Dos três filmes esse aqui foi oque mais me pegou pelas cenas muito bem conduzidas que envolvem esse sentimento de carinho em meio ao ódio, toda vez que surgia uma cena, por mais curta que fosse, com o intuito de amenizar as dores causadas pela brutalidade do filme, me comovia demais. Essa busca por vingança que toma o coração do Caesar e aos poucos vai fazendo com que um personagem antes inteligente e meticuloso passasse a se tornar rapidamente cego e apático. A interação dos macacos do bando com a garotinha Nova são todas muito interessante de se perceber e ainda mais intrigante é o fato de que com a introdução dela se desenrola uma série de outras descobertas que engrandecem em muito esse universo já rico. Confesso que também, dada as proporções ampliadas desse filme, ele foi oque mais percebi conveniências de roteiro que pra mim acabaram me desligando do longa durante poucos minutos; interessante que todas essas cenas que me tiravam da narrativa rapidamente já aguçavam meu interesse pelo fato do que estava sendo desenvolvido ali. Outra coisa que me incomodou um pouco foi o alívio cômico do filme, achei que passou um pouco do ponto, apesar de saber o intuito de terem introduzido isso aqui. De qualquer forma, faz jus ao legado da franquia e finaliza a trilogia de Caesar de maneira bastante fechadinha e com um espetáculo visual.
Curiosamente tinha assistido esse filme alguns anos atrás, mas ele acabou não me marcando da mesma maneira que o primeiro, talvez pelo fato de que eu não estava tão atento pras tramas que esse longa resolve desenvolver e desenvolve MUITO bem. O confronto enquanto ataque, mas também enquanto ideia é presente quase como se uma entidade cercando tanto os humanos quanto os macacos, chega a ser um tanto desolador pensar que a violência e brutalidade possuem papéis inatos de qualquer espécie, na luta pela sobrevivência. Interessante também foi reparar essa construção do personagem Koba, tanto ele quanto o Dreyfuss (Gary Oldman) possuem certos paralelos no sentido de desejarem um poder que vive ali meramente pela falta daquilo que foi tirado deles; outro ponto fenomenal inclusive, essa complexidade na hora de construir personagens, dando uma densidade riquíssima pra cada momento da trama, até mesmo os personagens mais reprováveis possuem uma explicação do porquê daquele comportamento, ainda que não justifique suas atitudes. O Ceasar e o Malcolm enquanto essas duas forças que lutam pela paz movidos pelo amor pela família, é tocante como o Ceasar luta de todas as maneiras possíveis pra ter paz para os seus e esse olhar que sempre tende a ver os outros ao seu redor de forma mais a buscar conciliação. Filmão do caralho, esse aqui é uma daquelas razões que vem se tornando raras de olhar para o cinema tanto como entretenimento, quanto como enriquecimento.
Que embrulho no estômago que da ver um filme de ficção que o tempo todo flerta com a realidade, demorei um bom tempo pra ter coragem de escrever algo sobre esse longa por razões de simplesmente não ter palavras, não por ser uma obra prima, mas é um filme daqueles que ficam brincando com sua consciência durante dias e dias depois de ver. São as imagens mostradas, é sobre aquilo que não é dito e sobre o medo e a violência que se tornam rotina, seja perto ou longe. De qualquer modo, a guerra é sempre uma merda, por mais necessária que se faça dentro de certas circunstâncias, os efeitos colaterais dela são viscerais e acompanhar esses profissionais imersos nisso e o impacto causado por tudo que eles passam é agoniante. (Curiosamente no meio desse horror todo ainda sobra espaço pra beleza, em mais de uma cena, a alegria humana sempre acha uma forma de germinar.)
Simplesmente fantástico, honestamente fazia um bom tempo que não via um filme tão simétrico quanto esse, do primeiro ao terceiro ato não se desperdiça nada, tudo tem um propósito por "menor" que seja e é bastante interessante perceber os simbolismos compostos aqui que são posteriormente importantes para o restante da saga. Havia visto esse filme alguns bons anos atrás e lembrava de ser excelente e marcante, mas revisitar ele me fez ter a certeza que é um dos maiores dentro do gênero de ficção científica, poucos filmes conseguem lidar com tantos temas e encaixar todos de modo satisfatório como esse aqui, o desfecho desse longa é brilhante e catártico.
Um homem que amou, outro que ainda encontra razões pra amar e um terceiro querendo sentir que é amado. Esse filme tem um tom de amargura e doçura bastante peculiar, vai desenrolando uma história enterrada de maneira bastante cadenciada e constantemente nos levantando questionamentos sobre as coisas realmente possuem importância, às vezes o prestígio é só uma outra forma de decadência e as vezes o único reconhecimento que importa é saber o que se quer e o que se é. Simplesmente filmasso.
A ascensão da Abigail começa como algo satisfatório e rapidamente se torna algo reprovável e a maneira com que o filme (e a atuação da Emma Stone) fazem essa transição é de uma elegância impar. Os figurinos são belíssimos, trilha sonora que acompanha e encorpo as cenas de maneira praticamente perfeita e todos os atores são fenomenais, mas entre todos eles a Olivia Colman é a minha favorita! A degradação misturada com esse gênio doce e afável em conjunto com rompantes de ira e tristeza, que composição complexa e brilhante. Da filmografia do Lanthimos, definitivamente este filme é um dos mais visualmente lindos e narrativamente complexo na simplicidade.
Terminei esse filme com uma agonia desgraçada e buscando respostas pra o que eu vi em tela, porque em realidade eu apenas me senti desconfortável, intrigado e definitivamente ansioso. E talvez seja sobre essas sensações. Talvez seja sobre muito mais. Seja qual for a razão por trás dessa experiência sensorial toda, o filme é definitivamente excelente como thriller/horror e de uma maneira bastante atípica.
Que visão mais absurdamente intrigante de assuntos que parecem tão comuns, mas quando colocados em perspectiva soam tão descompassados. O estar solteiro. Ser um casal. A própria concepção das frases em si são formas de se estudar a natureza humana e essas construções sociais que nos amarram e em muitos casos nos transformam em pessoas ou amargas ou frustradas, sozinhas ou não. Esse jogo interminável da raça humana para amar e ser amado, desejar e ser desejado, quantas regras e normas não pairam sobre o ar, silenciosas, para não percebermos que já fazemos parte da caçada. Não há um filme sequer desse diretor que não me arranque das profundezas da comodidade e me faça mergulhar nessas leituras extrapoladas da realidade, em todas as ocasiões é uma experiência sem igual.
Os filmes do Yorgos nunca são "bons" ou "ruins" são experiências com altos e baixos, mas invariavelmente experiências que trazem algo que dificilmente se encontra em algum outro diretor, são filmes que lidam com o desconforto e o estranho de maneiras bem únicas. "Alpes" trata de tantas coisas ao mesmo tempo que fica difícil compreender quando um tema aparece e quando o outro esmaece, até porquê todos parecem agir em confluência. O luto e a solidão como ferramentas comerciais. A atuação agindo como um remédio agridoce pra realidade brutal que nos cerca. E a mentira como papel de verdade e a verdade transfigurando-se em mentira.
O avassalador desejo de ser livre e de se descobrir livre enfrenta o inexorável desejo pelo controle. Angustiante, perturbador e definitivamente cativante. A medida que o longa foi avançando as camadas abordadas não só se aprofundam, mas se aglomeram com outras questões cada vez mais bizarras e igualmente intrigantes, o tempo todo me questionava sobre essas palavras que só fazem sentido nesse mundo distorcido e essas ações que, apesar de reconhecíveis, pareciam tão distantes. Esse é um daqueles que vai ficar um bom tempo martelando certas cenas no fundo da minha cabeça, enquanto tento de alguma forma interligar as coisas.
Uma narrativa completamente caótica e de alguma forma harmônica também, me entretive demais com o tom cômico do filme sempre bastante pontual e pela forma com que os personagens vão sendo introduzidos e ao mesmo tempo se desenvolvendo, para além de qualquer outro adjetivo, é um filme fascinante de diversas formas.
Vi em tela um sentimento que há muito cristalizei ao longo dos últimos anos, nada é mais avassalador do que a iminência da partida e ainda mais potente que esse sentimento é sentir a falta de algo que parece que nunca foi embora. O silêncio de algumas cenas é completamente destruidor; a palavra não dita machuca demais. Ainda sim, sobra espaço pra lindas cenas e conversas tão afáveis que o coração chega a aquecer pouco a pouco, mesmo que com um gosto agridoce.
Absurdamente sensorial, eleva em muito a trama que o primeiro construiu e amplia em TUDO as características que foram tão marcantes no despontar da trilogia. A trilha sonora de parte II me fez ficar extasiado em cada cena, a fotografia encheu meus olhos d'água e o desenvolvimento da trama me manteve ainda mais preso dentro desse mundo, que coisa mais linda de poder presenciar no cinema e que forma excelente de construir, apresentar e explicar um mundo tão complexo e belíssimo.
Majestosamente lindo em termos visuais e épico em narrativa, que filme intrigante e que mitologia absurdamente complexa e fascinante. Uma pena não ter presenciado o primeiro filme em uma sala de cinema, filmes como este pedem pela experiência completa de obra cinematográfica. Ansioso demais pra ver o discorrer do restante dessa trama e completamente soterrado pela quantidade de dúvidas que vieram desse primeiro filme.
Estupendo! Que animação mais maravilhosa de se assistir numa tela grande, as cores, as escolhas criativas e principalmente a fluidez nos menores movimentos, que deleite aos olhos é ter o privilégio de poder assistir uma obra tão tocante e imaginativa quanto esta. (sinto, infelizmente, que parece a despedida do Miyazaki de fato, ao julgar por certas partes da narrativa).
Comédia do ano. Fazia um bom tempo que eu não ria tanto, cheguei a chorar de rir, é inconcebível assistir esse troço e não se questionar o que caralhos esta acontecendo com o mundo, como que lançam uma bomba dessas?
Gostosinho demais de assistir! Além da temática de vampiros me agradar muito, gosto demais dessa dramédia que eles incluíram aqui no filme, a fotografia é lindíssima e algumas escolhas de narrativa me fazem sempre ficar emocionado e apaixonado no cinema francês, mesmo em produções menores e com bem menos enfoque dramático, sempre há esse pulsar romântico e melancólico que me atrai demais. O filme em si é bastante simples, apesar de conter temas complexos e bastante delicados, de modo geral é bastante divertido e bonito demais.
Senti uma forte sensação de estar vendo cenas do livro "O Apanhador no Campo de Centeio", curiosamente fiz essa conexão pela sensação de bem-estar e conforto que esse filme me proporcionou do começo até o fim. Desde a trilha sonora, escolha de mixagem de som, fotografia e claro as atuações e diálogos de cada personagem. Me senti abraçado por uma sensação que já tive muitas vezes, mas não pude entender ela de uma forma mais precisa, uma melancolia apaziguadora por assim dizer, apesar de não ser exatamente esse o sentimento.
Assombrosamente encantador! Esse é um daqueles filmes-experiência que é impossível ver e sair sem ter sentido uma mistura de todas as sensações, sejam elas desagradáveis ou não. Além de ser visualmente lindo, é belo em narrativa, trilha sonora, atuações - tudo aqui emana essa aura de uma epopeia fantasiosa, rica em camadas e divertida de se acompanhar a cada momento.
Como pode um filme passear tão bem entre a delicadeza e a violência, eu não sou capaz de compreender. A forma que o discorrer da narrativa vai desfazendo tudo aquilo que me encantou nos primeiros minutos é algo pesaroso de acompanhar, especialmente pelo fato de que consegui com extrema facilidade me colocar no lugar de ambos os personagens, até pelo fato de ter vivenciado experiências semelhantes (a morte prematura da ingenuidade e o descolamento da pureza do que se é, para a performance do que se precisa ser).
Ideia muito legal e criativa dentro de um tema já batido demais e que todo ano sai algum filme qualquer coisa sobre pra chamar atenção (O Exorcista: Believer, O Exorcista do Papa e esse monte de porcaria), esse por outro lado é bastante inventivo em criar as próprias regras e trazer elementos novos, a história é bem instigante e é o tipo de filme que, mesmo o final sendo morno, vale a experiência. Enquanto terror/horror funciona muito bem, em certos aspectos me lembrou It Follows pela característica "passiva" do algoz, mas no geral é bastante inovador e corajoso, filmão!
Ta aí um filme que eu gostaria que tivesse continuação, justamente pra poder ser mais profundo e explorar as nuances da mitologia entorno do tema de possessão e como aquele mundo se comporta diante desse problema.
Que filme angustiante e interessante ao mesmo tempo, a personagem Anna pra mim foi o baluarte emocional do filme, fora as questões a cerca do desenvolvimento infantil e como o ambiente impacta no comportamento das crianças em tenra idade de descobrimento. Uma trama interessante, bem fechada e com personagens que não tem como não se afeiçoar. Fora que tem umas cenas de terror bem inspiradas, elas aparecem mais ao final do filme e não possuem nenhuma característica de terror clichê, por isso pode passar batido para alguns, mas achei interessante e ousadas essas alternativas. Achei bacana, gosto de filmes que instigam uma saída da zona de conforto pra ir adentrar outras formas de suspense/terror.
Assisti em uma sessão retrô da cidade que moro, a sessão foi elaborada pelos alunos de história de uma faculdade da região e eu os agradeço demais por isso. O filme em si é muito interessante, a narrativa parece meio arrastada, mas utiliza desse cuidado e detalhes pra causar uma angústia crescente que, pra mim, funcionou demais. Gostei demais da forma que a história foi contada, amo conhecer obras antigas que possuem características que ecoam em muitas obras hoje, apesar de que hoje em dai tem tanta coisa lamentável no gênero de terror/suspense... Enfim, filmão! Vale cada segundo.
Eu particularmente me diverti porque não levei em momento nenhum a sério o teor de terror da estória, achei bem interessante algumas coisas e vou listar elas aqui: a caracterização do personagem principal, o visual dele deixava bem claro que era uma pessoa com problemas de sono e bastante abatida; os animatrônicos ficaram bem legais e as interações deles pra mim funcionaram bem mais no gênero de aventura/comédia; a parte dos sonhos eu achei até legal no início, mas depois me chateou demais e com certeza o ambiente, a pizzaria em si ficou muito massa. O filme é bacaninha e só, serve como entretenimento e ainda mais se você for fã da saga de jogos, de qualquer modo, não da pra negar que esse filme, apesar da qualidade duvidosa, conseguiu mover legiões de pessoas para os cinemas e que provavelmente boa parte desse pessoal se divertiu e é o que conta no fim.
Planeta dos Macacos: A Guerra
4.0 963 Assista AgoraDos três filmes esse aqui foi oque mais me pegou pelas cenas muito bem conduzidas que envolvem esse sentimento de carinho em meio ao ódio, toda vez que surgia uma cena, por mais curta que fosse, com o intuito de amenizar as dores causadas pela brutalidade do filme, me comovia demais. Essa busca por vingança que toma o coração do Caesar e aos poucos vai fazendo com que um personagem antes inteligente e meticuloso passasse a se tornar rapidamente cego e apático. A interação dos macacos do bando com a garotinha Nova são todas muito interessante de se perceber e ainda mais intrigante é o fato de que com a introdução dela se desenrola uma série de outras descobertas que engrandecem em muito esse universo já rico. Confesso que também, dada as proporções ampliadas desse filme, ele foi oque mais percebi conveniências de roteiro que pra mim acabaram me desligando do longa durante poucos minutos; interessante que todas essas cenas que me tiravam da narrativa rapidamente já aguçavam meu interesse pelo fato do que estava sendo desenvolvido ali. Outra coisa que me incomodou um pouco foi o alívio cômico do filme, achei que passou um pouco do ponto, apesar de saber o intuito de terem introduzido isso aqui.
De qualquer forma, faz jus ao legado da franquia e finaliza a trilogia de Caesar de maneira bastante fechadinha e com um espetáculo visual.
Planeta dos Macacos: O Confronto
3.9 1,8K Assista AgoraCuriosamente tinha assistido esse filme alguns anos atrás, mas ele acabou não me marcando da mesma maneira que o primeiro, talvez pelo fato de que eu não estava tão atento pras tramas que esse longa resolve desenvolver e desenvolve MUITO bem. O confronto enquanto ataque, mas também enquanto ideia é presente quase como se uma entidade cercando tanto os humanos quanto os macacos, chega a ser um tanto desolador pensar que a violência e brutalidade possuem papéis inatos de qualquer espécie, na luta pela sobrevivência. Interessante também foi reparar essa construção do personagem Koba, tanto ele quanto o Dreyfuss (Gary Oldman) possuem certos paralelos no sentido de desejarem um poder que vive ali meramente pela falta daquilo que foi tirado deles; outro ponto fenomenal inclusive, essa complexidade na hora de construir personagens, dando uma densidade riquíssima pra cada momento da trama, até mesmo os personagens mais reprováveis possuem uma explicação do porquê daquele comportamento, ainda que não justifique suas atitudes. O Ceasar e o Malcolm enquanto essas duas forças que lutam pela paz movidos pelo amor pela família, é tocante como o Ceasar luta de todas as maneiras possíveis pra ter paz para os seus e esse olhar que sempre tende a ver os outros ao seu redor de forma mais a buscar conciliação. Filmão do caralho, esse aqui é uma daquelas razões que vem se tornando raras de olhar para o cinema tanto como entretenimento, quanto como enriquecimento.
Guerra Civil
3.8 216Que embrulho no estômago que da ver um filme de ficção que o tempo todo flerta com a realidade, demorei um bom tempo pra ter coragem de escrever algo sobre esse longa por razões de simplesmente não ter palavras, não por ser uma obra prima, mas é um filme daqueles que ficam brincando com sua consciência durante dias e dias depois de ver. São as imagens mostradas, é sobre aquilo que não é dito e sobre o medo e a violência que se tornam rotina, seja perto ou longe. De qualquer modo, a guerra é sempre uma merda, por mais necessária que se faça dentro de certas circunstâncias, os efeitos colaterais dela são viscerais e acompanhar esses profissionais imersos nisso e o impacto causado por tudo que eles passam é agoniante. (Curiosamente no meio desse horror todo ainda sobra espaço pra beleza, em mais de uma cena, a alegria humana sempre acha uma forma de germinar.)
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraSimplesmente fantástico, honestamente fazia um bom tempo que não via um filme tão simétrico quanto esse, do primeiro ao terceiro ato não se desperdiça nada, tudo tem um propósito por "menor" que seja e é bastante interessante perceber os simbolismos compostos aqui que são posteriormente importantes para o restante da saga. Havia visto esse filme alguns bons anos atrás e lembrava de ser excelente e marcante, mas revisitar ele me fez ter a certeza que é um dos maiores dentro do gênero de ficção científica, poucos filmes conseguem lidar com tantos temas e encaixar todos de modo satisfatório como esse aqui, o desfecho desse longa é brilhante e catártico.
Pig: A Vingança
3.5 305Um homem que amou, outro que ainda encontra razões pra amar e um terceiro querendo sentir que é amado. Esse filme tem um tom de amargura e doçura bastante peculiar, vai desenrolando uma história enterrada de maneira bastante cadenciada e constantemente nos levantando questionamentos sobre as coisas realmente possuem importância, às vezes o prestígio é só uma outra forma de decadência e as vezes o único reconhecimento que importa é saber o que se quer e o que se é. Simplesmente filmasso.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraA ascensão da Abigail começa como algo satisfatório e rapidamente se torna algo reprovável e a maneira com que o filme (e a atuação da Emma Stone) fazem essa transição é de uma elegância impar. Os figurinos são belíssimos, trilha sonora que acompanha e encorpo as cenas de maneira praticamente perfeita e todos os atores são fenomenais, mas entre todos eles a Olivia Colman é a minha favorita! A degradação misturada com esse gênio doce e afável em conjunto com rompantes de ira e tristeza, que composição complexa e brilhante. Da filmografia do Lanthimos, definitivamente este filme é um dos mais visualmente lindos e narrativamente complexo na simplicidade.
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraTerminei esse filme com uma agonia desgraçada e buscando respostas pra o que eu vi em tela, porque em realidade eu apenas me senti desconfortável, intrigado e definitivamente ansioso. E talvez seja sobre essas sensações. Talvez seja sobre muito mais. Seja qual for a razão por trás dessa experiência sensorial toda, o filme é definitivamente excelente como thriller/horror e de uma maneira bastante atípica.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraQue visão mais absurdamente intrigante de assuntos que parecem tão comuns, mas quando colocados em perspectiva soam tão descompassados. O estar solteiro. Ser um casal. A própria concepção das frases em si são formas de se estudar a natureza humana e essas construções sociais que nos amarram e em muitos casos nos transformam em pessoas ou amargas ou frustradas, sozinhas ou não. Esse jogo interminável da raça humana para amar e ser amado, desejar e ser desejado, quantas regras e normas não pairam sobre o ar, silenciosas, para não percebermos que já fazemos parte da caçada. Não há um filme sequer desse diretor que não me arranque das profundezas da comodidade e me faça mergulhar nessas leituras extrapoladas da realidade, em todas as ocasiões é uma experiência sem igual.
Alpes
3.5 89 Assista AgoraOs filmes do Yorgos nunca são "bons" ou "ruins" são experiências com altos e baixos, mas invariavelmente experiências que trazem algo que dificilmente se encontra em algum outro diretor, são filmes que lidam com o desconforto e o estranho de maneiras bem únicas. "Alpes" trata de tantas coisas ao mesmo tempo que fica difícil compreender quando um tema aparece e quando o outro esmaece, até porquê todos parecem agir em confluência. O luto e a solidão como ferramentas comerciais. A atuação agindo como um remédio agridoce pra realidade brutal que nos cerca. E a mentira como papel de verdade e a verdade transfigurando-se em mentira.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraO avassalador desejo de ser livre e de se descobrir livre enfrenta o inexorável desejo pelo controle. Angustiante, perturbador e definitivamente cativante. A medida que o longa foi avançando as camadas abordadas não só se aprofundam, mas se aglomeram com outras questões cada vez mais bizarras e igualmente intrigantes, o tempo todo me questionava sobre essas palavras que só fazem sentido nesse mundo distorcido e essas ações que, apesar de reconhecíveis, pareciam tão distantes. Esse é um daqueles que vai ficar um bom tempo martelando certas cenas no fundo da minha cabeça, enquanto tento de alguma forma interligar as coisas.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraUma narrativa completamente caótica e de alguma forma harmônica também, me entretive demais com o tom cômico do filme sempre bastante pontual e pela forma com que os personagens vão sendo introduzidos e ao mesmo tempo se desenvolvendo, para além de qualquer outro adjetivo, é um filme fascinante de diversas formas.
Vidas Passadas
4.2 750 Assista AgoraVi em tela um sentimento que há muito cristalizei ao longo dos últimos anos, nada é mais avassalador do que a iminência da partida e ainda mais potente que esse sentimento é sentir a falta de algo que parece que nunca foi embora. O silêncio de algumas cenas é completamente destruidor; a palavra não dita machuca demais. Ainda sim, sobra espaço pra lindas cenas e conversas tão afáveis que o coração chega a aquecer pouco a pouco, mesmo que com um gosto agridoce.
Duna: Parte 2
4.4 621Absurdamente sensorial, eleva em muito a trama que o primeiro construiu e amplia em TUDO as características que foram tão marcantes no despontar da trilogia. A trilha sonora de parte II me fez ficar extasiado em cada cena, a fotografia encheu meus olhos d'água e o desenvolvimento da trama me manteve ainda mais preso dentro desse mundo, que coisa mais linda de poder presenciar no cinema e que forma excelente de construir, apresentar e explicar um mundo tão complexo e belíssimo.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraMajestosamente lindo em termos visuais e épico em narrativa, que filme intrigante e que mitologia absurdamente complexa e fascinante. Uma pena não ter presenciado o primeiro filme em uma sala de cinema, filmes como este pedem pela experiência completa de obra cinematográfica. Ansioso demais pra ver o discorrer do restante dessa trama e completamente soterrado pela quantidade de dúvidas que vieram desse primeiro filme.
O Menino e a Garça
4.0 217Estupendo! Que animação mais maravilhosa de se assistir numa tela grande, as cores, as escolhas criativas e principalmente a fluidez nos menores movimentos, que deleite aos olhos é ter o privilégio de poder assistir uma obra tão tocante e imaginativa quanto esta. (sinto, infelizmente, que parece a despedida do Miyazaki de fato, ao julgar por certas partes da narrativa).
Madame Teia
2.1 238 Assista AgoraComédia do ano. Fazia um bom tempo que eu não ria tanto, cheguei a chorar de rir, é inconcebível assistir esse troço e não se questionar o que caralhos esta acontecendo com o mundo, como que lançam uma bomba dessas?
Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário
3.6 15Gostosinho demais de assistir! Além da temática de vampiros me agradar muito, gosto demais dessa dramédia que eles incluíram aqui no filme, a fotografia é lindíssima e algumas escolhas de narrativa me fazem sempre ficar emocionado e apaixonado no cinema francês, mesmo em produções menores e com bem menos enfoque dramático, sempre há esse pulsar romântico e melancólico que me atrai demais. O filme em si é bastante simples, apesar de conter temas complexos e bastante delicados, de modo geral é bastante divertido e bonito demais.
Os Rejeitados
4.0 319 Assista AgoraSenti uma forte sensação de estar vendo cenas do livro "O Apanhador no Campo de Centeio", curiosamente fiz essa conexão pela sensação de bem-estar e conforto que esse filme me proporcionou do começo até o fim. Desde a trilha sonora, escolha de mixagem de som, fotografia e claro as atuações e diálogos de cada personagem. Me senti abraçado por uma sensação que já tive muitas vezes, mas não pude entender ela de uma forma mais precisa, uma melancolia apaziguadora por assim dizer, apesar de não ser exatamente esse o sentimento.
Pobres Criaturas
4.1 1,1K Assista AgoraAssombrosamente encantador! Esse é um daqueles filmes-experiência que é impossível ver e sair sem ter sentido uma mistura de todas as sensações, sejam elas desagradáveis ou não. Além de ser visualmente lindo, é belo em narrativa, trilha sonora, atuações - tudo aqui emana essa aura de uma epopeia fantasiosa, rica em camadas e divertida de se acompanhar a cada momento.
Close
4.2 485 Assista AgoraComo pode um filme passear tão bem entre a delicadeza e a violência, eu não sou capaz de compreender. A forma que o discorrer da narrativa vai desfazendo tudo aquilo que me encantou nos primeiros minutos é algo pesaroso de acompanhar, especialmente pelo fato de que consegui com extrema facilidade me colocar no lugar de ambos os personagens, até pelo fato de ter vivenciado experiências semelhantes (a morte prematura da ingenuidade e o descolamento da pureza do que se é, para a performance do que se precisa ser).
O Mal Que Nos Habita
3.6 534 Assista AgoraIdeia muito legal e criativa dentro de um tema já batido demais e que todo ano sai algum filme qualquer coisa sobre pra chamar atenção (O Exorcista: Believer, O Exorcista do Papa e esse monte de porcaria), esse por outro lado é bastante inventivo em criar as próprias regras e trazer elementos novos, a história é bem instigante e é o tipo de filme que, mesmo o final sendo morno, vale a experiência. Enquanto terror/horror funciona muito bem, em certos aspectos me lembrou It Follows pela característica "passiva" do algoz, mas no geral é bastante inovador e corajoso, filmão!
Ta aí um filme que eu gostaria que tivesse continuação, justamente pra poder ser mais profundo e explorar as nuances da mitologia entorno do tema de possessão e como aquele mundo se comporta diante desse problema.
The Innocents
3.7 157Que filme angustiante e interessante ao mesmo tempo, a personagem Anna pra mim foi o baluarte emocional do filme, fora as questões a cerca do desenvolvimento infantil e como o ambiente impacta no comportamento das crianças em tenra idade de descobrimento. Uma trama interessante, bem fechada e com personagens que não tem como não se afeiçoar. Fora que tem umas cenas de terror bem inspiradas, elas aparecem mais ao final do filme e não possuem nenhuma característica de terror clichê, por isso pode passar batido para alguns, mas achei interessante e ousadas essas alternativas. Achei bacana, gosto de filmes que instigam uma saída da zona de conforto pra ir adentrar outras formas de suspense/terror.
As Diabólicas
4.2 208 Assista AgoraAssisti em uma sessão retrô da cidade que moro, a sessão foi elaborada pelos alunos de história de uma faculdade da região e eu os agradeço demais por isso. O filme em si é muito interessante, a narrativa parece meio arrastada, mas utiliza desse cuidado e detalhes pra causar uma angústia crescente que, pra mim, funcionou demais. Gostei demais da forma que a história foi contada, amo conhecer obras antigas que possuem características que ecoam em muitas obras hoje, apesar de que hoje em dai tem tanta coisa lamentável no gênero de terror/suspense... Enfim, filmão! Vale cada segundo.
Five Nights At Freddy's: O Pesadelo Sem Fim
2.5 292 Assista AgoraEu particularmente me diverti porque não levei em momento nenhum a sério o teor de terror da estória, achei bem interessante algumas coisas e vou listar elas aqui: a caracterização do personagem principal, o visual dele deixava bem claro que era uma pessoa com problemas de sono e bastante abatida; os animatrônicos ficaram bem legais e as interações deles pra mim funcionaram bem mais no gênero de aventura/comédia; a parte dos sonhos eu achei até legal no início, mas depois me chateou demais e com certeza o ambiente, a pizzaria em si ficou muito massa. O filme é bacaninha e só, serve como entretenimento e ainda mais se você for fã da saga de jogos, de qualquer modo, não da pra negar que esse filme, apesar da qualidade duvidosa, conseguiu mover legiões de pessoas para os cinemas e que provavelmente boa parte desse pessoal se divertiu e é o que conta no fim.