Esperei por um terror muito menos tangível (a julgar pelo título... é, me perdoem) tal qual o filme de fato expressa: essa temível possesão do outro derivada do nosso desejo mor de controle. E sobre controle, pode-se puxar um fio sobre liberdade - outro grande terror que assola a vida contidiana de qualquer um, ambos retratados com extremos ascendendo à loucura, degradação, e o meu elemento preferido: a diligência da fé.
O suprassumo, para mim, foi o grande despencar da razão (entre tais diversos momentos, você sabe do qual eu me refiro). Divisor de águas, eu diria. A atuação da Adjani é gloriosa em cada grito, em cada discurso atropelado antes pela muito mais palpável intenção que a realização das palavras ditas, o que certa digníssima autora diria enquanto uma "tensão pré-verbal animalesca".
Interpretamos papeis tão menores que nós em nossa vida cotidiana mesmo conscientizados das nossas terceiras possibilidades que a vontade é de fato despedaçar a realidade como Anna fez tão gloriosamente.
Atemporal como nunca em minha compreensão. Sempre o pesar agônico, sempre o desespero da condição humana, sempre à sombra do mais sincero riso, a morte. Atmosfera excelentissimamente palpável, diálogos pra lá de gloriosos. Bergman fortalece o rolê de maneiras desmedidas.
É a minha tríplice bergmaniana: Persona, The Seventh Seal e Scenes from a Marriage.
That choose to be here and there... And lose the direction everywhere.
Eu preciso parabenizar a Trine Dyrholm por conseguir captar e interpretar, mesmo que ainda assim de forma — em minha opinião — singela o imenso vazio que habitava a alma obscura da Nico. O olhar e o desdém natural que irradiava daqueles vagos olhos cinzentos, a psicose causada pela abstinência do vício, o tom absconso daquela voz fria que mais parecia a penumbra dançando à beira de um abismo... Isso foi tão louvável.
(Este espaço está reservado a falar sobre como o desconforto que o fantasma do Velvet Underground foi retratado — o que eu definitivamente não faço questão alguma de falar sobre. Isso sempre foi algo que torceu meus nervos. Nem é necessário um grande esforço para compreender que o Velvet Underground foi um fator minúsculo na carreira da Nico. O panorama geral da sua carreira artística fala por si próprio. Next.)
Sobre Ari. Ari... Pequeno Ari. Sail away... Sail away, my little boy. Keep missing. Todo momento que ela o citava, especialmente quando ela fala o quanto sente sua falta a única coisa que ecoava em minha mente era o trecho dessa faixa, uma das minhas favoritas do Marble Index, inclusive. Uma das minhas cenas preferidas de toda a biopic foi a visita a ele. Acredito eu que ter passado tão pouco tempo com ele em vida foi uma das, senão a maior dentre tantas as quais ela lidava, tristeza da vida dela.
Eu gostaria de ter ouvido mais canções de Marble Index na voz da Dyrholm. Curiosamente, eu gostei bastante. Eu estava quase já desistindo da esperança de ouvir mais uma do disco, e então ela parte daquele silêncio frio entonando Nibelungen, uma das minhas músicas favoridas — da vida —, e digo sem a menor sombra de dúvidas. Cristo, meu corpo inteiro se arrepiou. Outro momento eu definitivamente elencaria como meu preferido.
Enfim. Sem um pingo de imparcialidade, digo sem hesitar que amei completamente. Nico é uma das artistas as quais — não raramente — eu estou revisitando de maneira descaradamente exaustiva.
Algumas lágrimas me saltaram os olhos, mas tenho quase certeza que foi muito mais pelo quanto as canções significam para mim do que de fato as atuações.
Kar Wai não para de derreter as geleiras do meu coração.
Todas as vezes em que Maggie chorou eu quis chorar com ela; o sentimento deles é a coisa mais gostosa e angustiante de observar. E as personagens do filme são completamente apaixonantes.
E aquela cena na montanha... Foi uma das coisas mais lindas que eu já pude ver. Cenas desse tipo são muito o meu fraco, eu fico perdidamente apaixonado de contemplação.
Outro que vai para a lista de favoritos. Se continuar assim, eu irei favoritar todos os filmes do Kar Wai...
Eu amaldiçoo todo o tempo em que eu desconheci Wong Kar Wai. Eu estou perdidamente apaixonado, tanto pelo filme em sua totalidade quanto pelo seu diretor.
Meu primeiro Herzog. Frio, melancólico, e de uma extrema sensibilidade.
Estaria mentindo se dissesse que não o achei monótono em alguns momentos. Mas de todo: me agradou bastante. A penumbra dos ambientes nesse filme é algo louvável demais.
Com certeza não será o último.
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
Possessão
3.9 592Esperei por um terror muito menos tangível (a julgar pelo título... é, me perdoem) tal qual o filme de fato expressa: essa temível possesão do outro derivada do nosso desejo mor de controle. E sobre controle, pode-se puxar um fio sobre liberdade - outro grande terror que assola a vida contidiana de qualquer um, ambos retratados com extremos ascendendo à loucura, degradação, e o meu elemento preferido: a diligência da fé.
O suprassumo, para mim, foi o grande despencar da razão (entre tais diversos momentos, você sabe do qual eu me refiro). Divisor de águas, eu diria. A atuação da Adjani é gloriosa em cada grito, em cada discurso atropelado antes pela muito mais palpável intenção que a realização das palavras ditas, o que certa digníssima autora diria enquanto uma "tensão pré-verbal animalesca".
Interpretamos papeis tão menores que nós em nossa vida cotidiana mesmo conscientizados das nossas terceiras possibilidades que a vontade é de fato despedaçar a realidade como Anna fez tão gloriosamente.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KAtemporal como nunca em minha compreensão. Sempre o pesar agônico, sempre o desespero da condição humana, sempre à sombra do mais sincero riso, a morte. Atmosfera excelentissimamente palpável, diálogos pra lá de gloriosos. Bergman fortalece o rolê de maneiras desmedidas.
É a minha tríplice bergmaniana: Persona, The Seventh Seal e Scenes from a Marriage.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraUm retrato perfeito da solidão e do perecer das vontades.
Angústia e solidão são os elos indissolúveis para com o nosso persistir na terra e eu tenho amadurecido essa ideia já há bom tempo...
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraA cena do bebê... No theory with which to explain a moment like this. Sempre um pontapé na face, uma das minhas cenas favoritas.
Nico, 1988
3.4 23That choose to be here and there... And lose the direction everywhere.
Eu preciso parabenizar a Trine Dyrholm por conseguir captar e interpretar, mesmo que ainda assim de forma — em minha opinião — singela o imenso vazio que habitava a alma obscura da Nico. O olhar e o desdém natural que irradiava daqueles vagos olhos cinzentos, a psicose causada pela abstinência do vício, o tom absconso daquela voz fria que mais parecia a penumbra dançando à beira de um abismo... Isso foi tão louvável.
(Este espaço está reservado a falar sobre como o desconforto que o fantasma do Velvet Underground foi retratado — o que eu definitivamente não faço questão alguma de falar sobre. Isso sempre foi algo que torceu meus nervos. Nem é necessário um grande esforço para compreender que o Velvet Underground foi um fator minúsculo na carreira da Nico. O panorama geral da sua carreira artística fala por si próprio. Next.)
Sobre Ari. Ari... Pequeno Ari. Sail away... Sail away, my little boy. Keep missing. Todo momento que ela o citava, especialmente quando ela fala o quanto sente sua falta a única coisa que ecoava em minha mente era o trecho dessa faixa, uma das minhas favoritas do Marble Index, inclusive. Uma das minhas cenas preferidas de toda a biopic foi a visita a ele. Acredito eu que ter passado tão pouco tempo com ele em vida foi uma das, senão a maior dentre tantas as quais ela lidava, tristeza da vida dela.
Eu gostaria de ter ouvido mais canções de Marble Index na voz da Dyrholm. Curiosamente, eu gostei bastante. Eu estava quase já desistindo da esperança de ouvir mais uma do disco, e então ela parte daquele silêncio frio entonando Nibelungen, uma das minhas músicas favoridas — da vida —, e digo sem a menor sombra de dúvidas. Cristo, meu corpo inteiro se arrepiou. Outro momento eu definitivamente elencaria como meu preferido.
Enfim. Sem um pingo de imparcialidade, digo sem hesitar que amei completamente. Nico é uma das artistas as quais — não raramente — eu estou revisitando de maneira descaradamente exaustiva.
Algumas lágrimas me saltaram os olhos, mas tenho quase certeza que foi muito mais pelo quanto as canções significam para mim do que de fato as atuações.
Um Clássico Filme de Terror
2.7 423Podemos falar um pouco sobre o quanto Alo, vulgo o maior punheteiro da história de Skins não envelheceu nenhum pouco?
Até a premissa dos personagens são iguais... No caso, serem idiotas.
Amor à Flor da Pele
4.3 500 Assista AgoraKar Wai não para de derreter as geleiras do meu coração.
Todas as vezes em que Maggie chorou eu quis chorar com ela; o sentimento deles é a coisa mais gostosa e angustiante de observar. E as personagens do filme são completamente apaixonantes.
E aquela cena na montanha... Foi uma das coisas mais lindas que eu já pude ver. Cenas desse tipo são muito o meu fraco, eu fico perdidamente apaixonado de contemplação.
Outro que vai para a lista de favoritos.
Se continuar assim, eu irei favoritar todos os filmes do Kar Wai...
Amores Expressos
4.2 357 Assista AgoraEu amaldiçoo todo o tempo em que eu desconheci Wong Kar Wai.
Eu estou perdidamente apaixonado, tanto pelo filme em sua totalidade quanto pelo seu diretor.
Facilmente se tornou um dos meus preferidos.
Eu estou bobíssimo.
Passion
3.5 17Mas que confusão mais gostosa...
A coisa mais perfeita que existe nesse filme é a intimidade do toque em determinadas cenas... Principalmente entre Jerzy e Hanna.
Eu sempre me derreto inteiro.
Nico, 1988
3.4 23Eu continuo suplicando pelos links dessa mina de ouro... Come on.
Coração de Cristal
3.8 18Meu primeiro Herzog.
Frio, melancólico, e de uma extrema sensibilidade.
Estaria mentindo se dissesse que não o achei monótono em alguns momentos. Mas de todo: me agradou bastante. A penumbra dos ambientes nesse filme é algo louvável demais.
Com certeza não será o último.