"- Teve uma vez que eu estava correndo e passei por uma senhora. E essa senhora, ela me parou e disse: Correndo por aí, pegando muita luz. Sob a luz do luar, garotos negros ficam azuis... Você está azul. Então vou te chamar assim. Azul. - Então seu nome é Azul? - Não. - Chega um momento que você precisa decidir quem você é. Ninguém pode tomar essa decisão por você."
a Angela está pintando o Nev enquanto os dois conversam e ele pede pra ela falar com ele como se ela fosse a Megan, os olhos dele se enchem de lágrimas vendo tudo aquilo... Não se vocês notaram, mas nessa mesma cena ela pede pra ele sorrir mostrando os dentes e diz que ele tem um sorriso lindo. No final, quando vemos a pintura feita o Nev está sério. Não tinha como modelar um sorriso que não existia. Não tinha motivo pra sorrir.
Se você vai fazer uma cena de diálogo no mesmo cenário sem alteração de personagens ou clima situacional o diálogo precisa ser muito envolvente, de modo que o público não fique esperando qualquer coisa acontecer pra sair dali. Algo que não aconteceu nos primeiros (intermináveis) 15 minutos de filme. Vemos o Troy falar (praticamente sozinho) sobre um assunto qualquer do qual ninguém se interessa e depois dizer o quanto ama sua esposa.É compreensível que essa pode ser uma maneira de demonstrar a dominância que ele exerce em suas relações e ´de fato é importante exibir sua relação com a esposa, pois isso irá se desenvolver futuramente, mas também acho que o filme precisa conquistar (pensei em retirá-lo e vê-lo outra hora, pois achei que aquele ritmo se estenderia, mas não o fiz). Apesar dos resquícios da peça teatral na adaptação pro cinema, Fences consegue se tornar um filme relevante, onde seu protagonista é o herói e o antagonista ao mesmo tempo, considerando a maneira como suas escolhas permeiam sua vida. A obra aborda questões raciais óbvias (para alguns) e não tão óbvias (para a maioria), bem como questões relativas à gênero e opressão à mulher negra que é reduzida à sombra de um grande homem, não importa quem ele seja. Acho interessante a maneira como a cercas são direcionadas a nos fazer notar que cada comportamento de Troy é um passo que fazem essas cercas cresceram e o isolarem nesse mundo de autoridade, trabalho e poder que ele foi ensinado a viver. Pra ele cada pessoa tem uma função e um papel a cumprir, e esse papel é inflexível, determinado, um ultimato, mesmo quando não fazem mais sentido. A Viola Davis, em duas cenas ganha o filme inteiro, sem o auxílio de trilha sonora apelativa conseguiu me comover através da vivência daquela mulher que, pra mim, é heroína ao mesmo tempo que vítima de um sistema cruel que faz você acreditar que escolheu algo, quando na verdade aquela situação horrível é o melhor do pior... É aquela coisa de sempre, em filmes que abordam machismo e racismo eu só vejo vítimas... Talvez umas mais que as outras, mas todas vítimas.
"- How do you make a woman like you more than any other guy? - That's easy. You just gotta find the clitoris. - What does 'find the clitoris' mean? - Forget I said anything. - Do you know where I can find the clitoris?"
John Carney e o seu jeito de fazer a gente se apaixonar pela música através do cinema. A trilha sonora é praticamente um personagem no filme. Amei muito <3
Poderia ser uma história poderosa sobre relacionamento abusivo, gaslighting e empoderamento feminino, mas o ritmo (lento demais pra um thriller) atrapalhou um pouco. O filme demora pra engrenar, mas tem um terceiro ato interessante o que nos deixa um sensação agradável quando acaba. Destaque pra o laço doloroso que une o elenco feminino, e milhões de mulheres pelo mundo.. Somos sempre loucas.
"Eles têm um medo de nós, entende? Somos estranhos, cara! Somos diferentes! E qual é o truque? É que não adianta lutar contra isso. Você tem que aceitar. Tem que aceitar sua estranheza interior. Seja estranho, entende? Quando faz isso, você se revela, e não quem eles querem. E é aí que começa a diversão."
Há muito tempo um filme não mexia tanto assim comigo. Desde seu início me senti sugada pra dentro dele, presa naquele lugar cheio de melancolia, mistério e rancor. É um filme que não só merece como precisa ser revisitado, sua riqueza de detalhes entrega uma história cheia de profundidade, entupida com um gradississímo nada que sufoca tudo.
Acho que uma das formas de ver esse filme é como um grande paradoxo. Converse com qualquer apreciador e ele certamente irá lhe falar de como a cinematografia é simplesmente impecável, é o que torna a obra marcante, considerando que o assunto abordado é batido, já foi abordado milhares de vezes: o mundo da moda é cruel, a comercialização dos corpos e da beleza, o enaltecimento de uma juventude fabricada, cobiça, inveja e competição... Tudo isso já foi visto e discutido várias vezes, mas não dessa forma. É aí que mora o paradoxo. O filme se firma em sua estética, vende sua beleza para comercializar algo vazio e sem profundidade. O filme se apropria dessa circularidade, oferece um roteiro simples, sem grandes reflexões em cima de uma fotografia perfeita para criticar aqueles que admiram o belo por ser belo e só. Esse filme é uma armadilha, gostar dele é torná-lo pertinente. "Você é comida ou você é sexo?"
"Nós ensinamos os homens a rejeitarem tudo que é feminino em ordem de afirmar sua masculinidade e depois ficamos surpresos ao notar que eles não enxergam as mulheres como seres humanos".
Me lembrou bastante o conceito trabalhado pelo Buñel em "Um anjo exterminador", que também questiona a máscara da civilidade que vestimos para nos relacionarmos e que é facilmente derrubada quando posta em um espaço do qual não conseguimos sair. Interpretar cansa, ser polido, educado, cordial é um trabalho imenso e tanto Buñel quanto Polanski pensaram "E se as pessoas fossem forçadas a dividir o mesmo espaço por muito tempo sem que conseguissem se libertar? O que aconteceria? De que forma iriam passar a se relacionar? Será que as máscaras realmente caem ou novos papéis emergem? Como somos capazes de saber quem somos?". Com um elenco monstruoso como esse e um roteiro arriscado ambientado em um só lugar "Deus da Carnificina" é uma peça de teatro filmada que não sai do lugar e faz com que você também não queira sair.
Dei a sorte de aderir à postura do filme: a pretensão de ser despretensioso. Uma das melhores sátiras ao gênero que já vi (quem estiver procurando uma abordagem menos comédia pode ver Cabin In The Woods). O filme funcionou como uma grande brincadeira e homenagem ao gênero, soube brincar com os clichês de maneira inteligente e leve, a ação é consistente e o humor funciona se você estiver familiarizado com os slashers dos anos 80, mas além na iluminação e fotografia o chamou bastante atenção foi o arco dramático que conseguiu um espaço interessante na trama acrescendo em relevância sem perder o tom. Me surpreendi e gostei bastante.
A delicadeza da arte nos mostrando a nossa imensa falta de preparo para lidar com aquilo que não conhecemos. O mais importante pra mim acima de tudo foi a naturalidade e leveza que o filme se apropriou pra falar de um tema tão complexo. Se não me engano, a primeira palavra proferida no filme foi "fêmea". Um dos primeiros dos milhares de rótulos que recebemos quando o outro se dá conta de nossa existência. É uma das primeiras verdades impostas. É menino ou menina? Perguntam eles. Parece tão simples. A ciência está mesmo preparada pra responder essa pergunta? Alguém está preparado pra responder essa pergunta? Quem é você: Menino ou menina? O que significa ser um dos dois? E por último: Isso importa tanto por quê?
"- Me explica. Você não é... - Sou as duas coisas. - Mas isso não pode ser. - Vai me dizer agora o que posso ou não ser?"
Vi alguns comentários aqui que gostaria de refutar. O primeiro deles diz respeito à abordagem maliciosa do diretor na tentativa de ridicularizar a classe alta com perguntas e cortes tendenciosos. Ora, tudo parte de um ponto de vista. Esse é o de Mascaro, você pode concordar ou discordar, mas não pode exigir dele uma abordagem neutra. Em meio a tantos depoimentos o que entra ou não no documentário já é parcialmente selecionado de acordo com sua percepção, isso é inevitável. O filme é composto somente pelos depoimentos, porque nesse contexto a fala que importa é a dessas pessoas. Se elas foram vistas como patéticas ou não, cabe a leitura de cada um. O que entra no segundo ponto que observei nos comentários, o de que os depoimentos foram rasos, havia pouco a ser explorado e isso acabou deixando o documentário desinteressante. Quando um diretor se propõe a construir um documentário apenas com depoimentos de pessoas ele corre esse risco. E se ninguém falar nada importante? E se tudo for vazio e sem sentido? Meu filme será ruim? Eu discordo de quem acha que as falas não podem ser analisadas com profundidade, afinal jamais pensei que fosse ouvir alguém falar que uma das vantagens de morar na cobertura fosse observar os sinalizadores de tiros que a gangues usam pra se comunicarem nas favelas por eles serem coloridos e parecerem com fogos de artifício, ou que o barulho de panelas batendo fosse incomodar tanto alguém que "não tem nada contra o pessoal da área de serviço", mas mesmo se você faz parte daqueles que acha que os depoimentos foram rasos, pergunte-se o por quê, será que foram mesmo? Acho que a profundidade de algo se encontra na relação entre o que foi dito e quanto você está disposto a refletir sobre o que foi dito. Achei o documentário fantástico, bem aberto a uma série de questões, que permite que escutemos a voz de uma população que não é ridícula ou patética, apenas está cega diante dos privilégios que possui, como a moça que mostrava uma favela da janela se sua casa dizendo que assiste aquela guerra, mas não participa dela. Não participa, moça? Será?
Como é difícil e maravilhoso encontrar um filme de terror que desafie as próprias regras e se preocupe mais em construir uma narrativa coerente do que cuspir barulhos altos junto com imagens grotescas produzindo um efeito fácil e esquecível. O último bom filme de terror que vi foi o australiano "The Babadook", e agora "The Witch" entra pra lista desses filmes que sabem usufruir da sua linguagem para ir além dela e realmente contar uma história. É tanta metáfora que pra ser honesta eu devo ter absorvido apenas uns 30% da proposta narrativa, o que é um maravilhoso convite para revisitá-lo futuramente. Admiro muito as coisas e pessoas que não consigo compreender. O filme subverte a narrativa da vítima e se transforma em uma metáfora sofre empoderamento feminino. Maravilhoso.
As atuações horrendas atrapalharam bastante na experiência do filme, que tem até alguns momentos de discussões morais e éticas bastante pertinentes. Não foi total perda de tempo, mas saí do filme com a sensação de que uma ideia genial foi muito mal aproveitada.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista Agora"- Teve uma vez que eu estava correndo e passei por uma senhora. E essa senhora, ela me parou e disse: Correndo por aí, pegando muita luz. Sob a luz do luar, garotos negros ficam azuis... Você está azul. Então vou te chamar assim. Azul.
- Então seu nome é Azul?
- Não.
- Chega um momento que você precisa decidir quem você é. Ninguém pode tomar essa decisão por você."
A Garota Ideal
3.8 1,2K Assista Agora"Às vezes me sinto tão só que esqueço o dia da semana e como se escreve meu nome".
Catfish
4.0 346Eu tô bem mal.
Muita coisa difícil de ver nesse filme, mas a principal foi a cena na qual
a Angela está pintando o Nev enquanto os dois conversam e ele pede pra ela falar com ele como se ela fosse a Megan, os olhos dele se enchem de lágrimas vendo tudo aquilo... Não se vocês notaram, mas nessa mesma cena ela pede pra ele sorrir mostrando os dentes e diz que ele tem um sorriso lindo. No final, quando vemos a pintura feita o Nev está sério. Não tinha como modelar um sorriso que não existia. Não tinha motivo pra sorrir.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraSe você vai fazer uma cena de diálogo no mesmo cenário sem alteração de personagens ou clima situacional o diálogo precisa ser muito envolvente, de modo que o público não fique esperando qualquer coisa acontecer pra sair dali. Algo que não aconteceu nos primeiros (intermináveis) 15 minutos de filme. Vemos o Troy falar (praticamente sozinho) sobre um assunto qualquer do qual ninguém se interessa e depois dizer o quanto ama sua esposa.É compreensível que essa pode ser uma maneira de demonstrar a dominância que ele exerce em suas relações e ´de fato é importante exibir sua relação com a esposa, pois isso irá se desenvolver futuramente, mas também acho que o filme precisa conquistar (pensei em retirá-lo e vê-lo outra hora, pois achei que aquele ritmo se estenderia, mas não o fiz).
Apesar dos resquícios da peça teatral na adaptação pro cinema, Fences consegue se tornar um filme relevante, onde seu protagonista é o herói e o antagonista ao mesmo tempo, considerando a maneira como suas escolhas permeiam sua vida. A obra aborda questões raciais óbvias (para alguns) e não tão óbvias (para a maioria), bem como questões relativas à gênero e opressão à mulher negra que é reduzida à sombra de um grande homem, não importa quem ele seja.
Acho interessante a maneira como a cercas são direcionadas a nos fazer notar que cada comportamento de Troy é um passo que fazem essas cercas cresceram e o isolarem nesse mundo de autoridade, trabalho e poder que ele foi ensinado a viver. Pra ele cada pessoa tem uma função e um papel a cumprir, e esse papel é inflexível, determinado, um ultimato, mesmo quando não fazem mais sentido.
A Viola Davis, em duas cenas ganha o filme inteiro, sem o auxílio de trilha sonora apelativa conseguiu me comover através da vivência daquela mulher que, pra mim, é heroína ao mesmo tempo que vítima de um sistema cruel que faz você acreditar que escolheu algo, quando na verdade aquela situação horrível é o melhor do pior... É aquela coisa de sempre, em filmes que abordam machismo e racismo eu só vejo vítimas... Talvez umas mais que as outras, mas todas vítimas.
South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes
3.9 316 Assista Agora"- How do you make a woman like you more than any other guy?
- That's easy. You just gotta find the clitoris.
- What does 'find the clitoris' mean?
- Forget I said anything.
- Do you know where I can find the clitoris?"
Festa da Salsicha
2.9 816 Assista AgoraParabéns aí pessoal que conseguiu fazer um filme sobre comidas que transam também falar sobre alienação, religião e esperança;
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraJohn Carney e o seu jeito de fazer a gente se apaixonar pela música através do cinema. A trilha sonora é praticamente um personagem no filme. Amei muito <3
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraPoderia ser uma história poderosa sobre relacionamento abusivo, gaslighting e empoderamento feminino, mas o ritmo (lento demais pra um thriller) atrapalhou um pouco. O filme demora pra engrenar, mas tem um terceiro ato interessante o que nos deixa um sensação agradável quando acaba. Destaque pra o laço doloroso que une o elenco feminino, e milhões de mulheres pelo mundo.. Somos sempre loucas.
Jovens, Loucos e Mais Rebeldes
3.4 147 Assista Agora"Eles têm um medo de nós, entende? Somos estranhos, cara! Somos diferentes! E qual é o truque? É que não adianta lutar contra isso. Você tem que aceitar. Tem que aceitar sua estranheza interior. Seja estranho, entende? Quando faz isso, você se revela, e não quem eles querem. E é aí que começa a diversão."
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraHá muito tempo um filme não mexia tanto assim comigo. Desde seu início me senti sugada pra dentro dele, presa naquele lugar cheio de melancolia, mistério e rancor. É um filme que não só merece como precisa ser revisitado, sua riqueza de detalhes entrega uma história cheia de profundidade, entupida com um gradississímo nada que sufoca tudo.
É sobre viver com as próprias escolhas e aceitar o que elas trazem e compreender que às vezes, só às vezes, pode realmente ser tarde demais.
"Quando se ama alguém...Você faz dar certo. Você não joga tudo no lixo. Você tem que cuidar. Pode não ter de volta".
Se você ferir um artista, com arte será ferido.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraAcho que uma das formas de ver esse filme é como um grande paradoxo. Converse com qualquer apreciador e ele certamente irá lhe falar de como a cinematografia é simplesmente impecável, é o que torna a obra marcante, considerando que o assunto abordado é batido, já foi abordado milhares de vezes: o mundo da moda é cruel, a comercialização dos corpos e da beleza, o enaltecimento de uma juventude fabricada, cobiça, inveja e competição... Tudo isso já foi visto e discutido várias vezes, mas não dessa forma. É aí que mora o paradoxo. O filme se firma em sua estética, vende sua beleza para comercializar algo vazio e sem profundidade. O filme se apropria dessa circularidade, oferece um roteiro simples, sem grandes reflexões em cima de uma fotografia perfeita para criticar aqueles que admiram o belo por ser belo e só. Esse filme é uma armadilha, gostar dele é torná-lo pertinente.
"Você é comida ou você é sexo?"
A Máscara em que Você Vive
4.5 201"Nós ensinamos os homens a rejeitarem tudo que é feminino em ordem de afirmar sua masculinidade e depois ficamos surpresos ao notar que eles não enxergam as mulheres como seres humanos".
A Máscara em que Você Vive
4.5 201"Se eu dissesse pra aquele menino que ele joga como uma menina, iria destruí-lo. O que estamos ensinando aos meninos sobre as meninas?"
Deus da Carnificina
3.8 1,4KMe lembrou bastante o conceito trabalhado pelo Buñel em "Um anjo exterminador", que também questiona a máscara da civilidade que vestimos para nos relacionarmos e que é facilmente derrubada quando posta em um espaço do qual não conseguimos sair. Interpretar cansa, ser polido, educado, cordial é um trabalho imenso e tanto Buñel quanto Polanski pensaram "E se as pessoas fossem forçadas a dividir o mesmo espaço por muito tempo sem que conseguissem se libertar? O que aconteceria? De que forma iriam passar a se relacionar? Será que as máscaras realmente caem ou novos papéis emergem? Como somos capazes de saber quem somos?".
Com um elenco monstruoso como esse e um roteiro arriscado ambientado em um só lugar "Deus da Carnificina" é uma peça de teatro filmada que não sai do lugar e faz com que você também não queira sair.
Terror Nos Bastidores
3.4 447 Assista AgoraDei a sorte de aderir à postura do filme: a pretensão de ser despretensioso.
Uma das melhores sátiras ao gênero que já vi (quem estiver procurando uma abordagem menos comédia pode ver Cabin In The Woods). O filme funcionou como uma grande brincadeira e homenagem ao gênero, soube brincar com os clichês de maneira inteligente e leve, a ação é consistente e o humor funciona se você estiver familiarizado com os slashers dos anos 80, mas além na iluminação e fotografia o chamou bastante atenção foi o arco dramático que conseguiu um espaço interessante na trama acrescendo em relevância sem perder o tom. Me surpreendi e gostei bastante.
Cássia Eller
4.5 308"Ninguém nasce Cassia Eller impunemente".
Boi Neon
3.6 461Nunca vi um filme desconstruir estereótipos de forma tão despretensiosa e natural.
Love Steaks
2.5 31Queria que o filme tivesse acabado na cena que
ela joga atrás dele e câmera mostra o mar
Cinderela em Paris
4.0 419 Assista Agora"Tenho de descobrir por que minha mente se faz de dançarina".
XXY
3.8 507 Assista AgoraA delicadeza da arte nos mostrando a nossa imensa falta de preparo para lidar com aquilo que não conhecemos.
O mais importante pra mim acima de tudo foi a naturalidade e leveza que o filme se apropriou pra falar de um tema tão complexo. Se não me engano, a primeira palavra proferida no filme foi "fêmea". Um dos primeiros dos milhares de rótulos que recebemos quando o outro se dá conta de nossa existência. É uma das primeiras verdades impostas. É menino ou menina? Perguntam eles. Parece tão simples. A ciência está mesmo preparada pra responder essa pergunta? Alguém está preparado pra responder essa pergunta? Quem é você: Menino ou menina? O que significa ser um dos dois? E por último: Isso importa tanto por quê?
"- Me explica. Você não é...
- Sou as duas coisas.
- Mas isso não pode ser.
- Vai me dizer agora o que posso ou não ser?"
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraVi alguns comentários aqui que gostaria de refutar. O primeiro deles diz respeito à abordagem maliciosa do diretor na tentativa de ridicularizar a classe alta com perguntas e cortes tendenciosos. Ora, tudo parte de um ponto de vista. Esse é o de Mascaro, você pode concordar ou discordar, mas não pode exigir dele uma abordagem neutra. Em meio a tantos depoimentos o que entra ou não no documentário já é parcialmente selecionado de acordo com sua percepção, isso é inevitável. O filme é composto somente pelos depoimentos, porque nesse contexto a fala que importa é a dessas pessoas. Se elas foram vistas como patéticas ou não, cabe a leitura de cada um. O que entra no segundo ponto que observei nos comentários, o de que os depoimentos foram rasos, havia pouco a ser explorado e isso acabou deixando o documentário desinteressante.
Quando um diretor se propõe a construir um documentário apenas com depoimentos de pessoas ele corre esse risco. E se ninguém falar nada importante? E se tudo for vazio e sem sentido? Meu filme será ruim? Eu discordo de quem acha que as falas não podem ser analisadas com profundidade, afinal jamais pensei que fosse ouvir alguém falar que uma das vantagens de morar na cobertura fosse observar os sinalizadores de tiros que a gangues usam pra se comunicarem nas favelas por eles serem coloridos e parecerem com fogos de artifício, ou que o barulho de panelas batendo fosse incomodar tanto alguém que "não tem nada contra o pessoal da área de serviço", mas mesmo se você faz parte daqueles que acha que os depoimentos foram rasos, pergunte-se o por quê, será que foram mesmo? Acho que a profundidade de algo se encontra na relação entre o que foi dito e quanto você está disposto a refletir sobre o que foi dito.
Achei o documentário fantástico, bem aberto a uma série de questões, que permite que escutemos a voz de uma população que não é ridícula ou patética, apenas está cega diante dos privilégios que possui, como a moça que mostrava uma favela da janela se sua casa dizendo que assiste aquela guerra, mas não participa dela. Não participa, moça? Será?
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraComo é difícil e maravilhoso encontrar um filme de terror que desafie as próprias regras e se preocupe mais em construir uma narrativa coerente do que cuspir barulhos altos junto com imagens grotescas produzindo um efeito fácil e esquecível. O último bom filme de terror que vi foi o australiano "The Babadook", e agora "The Witch" entra pra lista desses filmes que sabem usufruir da sua linguagem para ir além dela e realmente contar uma história.
É tanta metáfora que pra ser honesta eu devo ter absorvido apenas uns 30% da proposta narrativa, o que é um maravilhoso convite para revisitá-lo futuramente. Admiro muito as coisas e pessoas que não consigo compreender. O filme subverte a narrativa da vítima e se transforma em uma metáfora sofre empoderamento feminino. Maravilhoso.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 546 Assista AgoraEu não sei nem o que eu tô sentido depois desse filme.
Circle
3.0 681 Assista AgoraAs atuações horrendas atrapalharam bastante na experiência do filme, que tem até alguns momentos de discussões morais e éticas bastante pertinentes. Não foi total perda de tempo, mas saí do filme com a sensação de que uma ideia genial foi muito mal aproveitada.