Mano, sala do cinema cinusp lotada, foi uma das melhores experiências. Garantiu susto, medo e muita risada do público. Fantástico . Uma aula de cinema, não é atoa o legado que deixou. Precisamos de mais filmes de terror com atores que se entregam de corpo e alma nos papéis
Não quero saber de críticas sobre o american way, meritocracia e coisas pra baixo. A personagem da Glenn Close deu um baile de ressignificação e de poesia sobre a vida e isso foi o suficiente pra mim.
Tensão e sensualidade na mesma medida? Um desafio difícil, mas X escapa da banalidade
O roteiro e a produção tem uma base referencial bem forte do horror anos 70/80, o que de antemão fica cansativo para o público, visto o excesso de filmes semelhantes. Mas tem novidade boa aqui: criatividade na edição e na mixagem da trilha sonora (e aqui não quero dizer excesso de CGI ou digitalização), e um roteiro que levanta motivações interessantes por trás dos comportamentos dos personagens. Conseguiram trazer elementos próprios (a cena da Limonada é sensacional), dentro um campo difícil de inovação que é o terror atualmente.
A impressão final que eu tive é que o básico tornou-se grandioso na tela.
as musicas são muito boas!!! jornadinha do herói é legal mas não acho q seja o ponto forte do filme (como de costume das jornadas) curti dms a protagonista
Definitivamente usaram o nome da saga pelo jabá, pq é totalmente diferente. Tosco e pouco atraente, tudo muito fácil e rápido, sem terror e pouquíssimo suspense. Salvo os 10 minutos finais que gostei bastante.
Bem mais pesado e mais aprofundado que o primeiro. Sinceramente, esse foi tapa atrás de tapa pra mim. Deu pra diferenciar muito do primeiro filme que quis mais "introduzir" um panorama geral sobre o tema. Aqui o recorte é mais denso, vai nas classes, na periferia, na subjetividade, de cara a cara com o SUS e com as violências horríveis que não tenho nem palavras...só tenho muita raiva desse sistema que criamos. Precisamos muito apoiar essa luta
Extremamente sensível e bonito, acessível para toda a população, mesmo pra quem não souber nada sobre o tema. Muito claro em todas as passagens, todas as mulheres entrevistadas, profissionais, doulas, tudo é extremamente claro na ideia. Impossível não se emocionar, vi com minha família e com os depoimentos pessoais se tornou mais pesado. SIM, isso é mais recorrente do que parece, não tem nada de ficção. Necessário demais!!
O filme é maneiro, achei a base política bem legal, mesmo que pouco aprofundada. Essa ideia de voltar no passado dos personagens é um pouco cansativa, visto que o espectador não tem muito interesse nisso a priori, pois a narrativa 'atual' dentro do hotel deveria instigar à investigação, senti que faltou mais elementos para isso. Também não tive como não lembrar do último filme do Tarantino (Hollywood), até as músicas e alguns personagens são parecidos. De longe, a personagem Darlene Sweet salvou mais da metade do filme. Poderiam inclusive, fazer um filme apenas sobre ela.
Não vou ficar dissecando teorias pois acho que fica tudo bem claro no desenrolar da trama. É um filme imperdível para os amantes da psicologia, além de responder diversas dúvidas do senso comum e mostrar por A+B que o passado, presente e futuro do indivíduo são tão interligados que chegam a ser um só. A direção é bem contida e representa muito bem o interior da personagem (e nesse sentido me lembrou um pouco do filme "A Conversação" do Coppola). E que final meus amigos...não precisa nem levantar da sala e voltar pra realidade, o próprio filme faz isso com o espectador.
Que vontade de vivenciar a cultura Amish bicho... Felizmente o filme foi reverenciado em seu tempo de estreia e trouxe muitas reflexões bacanas (como aculturação, perda da inocência, corrupção policial, etc). O final é incrivelmente belo e foge do esteriótipo padrão, mas sinceramente...o filme tem o roteiro precário demais! Tenho que considerar a década de 80, mas existe uma quebra brusca nas intenções, motivações e até os caminhos que os antagonistas escolhem geram um grande vazio mal explorado. Fora que o menino fica fora de cena por um longo período, até então o cerne de tudo aquilo. Praticamente todo o mérito do filme vai para a comunidade Amish e a imersão que ela causa no espectador, a dualidade de ideologias, a emancipação processual da mulher, a interação cultural que convoca semelhanças e diferenças da vida na cidade vs comunidade, etc. No geral, valeu a pena assistir, mas infelizmente é um filme bem esquecível...
A24 tá criando uma identidade mesmo pros filmes né? Waves intercala a narrativa padrão com o modelo videoclipe (concilia conteúdo visual com o beat de músicas) que funciona muito bem, auxilia na imersão da trama e aproxima o espectador do subjetivo-personagem. Interessante como trabalha os protagonistas, a dualidade, rotação, planos, efeitos: tudo isso faz parte do projeto A24 de criar uma unidade para os filmes, e aqui o destaque é para o elenco preto que detona na atuação. O único ponto negativo pra mim foi a falta de casualidade e profundidade, mas não é exatamente um lapso no roteiro, pois o método de direção é totalmente pós-contemporâneo, a "mostração" é intencional. No quesito estético é extramente atual, pode cair a ser uma referência para a próxima década. No quesito roteiro, ganha ponto em sair do modelo padrão europeu, mas perde um pouco a linha em não se aventurar muito no que se segue até o final.
Grata surpresa no Telecine! Confesso que me emocionei nos minutos finais. O nome do filme é um baque em cima dos assuntos que ele trata. É um apanhado bem contemporâneo (como a legalização do aborto, desapego ao amor ideal/platônico, academicismo das profissões, trabalhos análogas a escravidão, etc) e para a época (1999) foi sim uma abordagem bem consistente do assunto, demarcou fortes discussões que estavam a surgir. Tem filosofia de Sartre presente nos discursos e nas resoluções da trama. o que eu não esperava, pois deixa tudo melhor. Não cai numa obviedade que acaba sendo injusta. Fora a edição que tá muito boa!! O protagonista é meio caricato, mas a construção de sua "jornada" vale cada segundo de acompanhar.
A linguagem cinematográfica usada aqui para retratar as lembranças e memórias da protagonista é sensacional. Um verdadeiro borrão, uma paralisia no tempo, filosofias mega importantes sobre tempo, espaço, memória, subjetividade. Temática forte e como muitos já falaram, mega necessária.
Um ponto positivo inegável é o carisma dos protagonistas, gera encanto para o espectador, fortalece o casal e a iconicidade da obra. Não cai na perfeição idealista. Rose, por exemplo, transita em uma fase de subalternar as regras de classe e questionar os valores, e como várias críticas já disseram...não seria apenas um momento passageiro, onde com o passar da euforia ela nunca deixaria a aristocracia em prol de um pobretão? Jack e seu discurso da imprevisibilidade é encantador e bastante essencialista. Não é objetivo e é amigo do destino, não o faz, mas leva-o a seu lado: incrivelmente libertador mas terrivelmente medíocre. Um ponto que me incomoda nessa leva de filmes românticos estadunidenses é a linha que segue para a felicidade na pobreza e o contrário na riqueza (enclausurando o próprio espectador em um caminho sem saída, as vezes influenciando em pensamentos anti-gananciosos - ganância aqui no bom sentido). Ainda assim, acredito que a felicidade se encontra em coisas simples e não materiais, mas tenho medo dessa certeza absoluta que os filmes pregam e como pregam, chega a ser vulgar. Na segunda metade do filme, a explosão de efeitos e acontecimentos agoniantes/frios/eminentes continuam atemporais, talvez por ser uma história real, ou por ser uma catástrofe. Essas sempre geram um sentimento similar na platéia: exibe nosso lado animalesco, imprevisível. Solta tudo que há na selva.
Consegue ser mais denso que o primeiro, incrivelmente belo, singelo e bastante similar à construção de relações amorosas na pré era do mundo digital. A personalidade da carismática Celine praticamente se solidifica aqui, ponto para sua sensibilidade (em escala macro, com o ambiente e políticas de estado e com as relações interpessoais e amorosas, uma filosofia enriquecedora), as incertezas e paranoias que a permeiam desde o filme anterior se mantém aqui. Mas senti um pouco de falta no Jesse, ele se destoa bastante de algumas ideias do primeiro filme, mas seu leão interior sexy e perspicaz ainda é notável. Provavelmente um dos melhores romances do século...dá vontade de morar dentro dele. A sacada da direção possibilita o espectador sentir através da sétima arte, os ares franceses e conhecer um pouquinho da estrutura cultural da cidade de Paris (assim como proporcionou em Viena no filme anterior) ...<3
Tão bonito ver que o filme foi feito logo nos primeiros anos do cinema, evidencia mais uma vez, a potencialidade humana na arte. Encantado com a leveza das transições entre as cenas, é imperceptível, muitas falas não precisam ser transcritas visto a magnífica atuação dos envolvidos, o uso ativo do primeiro plano e as experiências do diretor, por exemplo na filmagem através da água, no close up, na rotação, no corte de rosto, na música medieval - principalmente no incisivo órgão - .na filmagem de objetos (simbolismo)...são elementos que constituem uma unidade para a obra: não evidenciar um espetáculo histórico mas a própria paixão de Joana com o transcendente e com sua honra.
É um filme muito bonito que em superfície mostra a hipocrisia eclesiástica conjugada sempre com a instituição do Estado e nunca com os valores fundamentais da religião. Joana quase todo o filme ocupa uma imagem similar de santa, seu rosto se comunica com o próprio olhar. Suas falas são dosadas e resistentes, friso aqui algumas: "Se Deus sente amor ou ódio pelos ingleses, eu não sei" "isso (curiosidades do réu) não parte do seu processo" "Seu eu estiver (em estado de glória) que Deus me mantenha, se não tiver, que Deus me coloque"
Gelsomina um dos últimos anjos na terra...e não vou normalizar nenhuma problemática. Antes de tudo é um retrato pesado e triste: cale a boca, começamos assim, uma mulher a margem da sociedade e sem aparentes direitos civis. Uma iminente força a puxa de volta ao sofrimento. Gelsomina sofre e sabe que sofre, mas entre o sofrer e o nada, não existe garantia e cordas para segurar. Apenas uma estrada e uma referência. Mas existe uma emancipação parcial na história dela, uma das melhores cenas do filme, mas que não se conclui por diversos fatores: acredito que Fellini queria ser realidade e mostrar a violência do sistema, por isso essa força coloca, inclusive o espectador, no seu devido lugar: de conscientização. O trapezista tem uma ingenuidade similar a dela, ensina-a uma das preciosidades do mundo: o questionamento e o rir de si mesmo. Mesmo ficando claro um pouco de sua insensibilidade, a probabilidade de um futuro melhor ao seu lado era maior. Zampano tem a masculinidade frágil, as qualidades do cérebro humano são encobertas pela força dos músculos, incapaz de agir fora do circuito ação-reação. E não ouse questionar. Por isso que o final arrebate tanto, e sem spoilers..apenas assistam e sintam. "Até uma pedra tem seu sentido de estar ali" Que filme meus amigos, roteiro simples mas bem formulado e dosado, com personagens nada cansativos e instigantes. Fellini nunca errou. Um final arrebatador que influenciou uma série de filmes posteriormente.
A história em si é realmente sensacional, Saramago nunca errou. Não vou entrar nos spoilers pois muita gente já dissecou o filme aqui, nas críticas, youtube, etc.. Então vou trazer outros pontos que pensei: Não entendi a necessidade de amarelar tanto contraste do filme...tentei assimilar as cores com a unidade mais intimista e depressiva, é interessante em alguns momentos mas no geral, torna cansativo e até aversivo. Tem um roteiro perspicaz no desenvolver do protagonista, é instigante e as diferenças Adam + Anthony são bem demarcadas (interpretações perfeitas). As mulheres também têm diferenças gritantes na personalidade, uma é extremamente ativa, curiosa, sensitiva. Já a outra é quase muda, objetificada e coadjuvante. Minhas apostas no grande enigma rondaram na problemática do querer x conseguir (por exemplo querer ser um marido melhor em aspectos da relação e não conseguir, mas o alter ego consegue e existe em um lugar muito profundo da personalidade que não consegue subir para a vida de vigília.) Contrastei em como se dá quando queremos ser melhor, mas não necessariamente conseguimos ser melhor. No geral, eu gostei do filme, e adorei a dessecagem sobre o que realmente estava por trás das aranhas e do simbolismo. A cena final é uma das melhores que já vi.
Assisti gratuitamente no Youtube (legendado). É um filme caseiro, Haneke mais uma vez mostra por A+B que um belo filme não precisa de muito. Aqui acompanhamos um sufocante recorte da vida de algumas pessoas, e como o acaso cruzará essa cronologia. Primeiro ponto: achei o filme bem datado, mas no bom sentido. Haneke não quer esconder os sentimentos e a percepção das pessoas que viviam os últimos anos do século XX, a rápida evolução da internet, o descarte funcional da terceira idade, os traumas deixados pela Guerra Fria, a forte onda de imigração que se iniciava, a marginalização nas ruas, o uso de drogas não recreativo, os roubos por subsistência...ele ainda contrasta com a futilidade de uma preocupação excessiva na vida de figuras públicas (o afortunado aqui é Michael Jackson) a hipocrisia meu pai. Haneke não mentiu em nada, estava tudo por vir...e muito mais ampliado. São problemas que as próprias pessoas sustentam. É um filme fortemente político e experimental, vale a pena conferir.
Como o silêncio incomoda e invade. Geralmente assistimos filmes para desvincular nossa realidade, obter novas experiências, e quando nos deparamos com a casualidade da própria vida em cena, chega a ser amedrontador. Sem trilha sonora, sem efeito visual. Aqui, até o barulho da geladeira e o espirro são importantes para constituir o dia a dia e a consciência do protagonista. Quanto mais aberto o plano, mais fácil perceber a 'realidade' e mais difícil identificar as nuances. Sobre o tema: aprofunda bastante em uma questão específica sobre a invisibilidade e a marginalização decorrente do sistema. De um lado, uma mesa de jantar farta, amigos, vinho, um filho 'perfeito' e um acervo gigantesco que evidencia a elite intelectual. Do outro lado, um corredor escuro e úmido, uma casa lotada de apetrechos, simplicidade e infelicidade. A falta de noção do quanto estamos sujeitos a interferir na vida das pessoas, nessa grande viagem da vida, quantos socos deixamos na alma de outros, mesmo sem querer deixar? Dá pra se isentar do passado? George segue na defensiva ao longo do filme, e é isso, fechar as cortinas e se esconder mais uma vez. A guerra armamentista e social, a imigração, essa é a reportagem da TV que separa o George de sua esposa Anne, em uma das cenas mais lindas do filme. O suspense e o terror perpetua numa problemática muito maior que a gravação de vídeo. Anne é reflexiva, perspicaz, esclarecedora, atenciosa. George é imagem pública, autoconfiança, o espertinho que só quer manter sua vida perfeita. se defende das desculpas e invisibiliza os menos afortunados. Não há como culpar o tempo aqui, visto que suas atitudes quase não mudaram. Haneke e seu cinema maravilhoso dão mais um tapão na nossa cara. Como é viver com essa consciência?
Assisti no Telecine logo após Cabíria. Impossível não notar as semelhanças com o último filme, mas Fellini agora troca os papéis: vamos acompanhar a socialite por Roma e entender o que aflige a maioria dessas pessoas. O espaço geral é o mesmo, mas a fotografia muda bastante, conseguimos distinguir os tons de branco, preto e cinza. A direção é aprimorada e os planos são mais detalhados e trabalhados, aparentemente com a quantidade certa de elementos. A crítica social, política e religiosa se amplifica, mas algo me incomodou bastante aqui: faltava informação no protagonista, não consegui me conectar com sua perspectiva. Quando fui entender o que realmente estava acontecendo (simbolismo do diretor) e qual era a roda onde a água estava caindo, só consegui pensar: Fellini você é genial! A busca iminente por significados filosóficos, especialmente da aristocracia, é sufocante e pesada, é uma liberdade diferente, acorrentada nos valores de classe. Os limites da profissão e do espaço privado, manipulação midiática davam sinais do que estava por vir. A religião surge como escape coletivo, quase como uma agulha no palheiro, onde os instintos que deveriam ser controlados, são exaltados e tomam o lugar da realidade lógica. O jogo aqui é com as mulheres, Marcello apenas transita entre elas, para percebemos então, que sempre foi sobre ele.
Um retrato cinematográfico da marginalização de camadas sociais excluídas da alta e média sociedade, no espaço físico, emocional, cultural, religioso e político. Acho que o primeiro ponto é que o espectador espera diversas reações e decisões da personagem, porém a construção e visão de mundo de Cabiria é tão peculiar que subverte todos os esteriótipos que poderíamos associar. Cativante, familiar, resistente, positiva, sonhadora, engraçada e feminista em seu contexto, essa mulher abre discussões tão contemporâneas que é chocante a atemporalidade da obra. Existe uma proximidade com o contexto italiano graças a exemplar direção de Fellini, que mais uma vez, decide retratar Roma ao avesso e retirar a imagem de glorificação e aparente perfeição da cidade. Cabiria personifica a contestação da hipocrisia, questiona os valores religiosos (e se assusta com a crença no divino) e assenta sua própria filosofia: refém de uma sociedade maléfica com as classes invisíveis. O que tanto 'procura' estaria mesmo em um homem ou seria mais um aprisionamento histórico dos diversos já existentes?
O Massacre da Serra Elétrica
3.7 1,0K Assista AgoraMano, sala do cinema cinusp lotada, foi uma das melhores experiências.
Garantiu susto, medo e muita risada do público. Fantástico . Uma aula de cinema, não é atoa o legado que deixou.
Precisamos de mais filmes de terror com atores que se entregam de corpo e alma nos papéis
Era Uma Vez um Sonho
3.5 448 Assista AgoraNão quero saber de críticas sobre o american way, meritocracia e coisas pra baixo. A personagem da Glenn Close deu um baile de ressignificação e de poesia sobre a vida e isso foi o suficiente pra mim.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraTensão e sensualidade na mesma medida? Um desafio difícil, mas X escapa da banalidade
O roteiro e a produção tem uma base referencial bem forte do horror anos 70/80, o que de antemão fica cansativo para o público, visto o excesso de filmes semelhantes.
Mas tem novidade boa aqui: criatividade na edição e na mixagem da trilha sonora (e aqui não quero dizer excesso de CGI ou digitalização), e um roteiro que levanta motivações interessantes por trás dos comportamentos dos personagens. Conseguiram trazer elementos próprios (a cena da Limonada é sensacional), dentro um campo difícil de inovação que é o terror atualmente.
A impressão final que eu tive é que o básico tornou-se grandioso na tela.
Encanto
3.8 804as musicas são muito boas!!!
jornadinha do herói é legal
mas não acho q seja o ponto forte do filme (como de costume das jornadas)
curti dms a protagonista
Pânico na Floresta: A Fundação
2.7 321Definitivamente usaram o nome da saga pelo jabá, pq é totalmente diferente. Tosco e pouco atraente, tudo muito fácil e rápido, sem terror e pouquíssimo suspense. Salvo os 10 minutos finais que gostei bastante.
O Cavalo de Turim
4.2 211Um dos melhores filmes do mundo!
O Renascimento do Parto 2
4.2 11Bem mais pesado e mais aprofundado que o primeiro. Sinceramente, esse foi tapa atrás de tapa pra mim.
Deu pra diferenciar muito do primeiro filme que quis mais "introduzir" um panorama geral sobre o tema.
Aqui o recorte é mais denso, vai nas classes, na periferia, na subjetividade, de cara a cara com o SUS e com as violências horríveis que não tenho nem palavras...só tenho muita raiva desse sistema que criamos. Precisamos muito apoiar essa luta
O Renascimento do Parto
4.4 92Extremamente sensível e bonito, acessível para toda a população, mesmo pra quem não souber nada sobre o tema. Muito claro em todas as passagens, todas as mulheres entrevistadas, profissionais, doulas, tudo é extremamente claro na ideia. Impossível não se emocionar, vi com minha família e com os depoimentos pessoais se tornou mais pesado. SIM, isso é mais recorrente do que parece, não tem nada de ficção.
Necessário demais!!
Maus Momentos no Hotel Royale
3.6 339 Assista AgoraO filme é maneiro, achei a base política bem legal, mesmo que pouco aprofundada. Essa ideia de voltar no passado dos personagens é um pouco cansativa, visto que o espectador não tem muito interesse nisso a priori, pois a narrativa 'atual' dentro do hotel deveria instigar à investigação, senti que faltou mais elementos para isso. Também não tive como não lembrar do último filme do Tarantino (Hollywood), até as músicas e alguns personagens são parecidos. De longe, a personagem Darlene Sweet salvou mais da metade do filme. Poderiam inclusive, fazer um filme apenas sobre ela.
Devorar
3.7 367 Assista AgoraNão vou ficar dissecando teorias pois acho que fica tudo bem claro no desenrolar da trama. É um filme imperdível para os amantes da psicologia, além de responder diversas dúvidas do senso comum e mostrar por A+B que o passado, presente e futuro do indivíduo são tão interligados que chegam a ser um só.
A direção é bem contida e representa muito bem o interior da personagem (e nesse sentido me lembrou um pouco do filme "A Conversação" do Coppola). E que final meus amigos...não precisa nem levantar da sala e voltar pra realidade, o próprio filme faz isso com o espectador.
https://www.youtube.com/watch?v=OgdiSy6heOo
A Testemunha
3.6 142 Assista AgoraQue vontade de vivenciar a cultura Amish bicho...
Felizmente o filme foi reverenciado em seu tempo de estreia e trouxe muitas reflexões bacanas (como aculturação, perda da inocência, corrupção policial, etc). O final é incrivelmente belo e foge do esteriótipo padrão, mas sinceramente...o filme tem o roteiro precário demais! Tenho que considerar a década de 80, mas existe uma quebra brusca nas intenções, motivações e até os caminhos que os antagonistas escolhem geram um grande vazio mal explorado. Fora que o menino fica fora de cena por um longo período, até então o cerne de tudo aquilo.
Praticamente todo o mérito do filme vai para a comunidade Amish e a imersão que ela causa no espectador, a dualidade de ideologias, a emancipação processual da mulher, a interação cultural que convoca semelhanças e diferenças da vida na cidade vs comunidade, etc. No geral, valeu a pena assistir, mas infelizmente é um filme bem esquecível...
As Ondas
3.9 164A24 tá criando uma identidade mesmo pros filmes né?
Waves intercala a narrativa padrão com o modelo videoclipe (concilia conteúdo visual com o beat de músicas) que funciona muito bem, auxilia na imersão da trama e aproxima o espectador do subjetivo-personagem. Interessante como trabalha os protagonistas, a dualidade, rotação, planos, efeitos: tudo isso faz parte do projeto A24 de criar uma unidade para os filmes, e aqui o destaque é para o elenco preto que detona na atuação. O único ponto negativo pra mim foi a falta de casualidade e profundidade, mas não é exatamente um lapso no roteiro, pois o método de direção é totalmente pós-contemporâneo, a "mostração" é intencional. No quesito estético é extramente atual, pode cair a ser uma referência para a próxima década. No quesito roteiro, ganha ponto em sair do modelo padrão europeu, mas perde um pouco a linha em não se aventurar muito no que se segue até o final.
Regras da Vida
3.7 232 Assista AgoraGrata surpresa no Telecine! Confesso que me emocionei nos minutos finais. O nome do filme é um baque em cima dos assuntos que ele trata. É um apanhado bem contemporâneo (como a legalização do aborto, desapego ao amor ideal/platônico, academicismo das profissões, trabalhos análogas a escravidão, etc) e para a época (1999) foi sim uma abordagem bem consistente do assunto, demarcou fortes discussões que estavam a surgir. Tem filosofia de Sartre presente nos discursos e nas resoluções da trama. o que eu não esperava, pois deixa tudo melhor. Não cai numa obviedade que acaba sendo injusta.
Fora a edição que tá muito boa!! O protagonista é meio caricato, mas a construção de sua "jornada" vale cada segundo de acompanhar.
O Conto
4.1 339 Assista AgoraA linguagem cinematográfica usada aqui para retratar as lembranças e memórias da protagonista é sensacional. Um verdadeiro borrão, uma paralisia no tempo, filosofias mega importantes sobre tempo, espaço, memória, subjetividade. Temática forte e como muitos já falaram, mega necessária.
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraUm ponto positivo inegável é o carisma dos protagonistas, gera encanto para o espectador, fortalece o casal e a iconicidade da obra. Não cai na perfeição idealista. Rose, por exemplo, transita em uma fase de subalternar as regras de classe e questionar os valores, e como várias críticas já disseram...não seria apenas um momento passageiro, onde com o passar da euforia ela nunca deixaria a aristocracia em prol de um pobretão?
Jack e seu discurso da imprevisibilidade é encantador e bastante essencialista. Não é objetivo e é amigo do destino, não o faz, mas leva-o a seu lado: incrivelmente libertador mas terrivelmente medíocre.
Um ponto que me incomoda nessa leva de filmes românticos estadunidenses é a linha que segue para a felicidade na pobreza e o contrário na riqueza (enclausurando o próprio espectador em um caminho sem saída, as vezes influenciando em pensamentos anti-gananciosos - ganância aqui no bom sentido). Ainda assim, acredito que a felicidade se encontra em coisas simples e não materiais, mas tenho medo dessa certeza absoluta que os filmes pregam e como pregam, chega a ser vulgar.
Na segunda metade do filme, a explosão de efeitos e acontecimentos agoniantes/frios/eminentes continuam atemporais, talvez por ser uma história real, ou por ser uma catástrofe. Essas sempre geram um sentimento similar na platéia: exibe nosso lado animalesco, imprevisível. Solta tudo que há na selva.
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista AgoraConsegue ser mais denso que o primeiro, incrivelmente belo, singelo e bastante similar à construção de relações amorosas na pré era do mundo digital.
A personalidade da carismática Celine praticamente se solidifica aqui, ponto para sua sensibilidade (em escala macro, com o ambiente e políticas de estado e com as relações interpessoais e amorosas, uma filosofia enriquecedora), as incertezas e paranoias que a permeiam desde o filme anterior se mantém aqui. Mas senti um pouco de falta no Jesse, ele se destoa bastante de algumas ideias do primeiro filme, mas seu leão interior sexy e perspicaz ainda é notável.
Provavelmente um dos melhores romances do século...dá vontade de morar dentro dele. A sacada da direção possibilita o espectador sentir através da sétima arte, os ares franceses e conhecer um pouquinho da estrutura cultural da cidade de Paris (assim como proporcionou em Viena no filme anterior) ...<3
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraAlexandre Aja entre na minha casa
A Paixão de Joana d'Arc
4.5 229 Assista AgoraTão bonito ver que o filme foi feito logo nos primeiros anos do cinema, evidencia mais uma vez, a potencialidade humana na arte.
Encantado com a leveza das transições entre as cenas, é imperceptível, muitas falas não precisam ser transcritas visto a magnífica atuação dos envolvidos, o uso ativo do primeiro plano e as experiências do diretor, por exemplo na filmagem através da água, no close up, na rotação, no corte de rosto, na música medieval - principalmente no incisivo órgão - .na filmagem de objetos (simbolismo)...são elementos que constituem uma unidade para a obra: não evidenciar um espetáculo histórico mas a própria paixão de Joana com o transcendente e com sua honra.
É um filme muito bonito que em superfície mostra a hipocrisia eclesiástica conjugada sempre com a instituição do Estado e nunca com os valores fundamentais da religião. Joana quase todo o filme ocupa uma imagem similar de santa, seu rosto se comunica com o próprio olhar. Suas falas são dosadas e resistentes, friso aqui algumas: "Se Deus sente amor ou ódio pelos ingleses, eu não sei" "isso (curiosidades do réu) não parte do seu processo" "Seu eu estiver (em estado de glória) que Deus me mantenha, se não tiver, que Deus me coloque"
A Estrada da Vida
4.3 228Gelsomina um dos últimos anjos na terra...e não vou normalizar nenhuma problemática. Antes de tudo é um retrato pesado e triste: cale a boca, começamos assim, uma mulher a margem da sociedade e sem aparentes direitos civis. Uma iminente força a puxa de volta ao sofrimento.
Gelsomina sofre e sabe que sofre, mas entre o sofrer e o nada, não existe garantia e cordas para segurar. Apenas uma estrada e uma referência. Mas existe uma emancipação parcial na história dela, uma das melhores cenas do filme, mas que não se conclui por diversos fatores: acredito que Fellini queria ser realidade e mostrar a violência do sistema, por isso essa força coloca, inclusive o espectador, no seu devido lugar: de conscientização.
O trapezista tem uma ingenuidade similar a dela, ensina-a uma das preciosidades do mundo: o questionamento e o rir de si mesmo. Mesmo ficando claro um pouco de sua insensibilidade, a probabilidade de um futuro melhor ao seu lado era maior.
Zampano tem a masculinidade frágil, as qualidades do cérebro humano são encobertas pela força dos músculos, incapaz de agir fora do circuito ação-reação. E não ouse questionar. Por isso que o final arrebate tanto, e sem spoilers..apenas assistam e sintam.
"Até uma pedra tem seu sentido de estar ali"
Que filme meus amigos, roteiro simples mas bem formulado e dosado, com personagens nada cansativos e instigantes. Fellini nunca errou. Um final arrebatador que influenciou uma série de filmes posteriormente.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraA história em si é realmente sensacional, Saramago nunca errou. Não vou entrar nos spoilers pois muita gente já dissecou o filme aqui, nas críticas, youtube, etc.. Então vou trazer outros pontos que pensei:
Não entendi a necessidade de amarelar tanto contraste do filme...tentei assimilar as cores com a unidade mais intimista e depressiva, é interessante em alguns momentos mas no geral, torna cansativo e até aversivo.
Tem um roteiro perspicaz no desenvolver do protagonista, é instigante e as diferenças Adam + Anthony são bem demarcadas (interpretações perfeitas). As mulheres também têm diferenças gritantes na personalidade, uma é extremamente ativa, curiosa, sensitiva. Já a outra é quase muda, objetificada e coadjuvante. Minhas apostas no grande enigma rondaram na problemática do querer x conseguir (por exemplo querer ser um marido melhor em aspectos da relação e não conseguir, mas o alter ego consegue e existe em um lugar muito profundo da personalidade que não consegue subir para a vida de vigília.) Contrastei em como se dá quando queremos ser melhor, mas não necessariamente conseguimos ser melhor.
No geral, eu gostei do filme, e adorei a dessecagem sobre o que realmente estava por trás das aranhas e do simbolismo. A cena final é uma das melhores que já vi.
71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso
3.7 74 Assista AgoraAssisti gratuitamente no Youtube (legendado). É um filme caseiro, Haneke mais uma vez mostra por A+B que um belo filme não precisa de muito. Aqui acompanhamos um sufocante recorte da vida de algumas pessoas, e como o acaso cruzará essa cronologia.
Primeiro ponto: achei o filme bem datado, mas no bom sentido. Haneke não quer esconder os sentimentos e a percepção das pessoas que viviam os últimos anos do século XX, a rápida evolução da internet, o descarte funcional da terceira idade, os traumas deixados pela Guerra Fria, a forte onda de imigração que se iniciava, a marginalização nas ruas, o uso de drogas não recreativo, os roubos por subsistência...ele ainda contrasta com a futilidade de uma preocupação excessiva na vida de figuras públicas (o afortunado aqui é Michael Jackson) a hipocrisia meu pai. Haneke não mentiu em nada, estava tudo por vir...e muito mais ampliado. São problemas que as próprias pessoas sustentam.
É um filme fortemente político e experimental, vale a pena conferir.
Caché
3.8 384 Assista AgoraComo o silêncio incomoda e invade. Geralmente assistimos filmes para desvincular nossa realidade, obter novas experiências, e quando nos deparamos com a casualidade da própria vida em cena, chega a ser amedrontador. Sem trilha sonora, sem efeito visual. Aqui, até o barulho da geladeira e o espirro são importantes para constituir o dia a dia e a consciência do protagonista. Quanto mais aberto o plano, mais fácil perceber a 'realidade' e mais difícil identificar as nuances.
Sobre o tema: aprofunda bastante em uma questão específica sobre a invisibilidade e a marginalização decorrente do sistema. De um lado, uma mesa de jantar farta, amigos, vinho, um filho 'perfeito' e um acervo gigantesco que evidencia a elite intelectual. Do outro lado, um corredor escuro e úmido, uma casa lotada de apetrechos, simplicidade e infelicidade.
A falta de noção do quanto estamos sujeitos a interferir na vida das pessoas, nessa grande viagem da vida, quantos socos deixamos na alma de outros, mesmo sem querer deixar? Dá pra se isentar do passado?
George segue na defensiva ao longo do filme, e é isso, fechar as cortinas e se esconder mais uma vez. A guerra armamentista e social, a imigração, essa é a reportagem da TV que separa o George de sua esposa Anne, em uma das cenas mais lindas do filme. O suspense e o terror perpetua numa problemática muito maior que a gravação de vídeo. Anne é reflexiva, perspicaz, esclarecedora, atenciosa. George é imagem pública, autoconfiança, o espertinho que só quer manter sua vida perfeita. se defende das desculpas e invisibiliza os menos afortunados. Não há como culpar o tempo aqui, visto que suas atitudes quase não mudaram. Haneke e seu cinema maravilhoso dão mais um tapão na nossa cara. Como é viver com essa consciência?
A Doce Vida
4.2 316 Assista AgoraAssisti no Telecine logo após Cabíria. Impossível não notar as semelhanças com o último filme, mas Fellini agora troca os papéis: vamos acompanhar a socialite por Roma e entender o que aflige a maioria dessas pessoas. O espaço geral é o mesmo, mas a fotografia muda bastante, conseguimos distinguir os tons de branco, preto e cinza. A direção é aprimorada e os planos são mais detalhados e trabalhados, aparentemente com a quantidade certa de elementos.
A crítica social, política e religiosa se amplifica, mas algo me incomodou bastante aqui: faltava informação no protagonista, não consegui me conectar com sua perspectiva. Quando fui entender o que realmente estava acontecendo (simbolismo do diretor) e qual era a roda onde a água estava caindo, só consegui pensar: Fellini você é genial!
A busca iminente por significados filosóficos, especialmente da aristocracia, é sufocante e pesada, é uma liberdade diferente, acorrentada nos valores de classe. Os limites da profissão e do espaço privado, manipulação midiática davam sinais do que estava por vir. A religião surge como escape coletivo, quase como uma agulha no palheiro, onde os instintos que deveriam ser controlados, são exaltados e tomam o lugar da realidade lógica. O jogo aqui é com as mulheres, Marcello apenas transita entre elas, para percebemos então, que sempre foi sobre ele.
Noites de Cabíria
4.5 381 Assista AgoraUm retrato cinematográfico da marginalização de camadas sociais excluídas da alta e média sociedade, no espaço físico, emocional, cultural, religioso e político.
Acho que o primeiro ponto é que o espectador espera diversas reações e decisões da personagem, porém a construção e visão de mundo de Cabiria é tão peculiar que subverte todos os esteriótipos que poderíamos associar. Cativante, familiar, resistente, positiva, sonhadora, engraçada e feminista em seu contexto, essa mulher abre discussões tão contemporâneas que é chocante a atemporalidade da obra.
Existe uma proximidade com o contexto italiano graças a exemplar direção de Fellini, que mais uma vez, decide retratar Roma ao avesso e retirar a imagem de glorificação e aparente perfeição da cidade.
Cabiria personifica a contestação da hipocrisia, questiona os valores religiosos (e se assusta com a crença no divino) e assenta sua própria filosofia: refém de uma sociedade maléfica com as classes invisíveis. O que tanto 'procura' estaria mesmo em um homem ou seria mais um aprisionamento histórico dos diversos já existentes?