Filme ruim. Narrativa possui boa parte dos problemas da nossa linguagem contemporânea. Começa até que promissor, depois se perde na própria crítica, aliás na própria história que vai ficando sem pé nem cabeça. Por mais que uma situação ou outra possam ser bons exemplos de crítica ao status socioeconômico na era digital, o roteiro como um todo é muito falho e sem objetivo final.
Filme que veio para mostrar que a sétima arte NÃO É, e NEM DEVE ser apenas entretenimento. Filme de desconforto, indigestão e reflexão.
E não, liberdade de expressão não é apenas "liberdade de expressão". Opiniões e ideias logo caminham para se tornarem ações concretas. O tipo de discurso propagado pelas personagens do filme deve ser SIM criminalizado, repugnado e contrariado com todas as forças.
A Mia Goth está excelente, porém gostei bem mais do X. Eu acho que estava esperando mais "daquela pegada" do que o foco no drama familiar que rolou aqui. Ao meu ver, a situação familiar dela é algo que já ficou evidente em 5 minutos de filme e não havia necessidade de se aprofundar nisso, já que é um pano de fundo para explicar determinados comportamentos dela.
Me intrigou bastante os centros de tratamentos para toxicômanos, depressão e ansiedade no Peru, porque aqui no Brasil vemos o mesmo trabalho sendo realizado fora dos meios acadêmicos, de formas muito diversas e surpreendentemente eficientes.
A proposta é bem ousada e os cenários das consagrações no documentário também chamam a atenção pelas diferenças ritualísticas e de restrições.
Particularmente, as minhas jornadas com a Rainha da Floresta, sempre foram muito fortes e intensas, mesmo que de formas distintas. Mas já vi ocorrer o que acontece com o rapaz do documentário, de uma pessoa se "frustrar" por não alcançar algo com a experiência, talvez por expectativa. Segundo algumas crenças das vertentes que fazem uso do chá, a Ayahuasca conduz a experiência, e isso é algo muito forte porque representa antes de mais nada uma atitude de coragem e confiança se entregar a ela. E como não conduzimos a jornada, não temos controle daquilo que vamos experienciar.
A importância de documentários como esse é reforçar a verdadeira essência do uso dessa medicina sagrada, que nada tem de recreativo, apesar da insistência dos leigos. Como dito pelo Marcelo Leite, a ciência provavelmente nunca descobrirá o que levou os nativos a misturarem o jagube e a chacrona, mas é fato que esse chá ancestral tem um poder imenso e tão esplendoroso, que realmente traz a concepção de uma natureza divina e sábia, de propósito além das nossas [vãs] filosofias...
Mesma fórmula utilizada nos filmes de terror em noite de Halloween exaustivamente nos anos 80. Grupinho de jovens falando e fazendo merda até algo bizarro acontecer.
Só recomendaria pra quem gosta bastante do gênero. A melhor cena é a da gótica dançando Bauhaus rs
Eu adorei a direção desse documentário, mesmo concordando que faltou profundidade na retração de alguns tópicos. As cenas descontextualizadas do julgamento acabam confundindo o espectador - especialmente quem não acompanhou/conhece o caso. Fora isso, divertidíssimo assistir essas mentes maravilhosas debochando Hollywood e os direitos autorais.
Trilha sonora tem Babyland, KMFDM, Psychic TV, Chemlab, Fred Gianneli, Coil e Jesus and Mary Chain...
Isso sem contar as referências citadas nos diálogos e presentes nas cenas através de pôsteres e outros detalhes nas cenas. No mais, a química e a tensão constante são muito bem construídas. Filmão!
Antes de mais nada me surpreende a quantidade de comentários com total desaprovação de um filme que propões explicitamente dialogar sobre sexualidade. Não há absolutamente nada de chocante no filme, a menos que nudez, menstruação e sexo sejam coisas repugnantes para você. Talvez a coisa mais chocante ou agoniante no filme sejam as cenas em que
há auto mutilação da mulher e a em que leva um tapa no rosto.
Fora isso, é o filme possui um desenrolar inicial que é confuso e mal trabalhado, e serve apenas para introduzir o contexto seguinte. Este, por sua vez, possui divagações interessantes por parte da mulher, que reflete e questiona a dominação masculina e a vê como resultado de uma fragilidade sentida pelo homem diante dos sentimentos causados por uma mulher.
A proposta do filme é bem clara, talvez haja maior ambiguidade para o personagem homem, mas quanto a mulher é bem explícito que ela é o canal que expressa as críticas que a cineasta quis passar. Os diálogos e as cenas poderiam terem sido melhor trabalhados, em alguns momentos a diretora peca com a abordagem ou o ritmo que desenrolam algumas cenas.
Há uma beleza nesse filme para quem pode apreciar intimidade. Os atores estão bem, a Amira com expressões apáticas que evocam dúvidas, e o Rocco consegue passar simultaneamente curiosidade e sensualidade com as expressões faciais e corporais.
É incrível toda a ideia por trás desse filme, a forma como as cenas foram montadas, as câmeras usadas, os cenários, os diálogos lá para o final (sobre orgasmo, prazer feminino, etc) me fizeram refletir muito, principalmente ligando as respostas da Alex com o estupro que ela sofreu.
Aquela sequência inicial, do Marcus e do Pierre no The Rectum é de fazer passar mal, usar os movimentos confusos da câmera pra te fazer sentir o desespero de estar dentro de um lugar desses, e ainda naquele contexto, é simplesmente genial. É um plano de sequência que te deixa tão tenso, que parece que só se volta a respirar depois que ele acaba.
E a forma como acaba esse plano, com o cara errado sendo esmagado, e quando você descobre lá para o meio do filme que esse cara era errado... que sentimento profundo de indignação.
Um outro ponto, não acho que a cena do estupro tenha sido desnecessariamente longa. Enquanto assistia eu pensava "quando isso vai acabar???", e conclui que esse deve ser exatamente o questionamento que norteia quem sofre um estupro. A sensação de que aquilo não acaba nunca.
Esse é daqueles para ficar uma semana pensando depois, na indigestão, ainda sentindo todas sensações de indignação, revolta, náusea, pessimismo, e entre outros, que ele te faz sentir.
O Sautoy transborda empolgação por matemática, lógica e programação, algo que torna suas obras, sejam documentários ou livros, experiências maravilhosas.
Esse doc é muito bacana para quem está aprendendo algoritmos de ordenação e/ou machine learning/ciência de dados.
É também uma ótima forma de introduzir para qualquer pessoa qual a ciência por trás das tecnologias que usamos diariamente.
Um monólogo dilacerante, com frases profundamente verdadeiras e retratuais. Me fez lembrar dos personagens de Dostoiévski pela realidade dos sentimentos expostos, expressos, e que ao passarem na tela, se tornam também sentidos.
"[...]Mas solidão não significa nada. Você pode viver com um homem ou mulher ou até mesmo com filhos, você é sozinho. [...] Você vive sozinho, nasce sozinho e morre sozinho. Sozinho, sempre sozinho. E até quando você fode você esta só, sozinho com a sua carne, sozinho com sua vida, que é um túnel, impossível de compartilhar; E quanto mais velho você fica, mais só você é, revivendo memorias de uma vida auto-destruída."
"Viver é um ato egoísta. Sobreviver é uma lei genética."
Abordagem original, envolvente (pelo menos pra um determinado público) e difícil, é um filme que é preciso escolher o momento certo para assistir (antes disso tentei umas três vezes de madrugada mas os créditos e as cenas iniciais me fizeram desistir).
Não há exatamente o que concluir e esperar desse filme ao longo de sua duração, e isso é difícil também em alguns momentos, haviam cenas em que eu ficava pensando "que p@rra será que isso quer dizer?", como por exemplo na
"If you’ve only seen the film once, you may not have connected the face of the woman who gives birth at the end. It’s not Oscar’s sister, it’s Oscar’s mother. And also, the whole movie is a dream of someone who read The Tibetan Book of the Dead, and heard about it before being [shot by a gun]. It’s not the story of someone who dies, flies and is reincarnated, it’s the story of someone who is stoned when he gets shot and who has an intonation of his own dream…At the end of the movie, you don’t know if he died or will wake up at the hospital."
Voltando mais pra aspectos marcantes, a fotografia, dinâmica, cores e Tóquio são pontos indiscutivelmente bem acertados,conseguindo reproduzir visualmente e passar pra quem assiste como é um estado alterado da consciência. Tudo remete à alucinação, à decadência presente em grandes metrópoles através da criminalidade, drogas, violência, prostituição e outras fontes efêmeras de poder e prazer. Inolvidável.
A violência está longe de ser inteiramente compreendida, mesmo porque se abrange e se aplica de inúmeras formas e contextos. Todavia, para quem se interessa pelo assunto, Haneke é indispensável pois o retrata formidavelmente.
Esse comentário está onde eu vi, originalmente em inglês, mas fiz questão de traduzi-lo para compartilhar aqui.
"Ótimo, importante, corajoso trabalho. A questão é que o filme sugere que a maioria das empresas de telefonia móvel "precisam" de recursos da escravidão e das zonas de conflito para serem lucrativas.
O ponto é que toda a "civilização" ocidental é baseada na exploração do terceiro mundo. Quase todos os produtos em seu supermercado local, de café, cacau, todos os produtos eletrônicos, alimentos exóticos, bebidas e alimentos de empresas como Nestlé, Coca Cola, Danone e muitos mais, embalagens, carros, metais, quase todos os produtos finais são um pedaço de escravidão.
É um modo hipócrita de colonialismo (neocolonialismo). Se toda a cadeia fosse paga de forma justa, não haveria nenhuma riqueza em nossos estados ocidentais com falta de matéria-prima. A questão real é que o dinheiro governa a política. As maiores empresas ocidentais, em todos os Estados da Europa, precisam de materiais de conflito para existir e, obviamente, essas empresas têm uma enorme influência na política. Essas empresas basicamente dominam o mundo.
Imagine uma cadeia de abastecimento justa, o poder de compra nos países ocidentais encolheria para zero. Seríamos os pobres e países como o Congo, ricos. Nossa riqueza é baseada na industrialização que inclui "seu sofrimento", e devemos estar cientes disso. Nós somos os verdadeiros ditadores deste mundo. O fato de que o link no final do filme está inoperante e agora basicamente é ligado novamente a empresas de telefonia, fala por si só. Algum tipo de publicidade indesejada e doente. Até hoje não há telefone, nem laptop, TV ou console que contenha uma cadeia de abastecimento justa. Até mesmo o chamado "Fairphone" inclui materiais de sangue. E raramente alguém fala, se ele fica mais e mais silenciado ou escutado. Tempos hipócritas e doentes em que vivemos, onde países ocidentais se vangloriam de palavras vazias como 'humanidade'!"
Difícil avaliar esse filme, mas devo admitir que a forma como ele é conduzido é de uma singularidade muito peculiar e que eu apreciei (como costumo apreciar em outros do estilo) desvendá-lo à minha maneira.
É curioso notar como a narrativa lírica e onírica, com as gravações registradas, trilha sonora e fotografia torna o filme muito agradável de ser assistido, apesar da forma como ele é conduzido dar a sensação de que ele é longo, ou mesmo pela densidade de seu tema. Uma melancolia doce, que até te arranca sorrisos nostálgicos antes de te dilacerar com o momento mais abismal. História forte e muito marcante.
A execução desse documentário me agradou bastante, e ao contrário do que a maior parte dos comentários pontuou, o ritmo mais arrastado não me incomodou, pois ia acentuando a atmosfera de suspense e a minha ansiedade em ver as coisas acontecendo. Deixa uma reflexão pertinente, e planta uma paranoia que não é tão insano ter. Um registro histórico de um dos acontecimentos mais polêmicos e marcantes do nosso século.
Um momento muito válido para assistir esse documentário, fazendo um paralelo com o caso das últimas eleições norte-americanas. O escândalo da Cambridge Analytica mostra de forma escrupulosa quais são os riscos de estarmos concordando com tantos termos e condições que sequer fazemos questão de ler, e ainda pior, sequer temos noção de como podem ser usados contra nós ou como podemos ser usados através disso.
Triângulo da Tristeza
3.6 731 Assista AgoraFilme ruim. Narrativa possui boa parte dos problemas da nossa linguagem contemporânea. Começa até que promissor, depois se perde na própria crítica, aliás na própria história que vai ficando sem pé nem cabeça. Por mais que uma situação ou outra possam ser bons exemplos de crítica ao status socioeconômico na era digital, o roteiro como um todo é muito falho e sem objetivo final.
Soft & Quiet
3.5 244Filme que veio para mostrar que a sétima arte NÃO É, e NEM DEVE ser apenas entretenimento. Filme de desconforto, indigestão e reflexão.
E não, liberdade de expressão não é apenas "liberdade de expressão". Opiniões e ideias logo caminham para se tornarem ações concretas. O tipo de discurso propagado pelas personagens do filme deve ser SIM criminalizado, repugnado e contrariado com todas as forças.
Excelente.
Pearl
3.9 999A Mia Goth está excelente, porém gostei bem mais do X. Eu acho que estava esperando mais "daquela pegada" do que o foco no drama familiar que rolou aqui. Ao meu ver, a situação familiar dela é algo que já ficou evidente em 5 minutos de filme e não havia necessidade de se aprofundar nisso, já que é um pano de fundo para explicar determinados comportamentos dela.
Aterrorizante 2
2.9 425 Assista AgoraDe fato, mais gore que o primeiro e provavelmente um dos filmes mais sangrentos do cinema. Porém, o primeiro é muito superior em termos de roteiro.
Ayahuasca, Eu e a Serpente
3.7 2Essencial película para o meio ayahuasqueiro!
Me intrigou bastante os centros de tratamentos para toxicômanos, depressão e ansiedade no Peru, porque aqui no Brasil vemos o mesmo trabalho sendo realizado fora dos meios acadêmicos, de formas muito diversas e surpreendentemente eficientes.
A proposta é bem ousada e os cenários das consagrações no documentário também chamam a atenção pelas diferenças ritualísticas e de restrições.
Particularmente, as minhas jornadas com a Rainha da Floresta, sempre foram muito fortes e intensas, mesmo que de formas distintas. Mas já vi ocorrer o que acontece com o rapaz do documentário, de uma pessoa se "frustrar" por não alcançar algo com a experiência, talvez por expectativa. Segundo algumas crenças das vertentes que fazem uso do chá, a Ayahuasca conduz a experiência, e isso é algo muito forte porque representa antes de mais nada uma atitude de coragem e confiança se entregar a ela. E como não conduzimos a jornada, não temos controle daquilo que vamos experienciar.
A importância de documentários como esse é reforçar a verdadeira essência do uso dessa medicina sagrada, que nada tem de recreativo, apesar da insistência dos leigos. Como dito pelo Marcelo Leite, a ciência provavelmente nunca descobrirá o que levou os nativos a misturarem o jagube e a chacrona, mas é fato que esse chá ancestral tem um poder imenso e tão esplendoroso, que realmente traz a concepção de uma natureza divina e sábia, de propósito além das nossas [vãs] filosofias...
Astaroth, Female Demon
1.9 12 Assista AgoraTem coisa que a gente assiste só pra ter a certeza de que é ruim...
Vampire Hookers
2.1 9 Assista AgoraTem momentos que parece o cine privê da band rs
A Noite dos Demônios
3.1 169Mesma fórmula utilizada nos filmes de terror em noite de Halloween exaustivamente nos anos 80. Grupinho de jovens falando e fazendo merda até algo bizarro acontecer.
Só recomendaria pra quem gosta bastante do gênero. A melhor cena é a da gótica dançando Bauhaus rs
The Pirate Bay Longe do Teclado
3.9 71 Assista AgoraEu adorei a direção desse documentário, mesmo concordando que faltou profundidade na retração de alguns tópicos. As cenas descontextualizadas do julgamento acabam confundindo o espectador - especialmente quem não acompanhou/conhece o caso. Fora isso, divertidíssimo assistir essas mentes maravilhosas debochando Hollywood e os direitos autorais.
VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso
3.6 158Só de ter feito o Amaury Jr de otário eu já considero um herói rs
Alma Corsária
4.0 31"Não desejemos, – nós, os sem defeitos –,
Que os tísicos pereçam!
Pois cultuamos os Mortos,
Esses ausentes que não voltam nunca!
Evohé"
Vivendo Até o Fim
3.5 36Trilha sonora tem Babyland, KMFDM, Psychic TV, Chemlab, Fred Gianneli, Coil e Jesus and Mary Chain...
Isso sem contar as referências citadas nos diálogos e presentes nas cenas através de pôsteres e outros detalhes nas cenas. No mais, a química e a tensão constante são muito bem construídas. Filmão!
Anatomia do Inferno
2.8 67Antes de mais nada me surpreende a quantidade de comentários com total desaprovação de um filme que propões explicitamente dialogar sobre sexualidade. Não há absolutamente nada de chocante no filme, a menos que nudez, menstruação e sexo sejam coisas repugnantes para você. Talvez a coisa mais chocante ou agoniante no filme sejam as cenas em que
há auto mutilação da mulher e a em que leva um tapa no rosto.
Fora isso, é o filme possui um desenrolar inicial que é confuso e mal trabalhado, e serve apenas para introduzir o contexto seguinte. Este, por sua vez, possui divagações interessantes por parte da mulher, que reflete e questiona a dominação masculina e a vê como resultado de uma fragilidade sentida pelo homem diante dos sentimentos causados por uma mulher.
A proposta do filme é bem clara, talvez haja maior ambiguidade para o personagem homem, mas quanto a mulher é bem explícito que ela é o canal que expressa as críticas que a cineasta quis passar. Os diálogos e as cenas poderiam terem sido melhor trabalhados, em alguns momentos a diretora peca com a abordagem ou o ritmo que desenrolam algumas cenas.
Há uma beleza nesse filme para quem pode apreciar intimidade. Os atores estão bem, a Amira com expressões apáticas que evocam dúvidas, e o Rocco consegue passar simultaneamente curiosidade e sensualidade com as expressões faciais e corporais.
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraCom toda certeza um dos filmes mais difíceis (senão o mais, até então) de ser visto.
É incrível toda a ideia por trás desse filme, a forma como as cenas foram montadas, as câmeras usadas, os cenários, os diálogos lá para o final (sobre orgasmo, prazer feminino, etc) me fizeram refletir muito, principalmente ligando as respostas da Alex com o estupro que ela sofreu.
Aquela sequência inicial, do Marcus e do Pierre no The Rectum é de fazer passar mal, usar os movimentos confusos da câmera pra te fazer sentir o desespero de estar dentro de um lugar desses, e ainda naquele contexto, é simplesmente genial. É um plano de sequência que te deixa tão tenso, que parece que só se volta a respirar depois que ele acaba.
E a forma como acaba esse plano, com o cara errado sendo esmagado, e quando você descobre lá para o meio do filme que esse cara era errado... que sentimento profundo de indignação.
Um outro ponto, não acho que a cena do estupro tenha sido desnecessariamente longa. Enquanto assistia eu pensava "quando isso vai acabar???", e conclui que esse deve ser exatamente o questionamento que norteia quem sofre um estupro. A sensação de que aquilo não acaba nunca.
Esse é daqueles para ficar uma semana pensando depois, na indigestão, ainda sentindo todas sensações de indignação, revolta, náusea, pessimismo, e entre outros, que ele te faz sentir.
As Regras Secretas do Mundo Moderno: Algoritmos
3.8 1O Sautoy transborda empolgação por matemática, lógica e programação, algo que torna suas obras, sejam documentários ou livros, experiências maravilhosas.
Esse doc é muito bacana para quem está aprendendo algoritmos de ordenação e/ou machine learning/ciência de dados.
É também uma ótima forma de introduzir para qualquer pessoa qual a ciência por trás das tecnologias que usamos diariamente.
Sozinho Contra Todos
4.0 313Um monólogo dilacerante, com frases profundamente verdadeiras e retratuais. Me fez lembrar dos personagens de Dostoiévski pela realidade dos sentimentos expostos, expressos, e que ao passarem na tela, se tornam também sentidos.
"[...]Mas solidão não significa nada. Você pode viver com um homem ou mulher ou até mesmo com filhos, você é sozinho. [...]
Você vive sozinho, nasce sozinho e morre sozinho. Sozinho, sempre sozinho. E até quando você fode você esta só, sozinho com a sua carne, sozinho com sua vida, que é um túnel, impossível de compartilhar;
E quanto mais velho você fica, mais só você é, revivendo memorias de uma vida auto-destruída."
"Viver é um ato egoísta. Sobreviver é uma lei genética."
Sozinho Contra Todos
4.0 313"Jail is for the poor. And laws are for the rich."
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 870Abordagem original, envolvente (pelo menos pra um determinado público) e difícil, é um filme que é preciso escolher o momento certo para assistir (antes disso tentei umas três vezes de madrugada mas os créditos e as cenas iniciais me fizeram desistir).
Não há exatamente o que concluir e esperar desse filme ao longo de sua duração, e isso é difícil também em alguns momentos, haviam cenas em que eu ficava pensando "que p@rra será que isso quer dizer?", como por exemplo na
sequência final, que exibe inúmeras cenas de sexo no Hotel Love.
Contudo, depois de terminar, pensar um pouquinho e ler algumas entrevistas tive pra mim que esse filme é muito mais sobre
a vulgaridade presente na realidade do mundo em que vivemos do que sobre vida pós morte, ressurreição e etc.
O ponto é que Noé, segundo suas próprias declarações,
não acredita em vida pós morte, mas apreciou a ideia de fazer um filme que represente esse "sonho/necessidade coletiva".
A cena em que
o Oscar está morrendo
"If you’ve only seen the film once, you may not have connected the face of the woman who gives birth at the end. It’s not Oscar’s sister, it’s Oscar’s mother. And also, the whole movie is a dream of someone who read The Tibetan Book of the Dead, and heard about it before being [shot by a gun]. It’s not the story of someone who dies, flies and is reincarnated, it’s the story of someone who is stoned when he gets shot and who has an intonation of his own dream…At the end of the movie, you don’t know if he died or will wake up at the hospital."
Voltando mais pra aspectos marcantes, a fotografia, dinâmica, cores e Tóquio são pontos indiscutivelmente bem acertados,conseguindo reproduzir visualmente e passar pra quem assiste como é um estado alterado da consciência. Tudo remete à alucinação, à decadência presente em grandes metrópoles através da criminalidade, drogas, violência, prostituição e outras fontes efêmeras de poder e prazer. Inolvidável.
O Vídeo de Benny
3.6 233 Assista AgoraA violência está longe de ser inteiramente compreendida, mesmo porque se abrange e se aplica de inúmeras formas e contextos. Todavia, para quem se interessa pelo assunto, Haneke é indispensável pois o retrata formidavelmente.
Celular Manchado de Sangue
4.4 4Esse comentário está onde eu vi, originalmente em inglês, mas fiz questão de traduzi-lo para compartilhar aqui.
"Ótimo, importante, corajoso trabalho. A questão é que o filme sugere que a maioria das empresas de telefonia móvel "precisam" de recursos da escravidão e das zonas de conflito para serem lucrativas.
O ponto é que toda a "civilização" ocidental é baseada na exploração do terceiro mundo. Quase todos os produtos em seu supermercado local, de café, cacau, todos os produtos eletrônicos, alimentos exóticos, bebidas e alimentos de empresas como Nestlé, Coca Cola, Danone e muitos mais, embalagens, carros, metais, quase todos os produtos finais são um pedaço de escravidão.
É um modo hipócrita de colonialismo (neocolonialismo). Se toda a cadeia fosse paga de forma justa, não haveria nenhuma riqueza em nossos estados ocidentais com falta de matéria-prima. A questão real é que o dinheiro governa a política. As maiores empresas ocidentais, em todos os Estados da Europa, precisam de materiais de conflito para existir e, obviamente, essas empresas têm uma enorme influência na política. Essas empresas basicamente dominam o mundo.
Imagine uma cadeia de abastecimento justa, o poder de compra nos países ocidentais encolheria para zero. Seríamos os pobres e países como o Congo, ricos. Nossa riqueza é baseada na industrialização que inclui "seu sofrimento", e devemos estar cientes disso.
Nós somos os verdadeiros ditadores deste mundo. O fato de que o link no final do filme está inoperante e agora basicamente é ligado novamente a empresas de telefonia, fala por si só. Algum tipo de publicidade indesejada e doente. Até hoje não há telefone, nem laptop, TV ou console que contenha uma cadeia de abastecimento justa. Até mesmo o chamado "Fairphone" inclui materiais de sangue. E raramente alguém fala, se ele fica mais e mais silenciado ou escutado. Tempos hipócritas e doentes em que vivemos, onde países ocidentais se vangloriam de palavras vazias como 'humanidade'!"
Cores do Destino
3.5 196 Assista AgoraDifícil avaliar esse filme, mas devo admitir que a forma como ele é conduzido é de uma singularidade muito peculiar e que eu apreciei (como costumo apreciar em outros do estilo) desvendá-lo à minha maneira.
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraÉ curioso notar como a narrativa lírica e onírica, com as gravações registradas, trilha sonora e fotografia torna o filme muito agradável de ser assistido, apesar da forma como ele é conduzido dar a sensação de que ele é longo, ou mesmo pela densidade de seu tema. Uma melancolia doce, que até te arranca sorrisos nostálgicos antes de te dilacerar com o momento mais abismal. História forte e muito marcante.
Cidadãoquatro
4.2 146A execução desse documentário me agradou bastante, e ao contrário do que a maior parte dos comentários pontuou, o ritmo mais arrastado não me incomodou, pois ia acentuando a atmosfera de suspense e a minha ansiedade em ver as coisas acontecendo. Deixa uma reflexão pertinente, e planta uma paranoia que não é tão insano ter. Um registro histórico de um dos acontecimentos mais polêmicos e marcantes do nosso século.
Sujeito a Termos e Condições
4.0 24Um momento muito válido para assistir esse documentário, fazendo um paralelo com o caso das últimas eleições norte-americanas. O escândalo da Cambridge Analytica mostra de forma escrupulosa quais são os riscos de estarmos concordando com tantos termos e condições que sequer fazemos questão de ler, e ainda pior, sequer temos noção de como podem ser usados contra nós ou como podemos ser usados através disso.