O filme condensa perfeitamente o estado de espírito de uma pessoa solitária com uma cidade que acolhe esse tipo de refúgio., boa atuação da protagonista e espetacular fotografia.
Logo ao início do filme percebi que havia algo diferente não só na maneira de se conduzir a história, mas também na empatia que aquela relação junto ao espectador o identifica. Despretensioso e natural o filme transborda diálogos sensacionais que passam por religião, filosofia e sociologia de forma impecável. É como se você caminhasse pelas ruas da Viena junto ao “casal” com a Vida propondo um “PAUSE” para que os dois vivenciassem suas histórias e expectativas com uma análise crítica do que é ser e existir no tempo, e ao amanhecer o “PLAY” retornasse modificando e unindo essas almas em um Adeus de quem deseja apenas um Até Breve! Magnífico vivenciar a análise da viagem no tempo realizada por Jesse para convencer Celine a embarcar na aventura, os dois brincando de telefonemas falsos, assim como a concepção do que é Deus para Celine chegam a um nível filosófico tão alto que eu me pergunto o quanto o ser humano é poderoso e pleno quando vivencia algo verdadeiro e mesmo assim o questiona, e o quão medíocre e raso quando apenas o deixa escapar... Locais que antes não representavam nada tais como um cemitério, uma praça, uma ponte, nos retornarem aos olhos ao fim da história com outro olhar, outro sentido, agora preenchido pela fábula contada. Bravo!
É muito difícil uma série ser perfeita em quase todos os principais aspectos, dentre os quais, enredo, atuações, fotografia e direção...não bastasse ser impecável em tudo isso, consegue algo mais fascinante ainda que é melhorar e manter o nível da série em uma segunda temporada...é simplesmente brilhante e muito atual!., um mundo como o narrado na série pode ser ficcional em sua trama porém autêntico em sua manifestação e crítica!
Maior mérito do filme é te deixar literalmente chocado...desde o início, passando pelo julgamento e o desfecho. Atuação magistral de Diane Kruger que interioriza habilmente a complexa sensação de vingança x justiça. Discute politicamente ações extremistas crescentes, expressando preocupações europeias atuais, onde o que mais aterroriza os pensamentos é saber que tudo o que ocorre no filme tem a possibilidade de acontecer a qualquer minuto...
Fizeram um marketing pesado encima de um filme bem ruim... Começa abordando a questão racial com críticas críveis e até construtivas porém o filme se perde da metade pra frente caindo num nonsense digno de sessão da tarde...
Diálogos que se estendem no olhar, sem necessidade alguma de fala para o andamento da história, aqui se faz jus o conceito da morte da atuação na palavra, a partir do momento que os atores abrem a boca, a magia já se foi, o poder da palavra aqui é imenso e se for pra falar tem que ser bem justificado e necessário apenas em último caso, caso contrário os olhares por si só “narram” e até demais...
Eu nunca havia entendido porque meu pai adorava tanto a atuação do Charles Bronson., é só ver esse filme que fica claramente explicado...o tempo de reação dele chega a ser tão preciso que sua atuação por muitas vezes transcende o personagem...sabe aquela história de você ver o ator quieto e se perguntar e aí não vai falar não?.,com ele é justamente o contrário, quanto mais calado ele fica mais ele conversa contigo...realmente eu tiro o chapéu pro cara e peço desculpas ao meu velho...
Com relação ao Sergio Leone nem precisa falar muito né? Era uma Vez na América é um dos filmes mais encantadores da história e Era uma vez no Oeste não ficaria tão atrás (apesar de ter sido filmado antes)...ele rouba um pouco no enredo, de novo avança até o nível hard de um teatro filmado...utiliza a ação inicial não justificável pra prender o espectador e deixa-lo com a pulga atrás da orelha até os últimos cinco minutos finais...você fica se perguntando o porque do personagem principal agir daquela maneira, mas o porque dele fazer isto, qual o sentido daquilo...até chegar a revelação final e você ficar do tipo caralh# agora tá explicado, faz sentido ele ser desse jeito e ter feito tudo que fez...é o tipo de filme que se você assistir pela segunda vez sua empatia pelo personagem vai facilmente triplicar... Pois é...saudades de um tempo em que o cinema ainda fazia poesia com diretores e atores de outro planeta.
Melhor dialogo da obra: - Ô da gaita, qual a sua, você se interessa por moda? - Uma vez, vi três casacos como esse, esperando um trem. - E daí? - Dentre deles haviam três homens. - E daí? - Dentro dos homens, haviam três balas.
Fico sem palavras pra tentar descrever a grandiosidade dessa obra porém se eu pudesse arriscar um nome eu o chamaria de “biografia metafórica”...e é a exata ideia que um dia sonho em realizar como biografia de minha vida... ...a genialidade do filme se encontra justamente em metaforizar toda e qualquer passagem histórica e não biografia pela biografia o que tornaria o filme irreal uma vez que 99.99% das auto biografias são centradas no álter ego do interlocutor o que já distanciaria a história do que de fato aconteceu sendo uma concepção mais idealizada do que centrada na realidade...ao abusar das metáforas Jodorowsky transcende sua concepção de mundo fazendo com que seus pensamentos intercedam na história de forma lúdica ou como flashes de uma infância linda no imaginário de sua criança porém triste e sofredora em sua realidade...cores incríveis num perfeccionismo fotográfico absurdo...cenas que mesclam passagens políticas com surrealismo crítico...não chega a ser tão surrealista quanto “A montanha sagrada” porém seu idealismo poético coloca o filme em outro patamar...Ahh como eu gostaria que os diretores atuais tivessem um por cento da ousadia do Sir Jodorowsky ,e explorassem seu imaginário ao máximo sem medo de buscar em sua infância seus sonhos e desejos transpondo isso em tela, infelizmente é o que mais falta na atualidade...ansioso pra assistir a continuação em “Poesia sem Fim”...
Minha namorada me amarrou na cadeira pra conseguir assistir...o melhor ator até a hora em que dormi era o candelabro...
...brincadeiras a parte, é uma história que vai tocar as pessoas que se identificam com a fábula contada, sendo os efeitos especiais o maior trunfo do filme...
Esse filme vem só para confirmar que Bergman é o maior em dialogar e expor dramas ideológicos no cinema., pegando qualquer época da humanidade ele consegue transformar eventos trágicos em poéticos...e aqui ele não faz diferente. Demonstra em pouco menos de duas horas como algo inexplicável aos olhos de uns transforma-se em uma realidade cruel na prática...magistral ao mostrar como uma sociedade que ainda nutria certo romantismo passa a encarar um realidade trágica, aqui tem-se o idealismo nazista em sua pré-formação florescendo de uma sociedade fragilizada, esgotada psicologicamente e humilhada nutrindo ódio e procurando culpados por tal marginalização... Atuação magistral da Liv Ullmann que aprofunda sua personagem em um complexo drama psicológico...e a direção de Bergman que antecipa a ideia de um “Big Brother” em quase vinte anos...é genial!
“O Sr. Hitler não tem capacidade intelectual nem método. Ele não percebe as forças tremendas que ele está a ponto de conjurar. Ele será varrido como uma folha murcha no dia em que a tempestade vier… olhe para todas essas pessoas. São incapazes de uma revolução. Elas estão humilhadas demais, assustadas demais, oprimidas demais. Porém, dentro de dez anos, então os que têm 10 anos terão 20, os que têm 15 terão 25. Ao ódio herdado dos pais, eles acrescentarão o próprio idealismo e impaciência. Alguém vai se apresentar e colocar seus sentimentos em palavras. Alguém vai prometer um futuro, alguém vai fazer exigências. Alguém vai falar de grandeza e sacrifício. Os jovens e inexperientes darão sua coragem e sua fé aos cansados e inseguros. E então, haverá uma revolução e nosso mundo se fundirá em sangue e fogo. Em dez anos, não mais, eles criarão uma sociedade sem igual na história mundial."
Comédia extremamente agradável., engraçado que é um filme realizado em 2005 porém consegue retratar de forma fiel o ambiente da época em que se passa (Espanha dos anos 60)... a fotografia e o ritmo dramático se parecem muito com os filmes do Elia Kazan tornando algumas cenas bem engraçadas apenas pelo enquadramento filmado... Uma história que se desenrola de forma muito convincente a ponto de se parecer mais como um teatro cômico do que cinema propriamente dito, fazendo com que o espectador adentre na história quase como se estivesse lá, espiando tudo que se passa no pequeno ambiente inicial e posteriores locais da trama...política local e costumes da época são trazidos a tona e discutidos de uma maneira bem leve...a ingenuidade dos pais, a forma como Ninette é vista pela sociedade e forma como realmente se porta, as aparências que não se sustentam na farsa diária de uma sociedade que está redescobrindo o certo e errado ...e como não rir das piadas cheias de rivalidades entre os espanhóis e franceses... Achei que seria uma história bem bobinha mas me surpreendi positivamente.
Frase de Ninette que resume o filme: "Homens são necessários, namorados não!"
O visual do filme é maravilhoso e retrata com suas cores de forma fiel o peso dramático da história, trazendo de forma objetiva e cruel o machismo imposto no período da guerra. A revelação final é de doer o coração, ainda mais sabendo que se baseia em fatos verídicos...
Budismo poético por si só é bárbaro, aprofunda questões existenciais e culturais que faltam ao ocidente...porém o diretor peca ao reiterar imagens (flashbacks de passagens iniciais do filme) de modo a deixar claro ao espectador as associações que ele propõe fazendo com que a poesia (bela de início) se perca...
Um dos últimos do Bergman que faltava pra eu completar minha lista., é simplesmente genial, com um roteiro que te prende a cada frase, cada respiro e pausa intercalando as intenções dos personagens com uma singela expressão que embora pareça simplista diz muito sobre a psicose de um ser humano...sua narrativa não linear brinca com passado e futuro de tal maneira que a tensão da história se intensifica com cada cena., É incrível a capacidade de Bergman de destrinchar a mente humana, revelar os piores medos, os maiores demônios, a solidão assim como o lado mais belo deixando ao próprio espectador o julgamento se o bem e o mal coexistem sendo fontes da mesma origem... Dialogo final com a prostituta é digno de obra-prima!
Consegue fazer uma junção do vício em drogas com a perdição no relacionamento., a transformação do amor em vício é nítida e choca ao expor a que ponto ambos ultrapassam seus limites a ponto de manter o vício... Heath Ledger em uma crescente na sua atuação dá vida a um personagem fragilizado, amargurado e inconsequente porém extremamente carismático aos olhos do expectador. Tinha tudo pra ser uma relação extremamente bela, se não fossem as drogas...
Consegue ser sufocante porém sutil., constrói uma narrativa atemporal, com excelentes monólogos e diálogos de cair o queixo... Fervorosa devoção que se torna extremamente estranha em um mundo cada vez mais descrente...é literalmente como se colocássemos Maria (uma garota da Idade Média) e a jogássemos em mundo moderno, totalmente avesso as suas crenças... Fotografia exemplar com tomadas únicas revelando um humanismo singular e bastante crível., além de um final espetacular, sendo praticamente uma aula de cinema! A busca incessante por sacrifícios me fez lembrar de outro filme bem parecido, “O Pecado de Hadewijch” (Bruno Dumont, 2009) que também é ótimo por sinal...
Dentre as diversas qualidades da realização de um filme, uma que pra mim se destaca é a capacidade de se contar histórias que se eternizam pelo tempo. Algumas delas viram obras-primas onde o passar das horas ao invés de apagá-las contribui para que se propaguem possibilitando que outras gerações possam desfrutar de suas idéias ou pelo menos a concepção daquilo que se pretendia como leitura de um determinado espaço x tempo, gerando um anacronismo quase que premeditado. Infelizmente os trabalhos de Bergman ainda não são compreendidos em nossa geração mas sou otimista em achar que caminhamos para uma leitura do ser humano e sua essência, enxergando mesmo que minimamente, os expoentes e defeitos de sua natureza...
Frase que resume o filme: "Sabe,andei pensando que o gângster e o artista são iguais aos olhos do povo. Eles são admirados e heróis mas sempre existem outros que querem destruir o caminho do seu crescimento."
...e que final espetacular, deixa uma mistura de sentimentos conflitantes...
Tinha ouvido falar do filme mas até então nunca visto...provavelmente deve ter causado um choque grande na época de seu lançamento...consegue romper a concepção de um amor ideal e platônico para transmitir o que é um amor verdadeiro e visceral, assim como as dificuldades do personagem em se conectar com o mundo ao seu redor bem como na convivência com familiares e amigos...trilha sonora de músicas que eu já conhecia mas não sabia que vinham deste filme...e o que falar do final??...Ah aquilo sim é prova de amor o resto é só historinha pra boi dormir!...gostei muito!
Um dos filmes mais sensacionais e malucos já realizados. Propositalmente criado para não ser inteiramente compreendido “forçando” os que querem realmente entender o filme a revê-lo várias e várias vezes de modo a compreender cada vez mais...não a toa várias teorias surgiram tentando de alguma forma explica-lo porém nenhuma delas de forma satisfatória e inteiramente convincente o que torna a obra genial nesse propósito. Há de se entender que nesse filme mais do que em qualquer outro, tudo é inteiramente justificado, cada ação e cada tomada desde o segundo inicial (Donnie na montanha) até o momento final tem um propósito único e onde nada é desperdiçado, desde uma simples frase “Destruição é uma forma de criação” até a cor da roupa de cada um dos personagens (Donnie predominantemente de azul). Esqueça universos paralelos ou teorias do anti-cristo, o filme se baseia em conceitos muito mais simples e recorrentes do que ideias malucas e paradoxais... ...aborda a questão evolutiva tanto do ser humano quanto a do universo... manipulação da matéria (só possível graças a um nível de consciência altíssimo, no caso o de Donnie), medo da morte, egoísmo e sacrifício convergem todos personagens um único e subconsciente objetivo de “ajudar” Donnie em sua realização final. Roteiro e trilhas sonoras fodas, sendo uma crítica clara às pessoas que nunca alteram suas ações ou modo de pensamento assim como pessoas com ideias revolucionarias que não são compreendidas pela sociedade.
Despretensioso e cativante., daqueles filmes que adentram vidas cotidianas revelando o pior e melhor das pessoas. Explora o limite do ser humano quando este tem ameaçado a perda não só de sua única fonte de renda mas daquilo que lhe dá sentido na vida e o define como pessoa...revelando ao longo da trama que não há limites ou barreiras que impeçam esses indivíduos de recuperar aquilo que lhe foi “tirado”. A vida em uma comunidade isolada e pequena, a competição e desavenças entre os dois irmãos, a moralidade diante de uma descoberta que pode afetar a vida de todos, as magníficas paisagens, tudo muito bem construído e explorado definindo um universo único utilizando de pretexto ovelhas para discussão sobre a espécie humana.
É sem sombra de dúvida um dos maiores filmes da história do cinema.,acho impossível encontrar outra obra que reúna ao mesmo tempo, as mais belas cenas cinematográficas, trilha sonora impecável e roteiro que faz com que o espectador se emocione com o mundo nostálgico criado pelo diretor...ao mesmo tempo que consegue ser violento e trágico, é preenchido por uma humanidade incomparável...separado em quatro épocas distintas te faz adentrar na história e se comover tanto pelas cenas com diálogos exaltados como as de puro silêncio...narrando a história de Noodles desde sua infância até a velhice (de forma não linear) se constrói durante o filme uma relação extremamente forte entre as personagens, fazendo com que nos familiarize com cada um deles e entenda seus piores medos, fragilidades, motivações, ansiedades bem como suas ações que por vezes é agressiva porém decorrentes de injustiças sociais e sede de poder... Seus principais temas são amizade e lealdade, e como estas são influenciadas e modificadas ao longo do tempo., arrependimento, culpa e traição também são explorados porém acompanhando a não linearidade do filme, por vezes deixa a cargo do espectador a interpretação de certos acontecimentos... Cenários e figurinos impecáveis retratando com exatidão e em detalhes cada uma das épocas, desde 1920 a 1960... Noodles espiando Deborah dançando em minha opinião é uma das cenas mais belas do cinema (talvez a maior) está contida nesse filme., bem como as mais chocantes que envolvem assassinatos e até estupros... Por mais que sejam quatro horas de filme, deve-se assistir a versão completa (original e sem cortes).,infelizmente há versões reduzidas e que colocam os acontecimentos em ordem cronológica...fuja dessas versões, pois o efeito do filme não é o mesmo apresentado pela versão original!...ah e repare desde o início o uso do ópio pelo personagem, parece um detalhe besta mas ao final do filme pode justificar muito da história inteira...
Genialidade na combinação de um belo roteiro e atuações pra lá de excelentes. Fugindo completamente do estereótipo de filme americano de ficção científica, a história nos permite adentrar num drama humano profundo,com diálogos bem esparsos envolvendo temas como culpa, perdão e redenção faz com que o espectador reflita sobre a busca de uma identidade “perdida” por acontecimentos impactantes na vida,que nesse caso acaba sendo um divisor de águas para as personagens centrais da trama...interessante na forma como envolve duas almas despedaçadas o filme acaba utilizando metáforas científicas pra discutir filosofia, algo que viraria marca no trabalho do diretor Mike Cahill, que utilizaria o mesmo conceito em seu próximo filme “I Origins” assim como o gosto por finais impactantes!...no melhor estilo indie americano acabou sendo um dos meus filmes favoritos em seu ano de lançamento...
É impressionante a qualidade do cinema Argentino,acho que nas Américas não existe cinema que consegue sensibilizar o espectador com tanta sutileza quanto eles...esse filme é um marco do cinema contemporâneo... com uma ideia simples e muito atual, representa tudo aquilo que na atualidade Bauman tenta nos alertar...o refúgio das pessoas em uma realidade virtual, relacionamentos que não duram, assim como a solidão urbana nos imposta por conta de nós mesmos... Filmado em Buenos Aires, porém daquelas histórias que poderiam muito bem se passar em qualquer outra grande metrópole como São Paulo ou Nova York. É difícil de admitir porém conseguimos nos identificar com diversas situações apresentadas no filme, sejam nos diálogos ou no comportamento das personagens...é incrível como eles conseguem relacionar a proximidade que uma metrópole nos coloca do outro e ao mesmo tempo o distanciamento interno das pessoas... Uma história sobre amor na atualidade, porém com humor, sem ser um melodrama, e onde o acaso ou destino procura de alguma forma conectar Martin e Mariana...um com fobia a tudo, inclusive de pessoas e o outro depressivo seguindo o dia dia com suas manias, ambos com relacionamentos anteriormente desastrosos o que intensifica ainda mais o sentimento de solidão dos mesmos...o filme é tão bom que algumas cenas utilizam metáforas que nos conectam diretamente com a sensação dos personagens...cinema que fala sobre a sociedade atual e com muita propriedade!...
Desejos Passageiros
2.6 22 Assista AgoraO filme condensa perfeitamente o estado de espírito de uma pessoa solitária com uma cidade que acolhe esse tipo de refúgio., boa atuação da protagonista e espetacular fotografia.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraLogo ao início do filme percebi que havia algo diferente não só na maneira de se conduzir a história, mas também na empatia que aquela relação junto ao espectador o identifica. Despretensioso e natural o filme transborda diálogos sensacionais que passam por religião, filosofia e sociologia de forma impecável. É como se você caminhasse pelas ruas da Viena junto ao “casal” com a Vida propondo um “PAUSE” para que os dois vivenciassem suas histórias e expectativas com uma análise crítica do que é ser e existir no tempo, e ao amanhecer o “PLAY” retornasse modificando e unindo essas almas em um Adeus de quem deseja apenas um Até Breve!
Magnífico vivenciar a análise da viagem no tempo realizada por Jesse para convencer Celine a embarcar na aventura, os dois brincando de telefonemas falsos, assim como a concepção do que é Deus para Celine chegam a um nível filosófico tão alto que eu me pergunto o quanto o ser humano é poderoso e pleno quando vivencia algo verdadeiro e mesmo assim o questiona, e o quão medíocre e raso quando apenas o deixa escapar...
Locais que antes não representavam nada tais como um cemitério, uma praça, uma ponte, nos retornarem aos olhos ao fim da história com outro olhar, outro sentido, agora preenchido pela fábula contada. Bravo!
O Conto da Aia (2ª Temporada)
4.5 1,2K Assista AgoraÉ muito difícil uma série ser perfeita em quase todos os principais aspectos, dentre os quais, enredo, atuações, fotografia e direção...não bastasse ser impecável em tudo isso, consegue algo mais fascinante ainda que é melhorar e manter o nível da série em uma segunda temporada...é simplesmente brilhante e muito atual!., um mundo como o narrado na série pode ser ficcional em sua trama porém autêntico em sua manifestação e crítica!
Em Pedaços
3.9 236 Assista AgoraMaior mérito do filme é te deixar literalmente chocado...desde o início, passando pelo julgamento e o desfecho. Atuação magistral de Diane Kruger que interioriza habilmente a complexa sensação de vingança x justiça. Discute politicamente ações extremistas crescentes, expressando preocupações europeias atuais, onde o que mais aterroriza os pensamentos é saber que tudo o que ocorre no filme tem a possibilidade de acontecer a qualquer minuto...
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraFizeram um marketing pesado encima de um filme bem ruim...
Começa abordando a questão racial com críticas críveis e até construtivas porém o filme se perde da metade pra frente caindo num nonsense digno de sessão da tarde...
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraDiálogos que se estendem no olhar, sem necessidade alguma de fala para o andamento da história, aqui se faz jus o conceito da morte da atuação na palavra, a partir do momento que os atores abrem a boca, a magia já se foi, o poder da palavra aqui é imenso e se for pra falar tem que ser bem justificado e necessário apenas em último caso, caso contrário os olhares por si só “narram” e até demais...
Eu nunca havia entendido porque meu pai adorava tanto a atuação do Charles Bronson., é só ver esse filme que fica claramente explicado...o tempo de reação dele chega a ser tão preciso que sua atuação por muitas vezes transcende o personagem...sabe aquela história de você ver o ator quieto e se perguntar e aí não vai falar não?.,com ele é justamente o contrário, quanto mais calado ele fica mais ele conversa contigo...realmente eu tiro o chapéu pro cara e peço desculpas ao meu velho...
Com relação ao Sergio Leone nem precisa falar muito né? Era uma Vez na América é um dos filmes mais encantadores da história e Era uma vez no Oeste não ficaria tão atrás (apesar de ter sido filmado antes)...ele rouba um pouco no enredo, de novo avança até o nível hard de um teatro filmado...utiliza a ação inicial não justificável pra prender o espectador e deixa-lo com a pulga atrás da orelha até os últimos cinco minutos finais...você fica se perguntando o porque do personagem principal agir daquela maneira, mas o porque dele fazer isto, qual o sentido daquilo...até chegar a revelação final e você ficar do tipo caralh# agora tá explicado, faz sentido ele ser desse jeito e ter feito tudo que fez...é o tipo de filme que se você assistir pela segunda vez sua empatia pelo personagem vai facilmente triplicar...
Pois é...saudades de um tempo em que o cinema ainda fazia poesia com diretores e atores de outro planeta.
Melhor dialogo da obra:
- Ô da gaita, qual a sua, você se interessa por moda?
- Uma vez, vi três casacos como esse, esperando um trem.
- E daí?
- Dentre deles haviam três homens.
- E daí?
- Dentro dos homens, haviam três balas.
Hahahahahahahaha rindo até o infinito...
A Dança da Realidade
4.2 81Fico sem palavras pra tentar descrever a grandiosidade dessa obra porém se eu pudesse arriscar um nome eu o chamaria de “biografia metafórica”...e é a exata ideia que um dia sonho em realizar como biografia de minha vida...
...a genialidade do filme se encontra justamente em metaforizar toda e qualquer passagem histórica e não biografia pela biografia o que tornaria o filme irreal uma vez que 99.99% das auto biografias são centradas no álter ego do interlocutor o que já distanciaria a história do que de fato aconteceu sendo uma concepção mais idealizada do que centrada na realidade...ao abusar das metáforas Jodorowsky transcende sua concepção de mundo fazendo com que seus pensamentos intercedam na história de forma lúdica ou como flashes de uma infância linda no imaginário de sua criança porém triste e sofredora em sua realidade...cores incríveis num perfeccionismo fotográfico absurdo...cenas que mesclam passagens políticas com surrealismo crítico...não chega a ser tão surrealista quanto “A montanha sagrada” porém seu idealismo poético coloca o filme em outro patamar...Ahh como eu gostaria que os diretores atuais tivessem um por cento da ousadia do Sir Jodorowsky ,e explorassem seu imaginário ao máximo sem medo de buscar em sua infância seus sonhos e desejos transpondo isso em tela, infelizmente é o que mais falta na atualidade...ansioso pra assistir a continuação em “Poesia sem Fim”...
A Bela e a Fera
3.9 1,6K Assista AgoraMinha namorada me amarrou na cadeira pra conseguir assistir...o melhor ator até a hora em que dormi era o candelabro...
...brincadeiras a parte, é uma história que vai tocar as pessoas que se identificam com a fábula contada, sendo os efeitos especiais o maior trunfo do filme...
O Ovo da Serpente
4.0 131Esse filme vem só para confirmar que Bergman é o maior em dialogar e expor dramas ideológicos no cinema., pegando qualquer época da humanidade ele consegue transformar eventos trágicos em poéticos...e aqui ele não faz diferente. Demonstra em pouco menos de duas horas como algo inexplicável aos olhos de uns transforma-se em uma realidade cruel na prática...magistral ao mostrar como uma sociedade que ainda nutria certo romantismo passa a encarar um realidade trágica, aqui tem-se o idealismo nazista em sua pré-formação florescendo de uma sociedade fragilizada, esgotada psicologicamente e humilhada nutrindo ódio e procurando culpados por tal marginalização...
Atuação magistral da Liv Ullmann que aprofunda sua personagem em um complexo drama psicológico...e a direção de Bergman que antecipa a ideia de um “Big Brother” em quase vinte anos...é genial!
“O Sr. Hitler não tem capacidade intelectual nem método. Ele não percebe as forças tremendas que ele está a ponto de conjurar. Ele será varrido como uma folha murcha no dia em que a tempestade vier… olhe para todas essas pessoas. São incapazes de uma revolução. Elas estão humilhadas demais, assustadas demais, oprimidas demais. Porém, dentro de dez anos, então os que têm 10 anos terão 20, os que têm 15 terão 25. Ao ódio herdado dos pais, eles acrescentarão o próprio idealismo e impaciência. Alguém vai se apresentar e colocar seus sentimentos em palavras. Alguém vai prometer um futuro, alguém vai fazer exigências. Alguém vai falar de grandeza e sacrifício. Os jovens e inexperientes darão sua coragem e sua fé aos cansados e inseguros. E então, haverá uma revolução e nosso mundo se fundirá em sangue e fogo. Em dez anos, não mais, eles criarão uma sociedade sem igual na história mundial."
Ninette
3.4 2Comédia extremamente agradável., engraçado que é um filme realizado em 2005 porém consegue retratar de forma fiel o ambiente da época em que se passa (Espanha dos anos 60)... a fotografia e o ritmo dramático se parecem muito com os filmes do Elia Kazan tornando algumas cenas bem engraçadas apenas pelo enquadramento filmado...
Uma história que se desenrola de forma muito convincente a ponto de se parecer mais como um teatro cômico do que cinema propriamente dito, fazendo com que o espectador adentre na história quase como se estivesse lá, espiando tudo que se passa no pequeno ambiente inicial e posteriores locais da trama...política local e costumes da época são trazidos a tona e discutidos de uma maneira bem leve...a ingenuidade dos pais, a forma como Ninette é vista pela sociedade e forma como realmente se porta, as aparências que não se sustentam na farsa diária de uma sociedade que está redescobrindo o certo e errado ...e como não rir das piadas cheias de rivalidades entre os espanhóis e franceses...
Achei que seria uma história bem bobinha mas me surpreendi positivamente.
Frase de Ninette que resume o filme: "Homens são necessários, namorados não!"
Agnus Dei
4.1 271 Assista AgoraO visual do filme é maravilhoso e retrata com suas cores de forma fiel o peso dramático da história, trazendo de forma objetiva e cruel o machismo imposto no período da guerra. A revelação final é de doer o coração, ainda mais sabendo que se baseia em fatos verídicos...
O Jardim das Palavras
4.0 363Animação sensorial mais realista que já vi!...Makoto é foda! rs
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera
4.3 377Budismo poético por si só é bárbaro, aprofunda questões existenciais e culturais que faltam ao ocidente...porém o diretor peca ao reiterar imagens (flashbacks de passagens iniciais do filme) de modo a deixar claro ao espectador as associações que ele propõe fazendo com que a poesia (bela de início) se perca...
Da Vida das Marionetes
4.3 70Um dos últimos do Bergman que faltava pra eu completar minha lista., é simplesmente genial, com um roteiro que te prende a cada frase, cada respiro e pausa intercalando as intenções dos personagens com uma singela expressão que embora pareça simplista diz muito sobre a psicose de um ser humano...sua narrativa não linear brinca com passado e futuro de tal maneira que a tensão da história se intensifica com cada cena., É incrível a capacidade de Bergman de destrinchar a mente humana, revelar os piores medos, os maiores demônios, a solidão assim como o lado mais belo deixando ao próprio espectador o julgamento se o bem e o mal coexistem sendo fontes da mesma origem...
Dialogo final com a prostituta é digno de obra-prima!
Candy
4.0 601Consegue fazer uma junção do vício em drogas com a perdição no relacionamento., a transformação do amor em vício é nítida e choca ao expor a que ponto ambos ultrapassam seus limites a ponto de manter o vício...
Heath Ledger em uma crescente na sua atuação dá vida a um personagem fragilizado, amargurado e inconsequente porém extremamente carismático aos olhos do expectador.
Tinha tudo pra ser uma relação extremamente bela, se não fossem as drogas...
14 Estações de Maria
4.0 77Consegue ser sufocante porém sutil., constrói uma narrativa atemporal, com excelentes monólogos e diálogos de cair o queixo...
Fervorosa devoção que se torna extremamente estranha em um mundo cada vez mais descrente...é literalmente como se colocássemos Maria (uma garota da Idade Média) e a jogássemos em mundo moderno, totalmente avesso as suas crenças...
Fotografia exemplar com tomadas únicas revelando um humanismo singular e bastante crível., além de um final espetacular, sendo praticamente uma aula de cinema!
A busca incessante por sacrifícios me fez lembrar de outro filme bem parecido, “O Pecado de Hadewijch” (Bruno Dumont, 2009) que também é ótimo por sinal...
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraDentre as diversas qualidades da realização de um filme, uma que pra mim se destaca é a capacidade de se contar histórias que se eternizam pelo tempo. Algumas delas viram obras-primas onde o passar das horas ao invés de apagá-las contribui para que se propaguem possibilitando que outras gerações possam desfrutar de suas idéias ou pelo menos a concepção daquilo que se pretendia como leitura de um determinado espaço x tempo, gerando um anacronismo quase que premeditado.
Infelizmente os trabalhos de Bergman ainda não são compreendidos em nossa geração mas sou otimista em achar que caminhamos para uma leitura do ser humano e sua essência, enxergando mesmo que minimamente, os expoentes e defeitos de sua natureza...
O Grande Golpe
4.1 236 Assista AgoraFrase que resume o filme:
"Sabe,andei pensando que o gângster e o artista são iguais aos olhos do povo. Eles são admirados e heróis mas sempre existem outros que querem destruir o caminho do seu crescimento."
...e que final espetacular, deixa uma mistura de sentimentos conflitantes...
A Primeira Noite de Um Homem
4.1 809 Assista AgoraTinha ouvido falar do filme mas até então nunca visto...provavelmente deve ter causado um choque grande na época de seu lançamento...consegue romper a concepção de um amor ideal e platônico para transmitir o que é um amor verdadeiro e visceral, assim como as dificuldades do personagem em se conectar com o mundo ao seu redor bem como na convivência com familiares e amigos...trilha sonora de músicas que eu já conhecia mas não sabia que vinham deste filme...e o que falar do final??...Ah aquilo sim é prova de amor o resto é só historinha pra boi dormir!...gostei muito!
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraUm dos filmes mais sensacionais e malucos já realizados.
Propositalmente criado para não ser inteiramente compreendido “forçando” os que querem realmente entender o filme a revê-lo várias e várias vezes de modo a compreender cada vez mais...não a toa várias teorias surgiram tentando de alguma forma explica-lo porém nenhuma delas de forma satisfatória e inteiramente convincente o que torna a obra genial nesse propósito.
Há de se entender que nesse filme mais do que em qualquer outro, tudo é inteiramente justificado, cada ação e cada tomada desde o segundo inicial (Donnie na montanha) até o momento final tem um propósito único e onde nada é desperdiçado, desde uma simples frase “Destruição é uma forma de criação” até a cor da roupa de cada um dos personagens (Donnie predominantemente de azul).
Esqueça universos paralelos ou teorias do anti-cristo, o filme se baseia em conceitos muito mais simples e recorrentes do que ideias malucas e paradoxais...
...aborda a questão evolutiva tanto do ser humano quanto a do universo... manipulação da matéria (só possível graças a um nível de consciência altíssimo, no caso o de Donnie), medo da morte, egoísmo e sacrifício convergem todos personagens um único e subconsciente objetivo de “ajudar” Donnie em sua realização final.
Roteiro e trilhas sonoras fodas, sendo uma crítica clara às pessoas que nunca alteram suas ações ou modo de pensamento assim como pessoas com ideias revolucionarias que não são compreendidas pela sociedade.
A Ovelha Negra
3.8 88Despretensioso e cativante., daqueles filmes que adentram vidas cotidianas revelando o pior e melhor das pessoas. Explora o limite do ser humano quando este tem ameaçado a perda não só de sua única fonte de renda mas daquilo que lhe dá sentido na vida e o define como pessoa...revelando ao longo da trama que não há limites ou barreiras que impeçam esses indivíduos de recuperar aquilo que lhe foi “tirado”. A vida em uma comunidade isolada e pequena, a competição e desavenças entre os dois irmãos, a moralidade diante de uma descoberta que pode afetar a vida de todos, as magníficas paisagens, tudo muito bem construído e explorado definindo um universo único utilizando de pretexto ovelhas para discussão sobre a espécie humana.
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista AgoraÉ sem sombra de dúvida um dos maiores filmes da história do cinema.,acho impossível encontrar outra obra que reúna ao mesmo tempo, as mais belas cenas cinematográficas, trilha sonora impecável e roteiro que faz com que o espectador se emocione com o mundo nostálgico criado pelo diretor...ao mesmo tempo que consegue ser violento e trágico, é preenchido por uma humanidade incomparável...separado em quatro épocas distintas te faz adentrar na história e se comover tanto pelas cenas com diálogos exaltados como as de puro silêncio...narrando a história de Noodles desde sua infância até a velhice (de forma não linear) se constrói durante o filme uma relação extremamente forte entre as personagens, fazendo com que nos familiarize com cada um deles e entenda seus piores medos, fragilidades, motivações, ansiedades bem como suas ações que por vezes é agressiva porém decorrentes de injustiças sociais e sede de poder...
Seus principais temas são amizade e lealdade, e como estas são influenciadas e modificadas ao longo do tempo., arrependimento, culpa e traição também são explorados porém acompanhando a não linearidade do filme, por vezes deixa a cargo do espectador a interpretação de certos acontecimentos...
Cenários e figurinos impecáveis retratando com exatidão e em detalhes cada uma das épocas, desde 1920 a 1960...
Noodles espiando Deborah dançando em minha opinião é uma das cenas mais belas do cinema (talvez a maior) está contida nesse filme., bem como as mais chocantes que envolvem assassinatos e até estupros...
Por mais que sejam quatro horas de filme, deve-se assistir a versão completa (original e sem cortes).,infelizmente há versões reduzidas e que colocam os acontecimentos em ordem cronológica...fuja dessas versões, pois o efeito do filme não é o mesmo apresentado pela versão original!...ah e repare desde o início o uso do ópio pelo personagem, parece um detalhe besta mas ao final do filme pode justificar muito da história inteira...
A Outra Terra
3.7 873 Assista AgoraGenialidade na combinação de um belo roteiro e atuações pra lá de excelentes. Fugindo completamente do estereótipo de filme americano de ficção científica, a história nos permite adentrar num drama humano profundo,com diálogos bem esparsos envolvendo temas como culpa, perdão e redenção faz com que o espectador reflita sobre a busca de uma identidade “perdida” por acontecimentos impactantes na vida,que nesse caso acaba sendo um divisor de águas para as personagens centrais da trama...interessante na forma como envolve duas almas despedaçadas o filme acaba utilizando metáforas científicas pra discutir filosofia, algo que viraria marca no trabalho do diretor Mike Cahill, que utilizaria o mesmo conceito em seu próximo filme “I Origins” assim como o gosto por finais impactantes!...no melhor estilo indie americano acabou sendo um dos meus filmes favoritos em seu ano de lançamento...
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraÉ impressionante a qualidade do cinema Argentino,acho que nas Américas não existe cinema que consegue sensibilizar o espectador com tanta sutileza quanto eles...esse filme é um marco do cinema contemporâneo... com uma ideia simples e muito atual, representa tudo aquilo que na atualidade Bauman tenta nos alertar...o refúgio das pessoas em uma realidade virtual, relacionamentos que não duram, assim como a solidão urbana nos imposta por conta de nós mesmos...
Filmado em Buenos Aires, porém daquelas histórias que poderiam muito bem se passar em qualquer outra grande metrópole como São Paulo ou Nova York. É difícil de admitir porém conseguimos nos identificar com diversas situações apresentadas no filme, sejam nos diálogos ou no comportamento das personagens...é incrível como eles conseguem relacionar a proximidade que uma metrópole nos coloca do outro e ao mesmo tempo o distanciamento interno das pessoas...
Uma história sobre amor na atualidade, porém com humor, sem ser um melodrama, e onde o acaso ou destino procura de alguma forma conectar Martin e Mariana...um com fobia a tudo, inclusive de pessoas e o outro depressivo seguindo o dia dia com suas manias, ambos com relacionamentos anteriormente desastrosos o que intensifica ainda mais o sentimento de solidão dos mesmos...o filme é tão bom que algumas cenas utilizam metáforas que nos conectam diretamente com a sensação dos personagens...cinema que fala sobre a sociedade atual e com muita propriedade!...