção das frustrações do próprio ouvinte.
Previsível, sim, mas muito fresco. Tem algo de novo que Triângulo da Tristeza quis criar e não conseguiu. Tem uma aura esquisita, excêntrica, numa estética própria e isso é louvável numa era de padronização, especialmente para novos cineastas. Não é a crítica mais contundente ou astuta ao rico (na verdade, é muito mais sobre a ambição da classe média sem necessariamente perder a possibilidade de alfinetar a apatia e absurdos do herdeiro), mas tem ali seu pézinho na crítica social. É mais um thriller do que qualquer outra coisa. E, de novo, previsível, mas aceitável. Acho que teria sido tão melhor um roteiro com mais de um “vilão”, com realmente mais de um foco de manipulação, com mais interesses obscuros, com uma verdadeira teia de intrigas e reviravoltas. Também não precisava explicar tudo tão detalhadamente no final. Foi quase o Nolan, rs.
Que delicadeza, quanta sutileza. Uma ode ao gênero conto (especialmente contos com finais abertos e pouco explicados) e ao cinema. A metalinguagem cria uma homenagem ao audiovisual e ao teatro muito melhor que tantos outros filmes que tentaram fazer isso em Hollywood (coflalalandcof). Que lindíssimo deixar a explicação do filme inteiro literalmente nas mãos de um monólogo na língua dos sinais. É um grande emaranhado de nós que não fala apenas do luto, mas também da arte, do olhar para dentro, do se perdoar e de amar. Lindo, lindo!
Não achei nem de longe tão bom quanto falaram, mas gostei da humanização da figura "Maria Antonieta" (tem que ignorar o fato de que a monarquia era realmente um câncer na sociedade, ainda que a verdade seja que não foram as festas de Maria Antonieta que quebraram os cofres da França, mas a guerra nos EUA). É um grande marco do feminismo branco (claramente), mas dá para passar um paninho bemmm de leve.
Apesar de ter gostado do final dado aos personagens, acho que foi, sim, muito corrido. Parece que, como em Sense8, estava caro demais seguir o cronograma original e condensaram duas (ou mais) temporadas em uma só. Foram muitas emoções muito fortes em pouquíssimo tempo - o que impede o público de sentir tudo com calma e carinho e aí, naturalmente, fica parecendo mal trabalhado mesmo. Ainda assim, acho que tudo fez muito sentido: que fosse uma temporada para amarrar as pontas soltas, andar com alguns conflitos anteriores, finalizar sentimentos e arcos. Mas, mais do que tudo, é uma série que tenta ser educativa e ela foi, novamente, extremamente feliz na sua educação.
Sobre com o que um relacionamento abusivo pode se parecer; sobre saúde sexual masculina; sobre depressão pós-parto; sobre superar traumas por meio da arte; sobre pessoas trans e não-binárias; sobre a religião e sexualidade não necessariamente habitarem zonas opostas; sobre se conectar com a família (disfuncional ou não); sobre o luto e o desejo de estabilidade; sobre a responsabilidade das figuras de poder; sobre amores adolescentes não serem duradouros e isso não significar em absoluto que não foram belos ou importantes.
Chorei, chorei sim e estou, em como todas as ocasiões de despedida de personagens fictícios, me sentindo um pouco órfã e um pouco orgulhosa. Poderia ter sido melhor executada, mas me tocou como deveria.
Nolan está aprendendo aos poucos a não subestimar tanto o público (ainda precisa ajustar a mão, mas já me sinto menos tratada como uma criança). Surpreendentemente bom. Gostei da veia antimilitarista e anti-armamentista - dois temas muito atuais, além da quebra do estereótipo do “comunista comedor de crianças” da ilusão estadunidense.
História nada convincente, mas visualmente muito lindo. Claramente a história foi feita para criar as desculpas necessárias para incluir as imagens mentais que Cameron tinha.
, achei o gore bastante ousado e atores pouco convencionais que atuaram bastante bem. O enredo é bastante batido, mas ao menos os detalhes trazem um tom de originalidade. Esperarei feliz pela próxima temporada.
Poderia ser TÃO melhor. As discussões são ótimas, os atores são bons, mas os diálogos… pq deixar tudo tão raso? A direção errou na mão ao aliviar o drama e não equilibrar a tragicomédia que o filme deveria ser.
a história das duas mães é um prelúdio e uma alegoria para o que se desenrola ao final do filme. É o paralelo traçado entre mães que perderam seus filhos e os filhos dos outros. Sobre todas essas mulheres que criaram gerações sozinhas por conta da guerra civil espanhola. Sobre como, ao viver dentro de uma comunidade unida, a dor de uma mãe é a dor de todas as outras.
Lindo, delicado, emocionante e, mais do que tudo, importantíssimo para o momento atual do mundo. No qual muitos se esqueceram das crueldades cometidas por governos autoritários.
Fico um pouco chateada com as censuras de palavrões, mas achei tão melhor que a anterior. Acho que reviveu a chama de B99 que tinha morrido um pouquinho. Os últimos 2 episódios são pérolas.
Olha, eu to sempre defendendo que as mulheres precisam de mais autoestima e até de uma certa arrogância para conquistarem esse mundo e o que de fato merecem, mas a Melissa é nojenta.
Não sabia ficar feliz pela vitória dos colegas (não conseguiu absorver NADA do que os outros fizeram de certo), seus erros eram sempre culpa dos outros (nunca ela fazia nada de errado, exceto pela lanterna, e todas as vezes foi julgada errado), não sabia liderar merda nenhuma (todas as vezes que teve que tomar uma decisão delegou aos subordinados e não soube bancar), julgou o trabalho de pessoas que foram muito melhor do que ela (por pura falta de capacidade de olhar para o outro com bons olhos) e não soube melhorar em nada. Mulher insuportável. Grazadeus o Juan ganhou. Merecia mil vezes mais.
Achei que a morte do Tony Stark seria suficiente para fazer a vez do tio Ben para este Homem-Aranha, mas claramente tinham que matar a May e deixar ele ABSOLUTAMENTE sozinho. Acho que existe uma grande possibilidade da Marvel trazer essa realidade do herói para algo mais próximo do que conhecemos. Ele estava, afinal, muito mais poderoso e estabilizado do que o nosso amigo da vizinhança realmente é. Acho uma ótima oportunidade (especialmente com Venom se tornando um dos próximos vilões), mas a verdade é que foi um final cruel como nenhum outro. Pobre Peter. Pontos enormes pelas zoeiras com os outros dois Homem-Aranhas que tivemos no passado (especialmente pela devoção concebida à Tobey Maguire, que basicamente teve esse um personagem na carreira e o estabeleceu como mais ninguém).
A ideia é meio merda, mas, nossa, eu amo o humor de uma galera aí (especialmente Igor e Defante). Só escolheram um pessoal que faz um trampo honesto, que não ofendem ninguém, com carinho e muita educação.
Gente, vendo os comentários de vocês falando super mal do fazendeiro do último episódio só consigo pensar que não entenderam um dos grandes pontos e méritos dessa série: aprenda a humanizar o outro. O cara se deixou ser mudado por uma equipe inteira de homens gays, em nenhum momento ele reclamou dos ensinamentos, se travou, se fechou. Ele se permitiu ser vulnerável a pessoas que ele cresceu ouvindo que eram erradas. Esperar que ele não tivesse um comportamento que beirasse o estranhamento à situação é que teria sido estranho. Outras pessoas tiveram o mesmo problema em outras temporadas, cada uma agiu de uma forma diferente, mas a nossa tolerância para o aprendizado do próximo (que está, sim, se esforçando) deve se manter igual. Aprendam com os Fab5.
(Ninguém aqui tá dizendo que republicano é uma raça que temos que amar e ter em casa, tá? To dizendo que um dos grandes ensinamentos da série, desde o primeiro episódio, é dar o benefício da dúvida é humanizar o outro, independentemente do quão diferente ele seja de você.)
Não é nem de longe um excelente filme da Marvel, mas tem detalhes que a Marvel conseguiu elevar aqui: fotografia, atuações e só não é a melhor trilha sonora pq Guardiões, né. O filme é confuso sim, tem um ritmo estranho, muitas coisas na história não se fecham:
os Deviants estão lá para serem um segundo inimigo pq o real antagonista é um traidor, mas, no fim, ninguém foi uma real ameaça ali no final – a real ameaça MESMO é o líder lá que já não lembro o nome (nem Tiamat era, coitado). O deviant inteligente foi nada além de um bicho para “humanizar” a situação toda (??) e nerfar um pouco o time. E o Ikaris só desistiu e nem foi tão problemático assim. Poderia ter tido uma morte muito mais digna e contribuído para a dificuldade de resolução do plot final (por exemplo ao ser morto pelo Deviant e ter seus poderes absorvidos).
Os efeitos estão lindos, a paisagem é linda, a diversidade é orgânica, o plot geral é interessante e pode ter desdobramentos incríveis, os atores são maravilhosos (Angelina, te amo) e estamos sendo apresentados a uma nova fase da Marvel que pode ser muito próspera se não esperarmos exatamente a mesma fórmula de novo (vamos se abrir para o futuro, galere). Épocas de transição em longas histórias são sempre chatas e confusas, pq você está acostumado com uma coisa e te jogam outra no mesmo universo que você nem entende ainda se quer gostar ou não.
Quatro estrelas pq a DC finalmente teve coragem de deixar um diretor ser livre e fazer um filme do jeito dele - ele GRITA James Gunn em seu auge. Trilha sonora marcante e engraçadinha, piadas de humor sarcástico e cáustico, bizarrices, nojeiras, os personagens mais sem noção da DC e diálogos sensacionais.
Elena Sabe
3.0 15Não é ruim, mas também não é bom. Depois da porrada que foi ler esse livro, esperava um pouco mais da carga dramática visual que um filme poderia passar.
Zona de Interesse
3.6 605 Assista AgoraQue pancada, meu Deus. Zero defeitos. Melhor do que a maior parte dos filmes que passou pelo Oscar nos últimos anos (apesar de ter outro perfil, completamente).
Isso colocado: é um dos únicos filmes que eu já vi que não banaliza, não relativiza, não romanceia, não transforma a dor em palco quando se trata do Nazismo. Quase um filme de terror.
Sublime!
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraFresco e deliciosamente cativante. Não dá para ser diferente com Yorgos na direção – ainda que, aqui, a excentricidade comum do diretor não esteja no lugar do desconforto, exceto, talvez, por uma ou duas cenas logo no início. Tem algumas falhas que me salta demais aos olhos.
O raso aceno ao anarquismo e ao socialismo é... raso. Não sei se havia a necessidade de falar sobre distribuição de renda e desigualdade social sem a profundidade necessária. Dito isso, perdoável.
Agora, imperdoável é esse feminismo privilegiado.
É óbvio que é uma história de empoderamento feminino por meio da apropriação do próprio desejo, mas quão vazio é construir isso em cima de um feminismo branco privilegiado? Essa falácia do uso da prostituição como forma de libertação feminina vem de um lugar de gente tão protegida que não é só inocente, mas quase ofensivo para as mulheres de realidade que trabalham na indústria do sexo.
“Ai, mas é ficção” que quer, como toda arte, mimicar a realidade como gostaria que ela fosse ou para escancarar as feiuras da sociedade. Portanto, é uma representação bastante perigosa (e ingênua) de uma realidade horrível e que aqui quase parece utópica.
(Curioso que os conservadores tentem articular uma crítica à prostituição no filme sem conseguir ter qualquer argumento contra exceto que aí a moral foi perdida. Eles conseguem começar um discurso bem e terminar distorcendo qualquer lógica racional possível. Enfim, não é sobre a índole da personagem que falo aqui, mas de onde parte o discurso privilegiado da elite que acha que a mulher que gosta de sexo pode se prostituir com facilidade porque ela gosta de sexo, como se isso fizesse QUALQUER sentido. “Trabalhe com o que você ama” diz o capitalismo hoje em dia e mata de exaustão e desgosto qualquer um que tente seguir esse caminho.)
Emma ganha no carisma, mas não faz nada particularmente excepcional para o meu gosto.
Dito isso, é um filme absolutamente excelente, com uma estética tão lindamente marcante que segue frequentando meu imaginário dois dias depois de tê-lo assistido. Discussões boas e difíceis sobre filosofia, sociologia e biologia.
Anatomia de uma Queda
4.0 826 Assista AgoraPara mim não há dúvidas. O filme fala sobre quão ridículo pode ser o julgamento de um caso em um tribunal público com os "julgamentos" públicos e as conclusões vergonhosamente errôneas tiradas por profissionais parciais e engajados em um discurso midiático.
Você abre as portas para declarações misóginas, sem fundamento, preconceituosas, homofóbicas e todos os tipos de pensamentos mais tacanhos que a sociedade é capaz de ter.
Dito isso, conversa muitíssimo bem com "A caça" (que é outro que eu não entendo como alguém consegue ficar em dúvida sobre o resultado final - e talvez a verdade seja que Hollywood destruiu a capacidade de raciocínio próprio dos espectadores, rs).
Uma pergunta para quem tem qualquer dúvida (que um advogado excelente) colocou ao final do filme:
qual é o motivo?
Ela não era uma pessoa afeita a emoções fortes. Ela não se deixava levar facilmente por sentimentos. Alemães, inclusive, são conhecidos pela frieza, pela falta de calor ao expressar emoções. Ela não era uma mulher passional e ele não era um homem particularmente violento. O casamento deles não era perfeito, mas também não era absolutamente infeliz. Ela não tinha motivos para querer se livrar do marido e isso, no direito, já é o suficiente para não abrir um julgamento.
E essa especulação pública sobre o relacionamento e o que se passa dentro da casa de um casal que está junto há anos é outro ponto fortíssimo: até onde cenas pontuais da realidade de alguém traduzem o todo de uma vida a dois? Como é que podemos decidir que um casal não deveria estar junto ou é absolutamente infeliz ou tem problemas irreconciliáveis nos baseando apenas em quatro ou cinco acontecimentos marcantes ao longo de 12 anos? Eu diria que é impossível e que qualquer julgamento é nada além de uma projeção das frustrações do próprio ouvinte.
Saltburn
3.5 862Previsível, sim, mas muito fresco. Tem algo de novo que Triângulo da Tristeza quis criar e não conseguiu. Tem uma aura esquisita, excêntrica, numa estética própria e isso é louvável numa era de padronização, especialmente para novos cineastas.
Não é a crítica mais contundente ou astuta ao rico (na verdade, é muito mais sobre a ambição da classe média sem necessariamente perder a possibilidade de alfinetar a apatia e absurdos do herdeiro), mas tem ali seu pézinho na crítica social.
É mais um thriller do que qualquer outra coisa. E, de novo, previsível, mas aceitável. Acho que teria sido tão melhor um roteiro com mais de um “vilão”, com realmente mais de um foco de manipulação, com mais interesses obscuros, com uma verdadeira teia de intrigas e reviravoltas.
Também não precisava explicar tudo tão detalhadamente no final. Foi quase o Nolan, rs.
Drive My Car
3.8 386 Assista AgoraQue delicadeza, quanta sutileza. Uma ode ao gênero conto (especialmente contos com finais abertos e pouco explicados) e ao cinema. A metalinguagem cria uma homenagem ao audiovisual e ao teatro muito melhor que tantos outros filmes que tentaram fazer isso em Hollywood (coflalalandcof).
Que lindíssimo deixar a explicação do filme inteiro literalmente nas mãos de um monólogo na língua dos sinais.
É um grande emaranhado de nós que não fala apenas do luto, mas também da arte, do olhar para dentro, do se perdoar e de amar. Lindo, lindo!
Maria Antonieta
3.7 1,3K Assista AgoraNão achei nem de longe tão bom quanto falaram, mas gostei da humanização da figura "Maria Antonieta" (tem que ignorar o fato de que a monarquia era realmente um câncer na sociedade, ainda que a verdade seja que não foram as festas de Maria Antonieta que quebraram os cofres da França, mas a guerra nos EUA). É um grande marco do feminismo branco (claramente), mas dá para passar um paninho bemmm de leve.
Sex Education (4ª Temporada)
3.5 237 Assista AgoraApesar de ter gostado do final dado aos personagens, acho que foi, sim, muito corrido. Parece que, como em Sense8, estava caro demais seguir o cronograma original e condensaram duas (ou mais) temporadas em uma só.
Foram muitas emoções muito fortes em pouquíssimo tempo - o que impede o público de sentir tudo com calma e carinho e aí, naturalmente, fica parecendo mal trabalhado mesmo.
Ainda assim, acho que tudo fez muito sentido: que fosse uma temporada para amarrar as pontas soltas, andar com alguns conflitos anteriores, finalizar sentimentos e arcos. Mas, mais do que tudo, é uma série que tenta ser educativa e ela foi, novamente, extremamente feliz na sua educação.
Sobre com o que um relacionamento abusivo pode se parecer; sobre saúde sexual masculina; sobre depressão pós-parto; sobre superar traumas por meio da arte; sobre pessoas trans e não-binárias; sobre a religião e sexualidade não necessariamente habitarem zonas opostas; sobre se conectar com a família (disfuncional ou não); sobre o luto e o desejo de estabilidade; sobre a responsabilidade das figuras de poder; sobre amores adolescentes não serem duradouros e isso não significar em absoluto que não foram belos ou importantes.
Chorei, chorei sim e estou, em como todas as ocasiões de despedida de personagens fictícios, me sentindo um pouco órfã e um pouco orgulhosa.
Poderia ter sido melhor executada, mas me tocou como deveria.
Oppenheimer
4.0 1,1KNolan está aprendendo aos poucos a não subestimar tanto o público (ainda precisa ajustar a mão, mas já me sinto menos tratada como uma criança).
Surpreendentemente bom. Gostei da veia antimilitarista e anti-armamentista - dois temas muito atuais, além da quebra do estereótipo do “comunista comedor de crianças” da ilusão estadunidense.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraEh, exagera desnecessariamente para ilustrar uma discussão relevante.
Rick and Morty (5ª Temporada)
4.2 101Fica mais nonsense a cada episódio que passa. Eu termino todos os episódios com uma ? na testa.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraHistória nada convincente, mas visualmente muito lindo. Claramente a história foi feita para criar as desculpas necessárias para incluir as imagens mentais que Cameron tinha.
O Filho Bastardo do Diabo (1ª Temporada)
3.6 23 Assista AgoraMuito melhor do que eu esperava, honestamente.
Amei o trisal que se formou no final
Boa Sorte, Leo Grande
3.8 117 Assista AgoraPoderia ser TÃO melhor. As discussões são ótimas, os atores são bons, mas os diálogos… pq deixar tudo tão raso? A direção errou na mão ao aliviar o drama e não equilibrar a tragicomédia que o filme deveria ser.
Mães Paralelas
3.7 411Acho que muitos que assistiram o filme e comentaram aqui talvez não tenham entendido o grande ponto do filme:
a história das duas mães é um prelúdio e uma alegoria para o que se desenrola ao final do filme. É o paralelo traçado entre mães que perderam seus filhos e os filhos dos outros. Sobre todas essas mulheres que criaram gerações sozinhas por conta da guerra civil espanhola. Sobre como, ao viver dentro de uma comunidade unida, a dor de uma mãe é a dor de todas as outras.
Lindo, delicado, emocionante e, mais do que tudo, importantíssimo para o momento atual do mundo. No qual muitos se esqueceram das crueldades cometidas por governos autoritários.
Brooklyn Nine-Nine (7ª Temporada)
4.2 98 Assista AgoraFico um pouco chateada com as censuras de palavrões, mas achei tão melhor que a anterior. Acho que reviveu a chama de B99 que tinha morrido um pouquinho.
Os últimos 2 episódios são pérolas.
School of Chocolate (1ª Temporada)
3.9 19 Assista AgoraOlha, eu to sempre defendendo que as mulheres precisam de mais autoestima e até de uma certa arrogância para conquistarem esse mundo e o que de fato merecem, mas a Melissa é nojenta.
Não sabia ficar feliz pela vitória dos colegas (não conseguiu absorver NADA do que os outros fizeram de certo), seus erros eram sempre culpa dos outros (nunca ela fazia nada de errado, exceto pela lanterna, e todas as vezes foi julgada errado), não sabia liderar merda nenhuma (todas as vezes que teve que tomar uma decisão delegou aos subordinados e não soube bancar), julgou o trabalho de pessoas que foram muito melhor do que ela (por pura falta de capacidade de olhar para o outro com bons olhos) e não soube melhorar em nada. Mulher insuportável. Grazadeus o Juan ganhou. Merecia mil vezes mais.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraMeu deus, que filme mais triste.
Achei que a morte do Tony Stark seria suficiente para fazer a vez do tio Ben para este Homem-Aranha, mas claramente tinham que matar a May e deixar ele ABSOLUTAMENTE sozinho.
Acho que existe uma grande possibilidade da Marvel trazer essa realidade do herói para algo mais próximo do que conhecemos. Ele estava, afinal, muito mais poderoso e estabilizado do que o nosso amigo da vizinhança realmente é. Acho uma ótima oportunidade (especialmente com Venom se tornando um dos próximos vilões), mas a verdade é que foi um final cruel como nenhum outro.
Pobre Peter.
Pontos enormes pelas zoeiras com os outros dois Homem-Aranhas que tivemos no passado (especialmente pela devoção concebida à Tobey Maguire, que basicamente teve esse um personagem na carreira e o estabeleceu como mais ninguém).
LOL: Se Rir, Já Era! (1ª Temporada)
3.4 126 Assista AgoraA ideia é meio merda, mas, nossa, eu amo o humor de uma galera aí (especialmente Igor e Defante). Só escolheram um pessoal que faz um trampo honesto, que não ofendem ninguém, com carinho e muita educação.
Queer Eye: Mais Que um Makeover (4ª Temporada)
4.4 38Gente, vendo os comentários de vocês falando super mal do fazendeiro do último episódio só consigo pensar que não entenderam um dos grandes pontos e méritos dessa série: aprenda a humanizar o outro.
O cara se deixou ser mudado por uma equipe inteira de homens gays, em nenhum momento ele reclamou dos ensinamentos, se travou, se fechou. Ele se permitiu ser vulnerável a pessoas que ele cresceu ouvindo que eram erradas.
Esperar que ele não tivesse um comportamento que beirasse o estranhamento à situação é que teria sido estranho. Outras pessoas tiveram o mesmo problema em outras temporadas, cada uma agiu de uma forma diferente, mas a nossa tolerância para o aprendizado do próximo (que está, sim, se esforçando) deve se manter igual.
Aprendam com os Fab5.
(Ninguém aqui tá dizendo que republicano é uma raça que temos que amar e ter em casa, tá? To dizendo que um dos grandes ensinamentos da série, desde o primeiro episódio, é dar o benefício da dúvida é humanizar o outro, independentemente do quão diferente ele seja de você.)
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraNão é nem de longe um excelente filme da Marvel, mas tem detalhes que a Marvel conseguiu elevar aqui: fotografia, atuações e só não é a melhor trilha sonora pq Guardiões, né.
O filme é confuso sim, tem um ritmo estranho, muitas coisas na história não se fecham:
os Deviants estão lá para serem um segundo inimigo pq o real antagonista é um traidor, mas, no fim, ninguém foi uma real ameaça ali no final – a real ameaça MESMO é o líder lá que já não lembro o nome (nem Tiamat era, coitado). O deviant inteligente foi nada além de um bicho para “humanizar” a situação toda (??) e nerfar um pouco o time. E o Ikaris só desistiu e nem foi tão problemático assim.
Poderia ter tido uma morte muito mais digna e contribuído para a dificuldade de resolução do plot final (por exemplo ao ser morto pelo Deviant e ter seus poderes absorvidos).
Os efeitos estão lindos, a paisagem é linda, a diversidade é orgânica, o plot geral é interessante e pode ter desdobramentos incríveis, os atores são maravilhosos (Angelina, te amo) e estamos sendo apresentados a uma nova fase da Marvel que pode ser muito próspera se não esperarmos exatamente a mesma fórmula de novo (vamos se abrir para o futuro, galere).
Épocas de transição em longas histórias são sempre chatas e confusas, pq você está acostumado com uma coisa e te jogam outra no mesmo universo que você nem entende ainda se quer gostar ou não.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista AgoraQuatro estrelas pq a DC finalmente teve coragem de deixar um diretor ser livre e fazer um filme do jeito dele - ele GRITA James Gunn em seu auge. Trilha sonora marcante e engraçadinha, piadas de humor sarcástico e cáustico, bizarrices, nojeiras, os personagens mais sem noção da DC e diálogos sensacionais.
Hannah Gadsby: Douglas
4.2 28Obra de arte da comédia. Genial.
Hannah Gadsby: Nanette
4.7 207 Assista AgoraAssisti novamente ontem e só tenho uma coisa a dizer: brutal.