Uma mistura de fragmentos de memória, poesia, filosofia e literatura (Dostoiévski em peso, e que bom).
A captura das imagens aqui é só uma demonstração da experiência que Tarkovsky já tinha como diretor de cinema, e também sua sensibilidade em capturar planos de fundos da natureza e as expressões humanas, com diálogos profundos. Uma poderosa jornada em sua própria existência, um espetáculo visual que passa muito, muito rápido! Um retorno a sua infância, aos desencontros e tensões familiares, e uma ótica histórica!
Avatar: O Caminho da Água é um filme que vale a experiência de ser assistido no cinema e as 3 horas de filme passam muito rápido, desde que você esteja imerso em Pandora.
O roteiro é fraco e previsível, construção dos personagens indicam rapidamente qual caminho irá ser percorrido por cada um deles. É o tempero agridoce dos filmes absurdamente populares que estamos habituados (ou não).
Ponto alto de personagem: Kiri e a sua conexão com Eiwa. Seria muito interessante dentro desse universo de Pandora aprofundar a parte ancestral dos na'vi e de outras tribos (muita coisa que podia ser explorada e que poderia sair desse roteiro que remonta em muitos aspectos o filme antecessor) - mas é claro que Cameron vai seguir pelo caminho das águas dos clichês, dada a popularidade da franquia.
Ponto fraco de personagem: Neteyam é o menos explorado durante todo o filme, só fica condecorado como o "irmão mais velho" da família Sully. A estética é um deleite visual, impecável! Conjunto da obra que peca em alguns aspectos.
The Bear e sobre ninguém mais ter saúde mental em um mundo capitalista frenético, das conexões virtuais ascendentes e da decadência das pessoalidades, do distanciamento das relações. Um grande achado de 2022, uma potência artística sobre caos, mental e coletivo.
A pergunta que não quer calar da temporada: "você está bem?". E após a pergunta o intrigante "sim" (ou como costume o rotineiro "yes, chef"). O episódio Review é o auge da tensão, do estresse, ansiedade e toda essa combinação que aproxima o telespectador, o elo entre a vida real e a arte. Carmy e seu processo conturbado de luto merecem destaque e é importante frisar sobre a construção do seu personagem em meio as suas turbulências mentais.
Como amante da filosofia de Schopenhauer, fiquei encantado com o grilo e suas sacadas sobre a vida e sofrimento. A influência está nas falas e no pequeno quadro com a imagem do filósofo. Pra fechar de forma exemplar, uma lição bela sobre o amor, sobre a brevidade da vida e sobre o que podemos aprender com as dores da gente e do mundo.
Kurosawa: mestre das criações e adaptações que em cada filme carrega lições filosóficas para a vida. Dersu Uzala é a essência do humanismo em cada segmento!
O enquadramento da câmera durante as cenas fez a experiência cinematográfica ser ainda mais proveitosa, é a imersão se tornando um verdadeiro deleite sensorial. Dias antes de assistir a essa obra do Wong, escrevi uma poesia que é possível fazer algum paralelo:
"Tento grifar no meu cérebro E vou para o abismo Quando tento esquecer Meios de quando a vida se cala
Você foi E deixou um rombo no meu peito Um apagar das luzes Que refletiam duas almas (...)"
Gestos típicos como o deixar prato na comida, a tal da herança, do filho que não estuda, mas tem sua "redenção" no exterior, um pai legítimo escroto assediador, do aspecto materno da empregada em toda criação e da ausência de afetividade da mãe.
A desigualdade torna os pobres invisíveis, soterrados pelos costumes, soterrados por uma estrutura que se autodetermina como superior socialmente. Crítica social urgente!
A sensibilidade de Raymond Briggs contando a história através de sua vivência, mostrando o cotidiano dos pais e os dramas vividos com a segunda guerra mundial passando pela excelente direção do filme é tocante. A arte e esse poder sublime de atingir nossos corações, emocionar e educar. Uma belíssima animação e uma homenagem com o afago das memórias... Fragmentadas, mas ainda fidedignas!
Eu queria dizer que o episódio "Don't Delete Me" (3x08) me deixou impactado real, para mim o ápice sensorial dessa temporada, o soco no estômago existencial.
É do lance da fotografia ao estado de melancolia que algumas cenas nos encontram. A beleza de um filme que reforça interpretações, nuances e reflexões críticas profundas. A descaracterização robótica levaria ao estado humano e consequentemente ao entendimento de suas emoções? Daft Punk construiu uma obra prima, sem nenhum diálogo e com tanto a dizer! De coração partido pelo encerramento das atividades do duo francês!
Um filme para ver a importância da consciência de classe e para entender um pouco a história dos proletários brasileiros na época de ditadura. Nota-se a importância do coletivo para transformação e que o campo de neutralidade acarreta na omissão de uma possível mudança. Tião seria a máxima do "nem direita, nem de esquerda", mas de um servente ávido que se inclina apenas aos interesses da fábrica.
"Cada criança tem seus próprio talentos, habilidades e sonhos".
Acho interessante durante essa cena o aspecto do ensino pedagógico construtivista, que é o estímulo do desenvolvimento criativo, pessoal e intelectual do aluno, embora apresentado apenas por um professor, no colégio interno. É o método em que se afasta o instituto da decoreba tradicional como ideal de aprendizado, onde é possível relacionar com o nosso sistema educacional brasileiro, naquela corrida desenfreada entre o aprender e o absorver, que não se encontram muito. O filme consegue mostrar bem que cada criança tem seu tempo e sua forma de ver o mundo, a partir também do aspecto social que é muito importante.
O retrato do cenário pós-guerra é devastador, é um esforço imenso para pequenas conquistas, para fugir de uma calamidade social que apenas engole e destroça as pessoas. Para todos os capítulos históricos onde países tenham participado de uma guerra, só encontramos o pavor, a miséria e ausência de novas chances apenas para um lado. Fazendo uma análise comparativa temporal, só no Brasil, o índice de extrema pobreza já assola 13 milhões de pessoas, e é um número que vem aumentando. Percebemos nos dias atuais que se não existe um cenário pós-guerra por aqui, existe uma imensa desigualdade social, empurrando os pobres para uma linha extrema sem saída.
A temporada mal começa e a galera já coloca nota, como se apenas um episódio fosse explicar e definir toda a trama. Alô Filmow, desativa a opção de dar nota enquanto a série ainda está rolando!
O filme é um retrato fiel a grande parte dos relacionamentos atuais. A fragilidade do ego masculino, o imediatismo, a insegurança feminina em decorrência de relacionamentos passados e a falsa ilusão de um amor sereno, de um amor de "almas gêmeas" encontram seus personagens e protagonistas. A confusão se estabelece quando parece se enxergar o amor pleno, o que na verdade acabamos encontrando apenas um desejo sexual fortíssimo. No fim:
Como uma rodovia movimentada que contrasta belas paisagens e nos mostra tantos traços e histórias, Friends em 10 temporadas me fez parar para refletir muitas questões. Começo dignamente na primeira temporada, a construção dos personagens em ritmo lento, as conversas, o estudo das atuações, localidades e a mensagem que poderia extrair de cada episódio. Seria trabalhoso comentar episódio por episódio e teria que ocupar muito do meu tempo para mergulhar na atmosfera de Friends em sua totalidade, explorando o máximo de detalhes. Talvez, com mais leveza (é algo que a série proporciona, a beleza da vida, apesar das discrepâncias contidas) seja muito melhor falar do contexto geral, do que a série pode nos mostrar e dizer, como qualquer outra série que possamos nos identificar ao máximo.
Somos loucos de diversos catálogos e por vezes nos identificamos forte com o que um filme, uma série ou um livro nos indica. Somos tomados pelo instante da concordância e pela euforia em ver que algum trecho nos faz pensar: "caramba, isso aqui eu muito concordo e vou até anotar para não esquecer".
Friends nessas 10 temporadas me fez crescer como pessoa, a valorizar ainda mais a parte das vivências boas e a crescer com o desgaste das vivências ruins. Os dois lados que em vida caminham juntos, aonde um chega como atração principal, e o outro senta e espera a sua vez. A determinação do tempo de atração de cada um desses pontos é indecifrável, e o que podemos programar com certeza é a força que precisamos para estarmos preparados para o pior, quando chegar à vez dele.
Cada personagem foi sendo estruturado em sua devida forma durante as temporadas. Phoebe, Mônica, Rachel, Joey, Ross e Chandler. Seis amigos que para mim (certamente que para você também), me fizeram rir e fizeram enxergar a minha trilha, esse caminho constante que tanto nos faz pensar e aonde realmente queremos chegar.
Phoebe, aquela que mais do que merecido acabou ganhando mais atenção na série durante algumas temporadas. Suas sacadas são maravilhosas e sua loucura é uma característica forte e permanente, dispensando normalidades tão clichês. Mônica, a viciada em limpeza e apegada aos detalhes, que gosta de liderar e adora uma competição de vez "em sempre". Rachel, aquela que atingiu um amadurecimento notável durante todo o segmento dos episódios e temporadas. Joey, o inocente apaixonado pela gula, pela dificuldade em interpretação de algumas falas e sacadas dos outros personagens e pela sua ignorância com as mulheres (ele enxerga apenas um propósito). Ross, o personagem que quando junto dos outros tem diversas boas sacadas, porém que acaba incomodando quando o foco é voltado apenas para ele. Não é nem preciso entrar nos detalhes, pois estão escancarados, vide um tratamento anormal com Rachel. Chandler, o exímio piadista que sempre usa e abusa de suas ironias e sarcasmos, ora para momentos de descontração, ora para momentos em que se sente ameaçado em uma forma social.
Nessa pequena análise acima de personagem para personagem é fácil ter identificação ou também pode ser perceptível a não identificação, a depender do ponto de vista de cada um. Na vida real somos assim: cheios de boas intenções e cheios de tantos erros ou defeitos.
Friends nos faz explorar a leveza de viver, as dificuldades em ser adulto e de resolver os devidos problemas no seu tempo. Também, explora a parte de mostrar que as boas amizades e um bom amor são um tratamento excelente para a cura da nossa sanidade mental.
Referências a filmes, seriados e a cultura nerd em geral. Não perde sua essência e originalidade. Muito bem produzido com algumas sacadas geniais. Uma grata surpresa!
Matar por amor ou finalmente conhecer o amor e morrer por ele? Lírio Partido é uma adaptação que nos presenteia com uma bela mistura de dramatização, poesia e um pequeno e breve lembrete sobre o tema preconceito. Atuações interessantes dos outros atores, mas com louvor e destaque para Lillian Gish, com toda a certeza. Suas reações e até seus momentos de sorrisos forçados são memoráveis e belos, mostrando a mais pura e singela simplicidade de suas cenas. Importante ressaltar a trama, as diferentes histórias e situações de cada personagem, no qual demonstra que para o amor não há nada que o impeça de acontecer, seja por fronteira, país, raça ou religião. Lírio Partido mostra que uma simples palavra, mas de um sentimento tão forte, pode sim fazer a diferença, seja de forma emocionante ou de forma trágica.
The Hateful Eight é bom no que se propõe, e Tarantino mais uma vez prova que a sua fórmula e os seus métodos para conduzir um filme valem a pena de serem apreciados, desde sempre. Tento fugir da comparação deste com antecessores, até porque se fosse comparar pecaria em criar grande expectativa e talvez me decepcionaria com algum momento deste filme, então apenas digo que vale a pena de se assistir e que apesar de ter boa parte da sua trama apenas em uma cabana, não dá para ser considerado exaustivo, arrastado. Tudo no seu tempo, com uma trama interessante em um ambiente diferente.
Filme com aspectos teatrais e que traça paralelos à pintura. É interessante o método diferente da proposta do diretor, no qual a câmera fixa apenas um plano e é ali, em cada cena, que acontecem as falas e as poucas vibrações de cada personagem. Um tanto quanto melancólico também, no qual são raros os momentos felizes. O título do filme casa muito bem durante algumas passagens de cenas, na qual nós, meros espectadores, ou quem sabe meros "pombos", refletimos sobre a existência. Traça metáforas, traça personalidades distintas e conflitos de pensamentos. Ademais, ainda, me recorrem algumas reflexões: "o lema de um produto nem sempre é o mesmo lema do vendedor". Algumas falas são ditas apenas por força da tradição, na qual, o que você procura dizer, nem sempre soa da mesma maneira tanto para uma pessoa como para outra, e o que você diz, talvez soe vazio, ou de alguma forma soe sem estímulos ou emoções. Filme belo e riquíssimo em detalhes.
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraUma mistura de fragmentos de memória, poesia, filosofia e literatura (Dostoiévski em peso, e que bom).
A captura das imagens aqui é só uma demonstração da experiência que Tarkovsky já tinha como diretor de cinema, e também sua sensibilidade em capturar planos de fundos da natureza e as expressões humanas, com diálogos profundos. Uma poderosa jornada em sua própria existência, um espetáculo visual que passa muito, muito rápido! Um retorno a sua infância, aos desencontros e tensões familiares, e uma ótica histórica!
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraAvatar: O Caminho da Água é um filme que vale a experiência de ser assistido no cinema e as 3 horas de filme passam muito rápido, desde que você esteja imerso em Pandora.
O roteiro é fraco e previsível, construção dos personagens indicam rapidamente qual caminho irá ser percorrido por cada um deles. É o tempero agridoce dos filmes absurdamente populares que estamos habituados (ou não).
Ponto alto de personagem: Kiri e a sua conexão com Eiwa. Seria muito interessante dentro desse universo de Pandora aprofundar a parte ancestral dos na'vi e de outras tribos (muita coisa que podia ser explorada e que poderia sair desse roteiro que remonta em muitos aspectos o filme antecessor) - mas é claro que Cameron vai seguir pelo caminho das águas dos clichês, dada a popularidade da franquia.
Ponto fraco de personagem: Neteyam é o menos explorado durante todo o filme, só fica condecorado como o "irmão mais velho" da família Sully. A estética é um deleite visual, impecável! Conjunto da obra que peca em alguns aspectos.
O Urso (1ª Temporada)
4.3 413 Assista AgoraThe Bear e sobre ninguém mais ter saúde mental em um mundo capitalista frenético, das conexões virtuais ascendentes e da decadência das pessoalidades, do distanciamento das relações. Um grande achado de 2022, uma potência artística sobre caos, mental e coletivo.
A pergunta que não quer calar da temporada: "você está bem?". E após a pergunta o intrigante "sim" (ou como costume o rotineiro "yes, chef"). O episódio Review é o auge da tensão, do estresse, ansiedade e toda essa combinação que aproxima o telespectador, o elo entre a vida real e a arte. Carmy e seu processo conturbado de luto merecem destaque e é importante frisar sobre a construção do seu personagem em meio as suas turbulências mentais.
Pinóquio
4.2 542 Assista AgoraVisualmente impecável, que trabalho incrível. Daqueles de tirar inúmeras capturas de tela para apreciar os detalhes!
Como amante da filosofia de Schopenhauer, fiquei encantado com o grilo e suas sacadas sobre a vida e sofrimento. A influência está nas falas e no pequeno quadro com a imagem do filósofo. Pra fechar de forma exemplar, uma lição bela sobre o amor, sobre a brevidade da vida e sobre o que podemos aprender com as dores da gente e do mundo.
Dersu Uzala
4.4 153 Assista AgoraKurosawa: mestre das criações e adaptações que em cada filme carrega lições filosóficas para a vida. Dersu Uzala é a essência do humanismo em cada segmento!
Anjos Caídos
4.0 266 Assista AgoraO enquadramento da câmera durante as cenas fez a experiência cinematográfica ser ainda mais proveitosa, é a imersão se tornando um verdadeiro deleite sensorial. Dias antes de assistir a essa obra do Wong, escrevi uma poesia que é possível fazer algum paralelo:
"Tento grifar no meu cérebro
E vou para o abismo
Quando tento esquecer
Meios de quando a vida se cala
Você foi
E deixou um rombo no meu peito
Um apagar das luzes
Que refletiam duas almas (...)"
Recesolo
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraMuito mais comum do que se pode imaginar, um retrato fidedigno do Brasilzão e de uma classe que a sua única preocupação é manter o status quo.
Gestos típicos como o deixar prato na comida, a tal da herança, do filho que não estuda, mas tem sua "redenção" no exterior, um pai legítimo escroto assediador, do aspecto materno da empregada em toda criação e da ausência de afetividade da mãe.
A desigualdade torna os pobres invisíveis, soterrados pelos costumes, soterrados por uma estrutura que se autodetermina como superior socialmente. Crítica social urgente!
Ethel e Ernest
4.2 97 Assista AgoraA sensibilidade de Raymond Briggs contando a história através de sua vivência, mostrando o cotidiano dos pais e os dramas vividos com a segunda guerra mundial passando pela excelente direção do filme é tocante. A arte e esse poder sublime de atingir nossos corações, emocionar e educar. Uma belíssima animação e uma homenagem com o afago das memórias... Fragmentadas, mas ainda fidedignas!
Mr. Robot (3ª Temporada)
4.5 254Eu queria dizer que o episódio "Don't Delete Me" (3x08) me deixou impactado real, para mim o ápice sensorial dessa temporada, o soco no estômago existencial.
Electroma
4.0 50É do lance da fotografia ao estado de melancolia que algumas cenas nos encontram. A beleza de um filme que reforça interpretações, nuances e reflexões críticas profundas. A descaracterização robótica levaria ao estado humano e consequentemente ao entendimento de suas emoções? Daft Punk construiu uma obra prima, sem nenhum diálogo e com tanto a dizer! De coração partido pelo encerramento das atividades do duo francês!
Eles Não Usam Black-Tie
4.3 286Um filme para ver a importância da consciência de classe e para entender um pouco a história dos proletários brasileiros na época de ditadura. Nota-se a importância do coletivo para transformação e que o campo de neutralidade acarreta na omissão de uma possível mudança. Tião seria a máxima do "nem direita, nem de esquerda", mas de um servente ávido que se inclina apenas aos interesses da fábrica.
Mistérios da Carne
4.1 975A atmosfera um tanto niilista desse filme causou um rombo na minha alma. Ainda sim, um grande filme!
Como Estrelas na Terra
4.4 794"Cada criança tem seus próprio talentos, habilidades e sonhos".
Acho interessante durante essa cena o aspecto do ensino pedagógico construtivista, que é o estímulo do desenvolvimento criativo, pessoal e intelectual do aluno, embora apresentado apenas por um professor, no colégio interno. É o método em que se afasta o instituto da decoreba tradicional como ideal de aprendizado, onde é possível relacionar com o nosso sistema educacional brasileiro, naquela corrida desenfreada entre o aprender e o absorver, que não se encontram muito. O filme consegue mostrar bem que cada criança tem seu tempo e sua forma de ver o mundo, a partir também do aspecto social que é muito importante.
Ladrões de Bicicleta
4.4 533 Assista AgoraO retrato do cenário pós-guerra é devastador, é um esforço imenso para pequenas conquistas, para fugir de uma calamidade social que apenas engole e destroça as pessoas. Para todos os capítulos históricos onde países tenham participado de uma guerra, só encontramos o pavor, a miséria e ausência de novas chances apenas para um lado. Fazendo uma análise comparativa temporal, só no Brasil, o índice de extrema pobreza já assola 13 milhões de pessoas, e é um número que vem aumentando. Percebemos nos dias atuais que se não existe um cenário pós-guerra por aqui, existe uma imensa desigualdade social, empurrando os pobres para uma linha extrema sem saída.
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraA temporada mal começa e a galera já coloca nota, como se apenas um episódio fosse explicar e definir toda a trama. Alô Filmow, desativa a opção de dar nota enquanto a série ainda está rolando!
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraO filme é um retrato fiel a grande parte dos relacionamentos atuais. A fragilidade do ego masculino, o imediatismo, a insegurança feminina em decorrência de relacionamentos passados e a falsa ilusão de um amor sereno, de um amor de "almas gêmeas" encontram seus personagens e protagonistas. A confusão se estabelece quando parece se enxergar o amor pleno, o que na verdade acabamos encontrando apenas um desejo sexual fortíssimo. No fim:
A parte mais sincera do filme é o "eu não te amo mais".
Friends (10ª Temporada)
4.7 930Como uma rodovia movimentada que contrasta belas paisagens e nos mostra tantos traços e histórias, Friends em 10 temporadas me fez parar para refletir muitas questões.
Começo dignamente na primeira temporada, a construção dos personagens em ritmo lento, as conversas, o estudo das atuações, localidades e a mensagem que poderia extrair de cada episódio. Seria trabalhoso comentar episódio por episódio e teria que ocupar muito do meu tempo para mergulhar na atmosfera de Friends em sua totalidade, explorando o máximo de detalhes. Talvez, com mais leveza (é algo que a série proporciona, a beleza da vida, apesar das discrepâncias contidas) seja muito melhor falar do contexto geral, do que a série pode nos mostrar e dizer, como qualquer outra série que possamos nos identificar ao máximo.
Somos loucos de diversos catálogos e por vezes nos identificamos forte com o que um filme, uma série ou um livro nos indica. Somos tomados pelo instante da concordância e pela euforia em ver que algum trecho nos faz pensar: "caramba, isso aqui eu muito concordo e vou até anotar para não esquecer".
Friends nessas 10 temporadas me fez crescer como pessoa, a valorizar ainda mais a parte das vivências boas e a crescer com o desgaste das vivências ruins. Os dois lados que em vida caminham juntos, aonde um chega como atração principal, e o outro senta e espera a sua vez. A determinação do tempo de atração de cada um desses pontos é indecifrável, e o que podemos programar com certeza é a força que precisamos para estarmos preparados para o pior, quando chegar à vez dele.
Cada personagem foi sendo estruturado em sua devida forma durante as temporadas. Phoebe, Mônica, Rachel, Joey, Ross e Chandler. Seis amigos que para mim (certamente que para você também), me fizeram rir e fizeram enxergar a minha trilha, esse caminho constante que tanto nos faz pensar e aonde realmente queremos chegar.
Phoebe, aquela que mais do que merecido acabou ganhando mais atenção na série durante algumas temporadas. Suas sacadas são maravilhosas e sua loucura é uma característica forte e permanente, dispensando normalidades tão clichês.
Mônica, a viciada em limpeza e apegada aos detalhes, que gosta de liderar e adora uma competição de vez "em sempre".
Rachel, aquela que atingiu um amadurecimento notável durante todo o segmento dos episódios e temporadas.
Joey, o inocente apaixonado pela gula, pela dificuldade em interpretação de algumas falas e sacadas dos outros personagens e pela sua ignorância com as mulheres (ele enxerga apenas um propósito).
Ross, o personagem que quando junto dos outros tem diversas boas sacadas, porém que acaba incomodando quando o foco é voltado apenas para ele. Não é nem preciso entrar nos detalhes, pois estão escancarados, vide um tratamento anormal com Rachel.
Chandler, o exímio piadista que sempre usa e abusa de suas ironias e sarcasmos, ora para momentos de descontração, ora para momentos em que se sente ameaçado em uma forma social.
Nessa pequena análise acima de personagem para personagem é fácil ter identificação ou também pode ser perceptível a não identificação, a depender do ponto de vista de cada um. Na vida real somos assim: cheios de boas intenções e cheios de tantos erros ou defeitos.
Friends nos faz explorar a leveza de viver, as dificuldades em ser adulto e de resolver os devidos problemas no seu tempo. Também, explora a parte de mostrar que as boas amizades e um bom amor são um tratamento excelente para a cura da nossa sanidade mental.
Apenas digo: obrigado e um até breve, Friends!
Rick and Morty (1ª Temporada)
4.5 414 Assista AgoraReferências a filmes, seriados e a cultura nerd em geral. Não perde sua essência e originalidade. Muito bem produzido com algumas sacadas geniais. Uma grata surpresa!
A Ponte
4.0 301 Assista AgoraApenas uma frase: a história do Gene foi a mais impactante de todo o documentário!
Lírio Partido
4.0 97 Assista AgoraMatar por amor ou finalmente conhecer o amor e morrer por ele? Lírio Partido é uma adaptação que nos presenteia com uma bela mistura de dramatização, poesia e um pequeno e breve lembrete sobre o tema preconceito. Atuações interessantes dos outros atores, mas com louvor e destaque para Lillian Gish, com toda a certeza. Suas reações e até seus momentos de sorrisos forçados são memoráveis e belos, mostrando a mais pura e singela simplicidade de suas cenas. Importante ressaltar a trama, as diferentes histórias e situações de cada personagem, no qual demonstra que para o amor não há nada que o impeça de acontecer, seja por fronteira, país, raça ou religião. Lírio Partido mostra que uma simples palavra, mas de um sentimento tão forte, pode sim fazer a diferença, seja de forma emocionante ou de forma trágica.
O Mágico de Oz
4.2 1,3K Assista Agora"-Não tenho cérebro, só palha.
-Como pode conversar, se não tem cérebro?
-Não sei. Mas há pessoas sem cérebro que são muito faladeiras, não acha?"
Bom filme com alguns diálogos interessantes.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraThe Hateful Eight é bom no que se propõe, e Tarantino mais uma vez prova que a sua fórmula e os seus métodos para conduzir um filme valem a pena de serem apreciados, desde sempre. Tento fugir da comparação deste com antecessores, até porque se fosse comparar pecaria em criar grande expectativa e talvez me decepcionaria com algum momento deste filme, então apenas digo que vale a pena de se assistir e que apesar de ter boa parte da sua trama apenas em uma cabana, não dá para ser considerado exaustivo, arrastado. Tudo no seu tempo, com uma trama interessante em um ambiente diferente.
Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência
3.6 267 Assista AgoraFilme com aspectos teatrais e que traça paralelos à pintura. É interessante o método diferente da proposta do diretor, no qual a câmera fixa apenas um plano e é ali, em cada cena, que acontecem as falas e as poucas vibrações de cada personagem. Um tanto quanto melancólico também, no qual são raros os momentos felizes. O título do filme casa muito bem durante algumas passagens de cenas, na qual nós, meros espectadores, ou quem sabe meros "pombos", refletimos sobre a existência. Traça metáforas, traça personalidades distintas e conflitos de pensamentos. Ademais, ainda, me recorrem algumas reflexões: "o lema de um produto nem sempre é o mesmo lema do vendedor". Algumas falas são ditas apenas por força da tradição, na qual, o que você procura dizer, nem sempre soa da mesma maneira tanto para uma pessoa como para outra, e o que você diz, talvez soe vazio, ou de alguma forma soe sem estímulos ou emoções. Filme belo e riquíssimo em detalhes.
Ironia da Sorte
4.4 39 Assista Agora"Coisa estranha é o coração de um homem, que ama, sofre e se desespera e ainda encontra coragem para ter esperança, crer e amar de novo."
Que filme!