Eu sei que é um musical, mas colocaram tantos números musicais que faltou profundidade no roteiro. Não consegui me conectar com a história de nenhum personagem.
Eu não assisto muitos filmes de terror pois medo, mas esse aqui é realmente fantástico! Na verdade, diria que é até mais drama do que terror. Contando a história de um casal de refugiados que precisam permanecer em uma casa mal-assombrada para conseguir a cidade inglesa, é uma crítica social pesada sobre a situação dessas pessoas que, para além dos traumas físicos da travessia, enfrentam diversos traumas psicológicos sem qualquer tipo de apoio. O filme é cheio de simbolismos, inclusive com umas cenas bem abstratas, e consegue te prender nessa atmosfera de terror e te deixar tenso do início ao fim.
Achei a ideia do filme bem genial, com piadas inteligentes e até filosóficas, porém, confesso que poderia ter terminado tranquilamente na metade. Fiquei decepcionada por ter se tornado apenas uma comédia romântica que se arrasta até o final.
Excelente filme nacional com um roteiro muito criativo e divertido, representando, ainda que com humor, a família média brasileira e seus preconceitos enraizados. Por isso, acho uma ótima chamar todo mundo para assistir, garantia de boas risadas e algumas cutucadas na ferida. Existem algumas cenas tensas de homofobia, mas são balanceadas com alguma outra sobre união e amizade. Em última análise, traz aquela percepção de como as micro violências cotidianas podem escalonar para algo mais grave. Mas só sou eu pensando demais. Resumindo, é um filme gostoso de assistir, engraçado, com personagens ótimos e que ainda consegue deixar uma lição contra o preconceito e estereótipos.
E se você pudesse, sozinho, criar um país do zero e no meio do oceano?! Pois digo que foi exatamente isso que um engenheiro italiano fez lá na década de 60 e é essa a história que o filme conta. O engenheiro Giorgio conseguiu construir uma ilha fora do mar territorial da Itália e proclamar independência, o que gerou uma crise internacional! Eu fiquei perplexa de nunca ter ouvido nada sobre isso e acho que esse é o grande trunfo do filme: contar sobre algo pouco conhecido de forma divertida e engraçada. Por óbvio, algumas coisas não aconteceram da mesma forma na vida real, então vale a pena aquela pesquisa depois de assistir.
Ano passado foi tão surreal que os criadores de Black Mirror não precisaram inventar nenhuma história, apenas fazer uma retrospectiva e acrescentar um elenco muito bom para comentar todos os acontecimentos. O documentário fala bastante sobre a pandemia, por óbvio, mas também sobre o que rolou nos Estados Unidos, ignorando o resto do mundo (nada mais americano que isso). Mas, ainda assim, acho que é a única retrospectiva possível para 2020. Conseguiram transformar um ano bem triste em uma comédia ácida com críticas bem debochadas direcionadas tanto a políticos quanto a cidadãos comuns. Basicamente, é meu tipo de humor: engraçado, inteligente, sarcástico, que te dá um soco no estômago totalmente inesperado e consegue fazer rir com o absurdo que a realidade pode ser.
Não vou nem mencionar minha queda por filmes com um time ruim competindo que nos mostra o poder da perseverança e superação, pois amo. O que mais gosto é da humanidade dos personagens. Tá todo mundo ali sofrendo, lutando, tentando fazer as coisas funcionarem e a formação do grupo é essencial para isso, pois criaram um lugar de escuta e amizade. O filme é poético e ao mesmo tempo engraçado. Existem algumas cenas bem contemplativas, afinal cinema francês, mas te prometo que é muito divertido e nada cansativo.
É um filme bem sessão da tarde e extremamente pop com frases de efeito e atores bem conhecidos atualmente. Por sinal, Millie Bobby Brown é uma ótima atriz e arrasou no papel da protagonista. Gosto demais de toda a aventura da história e de ser a própria Enola a solucionar tudo sem estar à sombra de ninguém, nem mesmo de seu irmão famoso que aqui não passa de um personagem secundário.
Se você gosta de filmes com mistério, reviravoltas e gente babaca se dando mal, esse é o filme perfeito! A história é muito bem amarrada, os atores estão ótimos e, para melhorar, debocha da cara dos americanos que se acham o centro do universo e pensam que todos os outros países do continente são iguais. Excelente filme de mistério que te prende do início ao fim e é extremamente divertido, sem nada de sombrio ou assustador. Como qualquer filme que tem reviravolta em cima de reviravolta, tive que voltar a cena em que tudo se revela para entender por completo, mas apenas uma dificuldade minha que não prejudica a experiência em si.
Sabe aquele filme que de tão ruim, fica bom?! É esse o caso. Uns efeitos bem toscos e alguns furos no roteiro, mas, ainda sim, é super legal de assistir. Tem uma pegada de clássico da sessão da tarde em que um grupo de crianças tentam alertar os adultos sobre um perigo, mas, como não são escutados, agem por conta própria e salvam todo mundo. É um filme totalmente despretensioso e, ainda assim, é todo construído através de metáforas para temas importantes. A impressão é que é uma aula para crianças sobre combate ao racismo.
Apesar de ser um filme com cores vibrantes e personagens bem característicos, tem algumas cenas que eu não acreditava estar assistindo em uma animação que teoricamente é para crianças. Os pais são simplesmente horríveis e fazem coisas detestáveis, sem darem qualquer atenção para as crianças. E é por isso que os irmãos Willoughby resolvem criar um plano para se livrarem deles. Não sei se crianças menores perceberiam os assuntos super sérios que são tratados, mas, de qualquer forma, é um excelente filme para refletirmos sobre o conceito de família, afinal, muito mais que laços sanguíneos, família se constitui em laços de afeto e cuidado.
Uma menina que muda da capital para o interior e precisa lidar com uma nova escola e novos amigos. Parece mais um filme comum de adolescente e é exatamente isso, mas também sobre ser uma menina trans nessa fase. O filme aborda sim temas importantes, mas mesmo as cenas tensas terminam de forma positiva, mostrando que é essencial uma rede de apoio. Eu amei que Alice é segura de si e super extrovertida. A personagem não cai em estereótipos, o que é excelente pois precisamos de representatividade para além do sofrimento. Ainda que com alguns clichês, é um filme super original e tem tudo para se tornar um clássico. Na minha lista de favoritos já está.
É até irônico um documentário sobre os perigos das redes sociais sendo produzido por um streaming que também usa algoritmos, mas... Enquanto uma história fictícia é narrada, profissionais que trabalharam na criação de redes sociais e suas ferramentas contam todos os perigos de seu uso desenfreado: de uma geração mais ansiosa e depressiva até a desestabilização de democracias. Confesso que, com as fake news que tem acontecido e meu conhecimento prévio, o documentário não surpreendeu, mas algumas falas são interessantes. Por exemplo, o fato de que os algoritmos são capazes de criar um perfil personalizado de cada usuário para sugerir conteúdos e a polarização política que nasceu disso. No final, a impressão é que os criadores perderam o controle sobre a criatura e agora estão um pouco preocupados, culpando a tecnologia em si e não quem a criou (inclusive eles próprios)
Confesso que tinha outra ideia do que seria o filme antes de assistir. Talvez por isso achei a narrativa um pouco lenta no começo, mas a história ganha um encanto enquanto vai sendo assistida. Os diálogos são bem engraçados, ainda que algumas piadas tenham envelhecido mal, e os personagens são verdadeiras caricaturas, passando aquela impressão de filme antigo de comédia. Tem uma nostalgia ali de uma época em que os cinemas não estavam dentro de shoppings centers e não eram exclusivos de cidades grandes, mas estavam presentes nas ruas de cidades interioranas, bem antes das televisões serem populares.
Utilizei de um critério extremamente objetivo e muito usado por mim para decidir assistir esse filme: tem Viola Davis no elenco. O que mais gostei foi o protagonismo feminino, ainda que isso venha de relações heterossexuais problemáticas. As protagonistas decidem tomar o controle da situação e agir por conta própria. Apesar disso, alguns assuntos sociais são tratados de forma rasa, não tendo uma contribuição significativa para a narrativa. No fim das contas, é um filme de ação mais obscuro e “cult” com umas atuações bem boas, inclusive, o que Daniel Kaluuya faz é impressionante e realmente chega a dar medo.
Documentário que mostra o cotidiano de Toritama, pequena cidade em Pernambuco conhecida pela sua produção de jeans. Em uma camada mais profunda, é uma narrativa sobre o tempo e as contradições do capitalismo. Ao mesmo tempo em que a cidade prospera e os trabalhadores sentem-se orgulhosos pelo seu trabalho autônomo nas pequenas fábricas de fundo de quintal, eles não possuem direitos trabalhistas e só descansam no fim do ano e no carnaval. Em um momento em que muito se discute sobre precarização do trabalho, esse documentário é essencial para entendermos todos os fatores envolvidos nisso. As entrevistas feitas com os moradores da cidade são muito boas e algumas falas são bastante emblemáticas, mostrando essa filosofia que nasce da prática cotidiana, longe dos grandes centros e suas instituições de ensino.
Uma fábula bem lúdica no maior estilo Tim Burton, mas dessa vez sem o toque mais obscuro. Na verdade, tem um contraste interessante entre cenas bem iluminadas do passado e cenas mais escuras no presente. Eu fui assistir como quem não quer nada, mas o filme é realmente encantador, com uma narrativa poética sobre laços familiares e o poder da sua própria história. Ótimo filme para assistir com crianças e uma boa distração para os adultos também.
Apesar de o foco ser a cartunista Laerte Coutinho, não diria que é um documentário biográfico, mas uma conversa com ela sobre aspectos de sua vida, incluindo a arte. Por sinal, uma das coisas que mais gostei é a mescla de cenas reais com suas tirinhas. A obra mostra o cotidiano da artista e suas reflexões, o que achei que foi um diferencial. Acho extremamente honesto seus relatos sobre seu processo de transição e como isso não foi um ato de coragem como imaginam. Ainda, traz questionamentos necessários sobre o que é ser homem e mulher na nossa sociedade, o que, longe de ser biológico, está ligado à performance de papéis de gênero. Eu me identifiquei bastante com a personalidade de Laerte. Obviamente, não tenho o talento dela, mas, mostrar que uma artista é tão humana quanto nós, com inseguranças, timidez e questões sobre o ser, me deu um acalanto.
Para quem ainda acha que documentários são chatos e sem emoção, volte duas casas e assista esse! A ideia é simples: um monte de gente famosa contando suas experiências com o uso de substâncias psicoativas. Porém, e como era de se esperar, os relatos são engraçadíssimos, assim como as animações criadas para as narrativas. Destaco aqui a história do A$AP Rocky, uma das melhores para mim. Ainda, o documentário traz informações importantes sobre essas substâncias, inclusive com um estudioso da área, mostrando como elas eram usadas para tratar enfermidades mentais antes de se tornarem populares e serem duramente proibidas. É um documentário que tem tudo o que gosto quando vou assistir algo: risada e reflexão.
Um filme extremamente delicado sobre a dor da perda e o processo de luto em que nenhuma escolha foi em vão: os nomes das personagens, a onipresença do rio, a música original. A narrativa começa de maneira mais lenta, mas te prende pelo desenrolar. E que desenrolar! Cenas lindas, com interpretações precisas, tanto para o drama quanto para a comédia. Um excelente filme para compreender o poder da união feminina, do contato, da ancestralidade e o verdadeiro significado de sororidade. Acredito não ter todos os conhecimentos para compreender alguns aspectos do filme, mas, ainda assim, amei demais e já entrou para minha lista de favoritos.
O que acontece anos depois que pessoas anônimas fazem um filme de tamanho sucesso? É isso que esse documentário quer mostrar entrevistando vários dos atores que tiverem sua estreia na telona atuando no filme “Cidade de Deus”. Emblemático perceber que depois de passado o auge do filme, muitos dos atores não conseguiram seguir na carreira e tiveram sua realidade muito pouco mudada. Simbólico também o fato de que atores brancos tiveram uma mudança significativa na carreira, ainda que seus papéis no filme não tenham sido dos maiores. Quanto aos relatos, destaco o de Alexandre Rodrigues, intérprete do personagem Buscapé, porque, além de ser o mais emocionante para mim, é elucidativo desse contraste entre dois mundos: o glamour do cinema e seus festivais e a realidade em que a maioria dos atores viviam e ainda vivem.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraUm filme muito sensível e achei que fez jus à Van Gogh
Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento
3.8 585 Assista AgoraEstava meio triste quando fui assistir, mas fiquei totalmente inspirada pela história
Soul
4.3 1,4KTerminei o filme totalmente influenciada a voltar a tocar piano
A Festa de Formatura
3.1 238Eu sei que é um musical, mas colocaram tantos números musicais que faltou profundidade no roteiro. Não consegui me conectar com a história de nenhum personagem.
O Que Ficou Para Trás
3.6 510 Assista AgoraEu não assisto muitos filmes de terror pois medo, mas esse aqui é realmente fantástico! Na verdade, diria que é até mais drama do que terror.
Contando a história de um casal de refugiados que precisam permanecer em uma casa mal-assombrada para conseguir a cidade inglesa, é uma crítica social pesada sobre a situação dessas pessoas que, para além dos traumas físicos da travessia, enfrentam diversos traumas psicológicos sem qualquer tipo de apoio.
O filme é cheio de simbolismos, inclusive com umas cenas bem abstratas, e consegue te prender nessa atmosfera de terror e te deixar tenso do início ao fim.
O Primeiro Mentiroso
3.4 809 Assista AgoraAchei a ideia do filme bem genial, com piadas inteligentes e até filosóficas, porém, confesso que poderia ter terminado tranquilamente na metade. Fiquei decepcionada por ter se tornado apenas uma comédia romântica que se arrasta até o final.
Carlinhos & Carlão
3.4 94 Assista AgoraExcelente filme nacional com um roteiro muito criativo e divertido, representando, ainda que com humor, a família média brasileira e seus preconceitos enraizados. Por isso, acho uma ótima chamar todo mundo para assistir, garantia de boas risadas e algumas cutucadas na ferida.
Existem algumas cenas tensas de homofobia, mas são balanceadas com alguma outra sobre união e amizade. Em última análise, traz aquela percepção de como as micro violências cotidianas podem escalonar para algo mais grave. Mas só sou eu pensando demais.
Resumindo, é um filme gostoso de assistir, engraçado, com personagens ótimos e que ainda consegue deixar uma lição contra o preconceito e estereótipos.
A Incrível História da Ilha das Rosas
3.6 129 Assista AgoraE se você pudesse, sozinho, criar um país do zero e no meio do oceano?! Pois digo que foi exatamente isso que um engenheiro italiano fez lá na década de 60 e é essa a história que o filme conta.
O engenheiro Giorgio conseguiu construir uma ilha fora do mar territorial da Itália e proclamar independência, o que gerou uma crise internacional!
Eu fiquei perplexa de nunca ter ouvido nada sobre isso e acho que esse é o grande trunfo do filme: contar sobre algo pouco conhecido de forma divertida e engraçada. Por óbvio, algumas coisas não aconteceram da mesma forma na vida real, então vale a pena aquela pesquisa depois de assistir.
2020 Nunca Mais
3.4 89Ano passado foi tão surreal que os criadores de Black Mirror não precisaram inventar nenhuma história, apenas fazer uma retrospectiva e acrescentar um elenco muito bom para comentar todos os acontecimentos.
O documentário fala bastante sobre a pandemia, por óbvio, mas também sobre o que rolou nos Estados Unidos, ignorando o resto do mundo (nada mais americano que isso). Mas, ainda assim, acho que é a única retrospectiva possível para 2020.
Conseguiram transformar um ano bem triste em uma comédia ácida com críticas bem debochadas direcionadas tanto a políticos quanto a cidadãos comuns. Basicamente, é meu tipo de humor: engraçado, inteligente, sarcástico, que te dá um soco no estômago totalmente inesperado e consegue fazer rir com o absurdo que a realidade pode ser.
Um Banho de Vida
3.9 114Não vou nem mencionar minha queda por filmes com um time ruim competindo que nos mostra o poder da perseverança e superação, pois amo.
O que mais gosto é da humanidade dos personagens. Tá todo mundo ali sofrendo, lutando, tentando fazer as coisas funcionarem e a formação do grupo é essencial para isso, pois criaram um lugar de escuta e amizade.
O filme é poético e ao mesmo tempo engraçado. Existem algumas cenas bem contemplativas, afinal cinema francês, mas te prometo que é muito divertido e nada cansativo.
Enola Holmes
3.5 816 Assista AgoraÉ um filme bem sessão da tarde e extremamente pop com frases de efeito e atores bem conhecidos atualmente. Por sinal, Millie Bobby Brown é uma ótima atriz e arrasou no papel da protagonista.
Gosto demais de toda a aventura da história e de ser a própria Enola a solucionar tudo sem estar à sombra de ninguém, nem mesmo de seu irmão famoso que aqui não passa de um personagem secundário.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraSe você gosta de filmes com mistério, reviravoltas e gente babaca se dando mal, esse é o filme perfeito!
A história é muito bem amarrada, os atores estão ótimos e, para melhorar, debocha da cara dos americanos que se acham o centro do universo e pensam que todos os outros países do continente são iguais.
Excelente filme de mistério que te prende do início ao fim e é extremamente divertido, sem nada de sombrio ou assustador.
Como qualquer filme que tem reviravolta em cima de reviravolta, tive que voltar a cena em que tudo se revela para entender por completo, mas apenas uma dificuldade minha que não prejudica a experiência em si.
Vampiros x the Bronx
2.9 99Sabe aquele filme que de tão ruim, fica bom?! É esse o caso. Uns efeitos bem toscos e alguns furos no roteiro, mas, ainda sim, é super legal de assistir.
Tem uma pegada de clássico da sessão da tarde em que um grupo de crianças tentam alertar os adultos sobre um perigo, mas, como não são escutados, agem por conta própria e salvam todo mundo.
É um filme totalmente despretensioso e, ainda assim, é todo construído através de metáforas para temas importantes. A impressão é que é uma aula para crianças sobre combate ao racismo.
Os Irmãos Willoughbys
3.5 153 Assista AgoraApesar de ser um filme com cores vibrantes e personagens bem característicos, tem algumas cenas que eu não acreditava estar assistindo em uma animação que teoricamente é para crianças.
Os pais são simplesmente horríveis e fazem coisas detestáveis, sem darem qualquer atenção para as crianças. E é por isso que os irmãos Willoughby resolvem criar um plano para se livrarem deles.
Não sei se crianças menores perceberiam os assuntos super sérios que são tratados, mas, de qualquer forma, é um excelente filme para refletirmos sobre o conceito de família, afinal, muito mais que laços sanguíneos, família se constitui em laços de afeto e cuidado.
Alice Júnior
3.8 144Uma menina que muda da capital para o interior e precisa lidar com uma nova escola e novos amigos. Parece mais um filme comum de adolescente e é exatamente isso, mas também sobre ser uma menina trans nessa fase.
O filme aborda sim temas importantes, mas mesmo as cenas tensas terminam de forma positiva, mostrando que é essencial uma rede de apoio.
Eu amei que Alice é segura de si e super extrovertida. A personagem não cai em estereótipos, o que é excelente pois precisamos de representatividade para além do sofrimento.
Ainda que com alguns clichês, é um filme super original e tem tudo para se tornar um clássico. Na minha lista de favoritos já está.
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista AgoraÉ até irônico um documentário sobre os perigos das redes sociais sendo produzido por um streaming que também usa algoritmos, mas...
Enquanto uma história fictícia é narrada, profissionais que trabalharam na criação de redes sociais e suas ferramentas contam todos os perigos de seu uso desenfreado: de uma geração mais ansiosa e depressiva até a desestabilização de democracias.
Confesso que, com as fake news que tem acontecido e meu conhecimento prévio, o documentário não surpreendeu, mas algumas falas são interessantes. Por exemplo, o fato de que os algoritmos são capazes de criar um perfil personalizado de cada usuário para sugerir conteúdos e a polarização política que nasceu disso.
No final, a impressão é que os criadores perderam o controle sobre a criatura e agora estão um pouco preocupados, culpando a tecnologia em si e não quem a criou (inclusive eles próprios)
Cine Holliúdy
3.5 609 Assista AgoraConfesso que tinha outra ideia do que seria o filme antes de assistir. Talvez por isso achei a narrativa um pouco lenta no começo, mas a história ganha um encanto enquanto vai sendo assistida.
Os diálogos são bem engraçados, ainda que algumas piadas tenham envelhecido mal, e os personagens são verdadeiras caricaturas, passando aquela impressão de filme antigo de comédia.
Tem uma nostalgia ali de uma época em que os cinemas não estavam dentro de shoppings centers e não eram exclusivos de cidades grandes, mas estavam presentes nas ruas de cidades interioranas, bem antes das televisões serem populares.
As Viúvas
3.4 410Utilizei de um critério extremamente objetivo e muito usado por mim para decidir assistir esse filme: tem Viola Davis no elenco.
O que mais gostei foi o protagonismo feminino, ainda que isso venha de relações heterossexuais problemáticas. As protagonistas decidem tomar o controle da situação e agir por conta própria.
Apesar disso, alguns assuntos sociais são tratados de forma rasa, não tendo uma contribuição significativa para a narrativa.
No fim das contas, é um filme de ação mais obscuro e “cult” com umas atuações bem boas, inclusive, o que Daniel Kaluuya faz é impressionante e realmente chega a dar medo.
Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar
4.3 210Documentário que mostra o cotidiano de Toritama, pequena cidade em Pernambuco conhecida pela sua produção de jeans. Em uma camada mais profunda, é uma narrativa sobre o tempo e as contradições do capitalismo.
Ao mesmo tempo em que a cidade prospera e os trabalhadores sentem-se orgulhosos pelo seu trabalho autônomo nas pequenas fábricas de fundo de quintal, eles não possuem direitos trabalhistas e só descansam no fim do ano e no carnaval.
Em um momento em que muito se discute sobre precarização do trabalho, esse documentário é essencial para entendermos todos os fatores envolvidos nisso.
As entrevistas feitas com os moradores da cidade são muito boas e algumas falas são bastante emblemáticas, mostrando essa filosofia que nasce da prática cotidiana, longe dos grandes centros e suas instituições de ensino.
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
4.2 2,2K Assista AgoraUma fábula bem lúdica no maior estilo Tim Burton, mas dessa vez sem o toque mais obscuro. Na verdade, tem um contraste interessante entre cenas bem iluminadas do passado e cenas mais escuras no presente.
Eu fui assistir como quem não quer nada, mas o filme é realmente encantador, com uma narrativa poética sobre laços familiares e o poder da sua própria história.
Ótimo filme para assistir com crianças e uma boa distração para os adultos também.
Laerte-se
4.0 184Apesar de o foco ser a cartunista Laerte Coutinho, não diria que é um documentário biográfico, mas uma conversa com ela sobre aspectos de sua vida, incluindo a arte. Por sinal, uma das coisas que mais gostei é a mescla de cenas reais com suas tirinhas.
A obra mostra o cotidiano da artista e suas reflexões, o que achei que foi um diferencial. Acho extremamente honesto seus relatos sobre seu processo de transição e como isso não foi um ato de coragem como imaginam.
Ainda, traz questionamentos necessários sobre o que é ser homem e mulher na nossa sociedade, o que, longe de ser biológico, está ligado à performance de papéis de gênero.
Eu me identifiquei bastante com a personalidade de Laerte. Obviamente, não tenho o talento dela, mas, mostrar que uma artista é tão humana quanto nós, com inseguranças, timidez e questões sobre o ser, me deu um acalanto.
Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica
3.7 76Para quem ainda acha que documentários são chatos e sem emoção, volte duas casas e assista esse!
A ideia é simples: um monte de gente famosa contando suas experiências com o uso de substâncias psicoativas. Porém, e como era de se esperar, os relatos são engraçadíssimos, assim como as animações criadas para as narrativas. Destaco aqui a história do A$AP Rocky, uma das melhores para mim.
Ainda, o documentário traz informações importantes sobre essas substâncias, inclusive com um estudioso da área, mostrando como elas eram usadas para tratar enfermidades mentais antes de se tornarem populares e serem duramente proibidas.
É um documentário que tem tudo o que gosto quando vou assistir algo: risada e reflexão.
Café com Canela
4.1 164Um filme extremamente delicado sobre a dor da perda e o processo de luto em que nenhuma escolha foi em vão: os nomes das personagens, a onipresença do rio, a música original.
A narrativa começa de maneira mais lenta, mas te prende pelo desenrolar. E que desenrolar! Cenas lindas, com interpretações precisas, tanto para o drama quanto para a comédia.
Um excelente filme para compreender o poder da união feminina, do contato, da ancestralidade e o verdadeiro significado de sororidade.
Acredito não ter todos os conhecimentos para compreender alguns aspectos do filme, mas, ainda assim, amei demais e já entrou para minha lista de favoritos.
Cidade de Deus: 10 Anos Depois
3.8 118 Assista AgoraO que acontece anos depois que pessoas anônimas fazem um filme de tamanho sucesso? É isso que esse documentário quer mostrar entrevistando vários dos atores que tiverem sua estreia na telona atuando no filme “Cidade de Deus”.
Emblemático perceber que depois de passado o auge do filme, muitos dos atores não conseguiram seguir na carreira e tiveram sua realidade muito pouco mudada. Simbólico também o fato de que atores brancos tiveram uma mudança significativa na carreira, ainda que seus papéis no filme não tenham sido dos maiores.
Quanto aos relatos, destaco o de Alexandre Rodrigues, intérprete do personagem Buscapé, porque, além de ser o mais emocionante para mim, é elucidativo desse contraste entre dois mundos: o glamour do cinema e seus festivais e a realidade em que a maioria dos atores viviam e ainda vivem.