Embora tenha evocado, em mim, inúmeros pensamentos melancólicos, apresenta-se como um baita novelão, cuja câmera não é capaz de desgrudar do rosto dos personagens.
É triste ver este filme. Por dois motivos em especial: pelas histórias dos garotos, e por elas serem absolutamente desrespeitadas por um diretor claramente disposto a chamar a atenção para sua câmera. A constante mudança de focos e montagem histérica são provas maiores disso. Assim, o que era pra ser um manifesto contra a sociedade, só causa revolta pelo objeto cinematográfico em questão: apelativo e auto-indulgente. Ainda que, como dito, a vida sofrida dos adolescentes realmente nos comova (e é revoltante observar a posição dos pais e da diretora da escola em relação aos problemas dos jovens), Bullying torna-se um documentário descartável - e, se for para ver um filme sobre o tema, que seja o maravilhoso Depois de Lúcia!
O divertidíssimo documentário centra seu estudo nos impressionantes compositores das músicas do brilhante Bezerra da Silva, geralmente pessoas "comuns" - de garis a carpinteiros; de pintor a bombeiro. É muitíssimo curioso assistir os compositores comentando suas próprias canções, contando como foram feitas, ao passo que também tocam em temas polêmicos como a legalização da maconha e o ECAD ("cadê o meu?") de forma descontraída, sem deixar de ser pertinente. E viva a malandragem!
Mais um filme arrebatador de Paul Thomas Anderson. Flertando com conceitos Freudianos, contando com atuações formidáveis (num mundo perfeito, Joaquin Phoenix - em seu melhor papel - e Philip Seymour Hoffman ganhariam todos os prêmios possíveis), a direção de fotografia mais bela de sua carreira, e uma trilha sonora desconcertante, PTA se firma como o melhor diretor norte-americano de sua geração. O Mestre PRECISA ser visto!
O Mundo dos Pequeninos é, infelizmente, um dos menores filmes do Studio Ghibli. Embora apresente certa graça e seja "fofo" na maneira certa, não consegue criar nenhum personagem, de fato, marcante, tampouco uma história envolvente. Sem foco, parece ir do nada a lugar algum.
"Os Miseráveis" é a prova maior que não precisa-se apenas de uma boa história para se ter um bom filme. Dito isso, sendo a trama o mais interessante do filme - e isto é um mérito de Victor Hugo, somente -, havemos de estranhar que o longa falhe em praticamente tudo que se proponha.
Ainda assim, é válido dizer que Tom Hooper ainda consegue diluir muito da força político-social da obra literária em detrimento do foco em romances. Dessa forma, cenas como a do dente extraído - que me marcou profundamente quando eu era mais novo - perdem seu peso no filme, uma vez que são ignoradas ou simplesmente suavizadas. É evidente que, muito disso, se vale ao fato do filme ser inteiramente cantado. O que poderia soar como uma ideia interessante, ainda que não me atraia, contribui para que não levemos muito a sério o que muitos personagens dizem. Não são raros os momentos em que rimos de diálogos supostamente sérios que, cantados em tom "destoante", evocam facilmente o riso no espectador.
Esse excesso musical também resulta no esquecimento de muitos personagens durante o desenvolvimento do filme - um desmérito também dos roteiristas e, claro, do montador. São inúmeras as "digressões" narrativas feitas com a única razão de dedicar uma música para cada personagem e sentimento sentido (o que acaba alongando também o filme, já que, o que poderia ser expresso em um minuto, é mostrado com uns cinco), cortando, muitas vezes, a tensão no meio. Além disso, chega a ser irônico como vários personagens secundários recebem uma música apenas para se destacarem no filme, mas são esquecidos em momentos chave da obra - a própria Cosette, na verdade, sofre disso em dado momento.
E, mais uma vez, Hooper consegue levar o filme ladeira abaixo. Sua direção é sem foco, com enquadramentos de câmera absolutamente sem propósito (e, diga-se, muito incômodos). Dá-lhe, portanto, closes extremos, uma inclinação constante da câmera (o motivo só ele sabe), lente olhos de peixe e cafoníces como a faísca saindo do pé do cavalo. Já a direção de arte e o figurino, embora sejam elogiáveis, constroem uma pobreza muito "cenográfica" e pouco verossímil.
O elenco, por sua vez, está muito bem. Anne Hathaway, embora apareça pouco (o que, diferente do que muitos apontam, NÃO é demérito do filme), está intensamente emocionante em seu papel importantíssimo. Hugh Jackman apresenta uma das melhores atuações de sua carreira, conseguindo tornar Jean Valjean uma figura ainda mais interessante, sofrida, tridimensional e absolutamente adorável. Não pode-se dizer o mesmo do casal do filme, interpretados por Amanda Seyfreid e Eddie Redmayne, um dos piores atores jovens de Hollywood, em atuações artificiais até o talo. Ademais, Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter dão vida a dois personagens divertidos, porém dispensáveis.
Fica, portanto, apenas a esperança de que Os Miseráveis receba um trato merecido no Cinema.
"Já virou um clichê a tal da frase “o novo Spielberg precisa conhecer o antigo Spielberg”. Sim, eu adoro o diretor nos anos 70 – e seu melhor filme, ao meu ver, é Tubarão. Isso não significa que um cineasta não possa mudar. Afinal, nem Martin Scorsese é o mesmo – não necessariamente em qualidade. É um processo natural não só do artista como do ser humano. Um cineasta preso a uma determinada época tende a ser desinteressante. Dito isso, é muito válido lembrar que não condeno inteiramente o diretor por abandonar sua coragem, vide o covarde Cavalo de Guerra, nem deixar de lado seu espírito rock’n’roll em prol da defesa dos bons costumes e “valores da família”. Incomoda-me, verdadeiramente, o fato do “novo” Steven Spielberg pecar, muitas vezes, pelo excesso de maniqueísmo e melodrama barato. Assim, fico feliz por “Lincoln” não trazer consigo esta característica, mas se valer dum patriotismo e covardia histórica absurdos."
"O cinema e os games vêm, cada vez mais, se comunicando de forma estreita. Não só os jogos buscam se aproximar dos filmes na maturidade narrativa, no cuidado com o roteiro e, sobretudo, nos gráficos realistas, como a sétima arte também se apropria, quando conveniente, da linguagem dos videogames, vide “Scott Pilgrim Contra o Mundo”. Difícil, portanto, encontrar época melhor do que esta para lançar o criativo Detona Ralph, um projeto visado desde os anos 80 pela Disney e uma obra divertida que agracia os gamers com referências a jogos clássicos sem deixar de extasiar as crianças que sequer sabem quem é Pac-Man – e o moleque atrás de mim que soltou um “Minecraft” com o letreiro de pixels é a prova cabal disso."
"Uma pequena pérola do cinema norte-americano, “Na Mira do Chefe” surpreende por sua densidade dramática, mesclada a um humor negro afiadíssimo. Uma mistura capaz de equilibrar com perfeição os dois gêneros, uma vez que, às vezes inconscientemente, as situações dramáticas dos personagens nos faziam rir de tão trágicas e quase absurdas. É uma pena que, em seu novo trabalho, Sete Psicopatas e um Shih Tzu, o diretor Martin McDonagh faça uma mistura fora de sintonia entre humor, drama e até mesmo suspense, conseguindo extrair os melhores momentos da primeira vertente citada."
"Wes Anderson é um diretor único. E sistemático. Sua estética impressiona pela precisão simétrica dos quadros, nos quais procura mostrar o quanto os personagens que habitam seu mundo são problemáticos, imperfeitos e, portanto, muito assimétricos. É um contraste que percorre toda sua filmografia. Em Moonrise Kingdom não seria diferente, onde o preciosismo simétrico é utilizado para evidenciar as rachaduras familiares e emocionais nos personagens, mostrando quão conturbado pode ser o universo daquelas crianças e, por que não, dos patéticos adultos."
"Ah, eu busquei de todas as maneiras evitar o clichê de começar a falar d’O Hobbit sem, antes, declarar meu amor pela trilogia “Senhor dos Anéis”, por esta ser absolutamente incrível. Peter Jackson, apaixonado pelo universo de Tolkien, conseguiu criar uma saga de visual deslumbrante, dotada de grande impacto emocional e com um protagonista muitíssimo interessante do ponto de vista psicológico, além de tridimensional. Nove anos após lançar o filme responsável por elevar a outro nível os filmes de “magia” (desculpem-me, fãs de Harry Potter), na falta de um termo melhor, conseguindo até mesmo a façanha de penetrar na conservadora crosta da Academia, Peter Jackson volta à Terra Média para contar uma história precedente à do “Senhor dos Anéis”: O Hobbit."
"Egressos da televisão, os comediantes Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch são, em suas respectivas emissoras e programas, duas talentosas (há controvérsias!) minas de ouro. O primeiro consolidou sua carreira na MTV, sobretudo no programa “15 Minutos”, onde dividia seu brilho com o excelente Kiabo. Dono de uma capacidade incrível de improviso, Adnet começou a se repetir e caiu num marasmo egocêntrico, sendo a prova disso o irregular “Comédia MTV”. Já o segundo é um humorista com influências poderosas (vide Buster Keaton), cuja carreira é, infelizmente, desperdiçada no programa televisivo “Pânico na TV”. É admirável ver, portanto, dois bons comediantes – até mesmo Adnet tem seus momentos – trabalhando no Cinema e, quem sabe, com chances de protagonizarem boas piadas. O que ficou só na promessa, pois Os Penetras é um programa televisivo dos piores. E, dessa vez, não dura apenas quinze minutos, mas sim seis vezes mais."
"O famoso Homem Sem Nome já não é mais nenhum “anônimo”. Ao contrário, ele já teve vários nomes: Harry Callahan, Josey Wales, Bill Munny e, recentemente, Walt Kowalski. Há tempos, o ator Clint Eastwood vem se aproveitado de sua persona cinematográfica, construída literalmente após anos de estrada, para justamente descontruir a imagem do indestrutível pistoleiro. Ultimamente, o homem do poncho tem rugas, problemas de saúde e dramas pessoais graves – ainda que permaneça carrancudo, diga-se. Com seu novo personagem não seria diferente."
"Ele começou no Cinema com aquele filme, “Beleza Americana”, sabem? Maravilhoso, por sinal. Depois trilhou um caminho curioso, passando por um filme de máfia, um de guerra e mesmo pelas esquinas do Cinema indie, até retornar ao drama social americano, conforme sua estreia. O porquê de assumir a direção de um filme da franquia 007, a qual provavelmente não havia contado com um diretor com tanto prestígio até então, eu não sei. Mas que seu estilo classudo, imprimindo certa profundidade dramática, caiu muito bem no filme que marca os 50 anos de James Bond, é praticamente inegável."
"Era no crepúsculo da Nova Hollywood. O cinema de ficção-cientifica, depois do estrondoso sucesso de “Star Wars”, tomou Hollywood furiosamente, enquanto morria o cinema autoral idealizado pelos jovens nova-iorquinos até então em voga. Paralelamente, o ocidentalizado governo do Xá Monammad Reza Pahlevi no Irã cedia lugar aos aiatolás liderados por Khomeini, que prometem devolver o país ao povo iraniano, uma vez que a gestão anterior praticamente cedera o país aos Estados Unidos. Enquanto em Los Angeles, Califórnia, se vivia num paraíso ficcional, alguns americanos eram caçados e assassinados no Irã. Chega a ser irônico que justamente o conto de fadas de Hollywood seja sugerido para salvar os personagens de Argo da “realidade”."
"Há muito tempo Tim Burton não dirige um filme brilhante de fato. Sua última empreitada foi o terrível “Sombras da Noite”. Não é preciso pensar muito, por isso, quanto ao porquê de buscar inspiração no início de sua carreira. E podemos observar que, devido à demasiada semelhança entre seus recentes e antigos trabalhos, pouca coisa mudou na carreira do diretor. Frankenweenie poderia representar um marco em sua trajetória, não fosse sua fórmula desgastada e as patinadas no meio do caminho."
"Como fã incondicional que era (e ainda sou) de Sherlock Holmes, uma das primeiras coisas que providenciei ao me tornar um internauta (isso por volta de 1999) foi ingressar-me em um fórum que debatia sobre o famoso detetive da Rua Baker, 221B. Nesse fórum havia um tópico que trazia uma teoria (sim, as conspirações birutas na internet existiam desde aquela época) que afirmava que o agente britânico James Bond era, na realidade, uma sátira ao melhor amigo do Dr. John Hamish (o “Hamish” só os autênticos fãs de Holmes conhecem... às favas com a modéstia) Watson, já que aquele utilizava o puro raciocínio lógico, ao passo que o personagem de Ian Fleming utiliza a alta tecnologia; aquele era dotado de excessiva racionalidade e desprezava toda e qualquer manifestação emotiva (em especial o amor e, mais ainda, o apetite sexual), Bond já se revela como o típico garanhão e, o mais perceptivo, talvez, dentre todas as diferenças entre os dois, Holmes era dotado de garbo, porém exageradamente sisudo, ao passo em que Bond prova da mesma dose de requinte, mas substitui a sensatez e a sobriedade pelo sarcasmo."
Leia a crítica completa, por Daniel Esteves, no Lumi7:
"Muito recentemente, o engajado George Clooney dirigiu “Tudo Sobre o Poder”, no qual, além de revelar que até o mais inocente dos homens pode ser corrompido pela política, escancarava as sujeiras realizadas na subida ao poder. Valendo-se do humor, uma das ferramentas críticas mais eficientes, o diretor Jay Roach (dos hilários “Um Jantar Para Idiotas” e “Entrando numa Fria”) seguiu por um caminho semelhante, obviamente de forma muito mais cômica e despretensiosa, em Os Candidatos, criando um filme que funciona muitíssimo bem como comédia. E só."
A Vida dos Peixes
3.6 69Embora tenha evocado, em mim, inúmeros pensamentos melancólicos, apresenta-se como um baita novelão, cuja câmera não é capaz de desgrudar do rosto dos personagens.
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Bullying
4.2 112É triste ver este filme. Por dois motivos em especial: pelas histórias dos garotos, e por elas serem absolutamente desrespeitadas por um diretor claramente disposto a chamar a atenção para sua câmera. A constante mudança de focos e montagem histérica são provas maiores disso. Assim, o que era pra ser um manifesto contra a sociedade, só causa revolta pelo objeto cinematográfico em questão: apelativo e auto-indulgente. Ainda que, como dito, a vida sofrida dos adolescentes realmente nos comova (e é revoltante observar a posição dos pais e da diretora da escola em relação aos problemas dos jovens), Bullying torna-se um documentário descartável - e, se for para ver um filme sobre o tema, que seja o maravilhoso Depois de Lúcia!
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Onde a Coruja Dorme
4.3 38O divertidíssimo documentário centra seu estudo nos impressionantes compositores das músicas do brilhante Bezerra da Silva, geralmente pessoas "comuns" - de garis a carpinteiros; de pintor a bombeiro. É muitíssimo curioso assistir os compositores comentando suas próprias canções, contando como foram feitas, ao passo que também tocam em temas polêmicos como a legalização da maconha e o ECAD ("cadê o meu?") de forma descontraída, sem deixar de ser pertinente. E viva a malandragem!
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O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraMais um filme arrebatador de Paul Thomas Anderson. Flertando com conceitos Freudianos, contando com atuações formidáveis (num mundo perfeito, Joaquin Phoenix - em seu melhor papel - e Philip Seymour Hoffman ganhariam todos os prêmios possíveis), a direção de fotografia mais bela de sua carreira, e uma trilha sonora desconcertante, PTA se firma como o melhor diretor norte-americano de sua geração. O Mestre PRECISA ser visto!
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O Mundo dos Pequeninos
4.2 653 Assista AgoraO Mundo dos Pequeninos é, infelizmente, um dos menores filmes do Studio Ghibli. Embora apresente certa graça e seja "fofo" na maneira certa, não consegue criar nenhum personagem, de fato, marcante, tampouco uma história envolvente. Sem foco, parece ir do nada a lugar algum.
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Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista Agora"Os Miseráveis" é a prova maior que não precisa-se apenas de uma boa história para se ter um bom filme. Dito isso, sendo a trama o mais interessante do filme - e isto é um mérito de Victor Hugo, somente -, havemos de estranhar que o longa falhe em praticamente tudo que se proponha.
Ainda assim, é válido dizer que Tom Hooper ainda consegue diluir muito da força político-social da obra literária em detrimento do foco em romances. Dessa forma, cenas como a do dente extraído - que me marcou profundamente quando eu era mais novo - perdem seu peso no filme, uma vez que são ignoradas ou simplesmente suavizadas. É evidente que, muito disso, se vale ao fato do filme ser inteiramente cantado. O que poderia soar como uma ideia interessante, ainda que não me atraia, contribui para que não levemos muito a sério o que muitos personagens dizem. Não são raros os momentos em que rimos de diálogos supostamente sérios que, cantados em tom "destoante", evocam facilmente o riso no espectador.
Esse excesso musical também resulta no esquecimento de muitos personagens durante o desenvolvimento do filme - um desmérito também dos roteiristas e, claro, do montador. São inúmeras as "digressões" narrativas feitas com a única razão de dedicar uma música para cada personagem e sentimento sentido (o que acaba alongando também o filme, já que, o que poderia ser expresso em um minuto, é mostrado com uns cinco), cortando, muitas vezes, a tensão no meio. Além disso, chega a ser irônico como vários personagens secundários recebem uma música apenas para se destacarem no filme, mas são esquecidos em momentos chave da obra - a própria Cosette, na verdade, sofre disso em dado momento.
E, mais uma vez, Hooper consegue levar o filme ladeira abaixo. Sua direção é sem foco, com enquadramentos de câmera absolutamente sem propósito (e, diga-se, muito incômodos). Dá-lhe, portanto, closes extremos, uma inclinação constante da câmera (o motivo só ele sabe), lente olhos de peixe e cafoníces como a faísca saindo do pé do cavalo. Já a direção de arte e o figurino, embora sejam elogiáveis, constroem uma pobreza muito "cenográfica" e pouco verossímil.
O elenco, por sua vez, está muito bem. Anne Hathaway, embora apareça pouco (o que, diferente do que muitos apontam, NÃO é demérito do filme), está intensamente emocionante em seu papel importantíssimo. Hugh Jackman apresenta uma das melhores atuações de sua carreira, conseguindo tornar Jean Valjean uma figura ainda mais interessante, sofrida, tridimensional e absolutamente adorável. Não pode-se dizer o mesmo do casal do filme, interpretados por Amanda Seyfreid e Eddie Redmayne, um dos piores atores jovens de Hollywood, em atuações artificiais até o talo. Ademais, Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter dão vida a dois personagens divertidos, porém dispensáveis.
Fica, portanto, apenas a esperança de que Os Miseráveis receba um trato merecido no Cinema.
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Tropicália
4.1 289Um desperdício de material.
Era Uma Vez Eu, Verônica
3.5 198Bacanal artístico.
Jorge Mautner - O Filho do Holocausto
3.7 24Mautner é daquele grupo de gênios esquecidos pelo grande público, junto com Tom Zé e, em menor escala, Jupiter Maçã.
Lincoln
3.5 1,5K"Já virou um clichê a tal da frase “o novo Spielberg precisa conhecer o antigo Spielberg”. Sim, eu adoro o diretor nos anos 70 – e seu melhor filme, ao meu ver, é Tubarão. Isso não significa que um cineasta não possa mudar. Afinal, nem Martin Scorsese é o mesmo – não necessariamente em qualidade. É um processo natural não só do artista como do ser humano. Um cineasta preso a uma determinada época tende a ser desinteressante. Dito isso, é muito válido lembrar que não condeno inteiramente o diretor por abandonar sua coragem, vide o covarde Cavalo de Guerra, nem deixar de lado seu espírito rock’n’roll em prol da defesa dos bons costumes e “valores da família”. Incomoda-me, verdadeiramente, o fato do “novo” Steven Spielberg pecar, muitas vezes, pelo excesso de maniqueísmo e melodrama barato. Assim, fico feliz por “Lincoln” não trazer consigo esta característica, mas se valer dum patriotismo e covardia histórica absurdos."
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Detona Ralph
3.9 2,6K Assista Agora"O cinema e os games vêm, cada vez mais, se comunicando de forma estreita. Não só os jogos buscam se aproximar dos filmes na maturidade narrativa, no cuidado com o roteiro e, sobretudo, nos gráficos realistas, como a sétima arte também se apropria, quando conveniente, da linguagem dos videogames, vide “Scott Pilgrim Contra o Mundo”. Difícil, portanto, encontrar época melhor do que esta para lançar o criativo Detona Ralph, um projeto visado desde os anos 80 pela Disney e uma obra divertida que agracia os gamers com referências a jogos clássicos sem deixar de extasiar as crianças que sequer sabem quem é Pac-Man – e o moleque atrás de mim que soltou um “Minecraft” com o letreiro de pixels é a prova cabal disso."
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Sete Psicopatas e um Shih Tzu
3.4 600"Uma pequena pérola do cinema norte-americano, “Na Mira do Chefe” surpreende por sua densidade dramática, mesclada a um humor negro afiadíssimo. Uma mistura capaz de equilibrar com perfeição os dois gêneros, uma vez que, às vezes inconscientemente, as situações dramáticas dos personagens nos faziam rir de tão trágicas e quase absurdas. É uma pena que, em seu novo trabalho, Sete Psicopatas e um Shih Tzu, o diretor Martin McDonagh faça uma mistura fora de sintonia entre humor, drama e até mesmo suspense, conseguindo extrair os melhores momentos da primeira vertente citada."
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A Noite dos Mortos-Vivos
4.0 549 Assista AgoraUm filme atemporal justamente por não ser sobre zumbis.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista Agora"Wes Anderson é um diretor único. E sistemático. Sua estética impressiona pela precisão simétrica dos quadros, nos quais procura mostrar o quanto os personagens que habitam seu mundo são problemáticos, imperfeitos e, portanto, muito assimétricos. É um contraste que percorre toda sua filmografia. Em Moonrise Kingdom não seria diferente, onde o preciosismo simétrico é utilizado para evidenciar as rachaduras familiares e emocionais nos personagens, mostrando quão conturbado pode ser o universo daquelas crianças e, por que não, dos patéticos adultos."
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O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista Agora"Ah, eu busquei de todas as maneiras evitar o clichê de começar a falar d’O Hobbit sem, antes, declarar meu amor pela trilogia “Senhor dos Anéis”, por esta ser absolutamente incrível. Peter Jackson, apaixonado pelo universo de Tolkien, conseguiu criar uma saga de visual deslumbrante, dotada de grande impacto emocional e com um protagonista muitíssimo interessante do ponto de vista psicológico, além de tridimensional. Nove anos após lançar o filme responsável por elevar a outro nível os filmes de “magia” (desculpem-me, fãs de Harry Potter), na falta de um termo melhor, conseguindo até mesmo a façanha de penetrar na conservadora crosta da Academia, Peter Jackson volta à Terra Média para contar uma história precedente à do “Senhor dos Anéis”: O Hobbit."
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Ha Ha Ha
3.3 73rsrsrs
Os Penetras
2.6 1,1K"Egressos da televisão, os comediantes Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch são, em suas respectivas emissoras e programas, duas talentosas (há controvérsias!) minas de ouro. O primeiro consolidou sua carreira na MTV, sobretudo no programa “15 Minutos”, onde dividia seu brilho com o excelente Kiabo. Dono de uma capacidade incrível de improviso, Adnet começou a se repetir e caiu num marasmo egocêntrico, sendo a prova disso o irregular “Comédia MTV”. Já o segundo é um humorista com influências poderosas (vide Buster Keaton), cuja carreira é, infelizmente, desperdiçada no programa televisivo “Pânico na TV”. É admirável ver, portanto, dois bons comediantes – até mesmo Adnet tem seus momentos – trabalhando no Cinema e, quem sabe, com chances de protagonizarem boas piadas. O que ficou só na promessa, pois Os Penetras é um programa televisivo dos piores. E, dessa vez, não dura apenas quinze minutos, mas sim seis vezes mais."
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Curvas da Vida
3.5 373"O famoso Homem Sem Nome já não é mais nenhum “anônimo”. Ao contrário, ele já teve vários nomes: Harry Callahan, Josey Wales, Bill Munny e, recentemente, Walt Kowalski. Há tempos, o ator Clint Eastwood vem se aproveitado de sua persona cinematográfica, construída literalmente após anos de estrada, para justamente descontruir a imagem do indestrutível pistoleiro. Ultimamente, o homem do poncho tem rugas, problemas de saúde e dramas pessoais graves – ainda que permaneça carrancudo, diga-se. Com seu novo personagem não seria diferente."
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O Homem de Palha
4.0 483 Assista AgoraUm Chumbo Grosso (Hot Fuzz) que se leva a sério demais. (E, juro, quase aumentei a nota pelo final bem bacana.)
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista Agora"Ele começou no Cinema com aquele filme, “Beleza Americana”, sabem? Maravilhoso, por sinal. Depois trilhou um caminho curioso, passando por um filme de máfia, um de guerra e mesmo pelas esquinas do Cinema indie, até retornar ao drama social americano, conforme sua estreia. O porquê de assumir a direção de um filme da franquia 007, a qual provavelmente não havia contado com um diretor com tanto prestígio até então, eu não sei. Mas que seu estilo classudo, imprimindo certa profundidade dramática, caiu muito bem no filme que marca os 50 anos de James Bond, é praticamente inegável."
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Argo
3.9 2,5K"Era no crepúsculo da Nova Hollywood. O cinema de ficção-cientifica, depois do estrondoso sucesso de “Star Wars”, tomou Hollywood furiosamente, enquanto morria o cinema autoral idealizado pelos jovens nova-iorquinos até então em voga. Paralelamente, o ocidentalizado governo do Xá Monammad Reza Pahlevi no Irã cedia lugar aos aiatolás liderados por Khomeini, que prometem devolver o país ao povo iraniano, uma vez que a gestão anterior praticamente cedera o país aos Estados Unidos. Enquanto em Los Angeles, Califórnia, se vivia num paraíso ficcional, alguns americanos eram caçados e assassinados no Irã. Chega a ser irônico que justamente o conto de fadas de Hollywood seja sugerido para salvar os personagens de Argo da “realidade”."
Leia a crítica completa:
Frankenweenie
3.8 1,5K Assista Agora"Há muito tempo Tim Burton não dirige um filme brilhante de fato. Sua última empreitada foi o terrível “Sombras da Noite”. Não é preciso pensar muito, por isso, quanto ao porquê de buscar inspiração no início de sua carreira. E podemos observar que, devido à demasiada semelhança entre seus recentes e antigos trabalhos, pouca coisa mudou na carreira do diretor. Frankenweenie poderia representar um marco em sua trajetória, não fosse sua fórmula desgastada e as patinadas no meio do caminho."
Leia a crítica completa:
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista Agora"Como fã incondicional que era (e ainda sou) de Sherlock Holmes, uma das primeiras coisas que providenciei ao me tornar um internauta (isso por volta de 1999) foi ingressar-me em um fórum que debatia sobre o famoso detetive da Rua Baker, 221B. Nesse fórum havia um tópico que trazia uma teoria (sim, as conspirações birutas na internet existiam desde aquela época) que afirmava que o agente britânico James Bond era, na realidade, uma sátira ao melhor amigo do Dr. John Hamish (o “Hamish” só os autênticos fãs de Holmes conhecem... às favas com a modéstia) Watson, já que aquele utilizava o puro raciocínio lógico, ao passo que o personagem de Ian Fleming utiliza a alta tecnologia; aquele era dotado de excessiva racionalidade e desprezava toda e qualquer manifestação emotiva (em especial o amor e, mais ainda, o apetite sexual), Bond já se revela como o típico garanhão e, o mais perceptivo, talvez, dentre todas as diferenças entre os dois, Holmes era dotado de garbo, porém exageradamente sisudo, ao passo em que Bond prova da mesma dose de requinte, mas substitui a sensatez e a sobriedade pelo sarcasmo."
Leia a crítica completa, por Daniel Esteves, no Lumi7:
Os Candidatos
3.0 274 Assista Agora"Muito recentemente, o engajado George Clooney dirigiu “Tudo Sobre o Poder”, no qual, além de revelar que até o mais inocente dos homens pode ser corrompido pela política, escancarava as sujeiras realizadas na subida ao poder. Valendo-se do humor, uma das ferramentas críticas mais eficientes, o diretor Jay Roach (dos hilários “Um Jantar Para Idiotas” e “Entrando numa Fria”) seguiu por um caminho semelhante, obviamente de forma muito mais cômica e despretensiosa, em Os Candidatos, criando um filme que funciona muitíssimo bem como comédia. E só."
Leia a crítica completa no Lumi7: