Tédio mundano. Relações mundanas. Filme extremamente mundano. Trilha Sonora muito mundana, muito tediosa e não se encaixa com as cenas mundanas. Na verdade, nada se encaixa nesse filme. Os personagens não se encaixam bem. Suas vidas com seus parceiros não se encaixam bem. O inglês e o japonês não se encaixam. O roteiro não se encaixa muito bem, não atende as expectativas do público. Os diálogos não se encaixam. Mas o filme, ah... ele se encaixa tão bem em não se encaixar. É perfeito. É a arte imitando a vida. E a vida é um grande tédio. E digo mais: foi prazeroso sentir o próprio tédio mergulhando em um outro. É a vida imitando a arte. E a arte transforma o tédio em cenas incríveis que não te prende muito bem, mas te faz pensar nos momentos raros em que de fato a conexão/comunicação entre duas pessoas ocorre, que é no silêncio. No olhar. No dizer sem dizer. E instiga por ser tão particular, como um encontro e um desencontro o são.
Nunca senti tantos sentimentos contrastantes ao ver um filme. Eu só conhecia o choro e a felicidade de uma história surpreendente ou de um fim espetacular e foi ai que Marina e seu retrato cinematográfico da sua arte me levaram a um lugar além do esperado. Um lugar dentro de mim de um empatia e respeito enorme, um lugar que almeja ser Abramovic. Admiração, dor, alivio, desespero e desejo se misturaram diante desse pequeno relato tão significativo, de maior grandiosidade. Me renovou. Pude sentir meu coração mais leve e tranquilo depois dessa experiência. A troca de energia entre os olhares fora tão forte que eu consegui de alguma forma desacelerar os passos, as preocupações, como se Marina estivesse nos curando de algum mal.
Tangerine é REVOLUCIONÁRIO! Não somente por ser gravado em um celular (porque poderia abordar qualquer assunto através desse dispositivo), mas por, principalmente, destacar o universo trans feminista marginalizado. É uma pena que o filme é mais concebido pela mídia por causa do uso do iphone do que pelo seu conteúdo dramático (I promise don’t do DRAMA Alexandra!) repleto de questões sociais que envolvem fatos diversos, entre eles: o receio da policia na hora de entrar num carro desconhecido, mas se for um cafetão tá tudo certo; um “pai de família” gostar de estar mais próximo das trans e o super fato de que uma mulher cis (Dinah) também marginalizada e de mesma condição social, se acha melhor que as trans por ser “uma mulher de verdade”. Além do mais, Tangerine conseguiu inserir resquícios contrários à esses fatos, captando outras perspectivas como: a cena da policial sendo legal em não levar o caso pra delegacia, a cena final no donut time quando Razmik não quer saber a respeito do show e a cena do banheiro com a Sin-Dee e Dinah se maquiando. O que é sensacional! É tão mágico a “terra de fantasia” marcada pelo tom tangerina do dia que chega a ser trágico, embora muito bem humorado e TRANScendental por abordar a sororidade das protagonistas (outro ponto chave pouquíssimo explorado em filmes LGBT)
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3.8 1,7K Assista AgoraTédio mundano. Relações mundanas. Filme extremamente mundano. Trilha Sonora muito mundana, muito tediosa e não se encaixa com as cenas mundanas. Na verdade, nada se encaixa nesse filme. Os personagens não se encaixam bem. Suas vidas com seus parceiros não se encaixam bem. O inglês e o japonês não se encaixam. O roteiro não se encaixa muito bem, não atende as expectativas do público. Os diálogos não se encaixam. Mas o filme, ah... ele se encaixa tão bem em não se encaixar. É perfeito. É a arte imitando a vida. E a vida é um grande tédio. E digo mais: foi prazeroso sentir o próprio tédio mergulhando em um outro. É a vida imitando a arte. E a arte transforma o tédio em cenas incríveis que não te prende muito bem, mas te faz pensar nos momentos raros em que de fato a conexão/comunicação entre duas pessoas ocorre, que é no silêncio. No olhar. No dizer sem dizer. E instiga por ser tão particular, como um encontro e um desencontro o são.
Marina Abramovic: A Artista Está Presente
4.5 150Nunca senti tantos sentimentos contrastantes ao ver um filme. Eu só conhecia o choro e a felicidade de uma história surpreendente ou de um fim espetacular e foi ai que Marina e seu retrato cinematográfico da sua arte me levaram a um lugar além do esperado. Um lugar dentro de mim de um empatia e respeito enorme, um lugar que almeja ser Abramovic. Admiração, dor, alivio, desespero e desejo se misturaram diante desse pequeno relato tão significativo, de maior grandiosidade. Me renovou. Pude sentir meu coração mais leve e tranquilo depois dessa experiência. A troca de energia entre os olhares fora tão forte que eu consegui de alguma forma desacelerar os passos, as preocupações, como se Marina estivesse nos curando de algum mal.
Elena
4.2 1,3K Assista Agora"eu tô dançando com a lua"
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraTangerine é REVOLUCIONÁRIO!
Não somente por ser gravado em um celular (porque poderia abordar qualquer assunto através desse dispositivo), mas por, principalmente, destacar o universo trans feminista marginalizado.
É uma pena que o filme é mais concebido pela mídia por causa do uso do iphone do que pelo seu conteúdo dramático (I promise don’t do DRAMA Alexandra!) repleto de questões sociais que envolvem fatos diversos, entre eles: o receio da policia na hora de entrar num carro desconhecido, mas se for um cafetão tá tudo certo; um “pai de família” gostar de estar mais próximo das trans e o super fato de que uma mulher cis (Dinah) também marginalizada e de mesma condição social, se acha melhor que as trans por ser “uma mulher de verdade”.
Além do mais, Tangerine conseguiu inserir resquícios contrários à esses fatos, captando outras perspectivas como: a cena da policial sendo legal em não levar o caso pra delegacia, a cena final no donut time quando Razmik não quer saber a respeito do show e a cena do banheiro com a Sin-Dee e Dinah se maquiando. O que é sensacional!
É tão mágico a “terra de fantasia” marcada pelo tom tangerina do dia que chega a ser trágico, embora muito bem humorado e TRANScendental por abordar a sororidade das protagonistas (outro ponto chave pouquíssimo explorado em filmes LGBT)