Últimas opiniões enviadas
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"Into the Wild" é um filme ambíguo. Por um lado, existe um genuíno fascínio pela natureza, uma jornada, em certa medida, verdadeira e honesta de autodescobrimento, mas por outro, o filme pesa a mão, romantiza a vida de um andarilho e os comportamentos muitas vezes mimados, irresponsáveis, autocentrados e autodestrutivos do protagonista.
A certa altura, eu me angustiei pelo constante comportamento de fuga que era apresentado e pelo fato de que o mundo ao redor do personagem era sempre manso, gentil e acolhedor, fiquei constantemente me perguntando "quando esse cara vai tomar um pouco na cara?". Não posso negar que vibrei quando o responsável pelo trem espancou o garoto.
O final, ao menos, me pareceu justo. O comportamento de fuga do protagonista o levou a seu destino inevitável: a constatação da importância do outro (levando em conta que, pouco tempo antes na cronologia do filme o próprio havia argumentado contra a interdependência humana) acompanhada pela morte, lenta e dolorosa, a qual eu gostaria que o filme nos tivesse forçado a presenciar de forma mais delongada.
No fim, acho que o filme peca em assumir uma postura leniente demais com o protagonista (talvez por consideração pelo personagem histórico retratado e sua família, se poderia argumentar), o que acaba por romantizar a história ao ponto de gerar em mim repulsa por tamanho cinismo. Ainda assim, há sinceridade no filme, na tentativa de buscar nos cenários filmados de maneira quase documental e nas relações passageiras, mas, ainda assim, sinceras, de Chris uma mensagem que possa ser extraída, uma verdade mais profunda que ele, em todas as suas contradições, poderia ter encontrado.
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O título sintetiza a mensagem do filme. Por que chamá-lo de "O Bebê de Rosemary"? Chamar de "O Bebê/Filho do Demônio" não seria mais interessante (e vendável)? Sim, mas esse é o ponto, a ironia dessa escolha de título aponta para o fato de que, no final de tudo, a protagonista cedeu para a única forma de alienação que ela não foi capaz de notar, para além do satanismo, dos velhos bizarras e dos sucos suspeitos. Após todas as diversas formas simbólicas e factuais de alienação do seu eu enquanto mulher, da sua individualidade, do seu pensamento autônomo ("não leia livros"), no fim ela se conformou.
Rosemary é então deixada, após todos aqueles que fizeram de sua vida um inferno confessarem que todas as coisas pelas quais ela sofreu gaslighting eram verdade, com a opção de aceitar ou não criar o bebê fruto de todas essas formas de abuso. E ela aceita. Mas há outra saída para alguém que, desde o começo do filme, supostamente antes da manipulação começar, já guiava sua vida e direcionava suas esperanças para o mito da maternidade?
Últimos recados
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Não é tão ruim quanto o "Expelled", mas ainda é bem fraco. O documentário tenta assumir uma posição "neutra" na disputa, mas, talvez precisamente por isso, acaba sendo sem foco e por muitas vezes repetitivo. Além disso, é completamente enganoso tratar a disputa como tendo a ver com a fé que o Darwin tinha e veio a questionar e os cristãos que não a questionam, sendo que o centro da questão envolvendo a seleção natural, que é a pergunta "por que a bíblia e o evolucionismo não podem ser conciliados?", nem sequer é abordada.
No fim, o documentário assume o ponto de vista fundamentalista cristão como a única alternativa cristã possível, e postula, em oposição, as descobertas e descrições do Darwin como sendo, na mesma medida, carregadas de um peso teológico, ao invés de científico, o que é simplesmente uma falsidade que induz um espectador desatento ao erro.