Um dos "favoritinhos" para o Oscar desse ano, é simples, sincero, sutil, leve e mais algumas qualidades que você vai descobrindo com o desenrolar dos minutos e com o desenvolvimento dos personagens (bem evidente), além de uma trilha sonora bem interessante (com músicas havaianas), além , claro, de imagens paradisíacas do Havaí.
Os três homens (de idades diferentes) passam pelo processo de downsizing, e cada um lida de uma maneira diferente com suas perdas: com o declínio do padrão de vida (ou seria o esfacelamento do american way of life?), o escamoteamento progressivo da autoestima nas diversas fases de procura por recolocação profissional, o trabalho simples como um trabalho digno, a forma de encarar a crise do qual eles também fazem parte. A visão certinha e bem feita, apresentada no filme, não é nada demais. A fotografia do filme, certinha até demais também. A trilha sonora, faltou em alguns momentos. O executivo Presidente, que apresenta uma característica "humana" (e por isso mesmo, é posto pra fora) e que depois apresenta uma solução que soa como uma redenção pessoal. É querer florear uma realidade corporativa...que tem seus traços agressivos.
"Não estamos aqui para consertar o passado, mas para afetar o futuro" (Vera Farmiga)
Onde Duncan Jones queria chegar com esse filme? Reconheço o esforço do diretor em prender a atenção do espectador (mesmo confuso),manter o dinamismo e não tornar a experiência dos 8 minutos em um tédio rebobinador; mas com um roteiro desses, cheio de clichês (vide o sentimento de honra do capitão em servir à pátria, por exemplo), e principalmente de falhas, desencoraja qualquer empolgação com um desfecho coerente. Primeiro porque código fonte supõe-se que seja um software emulando os últimos 8 minutos da vida de alguém, portanto, o que aconteceu para evitar novos acontecimentos; o que se cria de "realidade paralela" oriunda da mente dos 8 minutos e do "sistema que mantém o capitão, inviável pelas condições apresentadas no decorrer do filme que só a física quântica ainda não experimentada poderia permitir" (a arte de evitar spoiler), não leva a crer em nenhum momento aquele final que soa ingênuo. Poderia parar na cena onde tudo se congela, que teria até mais credibilidade. Mas não se engane, a ingenuidade passou longe. É apenas uma falha grotesca muito mal explicada. Na dúvida, Duncan Jones deveria escolher outro roteirista para o seu próximo filme, já que o diretor tem talento...e com um orçamento mais generoso caso queira caprichar em efeitos especiais.
É do tipo "quero ser irmãos Coen", mas não consegue chegar muito longe com uma direção que parece ter dúvidas pra onde direciona seu filme. Tem os seus bons momentos de comédia, e um roteiro que foge do comum. Mas é só isso.
Um filme produzido para a TV francesa, e biográfico, que apresenta a relação entre Sartre e Beauvoir, desde o início, até o rompimento dela com Nelson Algren, passando pelos acontecimentos importantes em suas vidas, como por exemplo, o impacto social causado pela publicação do livro O Segundo Sexo. Reconheço que houve uma boa tentativa de reproduzir esse laço forte entre os dois, sobretudo a grande afinidade intelectual. Os relacionamentos contingentes foram retratados pela presença de alguns personagens, inclusive há a licença poética de interpretar relacionamentos de Simone com outras mulheres, sendo que durante sua vida, houveram muitas especulações sobre esse fato. Bom roteiro, boa trilha sonora e ótimas atuações. Sempre bom rever um filme preferido.
É um espaço muito limitado para externalizar o que pode ser este filme nipônico. Não merece uma opinião, apenas. É dotado de muita subjetividade, de um senso estético muito apurado, de uma sensibilidade desenvolvida, atrelado ao existencialismo evidente, tanto nas imagens como nos diálogos. É preciso desacelerar para se deixar envolver na narrativa lenta, contemplativa, meditativa, deste filme. 8 sonhos que parecem ser independentes, mas todos eles tratam da ligação do homem com a natureza, de sua vivência e perda, oito dilemas autobiográficos que traz uma expressão artística única para o cinema. Uma obra-prima arrebatadora.
Blue Valentine, para mim, não se trata de um romance, mas sim, do fim de um romance. Adapte para o nome que quiser: casamento, amor, paixão. Pois é a ausência de qualquer desses sentimentos. Nem o final escapa. É um filme de detalhes emocionais, são nesses pequenos detalhes que há o indicativo do que move a relação para o que podemos chamar de fim, a crescente rejeição que atrai um esforço maior do personagem em "melhorar a situação", a ponto de sufocá-la. São os detalhes que mostram que, desde o início, as diferenças sempre existiram, sempre estiveram presentes. Não importa para o diretor como a relação foi conduzida até o ponto crítico, ele trabalhou com os opostos. A iluminação das cenas do passado contrasta com as do presente. Os aspectos físicos dos atores indicam passagem de tempo... e não bem aproveitada. A ausência de amor da Cindy que contrasta com o amor do Dean. Não há vilão, nem mocinho, é apenas uma relação que não funciona mais.
Produção fraca, mas conseguiu meter o dedo na ferida social e na hipocrisia e esquizofrenia dos discursos vitrinísticos. O que me assusta é que foi rodado em 1999 e 12 anos depois... ainda permanece interessante. Não é uma verdade absoluta, mas causa impacto ao assistir. Incomoda...
Com um roteiro baseado no livro Annie’s Box, (o autor é Randal Keynes, tataraneto de Darwin), que relata o relacionamento entre pai e filha - o filme retrata este detalhe da vida pessoal do cientista, talvez em seu momento mais frágil, vivendo com suas angústias, culpas e conflitos internos, pela perda de uma forte afinidade, que o impede de seguir em frente com seu trabalho e seus relacionamentos pessoais, tendo que superá-los para enfim, publicar o seu livro. Este Darwin é um personagem que poderia ter sido mais elaboradamente construído; o filme é pretensioso e tenta me comover com uma falsa aparência sensível. Alguns clichês no final contribuíram para reforçar essa sensação. “A natureza seleciona pela sobrevivência, o homem pela aparência.”
No cartaz desse filme está escrito: A vida pode ser uma comédia ou uma tragédia, tudo só depende da maneira como você a encara". É a epígrafe de um filme que se constitui em duas histórias com elementos semelhantes, mas conduzidas por visões opostas apresentadas na primeira cena. Até aí tudo bem, se não fosse a impressão de possuir uma fragilidade técnica que desvaloriza e conduz em tom cambaleante um enredo que tem tudo para ser interessante. É o "mais do mesmo", com referências quase auto-biográficas (ressalte-se que Cole Porter e Hemingway são mais amplamente vistos em "Meia Noite em Paris", referências personificadas) e com diálogos oscilantes. Deixa a desejar.
"Reivindicação para a arte do cinema - não tememos à censura porque não pretendemos ofender com obscenidades nem imoralidades mas demandamos o direito de mostrar o lado escuro do erro para ressaltar assim a luminosidade da virtude. É a mesma liberdade da que goza a arte escrita. Essa arte a que devemos a Bíblia e as obas de Shakespeare." São com essas frases, que se dá o início de filme tão controverso em sua ideologia, mas tão significativo para o avanço da técnica. Ao mesmo tempo a introdução do gênero épico e da produção das longas metragens (três horas de cinema mudo com cenas muito prolongadas), o filme mais caro da época e o primeiro blockbuster da história do cinema. Frases que hoje me parecem uma permissão em ser controverso em sua atemporalidade, como um bom exercício reflexivo da mudança de idéias que nos guiaram pela história. Se existisse hoje em dia um remake em que o papel coletivo de "mocinhos" fossem as minorias (gays, gordos, inclusive os negros)...qual diferença traria? Sob que ótica assistiria? Associei de imediato com "E o vento levou", pois tratam de uma mesma época. Enfim, por mim estará sempre permitido a se expressar como bem entender, não é a proposta do cinema em si?
Meia-noite em Paris cumpre bem o seu papel em transmitir a visão nostálgica proposta pelo diretor através do realismo fantástico. Não diria que seria uma aula de história, ou de arte: foca nos interesses culturais do personagem; portanto, a retrospectiva se resume àqueles cujo papel foi importante na década de 20, na visão do protagonista (o alter ego do diretor, inclusive pela imitação dos trejeitos). Trilha sonora que acompanha o "flashback" (Cole Porter), tão charmoso quanto descontraído: é o melhor filme, até o momento, da turnê européia do Allen.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraUm dos "favoritinhos" para o Oscar desse ano, é simples, sincero, sutil, leve e mais algumas qualidades que você vai descobrindo com o desenrolar dos minutos e com o desenvolvimento dos personagens (bem evidente), além de uma trilha sonora bem interessante (com músicas havaianas), além , claro, de imagens paradisíacas do Havaí.
A Grande Virada
3.3 139 Assista AgoraOs três homens (de idades diferentes) passam pelo processo de downsizing, e cada um lida de uma maneira diferente com suas perdas: com o declínio do padrão de vida (ou seria o esfacelamento do american way of life?), o escamoteamento progressivo da autoestima nas diversas fases de procura por recolocação profissional, o trabalho simples como um trabalho digno, a forma de encarar a crise do qual eles também fazem parte.
A visão certinha e bem feita, apresentada no filme, não é nada demais. A fotografia do filme, certinha até demais também. A trilha sonora, faltou em alguns momentos. O executivo Presidente, que apresenta uma característica "humana" (e por isso mesmo, é posto pra fora) e que depois apresenta uma solução que soa como uma redenção pessoal. É querer florear uma realidade corporativa...que tem seus traços agressivos.
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista Agora"Não estamos aqui para consertar o passado, mas para afetar o futuro" (Vera Farmiga)
Onde Duncan Jones queria chegar com esse filme? Reconheço o esforço do diretor em prender a atenção do espectador (mesmo confuso),manter o dinamismo e não tornar a experiência dos 8 minutos em um tédio rebobinador; mas com um roteiro desses, cheio de clichês (vide o sentimento de honra do capitão em servir à pátria, por exemplo), e principalmente de falhas, desencoraja qualquer empolgação com um desfecho coerente. Primeiro porque código fonte supõe-se que seja um software emulando os últimos 8 minutos da vida de alguém, portanto, o que aconteceu para evitar novos acontecimentos; o que se cria de "realidade paralela" oriunda da mente dos 8 minutos e do "sistema que mantém o capitão, inviável pelas condições apresentadas no decorrer do filme que só a física quântica ainda não experimentada poderia permitir" (a arte de evitar spoiler), não leva a crer em nenhum momento aquele final que soa ingênuo. Poderia parar na cena onde tudo se congela, que teria até mais credibilidade. Mas não se engane, a ingenuidade passou longe. É apenas uma falha grotesca muito mal explicada. Na dúvida, Duncan Jones deveria escolher outro roteirista para o seu próximo filme, já que o diretor tem talento...e com um orçamento mais generoso caso queira caprichar em efeitos especiais.
Os Homens Que Encaravam Cabras
3.3 485 Assista AgoraÉ do tipo "quero ser irmãos Coen", mas não consegue chegar muito longe com uma direção que parece ter dúvidas pra onde direciona seu filme.
Tem os seus bons momentos de comédia, e um roteiro que foge do comum. Mas é só isso.
Os Amantes do Café Flore
3.7 63Um filme produzido para a TV francesa, e biográfico, que apresenta a relação entre Sartre e Beauvoir, desde o início, até o rompimento dela com Nelson Algren, passando pelos acontecimentos importantes em suas vidas, como por exemplo, o impacto social causado pela publicação do livro O Segundo Sexo. Reconheço que houve uma boa tentativa de reproduzir esse laço forte entre os dois, sobretudo a grande afinidade intelectual. Os relacionamentos contingentes foram retratados pela presença de alguns personagens, inclusive há a licença poética de interpretar relacionamentos de Simone com outras mulheres, sendo que durante sua vida, houveram muitas especulações sobre esse fato. Bom roteiro, boa trilha sonora e ótimas atuações. Sempre bom rever um filme preferido.
Sonhos
4.4 381 Assista AgoraÉ um espaço muito limitado para externalizar o que pode ser este filme nipônico. Não merece uma opinião, apenas. É dotado de muita subjetividade, de um senso estético muito apurado, de uma sensibilidade desenvolvida, atrelado ao existencialismo evidente, tanto nas imagens como nos diálogos. É preciso desacelerar para se deixar envolver na narrativa lenta, contemplativa, meditativa, deste filme. 8 sonhos que parecem ser independentes, mas todos eles tratam da ligação do homem com a natureza, de sua vivência e perda, oito dilemas autobiográficos que traz uma expressão artística única para o cinema. Uma obra-prima arrebatadora.
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraBlue Valentine, para mim, não se trata de um romance, mas sim, do fim de um romance. Adapte para o nome que quiser: casamento, amor, paixão. Pois é a ausência de qualquer desses sentimentos. Nem o final escapa.
É um filme de detalhes emocionais, são nesses pequenos detalhes que há o indicativo do que move a relação para o que podemos chamar de fim, a crescente rejeição que atrai um esforço maior do personagem em "melhorar a situação", a ponto de sufocá-la. São os detalhes que mostram que, desde o início, as diferenças sempre existiram, sempre estiveram presentes.
Não importa para o diretor como a relação foi conduzida até o ponto crítico, ele trabalhou com os opostos. A iluminação das cenas do passado contrasta com as do presente. Os aspectos físicos dos atores indicam passagem de tempo... e não bem aproveitada. A ausência de amor da Cindy que contrasta com o amor do Dean. Não há vilão, nem mocinho, é apenas uma relação que não funciona mais.
Cronicamente Inviável
4.0 140Produção fraca, mas conseguiu meter o dedo na ferida social e na hipocrisia e esquizofrenia dos discursos vitrinísticos. O que me assusta é que foi rodado em 1999 e 12 anos depois... ainda permanece interessante.
Não é uma verdade absoluta, mas causa impacto ao assistir. Incomoda...
Criação
3.7 353Com um roteiro baseado no livro Annie’s Box, (o autor é Randal Keynes, tataraneto de Darwin), que relata o relacionamento entre pai e filha - o filme retrata este detalhe da vida pessoal do cientista, talvez em seu momento mais frágil, vivendo com suas angústias, culpas e conflitos internos, pela perda de uma forte afinidade, que o impede de seguir em frente com seu trabalho e seus relacionamentos pessoais, tendo que superá-los para enfim, publicar o seu livro. Este Darwin é um personagem que poderia ter sido mais elaboradamente construído; o filme é pretensioso e tenta me comover com uma falsa aparência sensível. Alguns clichês no final contribuíram para reforçar essa sensação. “A natureza seleciona pela sobrevivência, o homem pela aparência.”
Orlando, A Mulher Imortal
3.8 113 Assista AgoraMais de dez anos sem assistir esse filme, e hoje eu reafirmo mais ainda a minha predileção por ele. Claro, sem comparar com o livro.
Melinda e Melinda
3.5 229 Assista AgoraNo cartaz desse filme está escrito: A vida pode ser uma comédia ou uma tragédia, tudo só depende da maneira como você a encara". É a epígrafe de um filme que se constitui em duas histórias com elementos semelhantes, mas conduzidas por visões opostas apresentadas na primeira cena. Até aí tudo bem, se não fosse a impressão de possuir uma fragilidade técnica que desvaloriza e conduz em tom cambaleante um enredo que tem tudo para ser interessante. É o "mais do mesmo", com referências quase auto-biográficas (ressalte-se que Cole Porter e Hemingway são mais amplamente vistos em "Meia Noite em Paris", referências personificadas) e com diálogos oscilantes. Deixa a desejar.
O Nascimento de uma Nação
3.0 231"Reivindicação para a arte do cinema - não tememos à censura porque não pretendemos ofender com obscenidades nem imoralidades mas demandamos o direito de mostrar o lado escuro do erro para ressaltar assim a luminosidade da virtude. É a mesma liberdade da que goza a arte escrita. Essa arte a que devemos a Bíblia e as obas de Shakespeare."
São com essas frases, que se dá o início de filme tão controverso em sua ideologia, mas tão significativo para o avanço da técnica. Ao mesmo tempo a introdução do gênero épico e da produção das longas metragens (três horas de cinema mudo com cenas muito prolongadas), o filme mais caro da época e o primeiro blockbuster da história do cinema. Frases que hoje me parecem uma permissão em ser controverso em sua atemporalidade, como um bom exercício reflexivo da mudança de idéias que nos guiaram pela história. Se existisse hoje em dia um remake em que o papel coletivo de "mocinhos" fossem as minorias (gays, gordos, inclusive os negros)...qual diferença traria? Sob que ótica assistiria? Associei de imediato com "E o vento levou", pois tratam de uma mesma época. Enfim, por mim estará sempre permitido a se expressar como bem entender, não é a proposta do cinema em si?
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraMeia-noite em Paris cumpre bem o seu papel em transmitir a visão nostálgica proposta pelo diretor através do realismo fantástico. Não diria que seria uma aula de história, ou de arte: foca nos interesses culturais do personagem; portanto, a retrospectiva se resume àqueles cujo papel foi importante na década de 20, na visão do protagonista (o alter ego do diretor, inclusive pela imitação dos trejeitos). Trilha sonora que acompanha o "flashback" (Cole Porter), tão charmoso quanto descontraído: é o melhor filme, até o momento, da turnê européia do Allen.
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraCrítica excelente sobre o filme:
RoboCop: O Policial do Futuro
3.6 684 Assista AgoraUm trauma de infância.
Serpentes a Bordo
2.2 480 Assista AgoraUm dos piores filmes que já assisti até a presente data.