Após muitos anos, assisti novamente à "Princesa e o Robô" (segundo longa-metragem da Turma da Mônica) nesses últimos dias e, conforme uma crítica que compartilhei aqui no Filmow, considerei que se trata de um clássico do cinema brasileiro que tem muitos méritos, apesar de algumas ressalvas destacadas.
Hoje, então, sentei no sofá e resolvi me aproveitar do fato de "As Aventuras da Turma da Mônica" também estar disponível no YouTube (ainda que não figure no canal oficial da turminha, diferentemente de seu sucessor). Minha opinião? Gente, que coisa gostosa foi ver esse desenho, de verdade! Como minhas memórias do filme são extremamente escassas, foi quase como se estivesse assistindo ao longa pela primeira vez - e como me surpreendi!
É um filme que representa, muito claramente, a Turma do início dos anos 80. Todas as histórias apresentadas contam com situações humorísticas que chegam a beirar o absurdo (algo que ao menos eu aprecio muito), além de expressões e traços que não são mais vistos nos gibis de hoje. Defendo muito a ideia de que a Turma da Mônica é um verdadeiro tesouro cultural do Brasil, e esse filme é um ótimo material para observar mudanças que ocorreram nas histórias contadas e nos comportamentos dos personagens ao longo do tempo, refletindo, claro, mudanças em nossos próprios padrões comportamentais. Em uma das cenas, por exemplo, Magali termina de comer uma maçã e simplesmente a joga na rua, algo impensável nos dias de hoje; já em outra, o Cebolinha, no melhor estilo dos desenhos antigos do Pica-Pau, adquire feições demoníacas ao se imaginar derrotando a Mônica.
Ainda que a animação seja muito simples, é simplesmente genial ver o Maurício interagindo com os personagens em diferentes momentos, chegando mesmo a brincar com o Sansão em suas mãos. Ao longo do desenho, fui me percebendo boquiaberto e encantado com sua originalidade e com o que ele representa para o mercado de animação brasileiro, chegando mesmo a desejar que sua equipe técnica, ao fazê-lo, tenha se divertido tanto quanto eu estava. Preciso mencionar, aliás, sua trilha sonora orquestrada. Muitas das músicas tocadas habitam em mim desde criança, e elas de fato constituem um dos pontos altos do longa.
A meu ver, ainda que não haja uma única história original sendo contada, esta é uma obra superior à "Princesa e o Robô", com um charme único. Recomendadíssimo!
Como nasci em 1995, "A Princesa e o Robô" não é exatamente um clássico de quando era criança, mas figura, sim, entre minhas memórias de infância. Tendo em vista o compartilhamento oficial do filme no YouTube nessa semana, resolvi vê-lo novamente hoje, e cara, que viagem (em um sentido muito bom, apesar de algumas ressalvas).
Em primeiro lugar, é muito importante, para mim, ressaltar o status de patrimônio cultural que a Turma da Mônica tem para nosso país e, ainda, o quanto admiro a capacidade de Maurício de Sousa de estar constantemente se reinventando e inserindo os diferentes personagens da Turma em novos nichos. Esse aspecto, aliás, é o que mais me chama a atenção com relação a este filme: é uma animação brasileira com um roteiro original, produzida em 1983! 1983! Isso é admirável! Recordo-me do lançamento de "Uma Aventura no Tempo" nos cinemas, em 2007, mas, justamente pela época, é surreal imaginar "A Princesa e o Robô" (e também o anterior "As Aventuras da Turma da Mônica") sendo exibido em salas de cinema do Rio e de São Paulo. Que experiência incrível deve ter sido assistir a esses clássicos na telona!
Tendo feito essas considerações iniciais, parece-me sempre um pouco difícil, por conta dos tempos em que vivemos, analisar filmes antigos. E não digo isso com relação à animação e aos traços apresentados, mas no que concerne à história contada. Como há muito não via o filme, surpreendeu-me, por exemplo, a realização do duelo entre combatentes que disputam a mão da Princesa Mimi e a naturalidade com que ela aceita tal duelo. Por favor, não me entendam mal. Não quero criar uma problematização em cima disso e tenho consciência de que, no início dos anos 80, esse fato sequer deve ter chamado a atenção de quem estava vendo a animação. É mais uma constatação de como o mundo e nossos julgamentos se transformam com o passar dos anos, causando essa sensação de espanto quando entramos em contato com obras de outros tempos.
Ainda com relação à história do filme, especificamente com relação ao roteiro, em alguns momentos fiquei com a impressão de que as situações apresentadas poderiam ter sido mais bem desenvolvidas, algo que me fez pensar na animação de "A Bela e a Fera", de 1991, e em como, na adaptação live-action lançada em 2017, os furos no roteiro do desenho foram fechados, tornando a história mais coesa. Retornando à "Princesa e o Robô", ressalto esse ponto, novamente, mais como algo que me chamou a atenção do que, propriamente, como uma característica que invalida o filme. É curioso pensar sobre como as animações de hoje se esmeram nesse sentido (até mesmo por conta de crianças mais críticas e exigentes, creio eu).
Para mim, esses são apontamentos importantes de serem feitos, mas que não tiram todos os méritos desta obra de Maurício de Souza, dentre os quais se pode destacar a trilha sonora cativante (tanto as faixas instrumentais quanto as músicas cantadas ficaram muito na minha cabeça!) e o humor sutil manifestado em alguns momentos
(como quando ocorre o "cara ou coroa" no duelo entre Lorde Coelhão e o Robozinho)
.
É curioso, ainda, notar o quão pequena é a participação da Turma efetivamente, algo ressaltado por Alex Gabriel da Silva em sua crítica do filme no CinePlayers, na qual ele salienta que "estando a turminha no auge da fama na década de 80 e boa parte da década de 90, Maurício de Sousa era o suficientemente esperto para saber que, para agradar ao seu público, não se fazia necessário atribuir grandes feitos aos personagens da turma, sendo que já agradava, e muito!, o simples fato de os mesmos aparecerem na telinha, munidos das estranhezas hilárias que os caracterizavam". Parece ser mais um ponto a ser analisado conforme a época de lançamento do filme, que, de todo modo, tem meu enorme apreço pela nostalgia que traz e, principalmente, pelo que representa para o cinema brasileiro.
Como meu primeiro filme do Koreeda, foi uma bela surpresa e uma ótima introdução ao diretor. Para mim, só por estar vendo um filme japonês já valeria a pena pela experiência, mas a história, além disso, é muito bem contada. Trata-se de uma bela crônica familiar, com alguns momentos muito tocantes, cuja única ressalva fica por conta da última parte, que, devo dizer, me soou um tanto quanto estranha, talvez desconexa do restante do filme... De todo modo, vale a pena ser visto, certamente.
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Fatima
3.6 24 Assista AgoraAlguém sabe onde é possível baixar o filme, ou assisti-lo online? 👀
As Aventuras da Turma da Mônica
3.7 50Após muitos anos, assisti novamente à "Princesa e o Robô" (segundo longa-metragem da Turma da Mônica) nesses últimos dias e, conforme uma crítica que compartilhei aqui no Filmow, considerei que se trata de um clássico do cinema brasileiro que tem muitos méritos, apesar de algumas ressalvas destacadas.
Hoje, então, sentei no sofá e resolvi me aproveitar do fato de "As Aventuras da Turma da Mônica" também estar disponível no YouTube (ainda que não figure no canal oficial da turminha, diferentemente de seu sucessor). Minha opinião? Gente, que coisa gostosa foi ver esse desenho, de verdade! Como minhas memórias do filme são extremamente escassas, foi quase como se estivesse assistindo ao longa pela primeira vez - e como me surpreendi!
É um filme que representa, muito claramente, a Turma do início dos anos 80. Todas as histórias apresentadas contam com situações humorísticas que chegam a beirar o absurdo (algo que ao menos eu aprecio muito), além de expressões e traços que não são mais vistos nos gibis de hoje. Defendo muito a ideia de que a Turma da Mônica é um verdadeiro tesouro cultural do Brasil, e esse filme é um ótimo material para observar mudanças que ocorreram nas histórias contadas e nos comportamentos dos personagens ao longo do tempo, refletindo, claro, mudanças em nossos próprios padrões comportamentais. Em uma das cenas, por exemplo, Magali termina de comer uma maçã e simplesmente a joga na rua, algo impensável nos dias de hoje; já em outra, o Cebolinha, no melhor estilo dos desenhos antigos do Pica-Pau, adquire feições demoníacas ao se imaginar derrotando a Mônica.
Ainda que a animação seja muito simples, é simplesmente genial ver o Maurício interagindo com os personagens em diferentes momentos, chegando mesmo a brincar com o Sansão em suas mãos. Ao longo do desenho, fui me percebendo boquiaberto e encantado com sua originalidade e com o que ele representa para o mercado de animação brasileiro, chegando mesmo a desejar que sua equipe técnica, ao fazê-lo, tenha se divertido tanto quanto eu estava. Preciso mencionar, aliás, sua trilha sonora orquestrada. Muitas das músicas tocadas habitam em mim desde criança, e elas de fato constituem um dos pontos altos do longa.
A meu ver, ainda que não haja uma única história original sendo contada, esta é uma obra superior à "Princesa e o Robô", com um charme único. Recomendadíssimo!
A Turma da Mônica em A Princesa e o Robô
3.7 81Como nasci em 1995, "A Princesa e o Robô" não é exatamente um clássico de quando era criança, mas figura, sim, entre minhas memórias de infância. Tendo em vista o compartilhamento oficial do filme no YouTube nessa semana, resolvi vê-lo novamente hoje, e cara, que viagem (em um sentido muito bom, apesar de algumas ressalvas).
Em primeiro lugar, é muito importante, para mim, ressaltar o status de patrimônio cultural que a Turma da Mônica tem para nosso país e, ainda, o quanto admiro a capacidade de Maurício de Sousa de estar constantemente se reinventando e inserindo os diferentes personagens da Turma em novos nichos. Esse aspecto, aliás, é o que mais me chama a atenção com relação a este filme: é uma animação brasileira com um roteiro original, produzida em 1983! 1983! Isso é admirável! Recordo-me do lançamento de "Uma Aventura no Tempo" nos cinemas, em 2007, mas, justamente pela época, é surreal imaginar "A Princesa e o Robô" (e também o anterior "As Aventuras da Turma da Mônica") sendo exibido em salas de cinema do Rio e de São Paulo. Que experiência incrível deve ter sido assistir a esses clássicos na telona!
Tendo feito essas considerações iniciais, parece-me sempre um pouco difícil, por conta dos tempos em que vivemos, analisar filmes antigos. E não digo isso com relação à animação e aos traços apresentados, mas no que concerne à história contada. Como há muito não via o filme, surpreendeu-me, por exemplo, a realização do duelo entre combatentes que disputam a mão da Princesa Mimi e a naturalidade com que ela aceita tal duelo. Por favor, não me entendam mal. Não quero criar uma problematização em cima disso e tenho consciência de que, no início dos anos 80, esse fato sequer deve ter chamado a atenção de quem estava vendo a animação. É mais uma constatação de como o mundo e nossos julgamentos se transformam com o passar dos anos, causando essa sensação de espanto quando entramos em contato com obras de outros tempos.
Ainda com relação à história do filme, especificamente com relação ao roteiro, em alguns momentos fiquei com a impressão de que as situações apresentadas poderiam ter sido mais bem desenvolvidas, algo que me fez pensar na animação de "A Bela e a Fera", de 1991, e em como, na adaptação live-action lançada em 2017, os furos no roteiro do desenho foram fechados, tornando a história mais coesa. Retornando à "Princesa e o Robô", ressalto esse ponto, novamente, mais como algo que me chamou a atenção do que, propriamente, como uma característica que invalida o filme. É curioso pensar sobre como as animações de hoje se esmeram nesse sentido (até mesmo por conta de crianças mais críticas e exigentes, creio eu).
Para mim, esses são apontamentos importantes de serem feitos, mas que não tiram todos os méritos desta obra de Maurício de Souza, dentre os quais se pode destacar a trilha sonora cativante (tanto as faixas instrumentais quanto as músicas cantadas ficaram muito na minha cabeça!) e o humor sutil manifestado em alguns momentos
(como quando ocorre o "cara ou coroa" no duelo entre Lorde Coelhão e o Robozinho)
É curioso, ainda, notar o quão pequena é a participação da Turma efetivamente, algo ressaltado por Alex Gabriel da Silva em sua crítica do filme no CinePlayers, na qual ele salienta que "estando a turminha no auge da fama na década de 80 e boa parte da década de 90, Maurício de Sousa era o suficientemente esperto para saber que, para agradar ao seu público, não se fazia necessário atribuir grandes feitos aos personagens da turma, sendo que já agradava, e muito!, o simples fato de os mesmos aparecerem na telinha, munidos das estranhezas hilárias que os caracterizavam". Parece ser mais um ponto a ser analisado conforme a época de lançamento do filme, que, de todo modo, tem meu enorme apreço pela nostalgia que traz e, principalmente, pelo que representa para o cinema brasileiro.
Assunto de Família
4.2 399 Assista AgoraComo meu primeiro filme do Koreeda, foi uma bela surpresa e uma ótima introdução ao diretor. Para mim, só por estar vendo um filme japonês já valeria a pena pela experiência, mas a história, além disso, é muito bem contada. Trata-se de uma bela crônica familiar, com alguns momentos muito tocantes, cuja única ressalva fica por conta da última parte, que, devo dizer, me soou um tanto quanto estranha, talvez desconexa do restante do filme... De todo modo, vale a pena ser visto, certamente.