Pedro Henrique Farina Soares

Para aqueles que não leram o livro: Um filme de guerra que demonstra aqueles que não estavam diretamente nos campos de batalha, mas que sofreram igualmente. É uma produção comercialmente bem produzida, e, talvez em função disso, excessivamente clichê. Poderiam ter explorado muito melhor os sentimentos dos personagens, que me soaram falsos e superficiais.

Para aqueles que leram o livro: Achei no mínimo oportunista utilizarem o nome do livro para esse filme. É evidente que toda readaptação de uma obra literária para o cinema perde em riqueza de detalhes e sofre pequenas alterações a fim de tornar o filme mais dinâmico e comercial, mas este, a meu ver, superou as expectativas negativas.
Além de o roteirista suprimir e alterar partes relevantíssimas da estória produzida por Markus Suzak, ele trouxe uma superficialidade a trama que inexiste.
O livro é altamente denso, melancólico, sentimental, violento e verdadeiro. Salvo algum cochilo que eu tenha tirado durante os 130 minutos, eu não vi nenhuma dessas características no filme.
Artifícios cinematográficos altamente clichês (vide cena final de Rudy e Liesel, que soou, minimamente, patética) e voltados para a inserção de frases prontas, enlatadas, sem metáforas alguma, e politicamente corretas, estragaram uma trama que tinha tudo para culminar com um ótimo filme.

Em contraponto a um livro que demonstra tão bem o poder que as palavras possuem para transformar as relações humanas e consequentemente a realidade, o filme não passa de mais uma árvore padrão na floresta metafórica da Sacudidora de Palavras.

Um documentário saudosista, sincero e intenso. Faz jus ao personagem principal.

Me identifiquei muito com os questionamentos/críticas espirituais e mundanos(as) de Boris Grushenko. Talvez, por isso, tenha gostado tanto do filme.