Que filme pavoroso de horrível. Vamos aos pontos negativos primeiro porque a lista é longa:
Em primeiríssimo lugar, a quantidade de diálogos vazios, com frases repetitivas. Tem também essa recorrente mania do filme de se propor a abordar várias pautas importantes de uma forma vaga e superficial:
Fiquei muito triste de ver o que fizeram com a personagem Renata. Ela é alvo de gordofobia e por isso faz uma performance artística nua no meio do restaurante. Ao invés do roteiro dar à personagem um arco de autoaceitação bonito, em que ela não depende da aprovação de ninguém além de si mesma, essa cena da libertação dela acaba girando em como os OUTROS a vêem, afinal. É mais importante o que a gente acha da gente ou o que desconhecidos no meio de uma viagem internacional pensam de nós?
A série mal dá uns dois minutos de tela pro personagem Adriano. Abordam o racismo que ele sofre de uma maneira tão rápida que dá pra perceber que os roteiristas nem sabiam como encaixar a história dele.
As crises emocionais da Mabel que parecem ser crises de pânico ou de ansiedade são meramente mencionadas através do fato dela não conseguir RESPIRAR em situações de medo ou estresse. E ninguém dá a mínima quando ela diz isso! Além disso, a Mabel não tem história própria. Ela é usada apenas pra todo mundo que ainda não descobriu seus interesses e aspirações na vida se identificar com ela, que precisa viver através da vida dos outros.
Já sobre os pontos positivos:
Apesar do roteiro não dar a devida atenção aos personagens da Larissa Murai, do Michel Joelsas e do Guilherme Terreri, eles brilham muito no pouco tempo de cena e são uns queridos. Destaque pro Guilherme falando "Como você deve ter visto em algum lugar da sua tela...". Uma referência ao canal que ele tem no Youtube, onde caracterizado como sua drag, Rita Von Hunty, ensina sobre assuntos importantíssimos das ciências humanas, já que o mesmo, além de ser ator, também é professor.
Letícia Spiller, né, amores? Que atriz incrível. Faz a gente comprar até mesmo uma história bobinha. Tá certo que a coitada da Mabel não tem culpa de ser adolescente, de estar nessa fase em que todo mundo é um pouco chatinho e metido a espertão, mas a personagem da Letícia é super carismática. Ela entrega uma mãe interessada na vida da filha, que quer fazer a garota se desgrudar da dependência emocional que tem das melhores amigas e ainda de quebra junta a família toda numa viagem de lua de mel porque o casamento dela significa pra ela e pro marido a união de todos eles.
Enfim. Mesmo com esse elenco ótimo, me dói muito dizer, mas não percam seu tempo assistindo. Foi meu primeiro filme 1 estrela na vida :(
Os cara já quase na Independência das 13 Colônias retomando a história de perseguir a Claire e chamá-la de bruxa me fez pensar em quantos bons homens e boas mulheres já cometeram esses erros de julgamento por falta de acesso à educação e instrução.
Todo ser humano merece um julgamento justo. Com essa de "tá na cara que a pessoa é culpada", pode haver a condenação de um inocente. Sabemos que a Claire é inocente porque a Lizzie meio que confirma isso dizendo que foi ela quem bateu à porta dos Fraser para contar à Claire sobre sua gravidez, mas e se não estivéssemos num papel de espectadores? Quantos Jamie's e Claire's foram condenados pela opinião pública sem nem terem sido julgados? De repente, todo mundo vira advogado e júri numa conversa inofensiva onde se pergunta: "E aí? O que você achou daquela história lá de fulano?"
O Fergus bêbado é justificado depois por ser decorrente de um trauma de uma violência sofrida à Marsali grávida. Porém que historinha mais chata. A Marsali e o Fergus são atualmente dois dos melhores e mais interessantes personagens de Outlander e mesmo assim insistem em dar umas tramas mal desenvolvidas pra eles. Depois da bebedeira do rapaz ter sido subitamente resolvida, ficaram tão sem saber o que fazer com eles que até os fizeram viajar temporariamente pra longe, com certeza pra eles voltarem de forma emocionante futuramente. Que roteiro preguiçoso. A Marsali e o Fergus iam arregaçar cada um do Comitê de Segurança que queria prender a Claire, certeza.
Já li mais ou menos o que de fato aconteceu com a Malva nos livros e como será na série mas gente, QUE RAIVA. Que história desnecessariamente sombria. A história a transforma num ser detestável, o que não faz sentido nenhum! Pela lógica, ela deveria ser uma pobre menina desesperada e revoltada sobre o conservadorismo religioso da família dela que a oprime de várias formas. Ou ainda, poderia ser uma menina inocente que faz o que os outros mandam porque foi criada assim mas que sente culpa por prejudicar as pessoas. Mas não. Retrataram ela como alguém ardilosa, que não se importa de fazer o que precisar pra se dar bem. Da onde veio isso??? Ela era só uma garota jovem sem ajuda nenhuma. Não faz sentido. Escolheram deixar ela ser irritante e cruel, odiada por todos os fãs.
Em um panorama geral, a série voltou a ficar mais eletrizante. Vamos aguardar as próximas temporadas com o desfecho.
Durante o início da quinta temporada tive MUITA dificuldade pra continuar, tanto que depois de assistir os primeiros episódios, demorei quase uns dois anos pra retomar. Mas puxa vida, depois até que valeu a pena, hein? Vou explicar os motivos:
Gostei que a série mostra essa paixão inflamada entre o Jamie e a Claire dando lugar a um amor não menos apaixonado porém muito mais maduro e companheiro, do tipo que não é só um fervor da juventude, mas algo estável e em constante crescimento.
Concordo que Sophie Skelton interpretando a Brianna no início não brilhou muito, mas será que foi a atuação ou uma falta de cuidado com a personagem no roteiro? Porque depois de eu mesma tanto criticar a personagem, começo a percebê-la como alguém extremamente forte e corajosa. Uma mulher da Ciência como a mãe dela.
O Roger nem se fala. Um personagem também chatinho no início foi se mostrando muito importante, diplomático, sábio e sobretudo, alguém em quem o Jamie agora confia demais! Foi uma construção linda e a melhora dele reencontrando sua voz pra salvar o Jemmy do fogo ou o Ian do suicídio... que cenas especiais e fortes! Fiquei muito emocionada. Destaque para o episódio 5x08 "Famous Last Words".
O Bonnet já foi tarde. Que homem ruim. Típica pessoa que usa de traumas da vida pra justificar atrocidades que comete. É aquela história de "explica, mas não justifica".
Chorei tanto, mas tanto, mas tanto quando a coitada da Claire foi abusada. Isso me fez ficar muito triste e reflexiva sobre como nós, mulheres, precisamos aproveitar qualquer espaço que tivermos pra mudar as coisas pra nós e por nós. Não é clichê, não, é só a verdade. Porque se não ficarmos bem espertas e atentas, o mundo pode ser bem cruel e violento, especialmente se formos indefesas socialmente.
A segunda temporada apresenta falhas e acertos como qualquer outra série, não é demérito, apenas pontos a se resolver na próxima temporada. Análise um pouquinho longa, perdoem! Mas sobre as falhas, primeiro:
Após ser ferido mortalmente no último episódio da primeira temporada, Inês afirmou que agora Eric era um deles. O que se pensa é que ele iria retornar como uma criatura, talvez ocupando o lugar de seu pai falecido ou uma nova entidade, já que se sacrificou para ajudar os outros. Mas não. Ele volta à vida com um poder que não serve para NADA na história. Seu arco se fecha muito abruptamente na possível morte dele, não sendo explicado o verdadeiro motivo dele ser sido trazido de volta além do aparente pedido de sua filha, o que seria muito sem graça narrativamente. Por que ele podia tomar os poderes dos outros? Por que ele precisou morrer pra voltarem aos donos? O interessante é que essa falha só reforça a ideia de que a Natureza tem seus próprios mistérios, que tudo é planejado e acontece por um motivo, até as coisas ruins geralmente são aprendizado pra um objetivo maior.
A Mula Sem Cabeça tem pouco tempo de tela e não lhe é dada a devida importância, não fazendo jus à ótima atriz que a interpretou nem à própria lenda do folclore brasileiro. Outra coisa: no Rio de Janeiro, durante a primeira temporada, é visto que várias criaturas se conheciam e interagiam no bar da Cuca com uma noção de coletivo e de autopreservação, com excessão do Curupira, tomado pela dor e amargura. Já no cenário do Pará, as entidades desconhecem sua importância e função de proteção ao equilíbrio do mundo.
Cuca impecável como sempre. Sempre senti que Gabriela tinha uma grande importância, ela era uma grande aliada à proteção dos povos originários! E que maravilhosa a jornada de Débora redescobrindo suas raízes! Uma personagem complexa e bem escrita, que carrega luz e trevas dentro de si, como dizem durante seu episódio. Essencial conhecer a ti mesmo e saber do seu papel para com a Natureza. Como eles dizem, a Humanidade e a Natureza não são coisas diferentes. Espero que haja uma terceira temporada!
É muito divertido consumir conteúdo estrangeiro e muito disso se deve ao fato de que nós, brasileiros, somos um povo formado por vários outros. O que é genial é que "Cidade Invisível" une toda essa pluralidade como sendo tijolos da construção de um só grupo, são lendas e sub histórias que fazem parte de uma maior, da identidade da gente. Que projeto lindo!
Como a gente se engana achando que se nos parecermos com quem é "descolado" vamos ser mais felizes. Não ser fiel a si mesmo é o pior martírio, é viver dentro de uma roupa um tamanho menor. O bom mesmo é se entender, se respeitar e se cercar de pessoas que nos amem, valorizem e enxerguem em nós tudo de especial que temos. Esse filme traz essa ideia de forma adorável, com certeza um clássico dos anos 2000! Assistam se desejam uma dose de autoconfiança e amor próprio.
Rainha Charlotte vem para nos dar um novo respiro do que de fato se trata Bridgerton: uma visão corajosa do mundo. E faz bem. Precisamos de coragem, otimismo e sobretudo, de amor. Só o amor pode fazer coisas grandiosas, mesmo sendo tão delicado, tendo de ser construído no dia a dia. Amor é a escolha diária dos que não têm medo.
Destaque também para a atuação desse elenco extraordinário, que conseguiu transmitir muita consistência dos personagens, fazendo ser possível identificar trejeitos, falas, olhares através do tempo.
Senti que esse filme finalmente deu à Maísa um papel digno pra aprimorar o talento dela, as possibilidades do fazer artístico, sem cair tanto no clichê. Que personagem especial... e o filme: muito comovente, muito cativante. Tem algumas falhas de roteiro mas isso não impede o mesmo de brilhar na hora certa. Os atores são super carismáticos, dão aos personagens uma vida que faz você se irritar com eles, torcer por eles. Um belo acerto explorar as relações familiares que você cultiva ao longo da vida além das de sangue. Família é criar laços.
O filme pode ter diversas falhas de roteiro e etc, porém uma coisa temos que admitir: que linda a reflexão sobre a Medicina existir pra cuidar das pessoas, zelar pelo bem estar delas AO LONGO da vida e não só tentar salvar nos momentos difíceis. A Saúde do nosso país tem ótimos profissionais que melhoram a vida da gente e por isso eles precisam de muito apoio e recursos pra trabalhar. Além disso, ouvir o outro segue sendo o melhor remédio pra dificuldades.
Não sou fã de filmes de terror, mas esperem aí, de forma alguma irei falar mal desse filme. Se você é assim como eu, uma pessoa que está tentando conhecer o gênero ou é fã do Charlie Heaton, da Anya Taylor-Joy ou da Mia Goth, neta de uma atriz do cinema marginal brasileiro, você não vai se decepcionar com as atuações. Cada um deles assume para si a personificação quase grega de um sentimento ou estereótipo, o que se torna muito útil para a trama. O ator que interpreta o irmão mais velho e o que interpreta o caçulinha também são comoventes. O que mais me chamou a atenção nesse filme, é que sendo um thriller ou algo assim, não se apoiou no artifício sobrenatural assustador que dá mal estar às pessoas desnecessariamente como certos filmes por aí. Esse filme te faz ter medo sim, mas não é só isso. Eu e meu companheiro choramos muito assistindo, é lindo e triste. O medo serve a esse filme como um potencial agente do desequilíbrio da felicidade de seis pessoas com defeitos, porém boas e ternas. Não se trata de você ter medo de algo irreal do universo do horror, da mitologia e afins. Se trata do medo como este próprio nasceu: do ser humano amando a criação do fogo porque esta afugenta a escuridão, o não saber o que se esconde nas sombras da noite. O medo de estar desprotegido frente às adversidades. E é por isso que nos juntamos em bando. Para nos ajudarmos. Essa é a potência desse filme: a união entre os que se amam genuinamente.
Como sempre, Greta Gerwig é mágica em colaborar com os detalhes mais meigos e significativos, seja em sua atuação ou em sua direção. Cada mulher é uma força motriz capaz de sacudir o mundo todo com seu espírito. Jo tinha razão. Escolher ser essa força significa escolher o que você ache correto, exercendo sua liberdade sem ferir ao outro nem a si mesmo no processo. Cada mulher neste filme é adorável, sim, cada uma à sua maneira. Jo é adorável em seus esforços gritantes para perseverar e erguer os sonhos e o bem estar de todos aqueles que ama, sendo sempre fiel a si mesma. Beth é adorável em sua delicadeza de viver e em sua coragem em dar aos que a rodeiam o que se tem de mais precioso: seu espírito e seu tempo. Meg é adorável em toda sua alma artística, mas sobretudo em sua generosidade espontânea e vontade de ser corajosa. Amy, a personagem com a qual menos me identifiquei no início do filme, se torna adorável em seu amadurecimento, demonstrando que não precisamos nos curvar à vontades descabidas que não sejam as nossas e que temos o direito de sermos grandes mas nunca de nos julgar superiores por isso. Chorei de alegria e contentamento por Jo compreender que fez o certo e que poderia ser feliz mesmo que não atendesse às normais sociais, que amaria quando o amor lhe acolhesse e lhe arrebatasse. E menção à cena do mais que adorável Friedrich, que, acabou se tornando parte daquela família, que havia perdido sua música, mas a recuperou através de seu coração.
Algumas pessoas estão dizendo coisas rasas ou ruins desse filme. Bem, eu discordo. É um pouco arrastado no início, é verdade. Mas entendam, estamos diante de uma ótima produção. Os cenários são lindíssimos, o figurino de uma beleza estonteante, as cores... tudo arrebata, te cativa. Por não ter lido o livro dos anos 1920 em que o filme foi baseado, não sabia o que esperar. No início da interação entre Connie e Oliver, achei que tudo não passaria de sexo. Um tesão reprimido com uma dose de melancolia de ambos. Nem ao menos se conheciam. Mas que surpresa a minha quando, a partir daquele singelo encontro, uma profunda conexão se desenvolveu entre eles (em contrapartida com as relações sociais de Connie com amigos, familiares, que são tão "progressivos"quanto hipócritas e elitistas). Gostos literários em comum, paixão pelas coisas simples e belas da natureza, opiniões políticas que se complementam, de igual para igual. As muitas cenas de sexo são a parte em que eles extravasam todo seu sofrimento anterior. E eles merecem! Merecem ser felizes em cenas como aquelas, com prazer, com liberdade, como eles mesmos dizem. E nunca se desrespeitam, são sempre companheiros, é o mais importante. Então não assistam com uma cabeça moralista de quem não aguenta ver pêlos pubianos ou ainda uma mulher gozando com um homem que se importa de verdade se ela se sentiu satisfeita com o desempenho dele. Assistam com o coração aberto de quem aguenta momentos de silêncio confortável entre aqueles que se amam, sem a obrigatoriedade de dizer nada. Tudo o que precisa ser dito, está no coração de ambos e sobretudo, nos olhares.
Um Ano Inesquecível - Inverno
2.5 15 Assista AgoraQue filme pavoroso de horrível. Vamos aos pontos negativos primeiro porque a lista é longa:
Em primeiríssimo lugar, a quantidade de diálogos vazios, com frases repetitivas. Tem também essa recorrente mania do filme de se propor a abordar várias pautas importantes de uma forma vaga e superficial:
Fiquei muito triste de ver o que fizeram com a personagem Renata. Ela é alvo de gordofobia e por isso faz uma performance artística nua no meio do restaurante. Ao invés do roteiro dar à personagem um arco de autoaceitação bonito, em que ela não depende da aprovação de ninguém além de si mesma, essa cena da libertação dela acaba girando em como os OUTROS a vêem, afinal. É mais importante o que a gente acha da gente ou o que desconhecidos no meio de uma viagem internacional pensam de nós?
A série mal dá uns dois minutos de tela pro personagem Adriano. Abordam o racismo que ele sofre de uma maneira tão rápida que dá pra perceber que os roteiristas nem sabiam como encaixar a história dele.
As crises emocionais da Mabel que parecem ser crises de pânico ou de ansiedade são meramente mencionadas através do fato dela não conseguir RESPIRAR em situações de medo ou estresse. E ninguém dá a mínima quando ela diz isso! Além disso, a Mabel não tem história própria. Ela é usada apenas pra todo mundo que ainda não descobriu seus interesses e aspirações na vida se identificar com ela, que precisa viver através da vida dos outros.
Já sobre os pontos positivos:
Apesar do roteiro não dar a devida atenção aos personagens da Larissa Murai, do Michel Joelsas e do Guilherme Terreri, eles brilham muito no pouco tempo de cena e são uns queridos. Destaque pro Guilherme falando "Como você deve ter visto em algum lugar da sua tela...". Uma referência ao canal que ele tem no Youtube, onde caracterizado como sua drag, Rita Von Hunty, ensina sobre assuntos importantíssimos das ciências humanas, já que o mesmo, além de ser ator, também é professor.
Letícia Spiller, né, amores? Que atriz incrível. Faz a gente comprar até mesmo uma história bobinha. Tá certo que a coitada da Mabel não tem culpa de ser adolescente, de estar nessa fase em que todo mundo é um pouco chatinho e metido a espertão, mas a personagem da Letícia é super carismática. Ela entrega uma mãe interessada na vida da filha, que quer fazer a garota se desgrudar da dependência emocional que tem das melhores amigas e ainda de quebra junta a família toda numa viagem de lua de mel porque o casamento dela significa pra ela e pro marido a união de todos eles.
Enfim. Mesmo com esse elenco ótimo, me dói muito dizer, mas não percam seu tempo assistindo. Foi meu primeiro filme 1 estrela na vida :(
Outlander (6ª Temporada)
3.8 34 Assista AgoraTemporada tensa demais, assisti aflita. Vamos aos motivos:
Os cara já quase na Independência das 13 Colônias retomando a história de perseguir a Claire e chamá-la de bruxa me fez pensar em quantos bons homens e boas mulheres já cometeram esses erros de julgamento por falta de acesso à educação e instrução.
Todo ser humano merece um julgamento justo. Com essa de "tá na cara que a pessoa é culpada", pode haver a condenação de um inocente. Sabemos que a Claire é inocente porque a Lizzie meio que confirma isso dizendo que foi ela quem bateu à porta dos Fraser para contar à Claire sobre sua gravidez, mas e se não estivéssemos num papel de espectadores? Quantos Jamie's e Claire's foram condenados pela opinião pública sem nem terem sido julgados? De repente, todo mundo vira advogado e júri numa conversa inofensiva onde se pergunta: "E aí? O que você achou daquela história lá de fulano?"
O Fergus bêbado é justificado depois por ser decorrente de um trauma de uma violência sofrida à Marsali grávida. Porém que historinha mais chata. A Marsali e o Fergus são atualmente dois dos melhores e mais interessantes personagens de Outlander e mesmo assim insistem em dar umas tramas mal desenvolvidas pra eles. Depois da bebedeira do rapaz ter sido subitamente resolvida, ficaram tão sem saber o que fazer com eles que até os fizeram viajar temporariamente pra longe, com certeza pra eles voltarem de forma emocionante futuramente. Que roteiro preguiçoso. A Marsali e o Fergus iam arregaçar cada um do Comitê de Segurança que queria prender a Claire, certeza.
Já li mais ou menos o que de fato aconteceu com a Malva nos livros e como será na série mas gente, QUE RAIVA. Que história desnecessariamente sombria. A história a transforma num ser detestável, o que não faz sentido nenhum! Pela lógica, ela deveria ser uma pobre menina desesperada e revoltada sobre o conservadorismo religioso da família dela que a oprime de várias formas. Ou ainda, poderia ser uma menina inocente que faz o que os outros mandam porque foi criada assim mas que sente culpa por prejudicar as pessoas. Mas não. Retrataram ela como alguém ardilosa, que não se importa de fazer o que precisar pra se dar bem. Da onde veio isso??? Ela era só uma garota jovem sem ajuda nenhuma. Não faz sentido. Escolheram deixar ela ser irritante e cruel, odiada por todos os fãs.
Em um panorama geral, a série voltou a ficar mais eletrizante. Vamos aguardar as próximas temporadas com o desfecho.
Outlander (5ª Temporada)
4.0 128Durante o início da quinta temporada tive MUITA dificuldade pra continuar, tanto que depois de assistir os primeiros episódios, demorei quase uns dois anos pra retomar. Mas puxa vida, depois até que valeu a pena, hein? Vou explicar os motivos:
Gostei que a série mostra essa paixão inflamada entre o Jamie e a Claire dando lugar a um amor não menos apaixonado porém muito mais maduro e companheiro, do tipo que não é só um fervor da juventude, mas algo estável e em constante crescimento.
Concordo que Sophie Skelton interpretando a Brianna no início não brilhou muito, mas será que foi a atuação ou uma falta de cuidado com a personagem no roteiro? Porque depois de eu mesma tanto criticar a personagem, começo a percebê-la como alguém extremamente forte e corajosa. Uma mulher da Ciência como a mãe dela.
O Roger nem se fala. Um personagem também chatinho no início foi se mostrando muito importante, diplomático, sábio e sobretudo, alguém em quem o Jamie agora confia demais! Foi uma construção linda e a melhora dele reencontrando sua voz pra salvar o Jemmy do fogo ou o Ian do suicídio... que cenas especiais e fortes! Fiquei muito emocionada. Destaque para o episódio 5x08 "Famous Last Words".
O Bonnet já foi tarde. Que homem ruim. Típica pessoa que usa de traumas da vida pra justificar atrocidades que comete. É aquela história de "explica, mas não justifica".
Chorei tanto, mas tanto, mas tanto quando a coitada da Claire foi abusada. Isso me fez ficar muito triste e reflexiva sobre como nós, mulheres, precisamos aproveitar qualquer espaço que tivermos pra mudar as coisas pra nós e por nós. Não é clichê, não, é só a verdade. Porque se não ficarmos bem espertas e atentas, o mundo pode ser bem cruel e violento, especialmente se formos indefesas socialmente.
Cidade Invisível (2ª Temporada)
3.4 184 Assista AgoraA segunda temporada apresenta falhas e acertos como qualquer outra série, não é demérito, apenas pontos a se resolver na próxima temporada. Análise um pouquinho longa, perdoem! Mas sobre as falhas, primeiro:
Após ser ferido mortalmente no último episódio da primeira temporada, Inês afirmou que agora Eric era um deles. O que se pensa é que ele iria retornar como uma criatura, talvez ocupando o lugar de seu pai falecido ou uma nova entidade, já que se sacrificou para ajudar os outros. Mas não. Ele volta à vida com um poder que não serve para NADA na história. Seu arco se fecha muito abruptamente na possível morte dele, não sendo explicado o verdadeiro motivo dele ser sido trazido de volta além do aparente pedido de sua filha, o que seria muito sem graça narrativamente. Por que ele podia tomar os poderes dos outros? Por que ele precisou morrer pra voltarem aos donos? O interessante é que essa falha só reforça a ideia de que a Natureza tem seus próprios mistérios, que tudo é planejado e acontece por um motivo, até as coisas ruins geralmente são aprendizado pra um objetivo maior.
A Mula Sem Cabeça tem pouco tempo de tela e não lhe é dada a devida importância, não fazendo jus à ótima atriz que a interpretou nem à própria lenda do folclore brasileiro. Outra coisa: no Rio de Janeiro, durante a primeira temporada, é visto que várias criaturas se conheciam e interagiam no bar da Cuca com uma noção de coletivo e de autopreservação, com excessão do Curupira, tomado pela dor e amargura. Já no cenário do Pará, as entidades desconhecem sua importância e função de proteção ao equilíbrio do mundo.
Sobre os acertos:
Cuca impecável como sempre. Sempre senti que Gabriela tinha uma grande importância, ela era uma grande aliada à proteção dos povos originários! E que maravilhosa a jornada de Débora redescobrindo suas raízes! Uma personagem complexa e bem escrita, que carrega luz e trevas dentro de si, como dizem durante seu episódio. Essencial conhecer a ti mesmo e saber do seu papel para com a Natureza. Como eles dizem, a Humanidade e a Natureza não são coisas diferentes. Espero que haja uma terceira temporada!
Cidade Invisível (1ª Temporada)
4.0 751É muito divertido consumir conteúdo estrangeiro e muito disso se deve ao fato de que nós, brasileiros, somos um povo formado por vários outros. O que é genial é que "Cidade Invisível" une toda essa pluralidade como sendo tijolos da construção de um só grupo, são lendas e sub histórias que fazem parte de uma maior, da identidade da gente. Que projeto lindo!
De Repente 30
3.5 2,1K Assista AgoraComo a gente se engana achando que se nos parecermos com quem é "descolado" vamos ser mais felizes. Não ser fiel a si mesmo é o pior martírio, é viver dentro de uma roupa um tamanho menor. O bom mesmo é se entender, se respeitar e se cercar de pessoas que nos amem, valorizem e enxerguem em nós tudo de especial que temos. Esse filme traz essa ideia de forma adorável, com certeza um clássico dos anos 2000! Assistam se desejam uma dose de autoconfiança e amor próprio.
Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton
4.2 112 Assista AgoraRainha Charlotte vem para nos dar um novo respiro do que de fato se trata Bridgerton: uma visão corajosa do mundo. E faz bem. Precisamos de coragem, otimismo e sobretudo, de amor. Só o amor pode fazer coisas grandiosas, mesmo sendo tão delicado, tendo de ser construído no dia a dia. Amor é a escolha diária dos que não têm medo.
Destaque também para a atuação desse elenco extraordinário, que conseguiu transmitir muita consistência dos personagens, fazendo ser possível identificar trejeitos, falas, olhares através do tempo.
Pai em Dobro
3.0 130 Assista AgoraSenti que esse filme finalmente deu à Maísa um papel digno pra aprimorar o talento dela, as possibilidades do fazer artístico, sem cair tanto no clichê. Que personagem especial... e o filme: muito comovente, muito cativante. Tem algumas falhas de roteiro mas isso não impede o mesmo de brilhar na hora certa. Os atores são super carismáticos, dão aos personagens uma vida que faz você se irritar com eles, torcer por eles. Um belo acerto explorar as relações familiares que você cultiva ao longo da vida além das de sangue. Família é criar laços.
Lulli
2.5 121O filme pode ter diversas falhas de roteiro e etc, porém uma coisa temos que admitir: que linda a reflexão sobre a Medicina existir pra cuidar das pessoas, zelar pelo bem estar delas AO LONGO da vida e não só tentar salvar nos momentos difíceis. A Saúde do nosso país tem ótimos profissionais que melhoram a vida da gente e por isso eles precisam de muito apoio e recursos pra trabalhar. Além disso, ouvir o outro segue sendo o melhor remédio pra dificuldades.
O Segredo de Marrowbone
3.7 435 Assista AgoraNão sou fã de filmes de terror, mas esperem aí, de forma alguma irei falar mal desse filme. Se você é assim como eu, uma pessoa que está tentando conhecer o gênero ou é fã do Charlie Heaton, da Anya Taylor-Joy ou da Mia Goth, neta de uma atriz do cinema marginal brasileiro, você não vai se decepcionar com as atuações. Cada um deles assume para si a personificação quase grega de um sentimento ou estereótipo, o que se torna muito útil para a trama. O ator que interpreta o irmão mais velho e o que interpreta o caçulinha também são comoventes. O que mais me chamou a atenção nesse filme, é que sendo um thriller ou algo assim, não se apoiou no artifício sobrenatural assustador que dá mal estar às pessoas desnecessariamente como certos filmes por aí. Esse filme te faz ter medo sim, mas não é só isso. Eu e meu companheiro choramos muito assistindo, é lindo e triste. O medo serve a esse filme como um potencial agente do desequilíbrio da felicidade de seis pessoas com defeitos, porém boas e ternas. Não se trata de você ter medo de algo irreal do universo do horror, da mitologia e afins. Se trata do medo como este próprio nasceu: do ser humano amando a criação do fogo porque esta afugenta a escuridão, o não saber o que se esconde nas sombras da noite. O medo de estar desprotegido frente às adversidades. E é por isso que nos juntamos em bando. Para nos ajudarmos. Essa é a potência desse filme: a união entre os que se amam genuinamente.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraComo sempre, Greta Gerwig é mágica em colaborar com os detalhes mais meigos e significativos, seja em sua atuação ou em sua direção. Cada mulher é uma força motriz capaz de sacudir o mundo todo com seu espírito. Jo tinha razão. Escolher ser essa força significa escolher o que você ache correto, exercendo sua liberdade sem ferir ao outro nem a si mesmo no processo. Cada mulher neste filme é adorável, sim, cada uma à sua maneira. Jo é adorável em seus esforços gritantes para perseverar e erguer os sonhos e o bem estar de todos aqueles que ama, sendo sempre fiel a si mesma. Beth é adorável em sua delicadeza de viver e em sua coragem em dar aos que a rodeiam o que se tem de mais precioso: seu espírito e seu tempo. Meg é adorável em toda sua alma artística, mas sobretudo em sua generosidade espontânea e vontade de ser corajosa. Amy, a personagem com a qual menos me identifiquei no início do filme, se torna adorável em seu amadurecimento, demonstrando que não precisamos nos curvar à vontades descabidas que não sejam as nossas e que temos o direito de sermos grandes mas nunca de nos julgar superiores por isso. Chorei de alegria e contentamento por Jo compreender que fez o certo e que poderia ser feliz mesmo que não atendesse às normais sociais, que amaria quando o amor lhe acolhesse e lhe arrebatasse. E menção à cena do mais que adorável Friedrich, que, acabou se tornando parte daquela família, que havia perdido sua música, mas a recuperou através de seu coração.
O Amante de Lady Chatterley
3.4 156 Assista AgoraAlgumas pessoas estão dizendo coisas rasas ou ruins desse filme. Bem, eu discordo. É um pouco arrastado no início, é verdade. Mas entendam, estamos diante de uma ótima produção. Os cenários são lindíssimos, o figurino de uma beleza estonteante, as cores... tudo arrebata, te cativa. Por não ter lido o livro dos anos 1920 em que o filme foi baseado, não sabia o que esperar. No início da interação entre Connie e Oliver, achei que tudo não passaria de sexo. Um tesão reprimido com uma dose de melancolia de ambos. Nem ao menos se conheciam. Mas que surpresa a minha quando, a partir daquele singelo encontro, uma profunda conexão se desenvolveu entre eles (em contrapartida com as relações sociais de Connie com amigos, familiares, que são tão "progressivos"quanto hipócritas e elitistas). Gostos literários em comum, paixão pelas coisas simples e belas da natureza, opiniões políticas que se complementam, de igual para igual. As muitas cenas de sexo são a parte em que eles extravasam todo seu sofrimento anterior. E eles merecem! Merecem ser felizes em cenas como aquelas, com prazer, com liberdade, como eles mesmos dizem. E nunca se desrespeitam, são sempre companheiros, é o mais importante. Então não assistam com uma cabeça moralista de quem não aguenta ver pêlos pubianos ou ainda uma mulher gozando com um homem que se importa de verdade se ela se sentiu satisfeita com o desempenho dele. Assistam com o coração aberto de quem aguenta momentos de silêncio confortável entre aqueles que se amam, sem a obrigatoriedade de dizer nada. Tudo o que precisa ser dito, está no coração de ambos e sobretudo, nos olhares.