Eu não tenho como aceitar que o Red desacate a polícia abertamente e não seja preso. Ainda mais que a polícia daquela cidade era um amor. Pior que isso acontece bem no começo, o que praticamente já me deu uma má vontade danada com o que viria a seguir. Não dá pra acreditar na mudança radical do Dixon por causa de uma carta de um cara que ele conhecia há apenas três anos (lembrando que o cara era um lixo de pessoa e vira o justiceiro da história). Bizarro ele ir parar justo no quarto do cara que ele agrediu e encontrar no bar o cara que ameaçou a Mildred (coincidências demais que poderiam ser evitadas). Situações que prejudicaram bastante a verossimilhança do que eu tava vendo. Pra não falar nos personagens sem função. Desconfio que o padre só existia pra Mildred dar aquela "lacrada", o dentista pra que pudessem falar algumas vezes "o dedão gordo do dentista" e o anão pra que pudessem falar um sem número de vezes "o anão". Pra não falar no drama sem impacto do xerife (e isso mais por conta da inexpressividade dos atores daquele núcleo, com exceção do Woody).
Enfim, eu vou lembrar de Three Billboards como um filme de atuações. Duas, pra ser mais preciso: Frances e Sam, que podem levar seus respectivos oscares que vai ser justíssimo. Mas no conjunto, passou longe de ser uma obra-prima (uma pena porque a premissa é excelente).
Já é um dos filmes da minha vida. Vi duas vezes seguida e só aumentou o encantamento da primeira pra segunda.
Não posso dizer que seja um filme perfeito. Acho o desenvolvimento meio apressado em algumas partes, tem uns cortes bruscos que chegam a incomodar. Mas é uma imperfeição perfeita. É um filme que toca, que mobiliza quem assiste, que envolve. Não é de falar muito, é de demonstrar. É de gestos, um toque, um dar as mãos, um pé sobre o outro, há esse encontro de corpos muito forte; é um filme que exala desejo.
Não acho que seja propriamente um filme de romance, mesmo porque pela configuração com a qual a história se apresenta não tem como ser muito otimista. Você sabe que aquilo vai acabar, mas ainda assim você quer ver o que acontece enquanto dura. É mais uma questão de ver os personagens descobrindo aquele novo sentimento, vivendo mesmo.
Para o Elio (pois a gente não tem muito acesso ao ponto de vista do Oliver, e isso também faz falta) é como um prelúdio pra vida. Prelúdio que pra mim é encerrado antes da ligação final. Mais precisamente na conversa com o pai. Ali ele sabe que está livre pra viver e que tem todo o apoio da família pra isso. Aliás, que sonho a família desse garoto....
E queria muito uma versão dessa história sob a ótica do Oliver. Later!
A atuação do Jack Lemmon é icônica, eu acho incrível como o Baxter é cheio de nuances. Se de um lado ele é escravo daquela situação, por outro ele sabe tirar proveito daquilo pra ascender na empresa. É uma espécie de antiheroi mesmo, é o protagonista, tem tudo lá pra gente torcer por ele, mas a gente sabe que o que ele faz também é questionável. O grande porém é que eu não acho que ele funcione com o Fran, como casal. Primeiro porque é estranha a forma com que ele se aproxima dela (ele chega a ler uma ficha com os dados da menina e só isso bastaria pra eu aconselhar ela a correr). Segundo, embora eu shippe, não há uma química de casal ali, funcionariam melhor como amigos, ao menos por enquanto. Por fim, esse "por enquanto" se deve ao fato de a coitada ter acabado de sair de um relacionamento super destrutivo; seria o momento de dar um tempo mesmo, jogando uma canastra com ele inclusive. Bom que o Wilder põe o final meio em aberto porque eu prefiro interpretar dessa forma.
Cara, a história é muito linda. A cena final é de matar, mas eu guardo um carinho pela cena que a mocinha conta pro Watanabe-san daqueles apelidos, uma sequência simples e que faz a gente sorrir um pouco (até ele sorriu) no meio de tanto sofrimento. Eu ainda não consigo me acostumar com estilo mais teatral das interpretações japonesas. Havia horas que, pra mim, a expressão do Watanabe ficava um pouco acima do tom. Isso, entretanto, não tira o brilho do filme, uma história poderosa que emociona, faz refletir e ainda planta uma semente de otimismo (mas não muito) no final.
Ai, esse filme me deixou triste real, e bem desesperançoso. Engraçado que, no início, eu achei a mocinha uma songa e fui me apegando a ela aos poucos. Ela vai crescendo dentro da história, vai criando atitude. A garota sabe o que quer (ok, mórbido querer uma vida, but don't judge) e vai atrás, go gurl! É bacana também a forma como a morte se apresenta, não como uma coisa medonha que quer tomar sua vida a todo custo, é mais um mal necessário; ela mesma deixa claro que não sente prazer naquilo. Amei demais, até agora foi o que mais gostei do Lang.
Eu gostei, mas queria ter visto mais da Rosa. Mano, ela fez o que eu queria fazer desde o início, fada com atitude (e com uma faca). Mas, enfim, filme interessantíssimo, vale super a pena. Uns temas bem espinhosos, como fanatismo religioso, política, isso bem na boca dos anos de chumbo. Fora certas cenas violentas que devem chocar até hoje. Quero ver Terra em Transe.
O que chama mais atenção no filme é a abordagem que o Lang faz da justiça, uma ousadia considerável. Porque o filme em si não me prendeu. Tem um início ótimo, mas a sequência inicial com o crime mostrado de forma sutil logo dá lugar àquele entrecho desinteressante da investigação. E aí só volta a valer a pena quando o cerco vai se fechando, lá pra segunda metade. Achei mais interessante ler sobre ele do que assisti-lo.
O filme te enreda pouco a pouco naquele mundinho em que a história se passa. Começa arrastado, você se pergunta o que tem que tantos aclamam, até que termina quase apoteótico. Cabe atribuir essa apoteose principalmente ao androide Roy, que toma o filme pra si. O final é belíssimo, pede pra ser emoldurada aquela cena. E não posso deixar de falar da fotografia. Não sei falar sobre técnica, mas é um filme de ficção científica futurista com ares de um noir dos anos 40. É um espetáculo visual único. Deu muita vontade de ver a sequência.
Por mais que a proposta da franquia não seja fazer uma coisa realista, não deu pra embarcar na viagem desse. A coisas se resolvem muito facilmente, os vilões não defendem bem seu propósito. Não tinha a vida do primeiro filme. O interessante foi o papo da legalização das drogas *insira aqui o meme Poppy não fez nada de errado*. E o Elton John deu um tom de comédia muito bom. Deveria ter aparecido mais, inclusive.
Antes do Amanhecer é, sem dúvida, um dos filmes pelo qual eu tenho mais carinho. Não gostei da primeira vez que assisti e lembro (na verdade, não me deixam esquecer) de ter dito "ah, é só eles conversando o filme todo". E, hoje, se me perguntarem o que tem de especial, eu ainda posso dizer que é eles conversando o tempo todo. É isso que o torna tão único: são as conversas banais, alguns assuntos mais sérios, os dilemas da vida, é o mendigo poeta vienense. O que marca nessa obra é sua simplicidade e a forma como nos aproximamos dos personagens devido a essa simplicidade. Jesse e Celine, para sempre em nossos corações.
Terceira vez que vejo Stalker e ele ainda permanece envolto em mistérios, o que me fascina de um lado e intriga de outro. Tarkovski levanta uma série de questionamentos filosóficos durante quase três horas, confronta religião com ciência, retrata a humanidade com apenas três personagens. Tudo isso por meio de imagens que são um espetáculo visual. Já percebi que não é prestando atenção nos mínimos detalhes que você vai captar a essência de uma obra dessas. Como o próprio diretor fala: “Você olha um relógio. Ele funciona, mostra as horas. Você tenta compreender como ele funciona e o desmonta. Ele não anda mais. E no entanto essa é a única maneira de compreender…”. Então é algo muito maior. É algo que ainda vai se desenrolar nas próximas vezes que eu for assistir, o que é fantástico. É arte e sua capacidade de fazer refletir. É um nó na minha cabeça e um exercício de raciocínio contínuo.
Esse realmente não foi um filme fácil de gostar. Na primeira vez em que assisti, achei enfadonho. Só despertou algum interesse na segunda metade, que, aliás parece um novo filme. Entretanto, vendo hoje pela segunda vez, consegui enxergar as qualidades dele desde o início. Eternal Sunshine é daqueles filmes tão únicos que, facilmente, vira uma memória afetiva. Parte de uma premissa bem simples até, apagar alguém de sua mente, uma tolice que todo mundo já pensou (e esse é um pensamento bem corriqueiro vendo o filme: nossa, eles são tão comuns). Mas a forma com que a história é desenvolvida é cativante. A construção dos personagens, suas peculiaridades aliadas das suas trivialidades... tudo isso gera um conjunto difícil de resistir.
Não digo que me decepcionou porque eu sempre encontro algo a mais nos filmes do Bergman. E foi incrível ver um filme que aborde o nazismo sem carregar nas tintas, de forma sutil, como foi o seu nascimento: uma coisa sorrateira e perigosa igual uma serpente. Entretanto, achei o protagonista um tanto quanto fraco. Estava muito mais interessado na Manuela, que poderia ter aparecido mais (Liv Ullman maravilhosa como sempre). O personagem mais interessante, o Hans, apareceu muito pouco. Aliás, ele toma o filme pra si no final, felizmente.
Bom filme, mas faltou profundidade no roteiro, na própria construção dos personagens. O policial gay é um personagem tão aleatório. Senti falta de trabalharem mais a conjuntura política, que, ao meu ver, foi o ponto mais interessante.
O papo sobre não saber usar as palavras certas me pegou de jeito, total identificação. Espetacular a sequência inicial em que parece que estamos naquele café junto com os personagens, bem como a dança da Anna Karina nas sinucas. E amei as sequências de filme mudo que o Godard inseriu. Inclusive, preciso ver A Paixão de Joana D'Arc pra ontem.
Sai, meu favorito pro Oscar. O filme te arrebata sem apelar pra histerias ou trilhas sentimentais. O sentimento que surge é seu, é da sua conexão com a história. Chiron é um dos personagens mais bem construídos do cinema. Vi gente dizendo que achou o protagonista muito calado. Eu queria ver o quão falante você seria se sua vida fosse daquele jeito. E tragam todos os prêmios pra Naomie Harris, péssima (mas nem tanto) mãe, excelente personagem. Enfim, é um filme sobre a vida e que bom poder terminá-lo
Poucas vezes uma personagem me tirou do sério como a Veda. Mil vezes a Kay superamorzinho. Aplaudo a narrativa que não me fez querer pegar no sono em nenhum momento. Aliás, o filme carrega consigo uma estrutura novelesca que eu adorei. Ponto negativo para a representação estereotipada da única personagem negra. E Mildred é daquelas mulheres que não precisam de homem algum, quanto mais três canalhas, como os que a cercavam.
Eu posso assistir esse filme quantas vezes for e aquele diálogo sobre Deus/morte/nada ainda vai me derrubar. Incrível como o personagem do Von Sydow consegue traduzir todas as minhas incertezas bem na minha cara.
Revi esse filme só pra ter a certeza do impacto que ele me causa. O amor entre eles fica mais perceptível ainda quando são obrigados a se afastarem, em cada raro momento que eles tem a oportunidade de se comunicarem (não preciso nem falar do quão fofo é aquele telefonema e do quando aquela carta me arrasa). Eu meio que acreditava que a senhorinha vivia mesmo num mundo de fantasia, mas aí vem aquele diálogo em que ela diz que,
a partir de certo ponto da vida, o que nos resta é fingir que não vê a realidade, então percebo que ela tem que viver num mundo de fantasia porque o factual é cruel. E é exatamente isso que me atrai nesse filme: ele consegue ser fofinho e tal, mas sempre joga os fatos na sua cara, como se mostra nos minutos finais: eu fico encantado por aquele passeio deles, pra então ter que voltar à Terra e aceitar que era uma despedida. Mas ainda torço que ele arranje um emprego (sou muito Alice sim)
Só queria que mais pequenas preciosidades desse tipo surgissem pra mim.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraSinceramente, forçou além da conta em muitas situações
Eu não tenho como aceitar que o Red desacate a polícia abertamente e não seja preso. Ainda mais que a polícia daquela cidade era um amor. Pior que isso acontece bem no começo, o que praticamente já me deu uma má vontade danada com o que viria a seguir. Não dá pra acreditar na mudança radical do Dixon por causa de uma carta de um cara que ele conhecia há apenas três anos (lembrando que o cara era um lixo de pessoa e vira o justiceiro da história). Bizarro ele ir parar justo no quarto do cara que ele agrediu e encontrar no bar o cara que ameaçou a Mildred (coincidências demais que poderiam ser evitadas). Situações que prejudicaram bastante a verossimilhança do que eu tava vendo. Pra não falar nos personagens sem função. Desconfio que o padre só existia pra Mildred dar aquela "lacrada", o dentista pra que pudessem falar algumas vezes "o dedão gordo do dentista" e o anão pra que pudessem falar um sem número de vezes "o anão". Pra não falar no drama sem impacto do xerife (e isso mais por conta da inexpressividade dos atores daquele núcleo, com exceção do Woody).
Enfim, eu vou lembrar de Three Billboards como um filme de atuações. Duas, pra ser mais preciso: Frances e Sam, que podem levar seus respectivos oscares que vai ser justíssimo. Mas no conjunto, passou longe de ser uma obra-prima (uma pena porque a premissa é excelente).
A Canção da Estrada
4.4 71 Assista AgoraÉ isso, provavelmente eu nunca mais vou ver esse filme de novo porque meu coração não aguenta. Achei um segundo Ladri di Biciclette.
Homem Mau Dorme Bem
4.2 28Filme surpreendente, eu não pensei que o Kurosawa pudesse fazer uma bomba dessas.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraJá é um dos filmes da minha vida. Vi duas vezes seguida e só aumentou o encantamento da primeira pra segunda.
Não posso dizer que seja um filme perfeito. Acho o desenvolvimento meio apressado em algumas partes, tem uns cortes bruscos que chegam a incomodar. Mas é uma imperfeição perfeita. É um filme que toca, que mobiliza quem assiste, que envolve. Não é de falar muito, é de demonstrar. É de gestos, um toque, um dar as mãos, um pé sobre o outro, há esse encontro de corpos muito forte; é um filme que exala desejo.
Não acho que seja propriamente um filme de romance, mesmo porque pela configuração com a qual a história se apresenta não tem como ser muito otimista. Você sabe que aquilo vai acabar, mas ainda assim você quer ver o que acontece enquanto dura. É mais uma questão de ver os personagens descobrindo aquele novo sentimento, vivendo mesmo.
Para o Elio (pois a gente não tem muito acesso ao ponto de vista do Oliver, e isso também faz falta) é como um prelúdio pra vida. Prelúdio que pra mim é encerrado antes da ligação final. Mais precisamente na conversa com o pai. Ali ele sabe que está livre pra viver e que tem todo o apoio da família pra isso. Aliás, que sonho a família desse garoto....
E queria muito uma versão dessa história sob a ótica do Oliver. Later!
Se Meu Apartamento Falasse
4.3 422 Assista AgoraA atuação do Jack Lemmon é icônica, eu acho incrível como o Baxter é cheio de nuances. Se de um lado ele é escravo daquela situação, por outro ele sabe tirar proveito daquilo pra ascender na empresa. É uma espécie de antiheroi mesmo, é o protagonista, tem tudo lá pra gente torcer por ele, mas a gente sabe que o que ele faz também é questionável. O grande porém é que eu não acho que ele funcione com o Fran, como casal. Primeiro porque é estranha a forma com que ele se aproxima dela (ele chega a ler uma ficha com os dados da menina e só isso bastaria pra eu aconselhar ela a correr). Segundo, embora eu shippe, não há uma química de casal ali, funcionariam melhor como amigos, ao menos por enquanto. Por fim, esse "por enquanto" se deve ao fato de a coitada ter acabado de sair de um relacionamento super destrutivo; seria o momento de dar um tempo mesmo, jogando uma canastra com ele inclusive. Bom que o Wilder põe o final meio em aberto porque eu prefiro interpretar dessa forma.
Viver
4.4 165 Assista AgoraCara, a história é muito linda. A cena final é de matar, mas eu guardo um carinho pela cena que a mocinha conta pro Watanabe-san daqueles apelidos, uma sequência simples e que faz a gente sorrir um pouco (até ele sorriu) no meio de tanto sofrimento. Eu ainda não consigo me acostumar com estilo mais teatral das interpretações japonesas. Havia horas que, pra mim, a expressão do Watanabe ficava um pouco acima do tom. Isso, entretanto, não tira o brilho do filme, uma história poderosa que emociona, faz refletir e ainda planta uma semente de otimismo (mas não muito) no final.
A Morte Cansada
4.2 54Ai, esse filme me deixou triste real, e bem desesperançoso. Engraçado que, no início, eu achei a mocinha uma songa e fui me apegando a ela aos poucos. Ela vai crescendo dentro da história, vai criando atitude. A garota sabe o que quer (ok, mórbido querer uma vida, but don't judge) e vai atrás, go gurl! É bacana também a forma como a morte se apresenta, não como uma coisa medonha que quer tomar sua vida a todo custo, é mais um mal necessário; ela mesma deixa claro que não sente prazer naquilo. Amei demais, até agora foi o que mais gostei do Lang.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 426 Assista AgoraEu gostei, mas queria ter visto mais da Rosa. Mano, ela fez o que eu queria fazer desde o início, fada com atitude (e com uma faca). Mas, enfim, filme interessantíssimo, vale super a pena. Uns temas bem espinhosos, como fanatismo religioso, política, isso bem na boca dos anos de chumbo. Fora certas cenas violentas que devem chocar até hoje. Quero ver Terra em Transe.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraA ingenuidade da Diana é uma coisa tão fofa, fadinha que não conhece a maldade <3
M, o Vampiro de Dusseldorf
4.3 278 Assista AgoraO que chama mais atenção no filme é a abordagem que o Lang faz da justiça, uma ousadia considerável. Porque o filme em si não me prendeu. Tem um início ótimo, mas a sequência inicial com o crime mostrado de forma sutil logo dá lugar àquele entrecho desinteressante da investigação. E aí só volta a valer a pena quando o cerco vai se fechando, lá pra segunda metade. Achei mais interessante ler sobre ele do que assisti-lo.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraO filme te enreda pouco a pouco naquele mundinho em que a história se passa. Começa arrastado, você se pergunta o que tem que tantos aclamam, até que termina quase apoteótico. Cabe atribuir essa apoteose principalmente ao androide Roy, que toma o filme pra si. O final é belíssimo, pede pra ser emoldurada aquela cena. E não posso deixar de falar da fotografia. Não sei falar sobre técnica, mas é um filme de ficção científica futurista com ares de um noir dos anos 40. É um espetáculo visual único. Deu muita vontade de ver a sequência.
Kingsman: O Círculo Dourado
3.5 885 Assista AgoraPor mais que a proposta da franquia não seja fazer uma coisa realista, não deu pra embarcar na viagem desse. A coisas se resolvem muito facilmente, os vilões não defendem bem seu propósito. Não tinha a vida do primeiro filme. O interessante foi o papo da legalização das drogas *insira aqui o meme Poppy não fez nada de errado*. E o Elton John deu um tom de comédia muito bom. Deveria ter aparecido mais, inclusive.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraAntes do Amanhecer é, sem dúvida, um dos filmes pelo qual eu tenho mais carinho. Não gostei da primeira vez que assisti e lembro (na verdade, não me deixam esquecer) de ter dito "ah, é só eles conversando o filme todo". E, hoje, se me perguntarem o que tem de especial, eu ainda posso dizer que é eles conversando o tempo todo. É isso que o torna tão único: são as conversas banais, alguns assuntos mais sérios, os dilemas da vida, é o mendigo poeta vienense. O que marca nessa obra é sua simplicidade e a forma como nos aproximamos dos personagens devido a essa simplicidade. Jesse e Celine, para sempre em nossos corações.
Stalker
4.3 500 Assista AgoraTerceira vez que vejo Stalker e ele ainda permanece envolto em mistérios, o que me fascina de um lado e intriga de outro. Tarkovski levanta uma série de questionamentos filosóficos durante quase três horas, confronta religião com ciência, retrata a humanidade com apenas três personagens. Tudo isso por meio de imagens que são um espetáculo visual. Já percebi que não é prestando atenção nos mínimos detalhes que você vai captar a essência de uma obra dessas. Como o próprio diretor fala: “Você olha um relógio. Ele funciona, mostra as horas. Você tenta compreender como ele funciona e o desmonta. Ele não anda mais. E no entanto essa é a única maneira de compreender…”. Então é algo muito maior. É algo que ainda vai se desenrolar nas próximas vezes que eu for assistir, o que é fantástico. É arte e sua capacidade de fazer refletir. É um nó na minha cabeça e um exercício de raciocínio contínuo.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraEsse realmente não foi um filme fácil de gostar. Na primeira vez em que assisti, achei enfadonho. Só despertou algum interesse na segunda metade, que, aliás parece um novo filme. Entretanto, vendo hoje pela segunda vez, consegui enxergar as qualidades dele desde o início.
Eternal Sunshine é daqueles filmes tão únicos que, facilmente, vira uma memória afetiva. Parte de uma premissa bem simples até, apagar alguém de sua mente, uma tolice que todo mundo já pensou (e esse é um pensamento bem corriqueiro vendo o filme: nossa, eles são tão comuns). Mas a forma com que a história é desenvolvida é cativante. A construção dos personagens, suas peculiaridades aliadas das suas trivialidades... tudo isso gera um conjunto difícil de resistir.
As Horas
4.2 1,4KEu tô embasbacado com a performance da Nicole Kidman. Oscar merecidíssimo. "You cannot find peace by avoiding life, Leonard...".
As Patricinhas de Beverly Hills
3.4 1,0K Assista AgoraSão tão nostálgicas essas comédias 80/90's. É tão bom esse tipo de filme pra passar o tempo. Adorei a Dionne, dona do filme <3
O Ovo da Serpente
4.0 130Não digo que me decepcionou porque eu sempre encontro algo a mais nos filmes do Bergman. E foi incrível ver um filme que aborde o nazismo sem carregar nas tintas, de forma sutil, como foi o seu nascimento: uma coisa sorrateira e perigosa igual uma serpente. Entretanto, achei o protagonista um tanto quanto fraco. Estava muito mais interessado na Manuela, que poderia ter aparecido mais (Liv Ullman maravilhosa como sempre). O personagem mais interessante, o Hans, apareceu muito pouco. Aliás, ele toma o filme pra si no final, felizmente.
Amor Por Direito
4.0 459 Assista AgoraBom filme, mas faltou profundidade no roteiro, na própria construção dos personagens. O policial gay é um personagem tão aleatório. Senti falta de trabalharem mais a conjuntura política, que, ao meu ver, foi o ponto mais interessante.
Viver a Vida
4.2 391O papo sobre não saber usar as palavras certas me pegou de jeito, total identificação. Espetacular a sequência inicial em que parece que estamos naquele café junto com os personagens, bem como a dança da Anna Karina nas sinucas. E amei as sequências de filme mudo que o Godard inseriu. Inclusive, preciso ver A Paixão de Joana D'Arc pra ontem.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraSai, meu favorito pro Oscar. O filme te arrebata sem apelar pra histerias ou trilhas sentimentais. O sentimento que surge é seu, é da sua conexão com a história. Chiron é um dos personagens mais bem construídos do cinema. Vi gente dizendo que achou o protagonista muito calado. Eu queria ver o quão falante você seria se sua vida fosse daquele jeito. E tragam todos os prêmios pra Naomie Harris, péssima (mas nem tanto) mãe, excelente personagem. Enfim, é um filme sobre a vida e que bom poder terminá-lo
com a esperança de que também teremos dias melhores
Alma em Suplício
4.2 138 Assista AgoraPoucas vezes uma personagem me tirou do sério como a Veda. Mil vezes a Kay superamorzinho. Aplaudo a narrativa que não me fez querer pegar no sono em nenhum momento. Aliás, o filme carrega consigo uma estrutura novelesca que eu adorei. Ponto negativo para a representação estereotipada da única personagem negra. E Mildred é daquelas mulheres que não precisam de homem algum, quanto mais três canalhas, como os que a cercavam.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KEu posso assistir esse filme quantas vezes for e aquele diálogo sobre Deus/morte/nada ainda vai me derrubar. Incrível como o personagem do Von Sydow consegue traduzir todas as minhas incertezas bem na minha cara.
A Cruz dos Anos
4.3 55Revi esse filme só pra ter a certeza do impacto que ele me causa. O amor entre eles fica mais perceptível ainda quando são obrigados a se afastarem, em cada raro momento que eles tem a oportunidade de se comunicarem (não preciso nem falar do quão fofo é aquele telefonema e do quando aquela carta me arrasa). Eu meio que acreditava que a senhorinha vivia mesmo num mundo de fantasia, mas aí vem aquele diálogo em que ela diz que,
a partir de certo ponto da vida, o que nos resta é fingir que não vê a realidade, então percebo que ela tem que viver num mundo de fantasia porque o factual é cruel. E é exatamente isso que me atrai nesse filme: ele consegue ser fofinho e tal, mas sempre joga os fatos na sua cara, como se mostra nos minutos finais: eu fico encantado por aquele passeio deles, pra então ter que voltar à Terra e aceitar que era uma despedida. Mas ainda torço que ele arranje um emprego (sou muito Alice sim)