Não foi fácil, confesso. Tentei ver o filme várias vezes, porém não conseguia terminá-lo. É muito massante para quem não fez a leitura prévia, mas minha professora de Literatura fez a questão de emprestar o livro para mim. Dessa forma, finalmente consegui finalizar o filme. Alguns detalhes tenho que ressaltar, o fato da "Ci" ser uma guerrilheira, não uma índia e o de Macunaíma ser chamado de comunista durante o seu discurso, situações que não estão presentes no livro, mas casam perfeitamente com o período ditatorial no Brasil. Além disso, as atuações são brilhantes, sobretudo a de Otelo. O clima de crítica do Cinema Novo, o ar psicodélico (que a princípio pensei ser algo exclusivo do filme, mas o livro chegar a, inclusive, ser mais sem noção), as cações da Jovem Guarda e, claro, o feeling de "brasilidade" de Macunaíma, fazem dele um dos filmes mais gostosos de se assistir.
Muito se disse sobre a atuação da Sônia Braga em 'Aquarius', no entanto, Andreia Horta faz um trabalho tão crível quanto. Cada detalhe de Elis foi replicado por ela; da risadinha às covinhas. Para quem assistiu Natalie Portman interpretando Jackie, vai perceber que os papéis e os esforços foram bastantes semelhantes. Infelizmente, o filme da Elis só teve público aqui no Brasil.
Ao filme de fato; sou o primeiro a criticar quando os filmes são cadenciados, mas o ritmo desse foi o oposto extremado. Muito frenético, fazendo uso demasiado de cortes - muitos, inclusive, desnecessários -. O triste é que a Globo Filmes, todo ano, lança cinebiografias, que, inclusive, costumam ser muito boas tecnicamente. A do Tim Maia e a de Luiz Gonzaga são incríveis, não entendi o porquê de uma mudança tão brusca em relação ao ritmo. Foi uma vida conturbada e intensa? Claro, mas poderia ser encaixada de uma melhor forma nesses 100 minutos. 4 estrelas pela risadinha idêntica a de Elis.
"Minha dor é perceber Que apesar de termos feito tudo o que fizemos Ainda somos os mesmos e vivemos Ainda somos os mesmos e vivemos Como os nossos pais..."
É uma representação perfeita da música "Como Nossos Pais", de Belchior. Isso fica bem evidente nas cenas em que Troy conversa sobre os maus-tratos sofridos pelo seu pai com seu filho. Mas o final, ah o final...confirma todo o ciclo da canção.
Serviu como sonífero, de verdade. Eu o comecei a vê-lo porque me despus a assistir todos os nove indicados para melhor filme pela a Academia para o Oscar desse ano, mas foi difícil terminá-lo. Tem um roteiro inteligente, uma ideia interessante, trabalha o luto, mas é muito "carregado", muito entediante. Você espera algo acontecer, e esse algo simplesmente não acontece. São 2h15min de mesmices. Os conflitos surgem e desaparecem sem um motivo claro ou aparente. Além disso, tem um final fraquíssimo, embora com bons diálogos. Triste, porque pela leitura da sinopse foi o filme que mais meu deu expectativas e, também, aquele que mais me decepcionou.
A comparação com "La Passion de Jeanne d'Arc" é inevitável. Imagino que não seja fácil interpretar uma personagem histórica tão emblemática e, ao mesmo tempo, tão esquecida na história americana a ponto de, através de uma atuação brilhante, sentir-se íntimo da ex-primeira dama. A comparação ao filme francês de 1928 - que inclusive, está destacado no filmow em "Se você gostou deste filme, confira também estes aqui:" - deve-se justamente ao fato da Portman interpretar uma personagem feminina forte e emotiva com a câmara tão próxima ao seu rosto. Esse tipo de enquadramento conferiu uma maior dramaticidade à cada lágrima derramada, além de tornar o filme mais belo. Além disso, ela carrega o filme sozinha, não havendo espaços para coadjuvantes. No entanto, os elogios centram-se na Portman e na fotografia colorida contrantes com os tons de cinza, pois...basicamente é isso que tem de bom no filme. O filme é belo tecnicamente, também ousado por mostrar o lado daquela que era "apenas" a viúva de Kennedy, mas o roteiro é fraco. Se não fosse a atuação digna de Oscar da Natalie, talvez passasse o ano batido.
Não trata-se apenas de uma ficção científica comum, não mesmo. Em diversas críticas houve a comparação de "Arrival" com "2001: A Space Odyssey" e "Interstellar" e, de fato, fazem sentindo. A direção, a sonoplastia e o clima de tensão que se estende dos primeiros minutos até o final do filme, são muito semelhantes à obra prima de Kubrick. Já à comparação ao filme do Nolan, é baseada na relação fraternal e, de certa forma, "temporal" entre pais e filhos.
Embora peque ideologicamente, forçando um certo patriotismo americano ao qual os EUA sempre são os mais sensatos em situações geopolíticas importantes e tensas, é um filme que tem sua importância no cenário mundial. Acredito que podemos compará-lo aos grandes clássicos da Guerra Fria, como Dr. Fantástico, de 1964 e Planeta dos Macacos, de 1968, pois todos conseguem desvelar as relações entre potências e, consequentemente, seus desdobramentos geopolíticos de uma forma bastante clara e evidente. Além disso, as ficções científicas costumam ter como cerne os cientistas ou astronautas, diferentemente da linguista interpretada pela Amy Adams. Isso, acredito eu, deu uma certa "humanidade" ao gênero, diferenciando-o dos demais. Enfim, é um filme que beira a perfeição, por isso as 5 estrelas.
P.S: Realmente, desde o princípio achei difícil alguém tirar o Oscar das mãos da Emma Stone, que não apenas interpretou a Mia, mas também cantou e dançou com maestria em La La Land. Amy Adams merecia uma indicação também, pois carregou o filme inteiro quase que sozinha. Ainda que fosse simbólica, tirou a tensão da categoria de "Melhor Atriz", acredito que ela estivesse em maior nível que a Isabelle Huppert em "Elle".
Antes de tudo, alguém percebeu alguma semelhança com Café Society, do Woody Allen? Ambos os filmes tratam do mesmo assunto: o sonho hollywoodiano. Por que um está sendo tão ovacionado e outro, embora com status de "cult", passou o ano tão batido?
É um filme magnífico, de fato, mas fui assisti-lo com uma expectativa muito alta, afinal, ele ficou bombardeando todas minhas redes sociais: de todas as páginas do facebook a horas escutando "City of Stars" no Spotify; de todos os Gloden Globes possíveis à expectativa de um torrent de qualidade. No entanto, o hype chega a ser irracional. O filme é lindo, mágico e tudo o mais, mas me parece que houve um esforço exacerbado para tornar essa temporada de premiações o "ano de La La Land". É também bastante metalinguístico em relação à arte, isso é lindo. Além disso, as referências a grandes clássicos do cinema, transitando de Ingrid Bergman a Rebel without a Cause reforça esse lado artístico. Tudo isso funciona muito bem, mas chega a ser um tanto irritante esse ar apelativo.
Enfim, mas depois desse breve comentário, chega a parecer que não gostei do filme. Pelo contrário, adorei. Emma Stone está incrível nos vocais, muito difícil alguém tirar o Oscar dela. A atuação do Gosling está ok, mas é ofuscado pela atriz. O final é lindo, sincero e, sobretudo, realista. Mas, é um filme que te ganha pelo "feeling" criado ao assisti-lo do que pela narrativa.
P.S: Não é o melhor filme do diretor, Whiplash é muito melhor. Também não é o melhor musical do ano, Sing Street é mais cativante.
Eu vi esse filme cerca de um mês atrás, e, a princípio tinha gostado, mas não a ponto de tornar-se um dos meus filmes preferidos. Durante todo esse mês, meu subconsciente estava a "digeri-lo". Hoje eu o julgo como genial, um dos melhores musicais que já vi, quiçaaa, um dos melhores já feitos.
Obs: Levar um Oscar para um filme de tão baixo orçamento não é para qualquer um.
É um filme perturbador. Em cada frame, em cada nuance, em cada diálogo há uma análise assustadora da sociedade. Embora seja um filme que dialogue com a sociedade americana, como sugere o título, a mensagem do filme, infelizmente, é universal. De cabeça, consigo lembar-me de algumas das frases que mais me sensibilizaram e, de certa forma, me tocaram.
"Because here, I'm not the nigger. You are." Essa frase, que a principio parece ser apenas uma ironia de um preso negro, reflete justamente sobre a situação carcerária dos Estados Unidos - um país cujo ser nazista faz parte de seus princípios de "liberdade de expressão", sabendo disso, muitos das cenas farão sentindo, claro . Os negros compõem a maioria esmagadora de pessoas atrás das grades lá. E não precisa ir ao norte da América para perceber isso, aqui mesmo, no Brasil, a população negra e parda está em maior grau nas prisões. É genial a forma como Kaye, sabendo da discussão que o filme traz, refuta os argumentos de "vitimismo" ou, nas palavras do pai de Derek, "ações negras afirmativas".
Outra cena marcante, de fato, é a reação de Derek ao descobrir que seu amigo negro pegou 6 anos de prisão por roubar uma TV. Ele, enquanto culpado de um duplo assassinato apenas 3. A partir desse momento percebemos a mudança que vai ocorrer ao personagem e, consequentemente, trilhar o filme.
Concluindo, é um filme marcante, que desvela todos os preconceitos enraizados em nosso mundo ocidental, herdeiro da escravidão. As atuações estão brilhantes. E sobre o final? O final lhe força a criar uma opinião, ele te cutuca tal como o de American Beauty. O questiona, o atiça.
Obs: A comparação da realidade desse filme ao fenômeno de Donald Trump é inevitável. Longe de querer politizar os comentários do filmow, mas será mesmo que essa obra de arte e a atual sociedade não têm nada em comum? Mesmo passadas quase duas décadas após esse filme?
Vi esse filme em meados de 2010 ou 2011 numa "Tela Quente", exibida pela Globo. Na época, já o tinha como extraordinário. Recordo-me até de ter quase chorado. Hoje, alguns poucos anos depois, esse filme retorna como indicação num livro de Geografia da escola, com aplicações aos temas geopolíticos, claro. E, de fato, é um filme lindo em todos os aspectos possíveis - e, não à toa, levou 8 Oscars. Enfim, trata diversos temas sociais tais como o subdesenvolvimento e a proliferação de favelas nos países subdesenvolvidos, a questão de intolerância religiosa entre os muçulmanos do Paquistão e os hindus da Índia, aspectos históricos do mundo e, claro, sobre o amor. Além disso, está muito bem dirigido, achei que a estética semelhante à de Cidade de Deus - afinal, o ambiente é praticamente o mesmo, porém deslocado no tempo e espaço. O ritmo em diversas cenas é aquela "correria", típica do diretor que também dirigiu Trainspotting.
A sensibilidade e o horror da guerra diante os olhos de uma criança. É genial a forma pela qual Del Toro mistura o "sublime" e o "grotesco" nesse filme, criando essa fábula fantástica que, de certa forma, aproxima-se à experiência de uma catástrofe, como foi a Guerra Civil Espanhol, sob a pesperctiva daqueles que não a entendiam. Não deixaria de citar "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" e "A Culpa é de Fidel" que, em menor grau, fazem a mesma coisa - no entanto, sem a magia de O Labirinto do Fauno.
Hamilton
4.5 256 Assista AgoraMeu sonho é um musical desse tupiniquim, contando a história de um Luiz Gama? José Bonifácio? Rui Barbosa? Lindíssimo.
Casal Improvável
3.4 290 Assista AgoraA GENTE PRECISA FALAR DO SETH ROGEN! Que filme maravilhoso de gostoso
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraEu não se vi esse filme num momento muito especial da minha vida ou quê, mas me pegou de um jeito...
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraBelo filme! Começa engraçadinho, mas termina emocionante. O que mais me chamou a atenção é que esse filme me lembra três outros:
1. Moonrise Kingdom: pela "vibe" e estética;
2. O Labirinto do Fauno: pela visão dos horrores da guerra sob a perspectiva de uma criança;
3. O Menino do Pijama Listrado: pela relação de uma criança judia e outra alemã.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KRoteiro do Richard Curtis é garantia de gostosura
Se Beber, Não Ceie
3.3 93 Assista AgoraFazia um tempão que eu não ria como ri assistindo isso
O Bem Amado
3.3 404O talento de Guel Arraes para adaptar grandes clássicos da nossa literatura é algo sobrecomum. Que filme divertido e gostoso de se ver.
Death Note
1.8 1,5K Assista AgoraA Netflix oferece algum SAC para pedir isenção do pagamento desse mês?
Macunaíma
3.3 274 Assista AgoraNão foi fácil, confesso. Tentei ver o filme várias vezes, porém não conseguia terminá-lo. É muito massante para quem não fez a leitura prévia, mas minha professora de Literatura fez a questão de emprestar o livro para mim. Dessa forma, finalmente consegui finalizar o filme. Alguns detalhes tenho que ressaltar, o fato da "Ci" ser uma guerrilheira, não uma índia e o de Macunaíma ser chamado de comunista durante o seu discurso, situações que não estão presentes no livro, mas casam perfeitamente com o período ditatorial no Brasil. Além disso, as atuações são brilhantes, sobretudo a de Otelo. O clima de crítica do Cinema Novo, o ar psicodélico (que a princípio pensei ser algo exclusivo do filme, mas o livro chegar a, inclusive, ser mais sem noção), as cações da Jovem Guarda e, claro, o feeling de "brasilidade" de Macunaíma, fazem dele um dos filmes mais gostosos de se assistir.
Elis
3.5 522 Assista AgoraMuito se disse sobre a atuação da Sônia Braga em 'Aquarius', no entanto, Andreia Horta faz um trabalho tão crível quanto. Cada detalhe de Elis foi replicado por ela; da risadinha às covinhas. Para quem assistiu Natalie Portman interpretando Jackie, vai perceber que os papéis e os esforços foram bastantes semelhantes. Infelizmente, o filme da Elis só teve público aqui no Brasil.
Ao filme de fato; sou o primeiro a criticar quando os filmes são cadenciados, mas o ritmo desse foi o oposto extremado. Muito frenético, fazendo uso demasiado de cortes - muitos, inclusive, desnecessários -. O triste é que a Globo Filmes, todo ano, lança cinebiografias, que, inclusive, costumam ser muito boas tecnicamente. A do Tim Maia e a de Luiz Gonzaga são incríveis, não entendi o porquê de uma mudança tão brusca em relação ao ritmo. Foi uma vida conturbada e intensa? Claro, mas poderia ser encaixada de uma melhor forma nesses 100 minutos. 4 estrelas pela risadinha idêntica a de Elis.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista Agora"Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais..."
É uma representação perfeita da música "Como Nossos Pais", de Belchior. Isso fica bem evidente nas cenas em que Troy conversa sobre os maus-tratos sofridos pelo seu pai com seu filho. Mas o final, ah o final...confirma todo o ciclo da canção.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraFamigerado FILMÃO DA PORRA.
Jake Gyllenhall simpeslmente não faz filme ruim.
Neruda
3.5 81 Assista AgoraAlguém tem o link de download?
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraServiu como sonífero, de verdade. Eu o comecei a vê-lo porque me despus a assistir todos os nove indicados para melhor filme pela a Academia para o Oscar desse ano, mas foi difícil terminá-lo. Tem um roteiro inteligente, uma ideia interessante, trabalha o luto, mas é muito "carregado", muito entediante. Você espera algo acontecer, e esse algo simplesmente não acontece. São 2h15min de mesmices. Os conflitos surgem e desaparecem sem um motivo claro ou aparente. Além disso, tem um final fraquíssimo, embora com bons diálogos. Triste, porque pela leitura da sinopse foi o filme que mais meu deu expectativas e, também, aquele que mais me decepcionou.
Jackie
3.4 739 Assista AgoraA comparação com "La Passion de Jeanne d'Arc" é inevitável. Imagino que não seja fácil interpretar uma personagem histórica tão emblemática e, ao mesmo tempo, tão esquecida na história americana a ponto de, através de uma atuação brilhante, sentir-se íntimo da ex-primeira dama. A comparação ao filme francês de 1928 - que inclusive, está destacado no filmow em "Se você gostou deste filme, confira também estes aqui:" - deve-se justamente ao fato da Portman interpretar uma personagem feminina forte e emotiva com a câmara tão próxima ao seu rosto. Esse tipo de enquadramento conferiu uma maior dramaticidade à cada lágrima derramada, além de tornar o filme mais belo. Além disso, ela carrega o filme sozinha, não havendo espaços para coadjuvantes. No entanto, os elogios centram-se na Portman e na fotografia colorida contrantes com os tons de cinza, pois...basicamente é isso que tem de bom no filme. O filme é belo tecnicamente, também ousado por mostrar o lado daquela que era "apenas" a viúva de Kennedy, mas o roteiro é fraco. Se não fosse a atuação digna de Oscar da Natalie, talvez passasse o ano batido.
A Qualquer Custo
3.8 803 Assista AgoraCoen brothers feeling
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraNão trata-se apenas de uma ficção científica comum, não mesmo. Em diversas críticas houve a comparação de "Arrival" com "2001: A Space Odyssey" e "Interstellar" e, de fato, fazem sentindo. A direção, a sonoplastia e o clima de tensão que se estende dos primeiros minutos até o final do filme, são muito semelhantes à obra prima de Kubrick. Já à comparação ao filme do Nolan, é baseada na relação fraternal e, de certa forma, "temporal" entre pais e filhos.
Embora peque ideologicamente, forçando um certo patriotismo americano ao qual os EUA sempre são os mais sensatos em situações geopolíticas importantes e tensas, é um filme que tem sua importância no cenário mundial. Acredito que podemos compará-lo aos grandes clássicos da Guerra Fria, como Dr. Fantástico, de 1964 e Planeta dos Macacos, de 1968, pois todos conseguem desvelar as relações entre potências e, consequentemente, seus desdobramentos geopolíticos de uma forma bastante clara e evidente. Além disso, as ficções científicas costumam ter como cerne os cientistas ou astronautas, diferentemente da linguista interpretada pela Amy Adams. Isso, acredito eu, deu uma certa "humanidade" ao gênero, diferenciando-o dos demais. Enfim, é um filme que beira a perfeição, por isso as 5 estrelas.
P.S: Realmente, desde o princípio achei difícil alguém tirar o Oscar das mãos da Emma Stone, que não apenas interpretou a Mia, mas também cantou e dançou com maestria em La La Land. Amy Adams merecia uma indicação também, pois carregou o filme inteiro quase que sozinha. Ainda que fosse simbólica, tirou a tensão da categoria de "Melhor Atriz", acredito que ela estivesse em maior nível que a Isabelle Huppert em "Elle".
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraAntes de tudo, alguém percebeu alguma semelhança com Café Society, do Woody Allen? Ambos os filmes tratam do mesmo assunto: o sonho hollywoodiano. Por que um está sendo tão ovacionado e outro, embora com status de "cult", passou o ano tão batido?
É um filme magnífico, de fato, mas fui assisti-lo com uma expectativa muito alta, afinal, ele ficou bombardeando todas minhas redes sociais: de todas as páginas do facebook a horas escutando "City of Stars" no Spotify; de todos os Gloden Globes possíveis à expectativa de um torrent de qualidade. No entanto, o hype chega a ser irracional. O filme é lindo, mágico e tudo o mais, mas me parece que houve um esforço exacerbado para tornar essa temporada de premiações o "ano de La La Land". É também bastante metalinguístico em relação à arte, isso é lindo. Além disso, as referências a grandes clássicos do cinema, transitando de Ingrid Bergman a Rebel without a Cause reforça esse lado artístico. Tudo isso funciona muito bem, mas chega a ser um tanto irritante esse ar apelativo.
Enfim, mas depois desse breve comentário, chega a parecer que não gostei do filme. Pelo contrário, adorei. Emma Stone está incrível nos vocais, muito difícil alguém tirar o Oscar dela. A atuação do Gosling está ok, mas é ofuscado pela atriz. O final é lindo, sincero e, sobretudo, realista. Mas, é um filme que te ganha pelo "feeling" criado ao assisti-lo do que pela narrativa.
P.S: Não é o melhor filme do diretor, Whiplash é muito melhor. Também não é o melhor musical do ano, Sing Street é mais cativante.
Apenas Uma Vez
4.0 1,4K Assista AgoraEu vi esse filme cerca de um mês atrás, e, a princípio tinha gostado, mas não a ponto de tornar-se um dos meus filmes preferidos. Durante todo esse mês, meu subconsciente estava a "digeri-lo". Hoje eu o julgo como genial, um dos melhores musicais que já vi, quiçaaa, um dos melhores já feitos.
Obs: Levar um Oscar para um filme de tão baixo orçamento não é para qualquer um.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraO nome é La La Land, mas leio Titanic
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraÉ um filme perturbador. Em cada frame, em cada nuance, em cada diálogo há uma análise assustadora da sociedade. Embora seja um filme que dialogue com a sociedade americana, como sugere o título, a mensagem do filme, infelizmente, é universal. De cabeça, consigo lembar-me de algumas das frases que mais me sensibilizaram e, de certa forma, me tocaram.
"Because here, I'm not the nigger. You are." Essa frase, que a principio parece ser apenas uma ironia de um preso negro, reflete justamente sobre a situação carcerária dos Estados Unidos - um país cujo ser nazista faz parte de seus princípios de "liberdade de expressão", sabendo disso, muitos das cenas farão sentindo, claro . Os negros compõem a maioria esmagadora de pessoas atrás das grades lá. E não precisa ir ao norte da América para perceber isso, aqui mesmo, no Brasil, a população negra e parda está em maior grau nas prisões. É genial a forma como Kaye, sabendo da discussão que o filme traz, refuta os argumentos de "vitimismo" ou, nas palavras do pai de Derek, "ações negras afirmativas".
Outra cena marcante, de fato, é a reação de Derek ao descobrir que seu amigo negro pegou 6 anos de prisão por roubar uma TV. Ele, enquanto culpado de um duplo assassinato apenas 3. A partir desse momento percebemos a mudança que vai ocorrer ao personagem e, consequentemente, trilhar o filme.
Concluindo, é um filme marcante, que desvela todos os preconceitos enraizados em nosso mundo ocidental, herdeiro da escravidão. As atuações estão brilhantes. E sobre o final? O final lhe força a criar uma opinião, ele te cutuca tal como o de American Beauty. O questiona, o atiça.
Obs: A comparação da realidade desse filme ao fenômeno de Donald Trump é inevitável. Longe de querer politizar os comentários do filmow, mas será mesmo que essa obra de arte e a atual sociedade não têm nada em comum? Mesmo passadas quase duas décadas após esse filme?
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraYIFY, CADÊ VOCÊ?
Quem Quer Ser um Milionário?
4.0 2,4K Assista AgoraVi esse filme em meados de 2010 ou 2011 numa "Tela Quente", exibida pela Globo. Na época, já o tinha como extraordinário. Recordo-me até de ter quase chorado. Hoje, alguns poucos anos depois, esse filme retorna como indicação num livro de Geografia da escola, com aplicações aos temas geopolíticos, claro. E, de fato, é um filme lindo em todos os aspectos possíveis - e, não à toa, levou 8 Oscars. Enfim, trata diversos temas sociais tais como o subdesenvolvimento e a proliferação de favelas nos países subdesenvolvidos, a questão de intolerância religiosa entre os muçulmanos do Paquistão e os hindus da Índia, aspectos históricos do mundo e, claro, sobre o amor. Além disso, está muito bem dirigido, achei que a estética semelhante à de Cidade de Deus - afinal, o ambiente é praticamente o mesmo, porém deslocado no tempo e espaço. O ritmo em diversas cenas é aquela "correria", típica do diretor que também dirigiu Trainspotting.
O Labirinto do Fauno
4.2 2,9KA sensibilidade e o horror da guerra diante os olhos de uma criança. É genial a forma pela qual Del Toro mistura o "sublime" e o "grotesco" nesse filme, criando essa fábula fantástica que, de certa forma, aproxima-se à experiência de uma catástrofe, como foi a Guerra Civil Espanhol, sob a pesperctiva daqueles que não a entendiam. Não deixaria de citar "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" e "A Culpa é de Fidel" que, em menor grau, fazem a mesma coisa - no entanto, sem a magia de O Labirinto do Fauno.