Acho engraçado que os diálogos em Billions, do mais social até o mais profissional, são praticamente obrigados a fazer referência a alguma coisa. Seja filme, música, artes ou esporte.
Excelentes efeitos visuais, direção de arte de ponta, belíssima fotografia e muita nudez não são o bastante para tornar Altered Carbon algo memorável.
A narrativa é um conjunto de diversos clichês das mais variadas obras do gênero ficção-científica. Todas as suas premissas já foram abordadas antes: clonagem, imortalidade, tecnologia avançada dentro de uma sociedade decadente, inteligência artificial e etc.
Os personagens têm dificuldade para criar carisma em nós, salvo o protagonista, Takeshi Kovacs, porque obviamente temos mais tempo para conhecê-lo, mas o seu carisma é fruto da atuação de Will Yun Lee cujo Kovacs é mais humano e simpático. A inteligência artificial Poe também merece elogios nesse requisito de simpatia. Já os outros são mais do mesmo. Os vilões são muito caricatos, são aqueles que, quando capturam o protagonista, falam e falam que vão matá-lo só para este ter tempo de achar uma forma banal de se safar da situação.
O enredo oscila entre intrigas que aparentemente são interessantes, mas as resoluções acabam sendo bem duvidosas. O romance é patético e muito sem química.
Altered Carbon é a típica obra para assistir num fim de semana tedioso. Uma pena.
Ok, as cenas de lutas são bem feitas, mas cadê a história? É tudo tão simples que parece uma resenha. Nada instiga numa reflexão filosófica produtiva. Os personagens são planos, não têm profundidade alguma e dificilmente possuem carisma. A porradaria não é justificativa para uma narrativa tão pobre. Até mesmo a porradaria é plana: um personagem matando facilmente dezenas de lacaios. Ok, é legal isso, mas usar essa configuração em todos os episódios? Frustrante...
A minha opinião sobre o episódio San Junipero. Atenção, pois darei spoilers deste episódio e do episódio White Christmas.
Eu não acho que o final seja feliz como muitos acham. O casal de mulheres, Yorkie e Kelly, que vemos feliz para toda eternidade é uma cópia do casal original. Yorkie e Kelly originais morreram, não ficaram juntas, pois é curioso analisar que, quando as pessoas estão vivas, elas acessam seus respectivos avatares, como se controlassem um personagem de um jogo, porém, ao morrerem, seus avatares passam a “viver” indefinidamente. Mas como? O avatar apenas replica a personalidade do usuário para poder entrar em modo automático e simular fielmente as escolhas que o usuário faria conscientemente.
No episódio White Christmas, vemos um dispositivo que copia fielmente a consciência de uma pessoa a ponto da cópia, o avatar, achar que é real, que é a pessoa original, mas não é. O mesmo ocorre em San Junipero. A ideia de vida eterna para curtir todos os prazeres é apenas propaganda de uma empresa que apela para a vaidade humana. Tanto que o servidor de San Junipero é enorme para armazenar dados de vários clientes que se iludiram com esta promessa e deixaram suas cópias virtuais para eventualmente mostrar os seus verdadeiros caráteres.
O que bem sabemos é que o conteúdo de um CD pirata ser igual ao conteúdo do original não o torna original. Sim, eu creio que infelizmente Yorkie morreu achando que Kelly não ficaria com ela na realidade virtual e Kelly, apesar de todas as dúvidas sobre escolher ser eterna ou não, no fim, ela teve o mesmo resultado.
A série é bem interessante, trata de temas bem modernos como fobia social, depressão, vida de aparências que redes sociais proporcionam, fragilidade de um mundo no qual tudo é guardado em dados, principalmente na economia; e ética (0 ou 1). Muito bem dirigida, mas é um Clube da Luta com eletrônicos. Até mesmo uma versão de 'Where is My Mind' do The Pixies foi usada na trilha sonora. Mr. Robot tem muito potencial para a segunda temporada, mas precisa adquirir uma identidade própria e não copiar o "código fonte" de Clube da Luta e fazer pequenos ajustes como Elliot fazia na sua infância para criar seus websites.
The Following poderia ter sido uma ótima série policial, mas os roteiristas em vez de escreverem uma história coesa e fechada, eles cometeram o erro de estenderem a história de modo que foi muito exaustivo de acompanhar a série para ela nem ter um final fechado. Os roteiristas abriram mão de muita coerência narrativa para garantir o dinheiro da próxima temporada.
The Following se perdeu tanto na história quanto Dexter. Após assistir o último episódio, só é possível sentir uma emoção: decepção.
Na minha opinião, o melhor episódio da 3ª temporada foi o episódio 10 (Evermore) e é o episódio que deveria ter encerrado a série. É o único episódio que realmente fez sentido dentro da proposta central da história. Os outros episódios restantes são tão relevantes quanto um apêndice
O melhor dessa temporada foi a profundidade e complexidade que os roteiristas deram para o cap. Flint. Ele se tornou um personagem interessantíssimo e bem humano. Eu me simpatizei muito com sua história. Apesar da sua postura implacável, cruel e instável; o que se esconde por trás disso é um histórico de remorso e amargura. O diálogo do passado dele com o seu presente foi muito bem desenvolvido. Uma ótima temporada. Não vejo a hora da 3ª.
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Billions (3ª Temporada)
4.3 30 Assista AgoraAcho engraçado que os diálogos em Billions, do mais social até o mais profissional, são praticamente obrigados a fazer referência a alguma coisa. Seja filme, música, artes ou esporte.
Altered Carbon (1ª Temporada)
3.8 358 Assista AgoraExcelentes efeitos visuais, direção de arte de ponta, belíssima fotografia e muita nudez não são o bastante para tornar Altered Carbon algo memorável.
A narrativa é um conjunto de diversos clichês das mais variadas obras do gênero ficção-científica. Todas as suas premissas já foram abordadas antes: clonagem, imortalidade, tecnologia avançada dentro de uma sociedade decadente, inteligência artificial e etc.
Os personagens têm dificuldade para criar carisma em nós, salvo o protagonista, Takeshi Kovacs, porque obviamente temos mais tempo para conhecê-lo, mas o seu carisma é fruto da atuação de Will Yun Lee cujo Kovacs é mais humano e simpático. A inteligência artificial Poe também merece elogios nesse requisito de simpatia. Já os outros são mais do mesmo.
Os vilões são muito caricatos, são aqueles que, quando capturam o protagonista, falam e falam que vão matá-lo só para este ter tempo de achar uma forma banal de se safar da situação.
O enredo oscila entre intrigas que aparentemente são interessantes, mas as resoluções acabam sendo bem duvidosas. O romance é patético e muito sem química.
Altered Carbon é a típica obra para assistir num fim de semana tedioso. Uma pena.
Into the Badlands (2ª Temporada)
3.8 39Ok, as cenas de lutas são bem feitas, mas cadê a história? É tudo tão simples que parece uma resenha. Nada instiga numa reflexão filosófica produtiva. Os personagens são planos, não têm profundidade alguma e dificilmente possuem carisma. A porradaria não é justificativa para uma narrativa tão pobre.
Até mesmo a porradaria é plana: um personagem matando facilmente dezenas de lacaios. Ok, é legal isso, mas usar essa configuração em todos os episódios? Frustrante...
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraA minha opinião sobre o episódio San Junipero. Atenção, pois darei spoilers deste episódio e do episódio White Christmas.
Eu não acho que o final seja feliz como muitos acham. O casal de mulheres, Yorkie e Kelly, que vemos feliz para toda eternidade é uma cópia do casal original.
Yorkie e Kelly originais morreram, não ficaram juntas, pois é curioso analisar que, quando as pessoas estão vivas, elas acessam seus respectivos avatares, como se controlassem um personagem de um jogo, porém, ao morrerem, seus avatares passam a “viver” indefinidamente. Mas como? O avatar apenas replica a personalidade do usuário para poder entrar em modo automático e simular fielmente as escolhas que o usuário faria conscientemente.
No episódio White Christmas, vemos um dispositivo que copia fielmente a consciência de uma pessoa a ponto da cópia, o avatar, achar que é real, que é a pessoa original, mas não é. O mesmo ocorre em San Junipero.
A ideia de vida eterna para curtir todos os prazeres é apenas propaganda de uma empresa que apela para a vaidade humana. Tanto que o servidor de San Junipero é enorme para armazenar dados de vários clientes que se iludiram com esta promessa e deixaram suas cópias virtuais para eventualmente mostrar os seus verdadeiros caráteres.
O que bem sabemos é que o conteúdo de um CD pirata ser igual ao conteúdo do original não o torna original. Sim, eu creio que infelizmente Yorkie morreu achando que Kelly não ficaria com ela na realidade virtual e Kelly, apesar de todas as dúvidas sobre escolher ser eterna ou não, no fim, ela teve o mesmo resultado.
Mr. Robot (1ª Temporada)
4.5 1,0KA série é bem interessante, trata de temas bem modernos como fobia social, depressão, vida de aparências que redes sociais proporcionam, fragilidade de um mundo no qual tudo é guardado em dados, principalmente na economia; e ética (0 ou 1). Muito bem dirigida, mas é um Clube da Luta com eletrônicos. Até mesmo uma versão de 'Where is My Mind' do The Pixies foi usada na trilha sonora.
Mr. Robot tem muito potencial para a segunda temporada, mas precisa adquirir uma identidade própria e não copiar o "código fonte" de Clube da Luta e fazer pequenos ajustes como Elliot fazia na sua infância para criar seus websites.
The Following (3ª Temporada)
3.7 216The Following poderia ter sido uma ótima série policial, mas os roteiristas em vez de escreverem uma história coesa e fechada, eles cometeram o erro de estenderem a história de modo que foi muito exaustivo de acompanhar a série para ela nem ter um final fechado.
Os roteiristas abriram mão de muita coerência narrativa para garantir o dinheiro da próxima temporada.
The Following se perdeu tanto na história quanto Dexter. Após assistir o último episódio, só é possível sentir uma emoção: decepção.
Na minha opinião, o melhor episódio da 3ª temporada foi o episódio 10 (Evermore) e é o episódio que deveria ter encerrado a série. É o único episódio que realmente fez sentido dentro da proposta central da história. Os outros episódios restantes são tão relevantes quanto um apêndice
Black Sails (2ª Temporada)
4.5 92 Assista AgoraO melhor dessa temporada foi a profundidade e complexidade que os roteiristas deram para o cap. Flint. Ele se tornou um personagem interessantíssimo e bem humano. Eu me simpatizei muito com sua história. Apesar da sua postura implacável, cruel e instável; o que se esconde por trás disso é um histórico de remorso e amargura.
O diálogo do passado dele com o seu presente foi muito bem desenvolvido.
Uma ótima temporada. Não vejo a hora da 3ª.