Longe de mim parecer puritano - Nunca imaginei falar isso de um filme, mas achei muito... SEXUAL! Não de uma forma provocativa, engraçada ou irônica, mas apenas constrangedora e desnecessária, como um desespero para chamar atenção. Grande parte das piadas não funcionam e apesar de algumas pitadas de sarcasmo bem dosadas aqui e ali (como a hilária passagem sobre o Twitter), o resultado final não é nada atraente. Também me incomodou o excesso de 'maricón' durante o filme - difícil saber distinguir quando os comissários usavam como forma de tratamento, os outros usavam como palavrão de ofensa, ou vice-versa. Por fim, a cena do "I'm So Excited" foi bem patética. Pra mim, esse filme só serviu para conhecer a música "The Look", do Metronomy, que toca nos créditos. Se o objetivo do Almodóvar foi fazer uma comédia escrachada, debochada e depravada, parabéns, ele conseguiu! Mas continuo preferindo a profundidade de seus dramas.
Diz que é found footage, mas grande parte das cenas é filmada fora desse padrão - o que deixa o roteiro incoerente. A investigação se desenvolve de forma interessante e há explicações científicas utilizadas de maneira inteligente para justificar o fenótipo do lobisomem. Contudo, a trilha sonora é inconsistente e abusa de sustos sonoros e gratuitos, como quando um carro freia buscamente em uma cena dispensável e em uma boa cena em um necrotério, com corpos bem feitos graficamente, mas com uma trilha bizarra de um pianinho com notas suaves. A protagonista é carismática e é responsável por nos fazer continuar vendo o filme, pois o que começa como um mistério intrigante sobre o acontecimento da família americana se torna apenas uma perseguição barata e repleta de tiro, porrada, bomba e bastante gore. Começa muito bem, mas se perde no final.
A protagonista dá um show e curiosamente ela também é responsável por escrever o roteiro, junto com o diretor. A ação se inicia de maneira rápida e o filme se desenrola com um ritmo ágil, nos fazendo torcer pela moça, com os olhos grudados na tela e prestando atenção à criativa utilização de cenas que alternam os sons externos e o silêncio em que vive a surda. O vilão é sádico, mas bem natural, sem tiques ou "super-poderes". A forma como os dois agem naturalmente, tomando decisões e pensando do jeito que provavelmente nós também faríamos, deixa o enredo mais maduro e menos fantasioso, o que nos faz acreditar que uma situação dessas poderia acontecer com qualquer um de nós. Há um momento de crise lá pelo meio do filme que eleva o roteiro a outro nível:
após a cena "imaginada" em que ela é morta com pedradas na cabeça, aquele diálogo na mente dela sobre suas opções (correr, esconder, esperar) foi bastante inteligente, pois mostrou racionalidade diante daquela situação apavorante.
Tenso, bem feito e divertido. Uma boa pedida para uma sessão do Netflix.
Com uma atmosfera gótica e um tom suave de mistério, o filme nos envolve nos seus primeiros atos, sendo mais inteligente na construção da tensão do que quando utiliza, sem sucesso, uns sustos bem previsíveis. A Lauren Cohen está decente no papel e nós percebemos que estamos torcendo por ela quando
Antes da revelação final, a babá "percebe" que o boneco está vivo e mostra pro colega tipo "Ei, olha só, esse boneco tá com um espírito dentro dele, vamos brincar de deixá-lo aqui e vê-lo se mexer pela casa". WTF?! Qualquer pessoa teria saído correndo dessa cilada!
A revelação final me trouxe sensações distintas. Apesar de reconhecer que o filme não seguiu um caminho óbvio e clichê (essa foi pra você Annabelle), o clímax foi mal aproveitado e o resultado acabou sendo apenas mediano e cheio de pontas soltas.
Um filme onde tudo funciona e se interliga muito bem: Bette Davis esplêndida como Margo, Anne Baxter fazendo uma Eve com facetas, ora delicadas, ora diabólicas, Thelma Ritter hilária como Birdie e ainda uma participação rápida mas estonteante da fabulosa Marilyn Monroe - tudo conectado por um roteiro gostoso que te envolve com a história. Uma das cenas que mais chamou minha atenção foi quando
após ser chantageada pela Eve no banheiro do restaurante, a Karen volta para a mesa, ouve a Margo dizer que não quer mais participar da peça como Cora e começa a rir descontroladamente. hahaha Quase que eu entro na loucura e começo a gargalhar também. O plano da Eve deu certo, sem nem precisar da ajuda da Karen!
Isso que é um plot twist MARAVILHOSO! Outra cena ótima em que a Anne Baxter (Eve) dá um show é quando
Gostei do filme, mesmo percebendo as inúmeras falhas, principalmente o ritmo lento que não agrada àqueles que esperam por uma ficção científica repleta de ação. Os personagens me cativaram e torci por eles durante os acontecimentos. Os momentos em que "algo acontece" foram bem filmados e conseguem nos inserir na situação aterrorizante que é estar no espaço impressionado pelas novas descobertas, porém com medo diante do desconhecido. O final foi bom, inclusive o último discurso, contudo acho que o filme terminaria de maneira mais inteligente, se não focasse tanto na
imagem do alienígena. Aqueles segundos rápidos em que ele apareceu quando a nave afundou já foram o suficiente para ficarmos assustados, não precisava ter reprisado em câmera lenta e com zoom no bicho. Achei meio burra essa abordagem, tipo "não viram direito? olhem novamente, revejam o monstro, foi isso que encontramos, quer ver de novo? agora vem um zoom...".
A premissa é bastante interessante, mas o roteiro se apóia em sustos baratos que não funcionam. O tom de suspense e paranóia que começa a se estabelecer durante a metade do filme é mal desenvolvido por conta dos fracos atores. Diante do caminho de clichês que o roteiro estava seguindo, eu até que gostei da resolução do final. Não foi revolucionária, mas me surpreendeu. Não é de todo ruim, apenas básico demais, mal aproveitado e altamente esquecível.
Pelo que eu sabia da sinopse e por alguns leves spoilers que já tinha lido, adiei por muito tempo o momento de assistir a Audition, por imaginar que fosse mais um filme grotesco de tortura. COMO EU ESTAVA ERRADO! Desde as primeiras cenas, percebemos um alto primor na fotografia e na interpretação sutil e delicada do casal principal, que carrega uma tristeza e ternura no olhar que nos faz simpatizar com eles - apesar de sabermos das intenções questionáveis de ambos. As interações entre os dois são cuidadosamente desenhadas, até que surge o ato final e instaura uma tensão agonizante, principalmente pela fotografia precisa e pela curiosa ausência de trilha sonora. O silêncio evidencia o "kiri kiri kiri" e nos faz sentir aquela dor, aquela agonia, aquele desespero. Uma obra-prima que merece ser vista por fãs de terror, fãs de cinema e fãs de belas histórias.
O que sustenta este longa é a atuação magnífica da Julianne Moore. Tirando isso, os outros personagens pouco apresentam qualquer personalidade. Kristin Stewart está decente no papel da filha rebelde que, ironicamente, é a que mais se aproxima e ajuda a mãe nos estágios avançados da doença. A cena do vídeo no computador nos traz bastante aflição e uma sensação de impotência e o discurso é emocionante, mas só. O resto do filme é bem romantizado, com uma constante trilha sonora de pianinho. Talvez eu esperasse um filme com mais impacto e não uma versão delicada e limpinha de um mal tão devastador quanto o Alzheimer
Um filme leve e bem gostoso de ver. Lida com questões de sexualidade, gênero e orientação com delicadeza e respeito e nos força a pensar fora da caixa: por que precisamos encaixar as pessoas em categorias e classificá-las por rótulos? Gostei bastante do fato de
Daniel Day Lewis faz um protagonista desinteressante e todo o brilho e charme do filme reside nas mulheres ao redor dele. Penélope Cruz tem uma das cenas mais sexy da história do cinema e a Marion Cotillard dá um show em seus dois números musicais - canções importantes para o enredo e de uma carga dramática excepcional! É realmente impressionante a entrega dessa atriz fabulosa! A Fergie também surpreende com uma apresentação estonteante! A cena da Kate Hudson é brega e desnecessária e a Nicole Kidman tá bem apagadinha. Nine tem um roteiro bagunçado que não conecta bem as tramas paralelas. No geral, o filme parece ser longo demais - o que é uma pena, visto que há números muito bons intercalados por uma história boba que ninguém se importa.
Que ótimo thriller! Confesso que tenho preguiça da atuação do Jason Bateman, mas até que ele manda bem aqui. Ao lado da Rebecca Hall, os dois funcionam bem como um casal entrando em crise após o reaparecimento deste amigo do passado, Gordo - que, além de dar ao "vilão" um ar tanto frágil quanto assustador, curiosamente também é o diretor e roteirista deste longa. Além de um bom ritmo, o roteiro nos brinda com surpresas durante toda a extensão do filme, e isso mantém nosso interesse alto para saber como tudo aquilo vai terminar. Há um clima de tensão constante e NOSSA! QUE FINAL! Simples, porém intrigante.
Embora o boato do Simon tenha feito estragos no passado, a dúvida sobre o estupro e/ou a paternidade irá consumi-lo eternamente toda vez que ele olhar para aquela criança.
O filme demora demais na introdução e isso nem serve para desenvolver nossa empatia com os personagens - já que nenhum deles ali tem qualquer traço de carisma, não nos importamos em torcer por eles. Quando o terremoto começa, há um abuso de efeitos especiais terríveis que evidencia todas as outras falhas: a edição é bagunçada, a atuação é, em sua maioria, péssima e a direção negligente deixa os atores soltos, à deriva, naquele caos que se instaura. O Eli Roth até que manda bem em seu papel e, conhecendo seus trabalhos anteriores, percebemos algumas breves cenas criativas que têm aquele gore, violência e humor negro característicos dele:
o ótimo twist com a garota presa no bar, o ônibus atropelando a faxineira, a mão do Ariel sendo roubada, a tensa cena em que o Gringo é queimado vivo, o twist do bombeiro/prisoneiro e a surpresa do tsunami no final.
Há boas ideias, porém tão mal executadas que o produto final é quase desprezível.
Como toda antologia, há trechos ruins e trechos bons que se compensam. O trunfo deste aqui é ver como seus curtas foram tão bem costurados entre si, dando a impressão de que estamos vendo um filme não-antológico, de história linear e que apenas muda o personagem principal, de tempos em tempos. "The Way Out" traz uma dupla bacana, com um enredo bom e monstros de um CGI simples, mas bem eficaz. "Siren", o trecho das três meninas, começa divertido, envolvente, mas se perde no caminho e falha ao executar o seu twist no final. O segmento "The Accident" começa de repente e é sem dúvidas o melhor e mais arrepiante de todos! Em seguida, vem o "Jailbreak" que é uma grande bagunça com um gore gostoso mas uma história bem dispensável. "The Way In" é um home-invasion clássico que "encerra" a antologia de maneira criativa, deixando a sensação de que você se divertiu vendo um filme legalzinho, mas facilmente esquecível no dia seguinte.
O Ethan Hawke foi satisfatório no papel, carregando o filme inteiro nas costas por conta dos personagens secundários que pouco acrescentam à trama. A entidade é bem utilizada quando aparece e é responsável pelo maior jumpscare de todo o filme. Apesar de previsível, levei um susto de acelerar o coração. A investigação se desenrola de maneira devagar, mas chegando próximo do desfecho, acaba explicando pouco, deixando muitas pontas soltas, que podem ser interpretados como grandes furos de roteiro. As fitas caseiras trazem grandes momentos de tensão, porém considerando que o longa tem quase duas horas, o desenvolvimento da história acaba se tornando enfadonho, já que pouco acontece além dessas gravações. Se tivesse uns 20 minutos a menos, o resultado seria mais impactante - não deixaria a impressão de ser um dramalhão familiar, com apenas leves pitadas de horror. Apesar disso, ainda é um filme de terror acima da média.
Não conhecia a Chelsea Peretti, encontrei por acaso no Netflix e, apesar da introdução meio sem graça e dos personagens da plateia que eram uma grande distração negativa, o stand-up teve ótimas piadas e a moça tem bastante desenvoltura no palco. Enquanto conta suas histórias, ela imita vozes hilárias e o melhor é perceber que ela se diverte pra caramba e nos entretém durante todo o show.
Como já é comum em animações recentes, as referências estão presentes a todo instante, principalmente em um quadro maravilhoso que homenageia Godfather e uma deliciosa alfinetada à chatice de Let It Go! hahaha Apesar de ter adorado enquanto eu o assistia, percebi algo que me incomodou: o filme agrada mais a adultos que crianças. Há uma cena em que a história toma um ar investigativo e, de repente, solta um ótimo susto na plateia. Os adolescentes se divertiram, mas três crianças começaram a chorar na sessão em que eu estava, o que foi bem constrangedor. Ficou ainda mais evidente essa certa inclinação ao público jovem/adulto em uma menção rápida porém hilária a Walter e Jesse (quem imaginaria um toque de Breaking Bad no meio de uma animação?!). A trama contextualiza questões de preconceito de forma branda e eficaz, o que permite que até os mais durões possam abrir os olhos. Além disso, o filme todo é uma grande aventura coming-of-age, que envolve sair da casa dos pais, conseguir seu primeiro emprego e amadurecimento pessoal - mais uma vez, dialogando diretamente com a galera de vinte e poucos anos.
Reclamaram tanto da escalação do Ben Affleck mas ele acabou sendo um dos poucos pontos fortes desse filme. Ele trouxe um Batman sério, instável e depressivo que funcionou como contraponto ao (ex?)herói da nação, Superman, interpretado por um Cavill automático e inexpressivo. Eisenberg veio com um Luthor caricato e que nos tira a paciência, não por raiva do vilão mas por agonia dos tiques do ator. Apesar da falha dos protagonistas, as coadjuvantes nos surpreendem: Amy Adams tem o rosto perfeito para o papel da mocinha indefesa e tenta atuar bem dentro do pouco que lhe é oferecido e o grande destaque aqui é a Gal Gadot, que rouba o holofote em todas as poucas(!) cenas em que aparece. Quando, finalmente, ela invade a tela em sua primeira aparição vestida de Mulher Maravilha, ficamos boquiabertos e é quase impossível não aplaudir!
O primeiro ato é extenso demais e exibe longas cenas que não contribuem em nada. É aqui que poderiam ter cortado uns 30 minutos altamente dispensáveis.
A inserção dos meta-humanos foi preguiçosa e nada criativa: todo aquele blábláblá de investigar o White Portuguese foi só pra aparecer 10 segundos de Flash e Aquaman? Este longa deveria introduzir personagens que surgirão nas sequências porém, em vez de apresentá-los, eles apenas são jogados na tela.
O segundo ato inicia-se com a tal luta que, se fosse bem analisada, nem deveria ter acontecido - algumas palavrinhas resolveriam (e resolveram) o mal-entendido. O terceiro ato está todo no trailer e isso foi o que mais prejudicou o filme: seus próprios trailers. Todas as surpresas e spoilers possíveis estão lá! Ir ao cinema já sabendo de tudo aquilo mostrado é como acompanhar um ótimo trailer de 3 minutos, arrastado em uma versão extendida de enfadonhas 2 horas e meia.
Figurino impecável, belas locações, fotografia delicada. A parte técnica merece parabéns, mas senti que faltou algo no principal: a história das duas. Dona Cate Blanchett faz mais uma vez o papel da socialite poderosa que consegue tudo o que quer (ela vê a presa e ataca, simples assim) e Rooney Mara vai levando o filme, com um olhar de coitada, meio apaixonada, meio bobona. Todo o romance se resume em longos olhares, sorrisos de canto de boca, toques delicados. É compreensível por se tratar da época, mas difícil de acompanhar por quase duas horaszZzzZzz. O roteiro ainda sofre por problemas sérios de coerência. Entendo que, por se tratar de uma adaptação de livro, muitas cenas importantes devem ter sido cortadas, porém como vamos acreditar que a Carol está sofrendo ao lutar pela custódia da filha, se durante toda a introdução nos é apresentada apenas uma mulher fria, sem emoções e sem vê-la compartilhar quase nenhum momento de real afeto com a menina que supostamente ama? De todo o filme, o que ficou comigo: Rooney fraquinha, Blanchett cada vez mais linda e aquela sensível cena final - mais um sutil conjunto de olhar+sorriso+toque, mas, desta vez, de muito significado!
O assunto é importante e merece receber todo o destaque, mas faltou algo na hora de contar o ocorrido... Devemos admirar o trabalho da equipe de jornalistas e o filme servirá como grande inspiração para jovens iniciando na profissão, mas a história (digo o roteiro, não o artigo da Boston) poderia ser mais envolvente e melhor contada. Em alguns momentos, durante o relato das vítimas, a trama poderia ter entrado em uma abordagem mais emocional ao tocar nos assuntos, mas não. Continuamos a acompanhar o enredo com seu tom investigativo linear, prudente e correto. Essa deve ter sido a intenção específica do diretor e roteiristas, porém eu acho que o filme cresceria em nuances se deixasse rapidamente de lado a pose estritamente séria e tocasse um pouco na sensibilidade de seu expectador. No final, é apenas um filme que você assiste, gosta do que vê e pronto - logo, logo esquece.
Christian Bale fazendo um nerd esquisitão, com trejeitos de Jesse Eisenberg. Steve Carell caricato e insuportável, quase imitando seu personagem em The Office. Apesar desses dois protagonistas carregarem o filme pra baixo, há outros elementos que devem ser elogiados: a edição precisa e a montagem frenética trazem agilidade a essa trama bem paradona. O assunto maçante e difícil de compreender para a maioria de nós, leigos, é tratado em um nível intelectual lá em cima e há alguns momentos, bem colocados e fundamentais para nosso entendimento, em que celebridades são chamadas para explicar alguns conceitos, utilizando de analogias criativas e bem explicadas. Também temos atores falando com a câmera e legendas designando personagens que aparecem na tela. São todos elementos válidos para acrescentar algum dinamismo ao filme, mas o resultado final é bem aquém do esperado. O que mais gostei foi a reflexão: há uns poucos sortudos lucrando milhões e comemorando a explosão da bolha enquanto há milhares de cidadãos perdendo suas casas e seus empregos.
Apesar de o mote principal da trama ser a troca dos espiões, o momento mais interessante, para mim, enquanto assistia, era perceber a química e o cuidado na construção da relação entre os dois protagonistas: Tom Hanks com uma atuação um tanto insegura porém necessária ao personagem e o Mark Rylance se destacando em um papel frio que alterna inocência e culpa. Além disso, os diálogos mantêm um tom de suspense, característico do clima de tensão da Guerra Fria. Mais um bom drama histórico com a direção segura do Spielberg.
Não há desenvolvimento dos personagens, portanto não dá pra criar empatia por eles. Com a Brittany Snow como personagem principal, o roteiro preguiçoso não se preocupa em explorar a história de mais ninguém. Seria bom saber o que motivou aquelas oito pessoas a se submeterem àquele jogo, mas, ao que se percebe, eles estão ali apenas para aumentar o número de mortes e cenas sofríveis. Os modos de tortura são previsíveis, mal aproveitados e a cena da lâmina no olho, que tem tanto destaque no pôster, acontece repentinamente e fora das câmeras. Por vários momentos, quis desistir do filme e ler o final no Wikipedia, mas resisti. Eis que, no final do filme, rolou um twist macabro que foi até divertido. Em suma, essa bomba só serviu para eu aprender o que é um "sjambok". Diante de uma decisão, não importa qual seja sua segunda alternativa, escolha NÃO VER ESSE FILME.
"Um found footage que não trata de assuntos paranormais? Ok, isso pode ser interessante." - Foi o que pensei. De fato, a primeira metade funciona bastante para sentir a vibe do tal Creep, até a cena do telefone, com um twist bem bolado - toda a ação poderia ter continuado apenas lá mesmo. Os sustos, até então, tinham sido bem construídos e, apesar de meio estúpidos dentro do contexto da história, me arrancaram risadas nervosas! Contudo, o segundo ato, com os vídeos e os presentes, diminuiu o ritmo do filme e me fez perder parte do interesse no que estava acontecendo. A cena final foi bem filmada e trouxe tensão e suspense, em plena luz do dia. Bem legal! Vale observar que o filme foi escrito pelos dois atores principais (inclusive parabéns à atuação rica em nuances do Mark Duplass) e é dirigido pelo Patrick Brice (Aaron, o cinegrafista inocente que vê bondade nas pessoas).
Os Amantes Passageiros
3.1 646 Assista AgoraLonge de mim parecer puritano - Nunca imaginei falar isso de um filme, mas achei muito... SEXUAL! Não de uma forma provocativa, engraçada ou irônica, mas apenas constrangedora e desnecessária, como um desespero para chamar atenção. Grande parte das piadas não funcionam e apesar de algumas pitadas de sarcasmo bem dosadas aqui e ali (como a hilária passagem sobre o Twitter), o resultado final não é nada atraente. Também me incomodou o excesso de 'maricón' durante o filme - difícil saber distinguir quando os comissários usavam como forma de tratamento, os outros usavam como palavrão de ofensa, ou vice-versa. Por fim, a cena do "I'm So Excited" foi bem patética. Pra mim, esse filme só serviu para conhecer a música "The Look", do Metronomy, que toca nos créditos.
Se o objetivo do Almodóvar foi fazer uma comédia escrachada, debochada e depravada, parabéns, ele conseguiu! Mas continuo preferindo a profundidade de seus dramas.
Sinistro: A Maldição do Lobisomem
2.7 172 Assista AgoraDiz que é found footage, mas grande parte das cenas é filmada fora desse padrão - o que deixa o roteiro incoerente. A investigação se desenvolve de forma interessante e há explicações científicas utilizadas de maneira inteligente para justificar o fenótipo do lobisomem. Contudo, a trilha sonora é inconsistente e abusa de sustos sonoros e gratuitos, como quando um carro freia buscamente em uma cena dispensável e em uma boa cena em um necrotério, com corpos bem feitos graficamente, mas com uma trilha bizarra de um pianinho com notas suaves. A protagonista é carismática e é responsável por nos fazer continuar vendo o filme, pois o que começa como um mistério intrigante sobre o acontecimento da família americana se torna apenas uma perseguição barata e repleta de tiro, porrada, bomba e bastante gore. Começa muito bem, mas se perde no final.
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KA protagonista dá um show e curiosamente ela também é responsável por escrever o roteiro, junto com o diretor.
A ação se inicia de maneira rápida e o filme se desenrola com um ritmo ágil, nos fazendo torcer pela moça, com os olhos grudados na tela e prestando atenção à criativa utilização de cenas que alternam os sons externos e o silêncio em que vive a surda. O vilão é sádico, mas bem natural, sem tiques ou "super-poderes". A forma como os dois agem naturalmente, tomando decisões e pensando do jeito que provavelmente nós também faríamos, deixa o enredo mais maduro e menos fantasioso, o que nos faz acreditar que uma situação dessas poderia acontecer com qualquer um de nós. Há um momento de crise lá pelo meio do filme que eleva o roteiro a outro nível:
após a cena "imaginada" em que ela é morta com pedradas na cabeça, aquele diálogo na mente dela sobre suas opções (correr, esconder, esperar) foi bastante inteligente, pois mostrou racionalidade diante daquela situação apavorante.
Tenso, bem feito e divertido. Uma boa pedida para uma sessão do Netflix.
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraCom uma atmosfera gótica e um tom suave de mistério, o filme nos envolve nos seus primeiros atos, sendo mais inteligente na construção da tensão do que quando utiliza, sem sucesso, uns sustos bem previsíveis. A Lauren Cohen está decente no papel e nós percebemos que estamos torcendo por ela quando
o ex-namorado volta e começa a perturbá-la.
Quando o ex irritado quebra o boneco e a casa toda começa a tremer. No cinema soltei um alto "EITA PORRA!" hahaha
Mas houve um momento incoerente que me incomodou bastante:
Antes da revelação final, a babá "percebe" que o boneco está vivo e mostra pro colega tipo "Ei, olha só, esse boneco tá com um espírito dentro dele, vamos brincar de deixá-lo aqui e vê-lo se mexer pela casa". WTF?! Qualquer pessoa teria saído correndo dessa cilada!
A revelação final me trouxe sensações distintas. Apesar de reconhecer que o filme não seguiu um caminho óbvio e clichê (essa foi pra você Annabelle), o clímax foi mal aproveitado e o resultado acabou sendo apenas mediano e cheio de pontas soltas.
A Malvada
4.4 660 Assista AgoraUm filme onde tudo funciona e se interliga muito bem: Bette Davis esplêndida como Margo, Anne Baxter fazendo uma Eve com facetas, ora delicadas, ora diabólicas, Thelma Ritter hilária como Birdie e ainda uma participação rápida mas estonteante da fabulosa Marilyn Monroe - tudo conectado por um roteiro gostoso que te envolve com a história. Uma das cenas que mais chamou minha atenção foi quando
após ser chantageada pela Eve no banheiro do restaurante, a Karen volta para a mesa, ouve a Margo dizer que não quer mais participar da peça como Cora e começa a rir descontroladamente. hahaha Quase que eu entro na loucura e começo a gargalhar também. O plano da Eve deu certo, sem nem precisar da ajuda da Karen!
Outra cena ótima em que a Anne Baxter (Eve) dá um show é quando
o Addison a desmascara e joga todas as verdades na cara dela, no quarto do hotel.
- "After tonight, you will belong to me!"
Viagem à Lua de Júpiter
3.1 285 Assista AgoraGostei do filme, mesmo percebendo as inúmeras falhas, principalmente o ritmo lento que não agrada àqueles que esperam por uma ficção científica repleta de ação. Os personagens me cativaram e torci por eles durante os acontecimentos. Os momentos em que "algo acontece" foram bem filmados e conseguem nos inserir na situação aterrorizante que é estar no espaço impressionado pelas novas descobertas, porém com medo diante do desconhecido. O final foi bom, inclusive o último discurso, contudo acho que o filme terminaria de maneira mais inteligente, se não focasse tanto na
imagem do alienígena. Aqueles segundos rápidos em que ele apareceu quando a nave afundou já foram o suficiente para ficarmos assustados, não precisava ter reprisado em câmera lenta e com zoom no bicho. Achei meio burra essa abordagem, tipo "não viram direito? olhem novamente, revejam o monstro, foi isso que encontramos, quer ver de novo? agora vem um zoom...".
Floresta Maldita
2.4 489 Assista AgoraA premissa é bastante interessante, mas o roteiro se apóia em sustos baratos que não funcionam. O tom de suspense e paranóia que começa a se estabelecer durante a metade do filme é mal desenvolvido por conta dos fracos atores. Diante do caminho de clichês que o roteiro estava seguindo, eu até que gostei da resolução do final. Não foi revolucionária, mas me surpreendeu. Não é de todo ruim, apenas básico demais, mal aproveitado e altamente esquecível.
O Teste Decisivo
3.6 381Pelo que eu sabia da sinopse e por alguns leves spoilers que já tinha lido, adiei por muito tempo o momento de assistir a Audition, por imaginar que fosse mais um filme grotesco de tortura. COMO EU ESTAVA ERRADO! Desde as primeiras cenas, percebemos um alto primor na fotografia e na interpretação sutil e delicada do casal principal, que carrega uma tristeza e ternura no olhar que nos faz simpatizar com eles - apesar de sabermos das intenções questionáveis de ambos.
As interações entre os dois são cuidadosamente desenhadas, até que surge o ato final e instaura uma tensão agonizante, principalmente pela fotografia precisa e pela curiosa ausência de trilha sonora. O silêncio evidencia o "kiri kiri kiri" e nos faz sentir aquela dor, aquela agonia, aquele desespero. Uma obra-prima que merece ser vista por fãs de terror, fãs de cinema e fãs de belas histórias.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraO que sustenta este longa é a atuação magnífica da Julianne Moore. Tirando isso, os outros personagens pouco apresentam qualquer personalidade. Kristin Stewart está decente no papel da filha rebelde que, ironicamente, é a que mais se aproxima e ajuda a mãe nos estágios avançados da doença. A cena do vídeo no computador nos traz bastante aflição e uma sensação de impotência e o discurso é emocionante, mas só. O resto do filme é bem romantizado, com uma constante trilha sonora de pianinho. Talvez eu esperasse um filme com mais impacto e não uma versão delicada e limpinha de um mal tão devastador quanto o Alzheimer
Uma Nova Amiga
3.7 120 Assista AgoraUm filme leve e bem gostoso de ver. Lida com questões de sexualidade, gênero e orientação com delicadeza e respeito e nos força a pensar fora da caixa: por que precisamos encaixar as pessoas em categorias e classificá-las por rótulos? Gostei bastante do fato de
o David/Virginia não se interessar por homens.
Nine
3.0 859 Assista AgoraDaniel Day Lewis faz um protagonista desinteressante e todo o brilho e charme do filme reside nas mulheres ao redor dele. Penélope Cruz tem uma das cenas mais sexy da história do cinema e a Marion Cotillard dá um show em seus dois números musicais - canções importantes para o enredo e de uma carga dramática excepcional! É realmente impressionante a entrega dessa atriz fabulosa! A Fergie também surpreende com uma apresentação estonteante! A cena da Kate Hudson é brega e desnecessária e a Nicole Kidman tá bem apagadinha.
Nine tem um roteiro bagunçado que não conecta bem as tramas paralelas. No geral, o filme parece ser longo demais - o que é uma pena, visto que há números muito bons intercalados por uma história boba que ninguém se importa.
O Presente
3.4 834 Assista AgoraQue ótimo thriller! Confesso que tenho preguiça da atuação do Jason Bateman, mas até que ele manda bem aqui. Ao lado da Rebecca Hall, os dois funcionam bem como um casal entrando em crise após o reaparecimento deste amigo do passado, Gordo - que, além de dar ao "vilão" um ar tanto frágil quanto assustador, curiosamente também é o diretor e roteirista deste longa. Além de um bom ritmo, o roteiro nos brinda com surpresas durante toda a extensão do filme, e isso mantém nosso interesse alto para saber como tudo aquilo vai terminar. Há um clima de tensão constante e NOSSA! QUE FINAL! Simples, porém intrigante.
Embora o boato do Simon tenha feito estragos no passado, a dúvida sobre o estupro e/ou a paternidade irá consumi-lo eternamente toda vez que ele olhar para aquela criança.
Aftershock
2.5 297O filme demora demais na introdução e isso nem serve para desenvolver nossa empatia com os personagens - já que nenhum deles ali tem qualquer traço de carisma, não nos importamos em torcer por eles. Quando o terremoto começa, há um abuso de efeitos especiais terríveis que evidencia todas as outras falhas: a edição é bagunçada, a atuação é, em sua maioria, péssima e a direção negligente deixa os atores soltos, à deriva, naquele caos que se instaura.
O Eli Roth até que manda bem em seu papel e, conhecendo seus trabalhos anteriores, percebemos algumas breves cenas criativas que têm aquele gore, violência e humor negro característicos dele:
o ótimo twist com a garota presa no bar, o ônibus atropelando a faxineira, a mão do Ariel sendo roubada, a tensa cena em que o Gringo é queimado vivo, o twist do bombeiro/prisoneiro e a surpresa do tsunami no final.
Southbound
2.9 151Como toda antologia, há trechos ruins e trechos bons que se compensam.
O trunfo deste aqui é ver como seus curtas foram tão bem costurados entre si, dando a impressão de que estamos vendo um filme não-antológico, de história linear e que apenas muda o personagem principal, de tempos em tempos.
"The Way Out" traz uma dupla bacana, com um enredo bom e monstros de um CGI simples, mas bem eficaz. "Siren", o trecho das três meninas, começa divertido, envolvente, mas se perde no caminho e falha ao executar o seu twist no final. O segmento "The Accident" começa de repente e é sem dúvidas o melhor e mais arrepiante de todos! Em seguida, vem o "Jailbreak" que é uma grande bagunça com um gore gostoso mas uma história bem dispensável. "The Way In" é um home-invasion clássico que "encerra" a antologia de maneira criativa, deixando a sensação de que você se divertiu vendo um filme legalzinho, mas facilmente esquecível no dia seguinte.
A Entidade
3.2 2,3K Assista AgoraO Ethan Hawke foi satisfatório no papel, carregando o filme inteiro nas costas por conta dos personagens secundários que pouco acrescentam à trama. A entidade é bem utilizada quando aparece e é responsável pelo maior jumpscare de todo o filme. Apesar de previsível, levei um susto de acelerar o coração. A investigação se desenrola de maneira devagar, mas chegando próximo do desfecho, acaba explicando pouco, deixando muitas pontas soltas, que podem ser interpretados como grandes furos de roteiro.
As fitas caseiras trazem grandes momentos de tensão, porém considerando que o longa tem quase duas horas, o desenvolvimento da história acaba se tornando enfadonho, já que pouco acontece além dessas gravações. Se tivesse uns 20 minutos a menos, o resultado seria mais impactante - não deixaria a impressão de ser um dramalhão familiar, com apenas leves pitadas de horror. Apesar disso, ainda é um filme de terror acima da média.
Chelsea Peretti: One of the Greats
3.4 19Não conhecia a Chelsea Peretti, encontrei por acaso no Netflix e, apesar da introdução meio sem graça e dos personagens da plateia que eram uma grande distração negativa, o stand-up teve ótimas piadas e a moça tem bastante desenvoltura no palco. Enquanto conta suas histórias, ela imita vozes hilárias e o melhor é perceber que ela se diverte pra caramba e nos entretém durante todo o show.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraComo já é comum em animações recentes, as referências estão presentes a todo instante, principalmente em um quadro maravilhoso que homenageia Godfather e uma deliciosa alfinetada à chatice de Let It Go! hahaha
Apesar de ter adorado enquanto eu o assistia, percebi algo que me incomodou: o filme agrada mais a adultos que crianças. Há uma cena em que a história toma um ar investigativo e, de repente, solta um ótimo susto na plateia. Os adolescentes se divertiram, mas três crianças começaram a chorar na sessão em que eu estava, o que foi bem constrangedor. Ficou ainda mais evidente essa certa inclinação ao público jovem/adulto em uma menção rápida porém hilária a Walter e Jesse (quem imaginaria um toque de Breaking Bad no meio de uma animação?!).
A trama contextualiza questões de preconceito de forma branda e eficaz, o que permite que até os mais durões possam abrir os olhos. Além disso, o filme todo é uma grande aventura coming-of-age, que envolve sair da casa dos pais, conseguir seu primeiro emprego e amadurecimento pessoal - mais uma vez, dialogando diretamente com a galera de vinte e poucos anos.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 4,9K Assista AgoraReclamaram tanto da escalação do Ben Affleck mas ele acabou sendo um dos poucos pontos fortes desse filme. Ele trouxe um Batman sério, instável e depressivo que funcionou como contraponto ao (ex?)herói da nação, Superman, interpretado por um Cavill automático e inexpressivo. Eisenberg veio com um Luthor caricato e que nos tira a paciência, não por raiva do vilão mas por agonia dos tiques do ator. Apesar da falha dos protagonistas, as coadjuvantes nos surpreendem: Amy Adams tem o rosto perfeito para o papel da mocinha indefesa e tenta atuar bem dentro do pouco que lhe é oferecido e o grande destaque aqui é a Gal Gadot, que rouba o holofote em todas as poucas(!) cenas em que aparece. Quando, finalmente, ela invade a tela em sua primeira aparição vestida de Mulher Maravilha, ficamos boquiabertos e é quase impossível não aplaudir!
O primeiro ato é extenso demais e exibe longas cenas que não contribuem em nada. É aqui que poderiam ter cortado uns 30 minutos altamente dispensáveis.
A inserção dos meta-humanos foi preguiçosa e nada criativa: todo aquele blábláblá de investigar o White Portuguese foi só pra aparecer 10 segundos de Flash e Aquaman? Este longa deveria introduzir personagens que surgirão nas sequências porém, em vez de apresentá-los, eles apenas são jogados na tela.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraFigurino impecável, belas locações, fotografia delicada. A parte técnica merece parabéns, mas senti que faltou algo no principal: a história das duas. Dona Cate Blanchett faz mais uma vez o papel da socialite poderosa que consegue tudo o que quer (ela vê a presa e ataca, simples assim) e Rooney Mara vai levando o filme, com um olhar de coitada, meio apaixonada, meio bobona. Todo o romance se resume em longos olhares, sorrisos de canto de boca, toques delicados. É compreensível por se tratar da época, mas difícil de acompanhar por quase duas horaszZzzZzz.
O roteiro ainda sofre por problemas sérios de coerência. Entendo que, por se tratar de uma adaptação de livro, muitas cenas importantes devem ter sido cortadas, porém como vamos acreditar que a Carol está sofrendo ao lutar pela custódia da filha, se durante toda a introdução nos é apresentada apenas uma mulher fria, sem emoções e sem vê-la compartilhar quase nenhum momento de real afeto com a menina que supostamente ama?
De todo o filme, o que ficou comigo: Rooney fraquinha, Blanchett cada vez mais linda e aquela sensível cena final - mais um sutil conjunto de olhar+sorriso+toque, mas, desta vez, de muito significado!
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraO assunto é importante e merece receber todo o destaque, mas faltou algo na hora de contar o ocorrido...
Devemos admirar o trabalho da equipe de jornalistas e o filme servirá como grande inspiração para jovens iniciando na profissão, mas a história (digo o roteiro, não o artigo da Boston) poderia ser mais envolvente e melhor contada. Em alguns momentos, durante o relato das vítimas, a trama poderia ter entrado em uma abordagem mais emocional ao tocar nos assuntos, mas não. Continuamos a acompanhar o enredo com seu tom investigativo linear, prudente e correto. Essa deve ter sido a intenção específica do diretor e roteiristas, porém eu acho que o filme cresceria em nuances se deixasse rapidamente de lado a pose estritamente séria e tocasse um pouco na sensibilidade de seu expectador. No final, é apenas um filme que você assiste, gosta do que vê e pronto - logo, logo esquece.
A Grande Aposta
3.7 1,3KChristian Bale fazendo um nerd esquisitão, com trejeitos de Jesse Eisenberg.
Steve Carell caricato e insuportável, quase imitando seu personagem em The Office.
Apesar desses dois protagonistas carregarem o filme pra baixo, há outros elementos que devem ser elogiados: a edição precisa e a montagem frenética trazem agilidade a essa trama bem paradona. O assunto maçante e difícil de compreender para a maioria de nós, leigos, é tratado em um nível intelectual lá em cima e há alguns momentos, bem colocados e fundamentais para nosso entendimento, em que celebridades são chamadas para explicar alguns conceitos, utilizando de analogias criativas e bem explicadas. Também temos atores falando com a câmera e legendas designando personagens que aparecem na tela. São todos elementos válidos para acrescentar algum dinamismo ao filme, mas o resultado final é bem aquém do esperado.
O que mais gostei foi a reflexão: há uns poucos sortudos lucrando milhões e comemorando a explosão da bolha enquanto há milhares de cidadãos perdendo suas casas e seus empregos.
Ponte dos Espiões
3.7 694Apesar de o mote principal da trama ser a troca dos espiões, o momento mais interessante, para mim, enquanto assistia, era perceber a química e o cuidado na construção da relação entre os dois protagonistas: Tom Hanks com uma atuação um tanto insegura porém necessária ao personagem e o Mark Rylance se destacando em um papel frio que alterna inocência e culpa. Além disso, os diálogos mantêm um tom de suspense, característico do clima de tensão da Guerra Fria.
Mais um bom drama histórico com a direção segura do Spielberg.
Would You Rather
3.0 452Não há desenvolvimento dos personagens, portanto não dá pra criar empatia por eles. Com a Brittany Snow como personagem principal, o roteiro preguiçoso não se preocupa em explorar a história de mais ninguém. Seria bom saber o que motivou aquelas oito pessoas a se submeterem àquele jogo, mas, ao que se percebe, eles estão ali apenas para aumentar o número de mortes e cenas sofríveis. Os modos de tortura são previsíveis, mal aproveitados e a cena da lâmina no olho, que tem tanto destaque no pôster, acontece repentinamente e fora das câmeras. Por vários momentos, quis desistir do filme e ler o final no Wikipedia, mas resisti. Eis que, no final do filme, rolou um twist macabro que foi até divertido. Em suma, essa bomba só serviu para eu aprender o que é um "sjambok".
Diante de uma decisão, não importa qual seja sua segunda alternativa, escolha NÃO VER ESSE FILME.
Creep
3.1 507 Assista Agora"Um found footage que não trata de assuntos paranormais? Ok, isso pode ser interessante." - Foi o que pensei.
De fato, a primeira metade funciona bastante para sentir a vibe do tal Creep, até a cena do telefone, com um twist bem bolado - toda a ação poderia ter continuado apenas lá mesmo. Os sustos, até então, tinham sido bem construídos e, apesar de meio estúpidos dentro do contexto da história, me arrancaram risadas nervosas! Contudo, o segundo ato, com os vídeos e os presentes, diminuiu o ritmo do filme e me fez perder parte do interesse no que estava acontecendo. A cena final foi bem filmada e trouxe tensão e suspense, em plena luz do dia. Bem legal!
Vale observar que o filme foi escrito pelos dois atores principais (inclusive parabéns à atuação rica em nuances do Mark Duplass) e é dirigido pelo Patrick Brice (Aaron, o cinegrafista inocente que vê bondade nas pessoas).