Torci o nariz quando a crítica massacrou este capítulo final dos X-Men durante as primeiras impressões e agora tenho que assumir: é ruim mesmo! A fórmula repetitiva de separar membros da equipe para depois uni-los, numa flutuação eterna entre bem e mal, já cansou por ter sido o mote nestas duas décadas da franquia mas parece que decidiram insistir DE NOVO como se alguém tivesse pedido. Isso torna, por exemplo, o personagem do Magneto uma piada inconstante e sem personalidade. Talvez no quadrinho funcione, mas aqui saturou. As cenas bem produzidas não sustentam uma trama mal elaborada e corrida, sepultando o resto de dignidade que sobrou dos nossos mutantes. Dorme em paz eternamente, X-Men.
Tem uns rodeios desnecessários e lacunas na trama, principalmente na metade do longa quando inserem as disputas de traficantes por território, mas até tem seu mérito: o tom de humor negro e as mortes abruptas, sem dar espaço pra defesa, dá um toque massa na frieza (literalmente) da produção. Vingança a Sangue Frio seria um dos injustiçados de 2019? Os comentários daqui quase me fizeram desistir de assistir... O que seria uma pena porque o filme é até mediano.
É... tanta apelação e exagero cansa. Tirando o personagem de Mads Mikkelsen muita coisa me desagradou aqui: ironia e humor negro fora de tempo e desnecessários, estilos diferentes de produção intercalados e confusos (ora fotografia colorida e saturada, ora temas frios e escuros) e antagonistas caricatos, por ex., me fazem crer que, no quesito cinema, Jonas Åkerlund tem muito estilo pra pouca efetividade. Prefiro teus videoclipes, homem. E Netflix: MELHORE! Fica difícil te defender.
Bem... Só mais uma animação dentre várias com o mesmo desenvolvimento e a velha mensagem/ensinamento ao final da parábola; pelo menos esta é bonita e tem uns enquadramentos e direção atípicos nos filmes do gênero como mostrar a perspectiva vista pelo chão e a mudança abrupta de ângulos. Achei isso bacana... de resto, vai divertir a criançada pelas cores e pelas peripécias dos bichanos. Já eu esquecerei na próxima semana.
Atentado ao Hotel Taj Mahal consegue cravar duas horas de agonia incensante a ponto de eu precisar assistir a obra à prestação, em pelo menos dois momentos distintos para recuperar o fôlego e respirar. Há uma desumanidade exposta de um lado, onde o horror e a crueldade não poupa ninguém, ao mesmo tempo em que atenta para a luta pela sobrevivência e a empatia entre as vítimas do fatídico dia: nada que não tenha sido contado e recontado outras vezes, mas que aqui nos é apresentado de forma ágil, claustrofóbica e realista. Me surpreende que seja o primeiro trabalho de Anthony Maras.
Ousada a escolha de não ser uma cópia fidedigna do habitual Pokémon, nem uma espécie de transposição narrativa da storyline dos games (e anime) para o cinema. Há aqui todo o contexto e linguagem do universo dos monstrinhos que conhecemos, no entanto troca-se a repetitiva batalha Pokémon, que está aí no imaginário por décadas, para um mistério pra lá de mirabolante e divertido. Um acerto! O trabalho com a transformação dos bichinhos em "live-action" é surpreendente e dá um gostinho de quero mais: por isso já que anda em voga abarrotar os cinemas com franquias e sagas, eis uma oportunidade aqui Warner. Não perca. Faça mais um filme do Universo Pokémon.
Ainda mais tresloucada e inconsequente, essa sequência soube manter o humor nonsense e revisitar os acontecimentos do filme anterior sem soar repetitivo. Há um novo redirecionamento, puxando mais pro drama e pra ficção científica, mas com a preocupação de conversar com as piadas da primeira parte. A atriz Jessica Rothe é um achado, anotei este nome para prestar mais atenção.
O trabalho técnico de Alita impressiona, tanto que tecer elogios demorados seria como chover no molhado; desde o realismo dos ciborgues às cenas de ação, não há um defeito sequer a apontar. Mas para um enredo de apresentação de um universo distópico-cyberpunk acredito que há lacunas e carências narrativas que impossibilitam a compreensão do quadro geral da produção... não sei se estou a par completamente sobre o papel dos ciborgues e caçadores de recompensa nesta sociedade, as motivações de Nova, o funcionamento da cidade flutuante. Para quem leu a HQ deve ter digerido de forma mais orgânica, já eu procurei fazer menos perguntas e me entreter mais pelo espetáculo visual.
Metalinguagem e múltiplas referências estão em voga em Hollywood, por isso Megarromântico dificilmente erraria em termos de trama uma vez que segue uma cartilha fácil e previsível (algoritmos da Netflix atacam novamente?). A mensagem final é válida e, mesmo que repetitiva, funciona, celebrando o autoconhecimento e o amor próprio em detrimento das futilidades e da dependência emocional. No entanto como comédia... bem, dificilmente é memorável. Rebel Wilson não é lá das minhas atrizes favoritas do gênero por me dar a sensação de estar presa ao mesmo personagem, mas admito que tem carisma, o que já ajuda bastante. Vale a conferida como passatempo, é bobinho e agradável em certa medida.
O bom de iniciar uma sessão com expectativas baixas é que no decorrer da exibição a trama tem chances de te envolver e te fisgar, de alguma forma não necessariamente explicável. "A Morte Te Dá Parabéns" é um destes exemplos, se mostrando uma película divertidíssima que traz uma protagonista empática, um humor irônico e aquela pitada de suspense que relembra aos clichês deliciosos dos anos 80 e 90, com direito à perseguições agoniantes e espasmos de delírio.
Demorei pra assistir por receio em revisitar a trama que tanto me apaguei no passado... E poderia ter ficado sem essa mesmo. Se eu fosse listar o tanto que não funcionou -pra mim- terminaria este comentário como um artigo publicado em revista, mas pra validar o que já comecei: a retratação do passado de Donna não só é desnecessária como incoerente, e intercalá-la com o presente não ajudou em nada na fluidez da trama; faltou a vivacidade que o primeiro possuía, talvez por sacrificar uma das almas da trama que era Meryl Streep além de escalar atores medianos para o papel dos possíveis três pais quando jovens; apesar de algumas exceções nos números musicais, há sequências vergonhosas como Dominic Cooper assassinando One of Us. Bem que o rapaz podia ter morrido num acidente de barco junto com Donna já que era pra cortar personagens.
Bom, há coisas que até me emocionaram como as apresentações Mamma Mia e Dancing Queen, mas tinha como errar gente? Duas músicas extremamente teatrais. Pra valer as duas estrelas que dei: a escolha das atrizes para representar Christine Baranski e Julie Walters jovens foi, talvez, o único grande acerto da continuação e seria viável que a prequel tratasse apenas de explorar o trio de cantoras -infelizmente não foi o que fizeram. Prefiro ficar re-assistindo a primeira produção por infinitas vezes, é lá que vamos nós de novo e de novo sem medo de se decepcionar.
Ah vai, divertidíssimo! Saiu pela tangente do enlatado Disney/Marvel Studios ao remontar os clássicos oitentistas e noventistas de humor e/ou ação, criando uma atmosfera que chamamos aqui em terras tupiniquins de "bem Sessão da Tarde". É descompromissado e infantilizado, não quer impressionar pelos efeitos megalomaníacos (embora tenha) nem pela trama complexa. É só isso: dar o play e brincar de ser herói. O personagem Freddy é um achado, seu entrosamento com BIlly e a dinâmica entre os irmãos adotivos é o ponto alto; espero que numa possível sequência termos protagonismo compartilhado entre os seis.
Quando eu imaginava que não tinha mais pra onde ir no micro-universo de jogos eletrônicos de Ralph e Vanellope, os roteiristas tiram o coelho da cartola (ou seria o cogumelo do Mario?) e nos presenteia a magia da sequência merecida. Antes o mundo nostálgico dos fliperamas, agora a obscura e gigantesca galáxia da web: e, no quesito adaptação/atualização ao mundo cibernético, as sacadas foram geniais. A personificação de elementos e plataformas dos sites nas redes, como o coraçõezinhos distribuídos para o maquinário representando os likes e a proliferação de vírus, deixou a trama mais fascinante que a simplificação da primeira produção. Sinceramente? Eu já estou preparado para um terceiro estabelecimento da franquia, e que venha com a realidade virtual (isso é muito Black Mirror!)
Nostálgico, contagiante e inspirador. Esta nova leva de animações voltadas para o público supostamente infantil, ou pra crianças vívidas em corpo de humano crescido, traz à tona as boas lembranças do passado sem preocupação e mais ou menos livre em todos nós. O cinema se realiza quando nos faz sonhar. Há tempos uma animação não me fisga assim.
***Vanellope é um amor só, né!? Sarah Silverman fez um trabalho espetacular em dublar a fofurinha, verei a sequência em especial por conta dela. John C Reilly também se encontra confortável na dublagem, embora eu achava que era o Seth Rogen por conta da voz arrastada e monótona rsrs.
"Maria Antonieta" é autêntico e sagaz por proporcionar a imersão na luxuosa vida da Corte francesa com toda sua afetação e tédio pomposo, num misto de admiração e repulsa, despistando qualquer comprometimento com pretensa fidelidade histórica da personagem mas dando vida ao fenômeno histórico que desenha. Sofia Coppola não está interessada em reproduzir frame a frame a trajetória da rainha francesa de Luís XVI e acredito que o público não captou isto. Há uma leve ironia quanto ao parasitismo de Versalhes quando a idealizadora parece traçar um raio X nos costumes da aristocracia, perpassando por bailes e jantares exuberantes, trajes escandalosos e a magnitude do palácio real, sem um momento sequer mencionar a situação das classes mais pobres da França que chegava a saquear os mercados e disputar comida no lixo. A crítica fica ali nas entrelinhas e acho isso sensacional: nos alienamos tal qual o primeiro e segundo estado na França pré-revolucionária, distraídos com o que a vida de privilégios pode nos conceder e esquecendo do mundo desmoronando a nossa volta. Acontece que no final eu me peguei muito mais próximo dos populares (sem rosto) à frente da residência berrando ofensas ao casal imperial do que desejando viver um dia de elite no paraíso.
Enquanto o projeto esbanja verossimilhança quanto à ebulição social londrina e reconstituição histórica, parece carecer de carga dramática palpável. Sinto que Roman Polanski errou a mão no elenco e na formulação dos diálogos, tornando Oliver Twist longo e cansativo em termos de narrativa. Ao menos é uma puta produção, admirável na fotografia, figurino e ambientação.
Adentrei a sessão praticamente vazia de forma aleatória e saí surpreendido com a magia de Inferninho. O conto estranho e incômodo sobre a solidão que há em cada um de nós e a construção dos elementos para representar isto muito me agradou: desde a releitura de clássicos do forró melancólico na trilha sonora à ambientação diminuta do bar derrubado, o cuidado da equipe em criar algo autêntico e poético é louvável. Prova de que orçamento de produção não necessariamente limita a arte quando a criatividade visionária entra em jogo. Cinema cearense representando! <3
Um falso documentário/reality show que explora as vicissitudes de vampiros na contemporaneidade, fazendo chacota de si mesmo à todo tempo? Era o que eu precisava para um fim de noite de sábado e não sabia. Não é lá tão indispensável como pintam mas entretêm pelo nonsense e traz um quadro de personagens pra lá de interessantes.
Me atrevi a acompanhar os poucos episódios da adaptação em série logo após o longa e meu veredito é de que o formato seriado calhou melhor. Lá há sacadas realmente engraçadas, embora algumas sejam adaptações diretas das sequências do filme, e a construção das personagens permitem maior empatia. Continuarei por lá.
Quando um diretor e um roteirista possuem uma excepcional trama em mãos e a defendem com a qualidade técnica precisa, não há duração que torne o longa massante. Pelo contrário, The Insider dura o tempo que merece. Para estudar e justificar suas personagens, pincelar os dilemas éticos numa aflição crescente e ainda esbravejar pela defesa do papel social do jornalismo investigativo, além de descortinar o controle do "sistema" nas mãos das grandes corporações. E faz tudo isso com habilidade de malabarista.
Eric Roth acerta ao deslocar o protagonismo de Russell Crowe para Al Pacino lá pela metade, extraindo a carga emotiva do primeiro e os diálogos bem no ponto do segundo. Inclusive -e aqui vai uma opinião impopular- Russell poderia abocanhar todos os louvores das mãos de Kevin Spacey em American Beauty e eu não me oporia. Pelo menos houve redenção no Oscar do ano seguinte.
Óbvio, classudo e sem qualquer perspectiva de suspiro inventivo para além da cartilha "luz no fim do túnel/Oscar"... Mas que me agradou de alguma forma. Não sei se pelo formato em quase road-movie, pela fidelidade histórica ou desempenho esplendido do duo protagonista; ou se tudo combinado. Peca em desenvolver cuidadosamente um personagem enquanto usa o outro de pedestal para a ascensão dramática, mas não dá pra esperar muito de um cinema que se recusa a extrapolar a fórmula moralista tradicional, como a indústria hollywoodiana. O resultado satisfaz, ao menos.
Eis o exemplo de que juntar um elenco colossal pode gerar expectativas para além do que a obra pode oferecer. Tem algumas sacadas interessantes (a exposição de arte, por ex), não há como negar, mas acredito que o crédito disso está apenas na boa desenvoltura das atrizes. O longa carece de alívio cômico orgânico, tornando a trama forçada e sem propósito -que vergonha da decida do morro, zero consistência. Há produções recentes que tratam sobre reencontro de amigas bem melhores, Girls Trip é uma delas. Não foi dessa vez Amy Poehler.
Keanu Reeves retorna para a pele de John Wick com os mesmos elementos que fizeram do primeiro capítulo um sucesso instantâneo, dessa vez adicionando mais dinamismo, violência e camadas. A precisão da direção de Chad Stahelski quase em primeira pessoa, por vezes, aproxima a linguagem cinematográfica aos vídeo games, concedendo cenas ágeis, com raros cortes e ambientadas em cenários labirínticos que segura a tensão por uns pares de minutos (o prédio em ruínas de Roma, por ex, tem uma sequência arrepiante). Particularmente gostei mais deste que do primeiro, mesmo considerando o universo mafioso da Alta Cúpula um tanto exagerado.
E num é que John Wick é tudo isso que pregam por aí!? Tudo funciona de forma satisfatória: a fotografia em tons azuis corroborando a frieza e melancolia do protagonista, a trilha sonora eletrizante ("Killing Strangers", Marilyn Manson ecoando ainda) e cenas de luta bem coreografadas. Sem muitas delongas, a produção só quer saber de distribuir tiros em cabeças e deixar corpos estirados pelos chãos... E diverte justamente por não se complicar demais. Que grata surpresa!
Sob a égide da descoberta e do vigor da juventude, Regras da Vida extrapola a trama ordinária para desenhar discussões mais sérias sem abrir mão da sensibilidade narrativa. O que poderia ter sido reduzido à história de magia do primeiro amor perpassa por temas espinhosos com abandono parental, abusos, incesto e aborto à medida que o Homer conhece a vida e o mundo com seus próprios olhos e mãos. E nos imerge na mesma intensidade. É de uma lindeza só, um aprendizado em forma de longa-metragem.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraTorci o nariz quando a crítica massacrou este capítulo final dos X-Men durante as primeiras impressões e agora tenho que assumir: é ruim mesmo! A fórmula repetitiva de separar membros da equipe para depois uni-los, numa flutuação eterna entre bem e mal, já cansou por ter sido o mote nestas duas décadas da franquia mas parece que decidiram insistir DE NOVO como se alguém tivesse pedido. Isso torna, por exemplo, o personagem do Magneto uma piada inconstante e sem personalidade. Talvez no quadrinho funcione, mas aqui saturou. As cenas bem produzidas não sustentam uma trama mal elaborada e corrida, sepultando o resto de dignidade que sobrou dos nossos mutantes. Dorme em paz eternamente, X-Men.
Vingança a Sangue Frio
2.7 219 Assista AgoraTem uns rodeios desnecessários e lacunas na trama, principalmente na metade do longa quando inserem as disputas de traficantes por território, mas até tem seu mérito: o tom de humor negro e as mortes abruptas, sem dar espaço pra defesa, dá um toque massa na frieza (literalmente) da produção. Vingança a Sangue Frio seria um dos injustiçados de 2019? Os comentários daqui quase me fizeram desistir de assistir... O que seria uma pena porque o filme é até mediano.
Polar
3.2 425 Assista AgoraÉ... tanta apelação e exagero cansa. Tirando o personagem de Mads Mikkelsen muita coisa me desagradou aqui: ironia e humor negro fora de tempo e desnecessários, estilos diferentes de produção intercalados e confusos (ora fotografia colorida e saturada, ora temas frios e escuros) e antagonistas caricatos, por ex., me fazem crer que, no quesito cinema, Jonas Åkerlund tem muito estilo pra pouca efetividade. Prefiro teus videoclipes, homem. E Netflix: MELHORE! Fica difícil te defender.
O Parque dos Sonhos
3.2 47 Assista AgoraBem... Só mais uma animação dentre várias com o mesmo desenvolvimento e a velha mensagem/ensinamento ao final da parábola; pelo menos esta é bonita e tem uns enquadramentos e direção atípicos nos filmes do gênero como mostrar a perspectiva vista pelo chão e a mudança abrupta de ângulos. Achei isso bacana... de resto, vai divertir a criançada pelas cores e pelas peripécias dos bichanos. Já eu esquecerei na próxima semana.
Atentado ao Hotel Taj Mahal
4.0 255 Assista AgoraAtentado ao Hotel Taj Mahal consegue cravar duas horas de agonia incensante a ponto de eu precisar assistir a obra à prestação, em pelo menos dois momentos distintos para recuperar o fôlego e respirar. Há uma desumanidade exposta de um lado, onde o horror e a crueldade não poupa ninguém, ao mesmo tempo em que atenta para a luta pela sobrevivência e a empatia entre as vítimas do fatídico dia: nada que não tenha sido contado e recontado outras vezes, mas que aqui nos é apresentado de forma ágil, claustrofóbica e realista. Me surpreende que seja o primeiro trabalho de Anthony Maras.
Pokémon: Detetive Pikachu
3.5 670 Assista AgoraOusada a escolha de não ser uma cópia fidedigna do habitual Pokémon, nem uma espécie de transposição narrativa da storyline dos games (e anime) para o cinema. Há aqui todo o contexto e linguagem do universo dos monstrinhos que conhecemos, no entanto troca-se a repetitiva batalha Pokémon, que está aí no imaginário por décadas, para um mistério pra lá de mirabolante e divertido. Um acerto! O trabalho com a transformação dos bichinhos em "live-action" é surpreendente e dá um gostinho de quero mais: por isso já que anda em voga abarrotar os cinemas com franquias e sagas, eis uma oportunidade aqui Warner. Não perca. Faça mais um filme do Universo Pokémon.
A Morte Te Dá Parabéns 2
3.0 712Ainda mais tresloucada e inconsequente, essa sequência soube manter o humor nonsense e revisitar os acontecimentos do filme anterior sem soar repetitivo. Há um novo redirecionamento, puxando mais pro drama e pra ficção científica, mas com a preocupação de conversar com as piadas da primeira parte. A atriz Jessica Rothe é um achado, anotei este nome para prestar mais atenção.
Alita: Anjo de Combate
3.6 813 Assista AgoraO trabalho técnico de Alita impressiona, tanto que tecer elogios demorados seria como chover no molhado; desde o realismo dos ciborgues às cenas de ação, não há um defeito sequer a apontar. Mas para um enredo de apresentação de um universo distópico-cyberpunk acredito que há lacunas e carências narrativas que impossibilitam a compreensão do quadro geral da produção... não sei se estou a par completamente sobre o papel dos ciborgues e caçadores de recompensa nesta sociedade, as motivações de Nova, o funcionamento da cidade flutuante. Para quem leu a HQ deve ter digerido de forma mais orgânica, já eu procurei fazer menos perguntas e me entreter mais pelo espetáculo visual.
Megarrromântico
3.1 565 Assista AgoraMetalinguagem e múltiplas referências estão em voga em Hollywood, por isso Megarromântico dificilmente erraria em termos de trama uma vez que segue uma cartilha fácil e previsível (algoritmos da Netflix atacam novamente?). A mensagem final é válida e, mesmo que repetitiva, funciona, celebrando o autoconhecimento e o amor próprio em detrimento das futilidades e da dependência emocional. No entanto como comédia... bem, dificilmente é memorável. Rebel Wilson não é lá das minhas atrizes favoritas do gênero por me dar a sensação de estar presa ao mesmo personagem, mas admito que tem carisma, o que já ajuda bastante. Vale a conferida como passatempo, é bobinho e agradável em certa medida.
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraO bom de iniciar uma sessão com expectativas baixas é que no decorrer da exibição a trama tem chances de te envolver e te fisgar, de alguma forma não necessariamente explicável. "A Morte Te Dá Parabéns" é um destes exemplos, se mostrando uma película divertidíssima que traz uma protagonista empática, um humor irônico e aquela pitada de suspense que relembra aos clichês deliciosos dos anos 80 e 90, com direito à perseguições agoniantes e espasmos de delírio.
Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo
3.7 613 Assista AgoraDemorei pra assistir por receio em revisitar a trama que tanto me apaguei no passado... E poderia ter ficado sem essa mesmo. Se eu fosse listar o tanto que não funcionou -pra mim- terminaria este comentário como um artigo publicado em revista, mas pra validar o que já comecei: a retratação do passado de Donna não só é desnecessária como incoerente, e intercalá-la com o presente não ajudou em nada na fluidez da trama; faltou a vivacidade que o primeiro possuía, talvez por sacrificar uma das almas da trama que era Meryl Streep além de escalar atores medianos para o papel dos possíveis três pais quando jovens; apesar de algumas exceções nos números musicais, há sequências vergonhosas como Dominic Cooper assassinando One of Us. Bem que o rapaz podia ter morrido num acidente de barco junto com Donna já que era pra cortar personagens.
Bom, há coisas que até me emocionaram como as apresentações Mamma Mia e Dancing Queen, mas tinha como errar gente? Duas músicas extremamente teatrais. Pra valer as duas estrelas que dei: a escolha das atrizes para representar Christine Baranski e Julie Walters jovens foi, talvez, o único grande acerto da continuação e seria viável que a prequel tratasse apenas de explorar o trio de cantoras -infelizmente não foi o que fizeram. Prefiro ficar re-assistindo a primeira produção por infinitas vezes, é lá que vamos nós de novo e de novo sem medo de se decepcionar.
Shazam!
3.5 1,2K Assista AgoraAh vai, divertidíssimo! Saiu pela tangente do enlatado Disney/Marvel Studios ao remontar os clássicos oitentistas e noventistas de humor e/ou ação, criando uma atmosfera que chamamos aqui em terras tupiniquins de "bem Sessão da Tarde". É descompromissado e infantilizado, não quer impressionar pelos efeitos megalomaníacos (embora tenha) nem pela trama complexa. É só isso: dar o play e brincar de ser herói. O personagem Freddy é um achado, seu entrosamento com BIlly e a dinâmica entre os irmãos adotivos é o ponto alto; espero que numa possível sequência termos protagonismo compartilhado entre os seis.
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 739 Assista AgoraQuando eu imaginava que não tinha mais pra onde ir no micro-universo de jogos eletrônicos de Ralph e Vanellope, os roteiristas tiram o coelho da cartola (ou seria o cogumelo do Mario?) e nos presenteia a magia da sequência merecida. Antes o mundo nostálgico dos fliperamas, agora a obscura e gigantesca galáxia da web: e, no quesito adaptação/atualização ao mundo cibernético, as sacadas foram geniais. A personificação de elementos e plataformas dos sites nas redes, como o coraçõezinhos distribuídos para o maquinário representando os likes e a proliferação de vírus, deixou a trama mais fascinante que a simplificação da primeira produção. Sinceramente? Eu já estou preparado para um terceiro estabelecimento da franquia, e que venha com a realidade virtual (isso é muito Black Mirror!)
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraNostálgico, contagiante e inspirador. Esta nova leva de animações voltadas para o público supostamente infantil, ou pra crianças vívidas em corpo de humano crescido, traz à tona as boas lembranças do passado sem preocupação e mais ou menos livre em todos nós. O cinema se realiza quando nos faz sonhar. Há tempos uma animação não me fisga assim.
***Vanellope é um amor só, né!? Sarah Silverman fez um trabalho espetacular em dublar a fofurinha, verei a sequência em especial por conta dela. John C Reilly também se encontra confortável na dublagem, embora eu achava que era o Seth Rogen por conta da voz arrastada e monótona rsrs.
Maria Antonieta
3.7 1,3K Assista Agora"Maria Antonieta" é autêntico e sagaz por proporcionar a imersão na luxuosa vida da Corte francesa com toda sua afetação e tédio pomposo, num misto de admiração e repulsa, despistando qualquer comprometimento com pretensa fidelidade histórica da personagem mas dando vida ao fenômeno histórico que desenha. Sofia Coppola não está interessada em reproduzir frame a frame a trajetória da rainha francesa de Luís XVI e acredito que o público não captou isto. Há uma leve ironia quanto ao parasitismo de Versalhes quando a idealizadora parece traçar um raio X nos costumes da aristocracia, perpassando por bailes e jantares exuberantes, trajes escandalosos e a magnitude do palácio real, sem um momento sequer mencionar a situação das classes mais pobres da França que chegava a saquear os mercados e disputar comida no lixo. A crítica fica ali nas entrelinhas e acho isso sensacional: nos alienamos tal qual o primeiro e segundo estado na França pré-revolucionária, distraídos com o que a vida de privilégios pode nos conceder e esquecendo do mundo desmoronando a nossa volta. Acontece que no final eu me peguei muito mais próximo dos populares (sem rosto) à frente da residência berrando ofensas ao casal imperial do que desejando viver um dia de elite no paraíso.
Oliver Twist
3.7 211 Assista AgoraEnquanto o projeto esbanja verossimilhança quanto à ebulição social londrina e reconstituição histórica, parece carecer de carga dramática palpável. Sinto que Roman Polanski errou a mão no elenco e na formulação dos diálogos, tornando Oliver Twist longo e cansativo em termos de narrativa. Ao menos é uma puta produção, admirável na fotografia, figurino e ambientação.
Inferninho
3.7 82Adentrei a sessão praticamente vazia de forma aleatória e saí surpreendido com a magia de Inferninho. O conto estranho e incômodo sobre a solidão que há em cada um de nós e a construção dos elementos para representar isto muito me agradou: desde a releitura de clássicos do forró melancólico na trilha sonora à ambientação diminuta do bar derrubado, o cuidado da equipe em criar algo autêntico e poético é louvável. Prova de que orçamento de produção não necessariamente limita a arte quando a criatividade visionária entra em jogo. Cinema cearense representando! <3
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 663 Assista AgoraUm falso documentário/reality show que explora as vicissitudes de vampiros na contemporaneidade, fazendo chacota de si mesmo à todo tempo? Era o que eu precisava para um fim de noite de sábado e não sabia. Não é lá tão indispensável como pintam mas entretêm pelo nonsense e traz um quadro de personagens pra lá de interessantes.
Me atrevi a acompanhar os poucos episódios da adaptação em série logo após o longa e meu veredito é de que o formato seriado calhou melhor. Lá há sacadas realmente engraçadas, embora algumas sejam adaptações diretas das sequências do filme, e a construção das personagens permitem maior empatia. Continuarei por lá.
O Informante
3.8 244Quando um diretor e um roteirista possuem uma excepcional trama em mãos e a defendem com a qualidade técnica precisa, não há duração que torne o longa massante. Pelo contrário, The Insider dura o tempo que merece. Para estudar e justificar suas personagens, pincelar os dilemas éticos numa aflição crescente e ainda esbravejar pela defesa do papel social do jornalismo investigativo, além de descortinar o controle do "sistema" nas mãos das grandes corporações. E faz tudo isso com habilidade de malabarista.
Eric Roth acerta ao deslocar o protagonismo de Russell Crowe para Al Pacino lá pela metade, extraindo a carga emotiva do primeiro e os diálogos bem no ponto do segundo. Inclusive -e aqui vai uma opinião impopular- Russell poderia abocanhar todos os louvores das mãos de Kevin Spacey em American Beauty e eu não me oporia. Pelo menos houve redenção no Oscar do ano seguinte.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraÓbvio, classudo e sem qualquer perspectiva de suspiro inventivo para além da cartilha "luz no fim do túnel/Oscar"... Mas que me agradou de alguma forma. Não sei se pelo formato em quase road-movie, pela fidelidade histórica ou desempenho esplendido do duo protagonista; ou se tudo combinado. Peca em desenvolver cuidadosamente um personagem enquanto usa o outro de pedestal para a ascensão dramática, mas não dá pra esperar muito de um cinema que se recusa a extrapolar a fórmula moralista tradicional, como a indústria hollywoodiana. O resultado satisfaz, ao menos.
Entre Vinho e Vinagre
2.9 131Eis o exemplo de que juntar um elenco colossal pode gerar expectativas para além do que a obra pode oferecer. Tem algumas sacadas interessantes (a exposição de arte, por ex), não há como negar, mas acredito que o crédito disso está apenas na boa desenvoltura das atrizes. O longa carece de alívio cômico orgânico, tornando a trama forçada e sem propósito -que vergonha da decida do morro, zero consistência. Há produções recentes que tratam sobre reencontro de amigas bem melhores, Girls Trip é uma delas. Não foi dessa vez Amy Poehler.
John Wick: Um Novo Dia Para Matar
3.9 1,1K Assista AgoraKeanu Reeves retorna para a pele de John Wick com os mesmos elementos que fizeram do primeiro capítulo um sucesso instantâneo, dessa vez adicionando mais dinamismo, violência e camadas. A precisão da direção de Chad Stahelski quase em primeira pessoa, por vezes, aproxima a linguagem cinematográfica aos vídeo games, concedendo cenas ágeis, com raros cortes e ambientadas em cenários labirínticos que segura a tensão por uns pares de minutos (o prédio em ruínas de Roma, por ex, tem uma sequência arrepiante). Particularmente gostei mais deste que do primeiro, mesmo considerando o universo mafioso da Alta Cúpula um tanto exagerado.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraE num é que John Wick é tudo isso que pregam por aí!? Tudo funciona de forma satisfatória: a fotografia em tons azuis corroborando a frieza e melancolia do protagonista, a trilha sonora eletrizante ("Killing Strangers", Marilyn Manson ecoando ainda) e cenas de luta bem coreografadas. Sem muitas delongas, a produção só quer saber de distribuir tiros em cabeças e deixar corpos estirados pelos chãos... E diverte justamente por não se complicar demais. Que grata surpresa!
Regras da Vida
3.7 232 Assista AgoraSob a égide da descoberta e do vigor da juventude, Regras da Vida extrapola a trama ordinária para desenhar discussões mais sérias sem abrir mão da sensibilidade narrativa. O que poderia ter sido reduzido à história de magia do primeiro amor perpassa por temas espinhosos com abandono parental, abusos, incesto e aborto à medida que o Homer conhece a vida e o mundo com seus próprios olhos e mãos. E nos imerge na mesma intensidade. É de uma lindeza só, um aprendizado em forma de longa-metragem.