Filmes de horror tendem a percorrer caminhos que já conhecemos. Em alguns casos, descobrir qual será o desfecho da trama não é uma tarefa difícil, enquanto outros poucos apostam em uma narrativa diferenciada e não abordam o gênero convencionalmente. Este é o caso de Goodnight Mommy. Escrito e dirigido pelos austríacos Severin Fiala e Veronika Franz, o longa deixa de lado os sustos fáceis, uma trilha sonora que estraga o suspense, as tramas genéricas, a violência desnecessária, e eles constroem um filme que extrapola o horror. Abordando um tema simples e de fácil identificação, usam a relação entre mãe e filhos em um exercício narrativo que nos deixa aflitos mais pelo inusitado que pode acontecer no próximo minuto do que pelo que vemos na tela no momento.
Os irmãos gêmeos Lukas e Elias (Lukas e Elias Schwarz) vivem com a mãe (Susanne Wuest) numa casa grande, isolada em frente a um lago, e se comportam como duas crianças normais, correndo e brincando. A mãe, que acabou de passar por uma cirurgia facial e mantém o rosto inteiramente enfaixado, pede aos dois que se comportem, não façam barulho e a ajudem durante o período de recuperação. No entanto, o afeto e carinho que pareciam existir entre eles foram trocados por um tratamento frio e silencioso por parte da mãe. Sem explicação, ela não fala com Lukas e o ignora completamente. Conforme os dias passam, o jeito que ela os trata se torna mais cruel, então os irmãos começam a desconfiar de que aquela não é a mãe deles e decidem descobrir onde ela está e quem é aquela mulher.
A narrativa precisa e calculada de Fiala e Franz faz de Goodnight Mommy um filme extremamente eficiente ao mostrar para sua audiência os motivos que levam os irmãos a desconfiarem da identidade da própria mãe e, ao mesmo tempo, a deixa numa dúvida inquietante em relação às decisões que os garotos tomam para descobrirem o que querem. O comportamento da mãe também nos deixa em dúvida sobre o seu real papel nessa situação, pois algumas de suas atitudes não fazem sentido. As cenas em que ela finge dormir para evitar a presença dos filhos ou quando anda nua pela floresta dão um toque de incerteza ao seu personagem. Apesar de os garotos agirem como crianças normais, eles também apresentam um comportamento estranho em determinados momentos, seja criando insetos nojentos, explorando uma caverna com ossos humanos, seja colocando um gato morto dentro de um aquário no meio sala. Esse comportamento dos personagens confere uma estranheza a atmosfera do filme, deixando de lado os sustos e os clichês do gênero.
Com o avançar do filme, a relação entre mãe e filhos se intensifica e nos coloca numa situação desconfortável. O fato de os garotos amarrarem a mulher na cama e exigirem que ela prove ser mãe deles nos força a enxergá-los de um jeito diferente. No entanto, os planos utilizados pelo diretor de fotografia Martin Gschlacht dão pistas ao espectador mais atento sobre o que pode estar acontecendo entre eles, mas o roteiro bem construído e estruturado “brinca” com o espectador até o final. Além disso, os três atores conseguem atribuir profundidade aos seus personagens e desafiam nosso entendimento e confiança em relação as suas intenções. O comportamento uma hora frio e agressivo da mãe muda completamente quando se vê encurralada pelos próprios filhos. Os dois garotos se unem, mas ameaçam fraquejar em determinados momentos.
Assim como o conterrâneo austríaco Michael Haneke fez em Violência Gratuita, Severin Fiala e Veronika Franz nos colocam dentro de uma casa com uma família que é o centro de alguma situação extrema e nos tornamos reféns de suas atitudes. Com uma atmosfera mais hostil do que aterrorizante, Goodnight Mommy é um exemplo de como utilizar o horror de um modo inteligente e eficaz.
O nome de Ridley Scott é automaticamente associado à ficção científica no cinema. Se seus filmes mais importantes e influentes no gênero - Blade Runner e Alien - possuem um tom sombrio, em Perdido em Marte o experiente diretor vai contra as expectativas e a tendência atual dos filmes de ficção científica que apostam numa sobriedade maior, e constrói um filme otimista, repleto de emoções positivas e muito bem-humorado.
Adaptado do livro de Andy Wier e com roteiro de Drew Goddard, Perdido em Marte conta a história de um astronauta, Mark Watney (Matt Damon), que é deixado para trás em Marte após sua equipe ser atingida por uma tempestade de areia e ele ser dado como morto. Ao se ver sozinho em Marte, Mark põe em prática seus conhecimentos científicos e acompanhamos cada passo e decisão dele para continuar vivo até alguém resgatá-lo.
A história quase impossível de um astronauta que sobrevive num planeta hostil e ainda precisa lidar com a solidão é marcada pelo enorme carisma de Matt Damon. Ao contrário de outros filmes que exploram o psicológico e a loucura dos personagens que ficam isolados durante muito tempo, aqui acompanhamos a rotina exaustiva de Mark, porém animada e que mostra a força de vontade que ele possui para sobreviver. Todo esse positivismo que o longa transmite não parece forçado ou falso em momento algum. No entanto, as situações que parecem sem saída e os contratempos que aparecem no seu dia a dia trazem tensão e suspense para o filme. Apesar de suspeitarmos de como será o final da história de Mark, sua previsibilidade não o prejudica. Isso possibilita ao filme ter um tom que não é comum a esse gênero. A “falta” de um vilão óbvio ou um antagonista à Mark é substituído por algo que não tem forma ou personalidade: o tempo. O astronauta se vê forçado a lutar contra o tempo para sobreviver e aguentar centenas de dias até que o resgatem.
Mark registra o seu dia a dia em um vídeo-blog dentro da nave e do veículo que ele usa para se locomover pelo planeta. Esses registros servem como uma ótima ferramenta narrativa para aproximar o personagem do espectador, pois estabelece uma conversa direta com ele, e mantém o ritmo do filme fluído e suave. Além disso, a ciência explicada por ele é de fácil compreensão e não se torna inverossímil. Com o avançar do filme, a trama fica mais intrincada e vários fatores precisam se alinhar - literalmente - para que Mark seja resgatado. No entanto, o espectador consegue acompanhar tudo e não se confunde com termos e diálogos científicos que só complicam o entendimento. O design de produção de Arthur Max também é eficiente ao tornar o filme crível sem utilizar máquinas e foguetes supertecnológicos, além de não distanciá-lo da nossa realidade atual.
Perdido em Marte também se sai muito bem quando mostra os esforços dos companheiros de Mark e dos líderes responsáveis pela missão da NASA que ficaram na Terra. O dinamismo entre eles e Mark mantém o ritmo do filme empolgante enquanto acompanhamos as consequências das decisões que eles tomam. O longa também é um exemplo raro por não deixar os personagens femininos à margem da história e não ridicularizar ou excluir as crenças de seus cientistas. O papel de líder forte de Jessica Chastain é decisivo para a trama e demonstra controle nas suas decisões, sempre levando em consideração a opinião de seus companheiros. Outro ponto ousado que o filme aborda é mostrar a NASA aceitando ajuda da China para resgatar Mark.
Um fôlego muito bem-vindo nessa atual tendência realista e sombria que os filmes de ficção científica têm tomado, Perdido em Marte é um fôlego também para a carreira de Ridley Scott, que conseguiu entregar um dos seus melhores filmes em anos.
"Ainda que Foxcatcher brigue com seus significados, a história de John du Pont e o tratamento dado a sua personalidade e comportamento, além da abordagem ao patriotismo americano absurdo e distorcido, conta com performances excelentes e a direção competente de Bennett Miller."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2015/01/foxcatcher-uma-historia-que-chocou-o-mundo/
"O Jogo da Imitação aborda a Segunda Guerra Mundial fugindo das trincheiras, conflitos e resgates heroicos. Ao invés disso, acompanhamos os 'bastidores' da guerra sob o olhar de um homem que assume a responsabilidade de derrotar os alemães sem usar a violência, apenas sua mente."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2015/01/o-jogo-da-imitacao/
"Revisitar o passado pode ser doloroso. Nossas histórias pessoais são firmadas em acontecimentos que envolvem família, amigos, conhecidos, amores e desamores, que, independente do grau de relevância, ajudam a construir nossas vidas. Em Ida, o passado traumático de Anna, manchado pelo legado e horrores do Holocausto, é desvendado de modo conciso e empolgante, numa linha narrativa simples e brilhantemente dirigida."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/12/ida/
"À Procura é a história do sequestro de uma garota de nove anos que é mantida em cativeiro durante anos e é usada para atrair novas vítimas. O suspense e mistério que essa trama poderia oferecer são desperdiçados numa narrativa fragmentada mal utilizada e com um desfecho previsível."
Confira a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/12/a-procura/
"Mesmo antes de seu lançamento, muita expectativa foi gerada em torno de Interestelar na esperança de que ele fosse o representante moderno da ficção científica no cinema como 2001: Uma Odisseia no Espaço e Solaris foram em suas épocas, e são até hoje. Toda essa expectativa acabou voltando-se contra o próprio filme e ele não obteve o sucesso esperado. Apesar de planos bem construídos e imagens lindas, o diretor Christopher Nolan não conseguiu administrar de forma equilibrada todos os elementos que se dispôs a explorar, o que deu resultado a um trabalho muito ambicioso, porém inconsistente."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2014/11/interestelar/
"Garota Exemplar é um filme que explora o próprio modo como desenvolve sua narrativa e procura ficar um passo à frente de sua audiência sempre. Ele tenta brincar com nossas emoções e sentimentos utilizando o thriller, o horror, o suspense, mas sem fugir da nossa realidade, garantindo que as atitudes mostradas sejam plausíveis se realizadas por homens e mulheres que deixam o egoísmo e narcisismo ditar o rumo de suas ações."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/10/garota-exemplar/
"Dirigido e escrito por Gregg Araki, baseado no livro de Laura Kasischke, Pássaro Branco da Nevasca tem cara de um drama familiar, mas funciona como um thriller e consegue balancear os momentos mais estranhos com as emoções latentes vividas pela família, mesmo com seus defeitos no desenvolvimento do ritmo."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2014/10/passaro-branco-da-nevasca/
"Garota Exemplar é um filme que explora o próprio modo como desenvolve sua narrativa e procura ficar um passo à frente de sua audiência sempre. Ele tenta brincar com nossas emoções e sentimentos utilizando o thriller, o horror, o suspense, mas sem fugir da nossa realidade, garantindo que as atitudes mostradas sejam plausíveis se realizadas por homens e mulheres que deixam o egoísmo e narcisismo ditar o rumo de suas ações."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/10/garota-exemplar/
"A música tem o poder para mudar a vida de muitas pessoas, seja auxiliando na cura de alguma doença, no desenvolvimento do cérebro ou simplesmente ajudando a melhorar nosso humor quando nos sentimos tristes ou angustiados. Em Frank, vemos como a música dita o futuro de um grupo de pessoas, enquanto lutam pra se manterem sãs, e como o sucesso e glória que ela pode proporcionar influencia no caráter e atitudes delas."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/09/frank/
"Jim Mickle tenta produzir um neo-noir com um toque de humor negro e ele consegue em alguns momentos. A influência de John Carpenter, William Friedkin, entre outros, serve como ajuda, mas nem isso e as ótimas atuações conseguem salvar a história e o tom bagunçado do filme."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/10/cold-in-july/
"Uma das virtudes de ficções científicas de baixo orçamento é explorar temas e utilizar técnicas narrativas que não seriam possíveis em blockbusters ou filmes de grandes estúdios. Embora possua personagens interessantes, seja bem atuado e filmado, The Signal pecou por não saber qual caminho seguir e tentar, algumas vezes, parecer mais inteligente do que realmente é."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/09/the-signal/
"Tentar viver o “Sonho Americano” é a solução escolhida por muitos imigrantes quando tentam recomeçar suas vidas nos Estados Unidos. A história de Ewa é mais uma que, mesmo se passando em 1921, não envelheceu."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/09/era-uma-vez-em-nova-york/
"Dando sequência ao seu filme de estréia, Michôd mostra um pouco da violência que vimos em Reino Animal (2010). Colocando lado a lado dois homens tão diferentes em um mundo perdido e sem remorso, a violência é a única coisa que eles compartilham."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2014/09/the-rover-a-cacada/
"Locke pode parecer, à primeira vista, simplista pelo modo como foi concebido, mas essa “simplicidade” faz com que os detalhes e as camadas do protagonista sejam apresentados e explorados, dando espaço para o estudo do personagem, o que torna o filme tão interessante quanto a jornada que ele vive e as decisões que toma."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/08/locke/
"Com diálogos e sacadas muito engraçadas, Os Guardiões da Galáxia pode não figurar no time “A” dos heróis da Marvel ao lado do Capitão América, Thor ou Hulk, mas, sem grandes pretensões ou discussões profundas, consegue ser divertido e um entretenimento de qualidade."
"Apesar de ter o visual e o ritmo característico do diretor, grandes ideias filosóficas e diferentes realidades, a sensação ao assistir o filme é a mesma que o protagonista passa na sequência inicial: a de olhar para um grande buraco negro."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/07/o-teorema-zero/
"Apesar de O Grande Hotel Budapeste não ter tanto apelo emocional como o seu antecessor, Moonrise Kingdom, ele ainda consegue apresentar uma história envolvente, com personagens dinâmicos e um trabalho técnico primoroso. Assistir a um filme do Wes Anderson é como entrar em uma fábula e não querer sair mais."
"Com o roteiro de Glazer e Walter Campbell, inspirado em um livro de Michel Faber, fica claro que o propósito do filme é nos mandar para casa pensando na experiência que tivemos durante aqueles 108 minutos, ao invés de tentarmos “resolver” o que assistimos."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/06/sob-a-pele/
"Dirigido por Denis Villeneuve, e adaptado por Javier Gullón da obra homônima de José Saramago, O Homem Duplicado é mais um thriller complexo e repleto de perguntas que seguem sem respostas."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/06/o-homem-duplicado/
"No início dos anos oitenta, enquanto os gays morriam nos hospitais, o governo americano não parecia empenhado o suficiente para resolver a situação. Afinal, se uma praga, como diz Ned Weeks (Mark Ruffalo) para o conselheiro do Presidente, não está afetando a população heterossexual, porque se preocupar com a minoria?"
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/06/the-normal-heart/
"Apesar das cenas fortes que são mostradas, o que Avranas decide deixar fora de quadro e não permite que vejamos, consegue ser ainda pior. Esse é um dos pontos que torna Miss Violence uma boa experiência cinematográfica, além de um teste para os nervos."
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraFilmes de horror tendem a percorrer caminhos que já conhecemos. Em alguns casos, descobrir qual será o desfecho da trama não é uma tarefa difícil, enquanto outros poucos apostam em uma narrativa diferenciada e não abordam o gênero convencionalmente. Este é o caso de Goodnight Mommy. Escrito e dirigido pelos austríacos Severin Fiala e Veronika Franz, o longa deixa de lado os sustos fáceis, uma trilha sonora que estraga o suspense, as tramas genéricas, a violência desnecessária, e eles constroem um filme que extrapola o horror. Abordando um tema simples e de fácil identificação, usam a relação entre mãe e filhos em um exercício narrativo que nos deixa aflitos mais pelo inusitado que pode acontecer no próximo minuto do que pelo que vemos na tela no momento.
Os irmãos gêmeos Lukas e Elias (Lukas e Elias Schwarz) vivem com a mãe (Susanne Wuest) numa casa grande, isolada em frente a um lago, e se comportam como duas crianças normais, correndo e brincando. A mãe, que acabou de passar por uma cirurgia facial e mantém o rosto inteiramente enfaixado, pede aos dois que se comportem, não façam barulho e a ajudem durante o período de recuperação. No entanto, o afeto e carinho que pareciam existir entre eles foram trocados por um tratamento frio e silencioso por parte da mãe. Sem explicação, ela não fala com Lukas e o ignora completamente. Conforme os dias passam, o jeito que ela os trata se torna mais cruel, então os irmãos começam a desconfiar de que aquela não é a mãe deles e decidem descobrir onde ela está e quem é aquela mulher.
A narrativa precisa e calculada de Fiala e Franz faz de Goodnight Mommy um filme extremamente eficiente ao mostrar para sua audiência os motivos que levam os irmãos a desconfiarem da identidade da própria mãe e, ao mesmo tempo, a deixa numa dúvida inquietante em relação às decisões que os garotos tomam para descobrirem o que querem. O comportamento da mãe também nos deixa em dúvida sobre o seu real papel nessa situação, pois algumas de suas atitudes não fazem sentido. As cenas em que ela finge dormir para evitar a presença dos filhos ou quando anda nua pela floresta dão um toque de incerteza ao seu personagem. Apesar de os garotos agirem como crianças normais, eles também apresentam um comportamento estranho em determinados momentos, seja criando insetos nojentos, explorando uma caverna com ossos humanos, seja colocando um gato morto dentro de um aquário no meio sala. Esse comportamento dos personagens confere uma estranheza a atmosfera do filme, deixando de lado os sustos e os clichês do gênero.
Com o avançar do filme, a relação entre mãe e filhos se intensifica e nos coloca numa situação desconfortável. O fato de os garotos amarrarem a mulher na cama e exigirem que ela prove ser mãe deles nos força a enxergá-los de um jeito diferente. No entanto, os planos utilizados pelo diretor de fotografia Martin Gschlacht dão pistas ao espectador mais atento sobre o que pode estar acontecendo entre eles, mas o roteiro bem construído e estruturado “brinca” com o espectador até o final. Além disso, os três atores conseguem atribuir profundidade aos seus personagens e desafiam nosso entendimento e confiança em relação as suas intenções. O comportamento uma hora frio e agressivo da mãe muda completamente quando se vê encurralada pelos próprios filhos. Os dois garotos se unem, mas ameaçam fraquejar em determinados momentos.
Assim como o conterrâneo austríaco Michael Haneke fez em Violência Gratuita, Severin Fiala e Veronika Franz nos colocam dentro de uma casa com uma família que é o centro de alguma situação extrema e nos tornamos reféns de suas atitudes. Com uma atmosfera mais hostil do que aterrorizante, Goodnight Mommy é um exemplo de como utilizar o horror de um modo inteligente e eficaz.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraO nome de Ridley Scott é automaticamente associado à ficção científica no cinema. Se seus filmes mais importantes e influentes no gênero - Blade Runner e Alien - possuem um tom sombrio, em Perdido em Marte o experiente diretor vai contra as expectativas e a tendência atual dos filmes de ficção científica que apostam numa sobriedade maior, e constrói um filme otimista, repleto de emoções positivas e muito bem-humorado.
Adaptado do livro de Andy Wier e com roteiro de Drew Goddard, Perdido em Marte conta a história de um astronauta, Mark Watney (Matt Damon), que é deixado para trás em Marte após sua equipe ser atingida por uma tempestade de areia e ele ser dado como morto. Ao se ver sozinho em Marte, Mark põe em prática seus conhecimentos científicos e acompanhamos cada passo e decisão dele para continuar vivo até alguém resgatá-lo.
A história quase impossível de um astronauta que sobrevive num planeta hostil e ainda precisa lidar com a solidão é marcada pelo enorme carisma de Matt Damon. Ao contrário de outros filmes que exploram o psicológico e a loucura dos personagens que ficam isolados durante muito tempo, aqui acompanhamos a rotina exaustiva de Mark, porém animada e que mostra a força de vontade que ele possui para sobreviver. Todo esse positivismo que o longa transmite não parece forçado ou falso em momento algum. No entanto, as situações que parecem sem saída e os contratempos que aparecem no seu dia a dia trazem tensão e suspense para o filme. Apesar de suspeitarmos de como será o final da história de Mark, sua previsibilidade não o prejudica. Isso possibilita ao filme ter um tom que não é comum a esse gênero. A “falta” de um vilão óbvio ou um antagonista à Mark é substituído por algo que não tem forma ou personalidade: o tempo. O astronauta se vê forçado a lutar contra o tempo para sobreviver e aguentar centenas de dias até que o resgatem.
Mark registra o seu dia a dia em um vídeo-blog dentro da nave e do veículo que ele usa para se locomover pelo planeta. Esses registros servem como uma ótima ferramenta narrativa para aproximar o personagem do espectador, pois estabelece uma conversa direta com ele, e mantém o ritmo do filme fluído e suave. Além disso, a ciência explicada por ele é de fácil compreensão e não se torna inverossímil. Com o avançar do filme, a trama fica mais intrincada e vários fatores precisam se alinhar - literalmente - para que Mark seja resgatado. No entanto, o espectador consegue acompanhar tudo e não se confunde com termos e diálogos científicos que só complicam o entendimento. O design de produção de Arthur Max também é eficiente ao tornar o filme crível sem utilizar máquinas e foguetes supertecnológicos, além de não distanciá-lo da nossa realidade atual.
Perdido em Marte também se sai muito bem quando mostra os esforços dos companheiros de Mark e dos líderes responsáveis pela missão da NASA que ficaram na Terra. O dinamismo entre eles e Mark mantém o ritmo do filme empolgante enquanto acompanhamos as consequências das decisões que eles tomam. O longa também é um exemplo raro por não deixar os personagens femininos à margem da história e não ridicularizar ou excluir as crenças de seus cientistas. O papel de líder forte de Jessica Chastain é decisivo para a trama e demonstra controle nas suas decisões, sempre levando em consideração a opinião de seus companheiros. Outro ponto ousado que o filme aborda é mostrar a NASA aceitando ajuda da China para resgatar Mark.
Um fôlego muito bem-vindo nessa atual tendência realista e sombria que os filmes de ficção científica têm tomado, Perdido em Marte é um fôlego também para a carreira de Ridley Scott, que conseguiu entregar um dos seus melhores filmes em anos.
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 809 Assista Agora"Ainda que Foxcatcher brigue com seus significados, a história de John du Pont e o tratamento dado a sua personalidade e comportamento, além da abordagem ao patriotismo americano absurdo e distorcido, conta com performances excelentes e a direção competente de Bennett Miller."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2015/01/foxcatcher-uma-historia-que-chocou-o-mundo/
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista Agora"O Jogo da Imitação aborda a Segunda Guerra Mundial fugindo das trincheiras, conflitos e resgates heroicos. Ao invés disso, acompanhamos os 'bastidores' da guerra sob o olhar de um homem que assume a responsabilidade de derrotar os alemães sem usar a violência, apenas sua mente."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2015/01/o-jogo-da-imitacao/
Ida
3.7 439"Revisitar o passado pode ser doloroso. Nossas histórias pessoais são firmadas em acontecimentos que envolvem família, amigos, conhecidos, amores e desamores, que, independente do grau de relevância, ajudam a construir nossas vidas. Em Ida, o passado traumático de Anna, manchado pelo legado e horrores do Holocausto, é desvendado de modo conciso e empolgante, numa linha narrativa simples e brilhantemente dirigida."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/12/ida/
À Procura
2.8 279 Assista Agora"À Procura é a história do sequestro de uma garota de nove anos que é mantida em cativeiro durante anos e é usada para atrair novas vítimas. O suspense e mistério que essa trama poderia oferecer são desperdiçados numa narrativa fragmentada mal utilizada e com um desfecho previsível."
Confira a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/12/a-procura/
Interestelar
4.3 5,7K Assista Agora"Mesmo antes de seu lançamento, muita expectativa foi gerada em torno de Interestelar na esperança de que ele fosse o representante moderno da ficção científica no cinema como 2001: Uma Odisseia no Espaço e Solaris foram em suas épocas, e são até hoje. Toda essa expectativa acabou voltando-se contra o próprio filme e ele não obteve o sucesso esperado. Apesar de planos bem construídos e imagens lindas, o diretor Christopher Nolan não conseguiu administrar de forma equilibrada todos os elementos que se dispôs a explorar, o que deu resultado a um trabalho muito ambicioso, porém inconsistente."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2014/11/interestelar/
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agora"Garota Exemplar é um filme que explora o próprio modo como desenvolve sua narrativa e procura ficar um passo à frente de sua audiência sempre. Ele tenta brincar com nossas emoções e sentimentos utilizando o thriller, o horror, o suspense, mas sem fugir da nossa realidade, garantindo que as atitudes mostradas sejam plausíveis se realizadas por homens e mulheres que deixam o egoísmo e narcisismo ditar o rumo de suas ações."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/10/garota-exemplar/
Pássaro Branco na Nevasca
3.6 442 Assista Agora"Dirigido e escrito por Gregg Araki, baseado no livro de Laura Kasischke, Pássaro Branco da Nevasca tem cara de um drama familiar, mas funciona como um thriller e consegue balancear os momentos mais estranhos com as emoções latentes vividas pela família, mesmo com seus defeitos no desenvolvimento do ritmo."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2014/10/passaro-branco-da-nevasca/
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agora"Garota Exemplar é um filme que explora o próprio modo como desenvolve sua narrativa e procura ficar um passo à frente de sua audiência sempre. Ele tenta brincar com nossas emoções e sentimentos utilizando o thriller, o horror, o suspense, mas sem fugir da nossa realidade, garantindo que as atitudes mostradas sejam plausíveis se realizadas por homens e mulheres que deixam o egoísmo e narcisismo ditar o rumo de suas ações."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/10/garota-exemplar/
Frank
3.7 596 Assista Agora"A música tem o poder para mudar a vida de muitas pessoas, seja auxiliando na cura de alguma doença, no desenvolvimento do cérebro ou simplesmente ajudando a melhorar nosso humor quando nos sentimos tristes ou angustiados. Em Frank, vemos como a música dita o futuro de um grupo de pessoas, enquanto lutam pra se manterem sãs, e como o sucesso e glória que ela pode proporcionar influencia no caráter e atitudes delas."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/09/frank/
Julho Sangrento
3.2 96 Assista Agora"Jim Mickle tenta produzir um neo-noir com um toque de humor negro e ele consegue em alguns momentos. A influência de John Carpenter, William Friedkin, entre outros, serve como ajuda, mas nem isso e as ótimas atuações conseguem salvar a história e o tom bagunçado do filme."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/10/cold-in-july/
O Sinal: Frequência do Medo
2.9 373"Uma das virtudes de ficções científicas de baixo orçamento é explorar temas e utilizar técnicas narrativas que não seriam possíveis em blockbusters ou filmes de grandes estúdios. Embora possua personagens interessantes, seja bem atuado e filmado, The Signal pecou por não saber qual caminho seguir e tentar, algumas vezes, parecer mais inteligente do que realmente é."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/09/the-signal/
Era Uma Vez em Nova York
3.5 296 Assista Agora"Tentar viver o “Sonho Americano” é a solução escolhida por muitos imigrantes quando tentam recomeçar suas vidas nos Estados Unidos. A história de Ewa é mais uma que, mesmo se passando em 1921, não envelheceu."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/09/era-uma-vez-em-nova-york/
The Rover: A Caçada
3.3 354 Assista Agora"Dando sequência ao seu filme de estréia, Michôd mostra um pouco da violência que vimos em Reino Animal (2010). Colocando lado a lado dois homens tão diferentes em um mundo perdido e sem remorso, a violência é a única coisa que eles compartilham."
Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2014/09/the-rover-a-cacada/
Locke
3.5 444 Assista Agora"Locke pode parecer, à primeira vista, simplista pelo modo como foi concebido, mas essa “simplicidade” faz com que os detalhes e as camadas do protagonista sejam apresentados e explorados, dando espaço para o estudo do personagem, o que torna o filme tão interessante quanto a jornada que ele vive e as decisões que toma."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/08/locke/
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista Agora"Com diálogos e sacadas muito engraçadas, Os Guardiões da Galáxia pode não figurar no time “A” dos heróis da Marvel ao lado do Capitão América, Thor ou Hulk, mas, sem grandes pretensões ou discussões profundas, consegue ser divertido e um entretenimento de qualidade."
Leia minha crítica completa aqui: http://www.cinema7.com.br/2014/08/os-guardioes-da-galaxia/
O Teorema Zero
3.1 224 Assista Agora"Apesar de ter o visual e o ritmo característico do diretor, grandes ideias filosóficas e diferentes realidades, a sensação ao assistir o filme é a mesma que o protagonista passa na sequência inicial: a de olhar para um grande buraco negro."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/07/o-teorema-zero/
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0K"Apesar de O Grande Hotel Budapeste não ter tanto apelo emocional como o seu antecessor, Moonrise Kingdom, ele ainda consegue apresentar uma história envolvente, com personagens dinâmicos e um trabalho técnico primoroso. Assistir a um filme do Wes Anderson é como entrar em uma fábula e não querer sair mais."
Leia minha crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/07/o-grande-hotel-budapeste/
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista Agora"Com o roteiro de Glazer e Walter Campbell, inspirado em um livro de Michel Faber, fica claro que o propósito do filme é nos mandar para casa pensando na experiência que tivemos durante aqueles 108 minutos, ao invés de tentarmos “resolver” o que assistimos."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/06/sob-a-pele/
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista Agora"Dirigido por Denis Villeneuve, e adaptado por Javier Gullón da obra homônima de José Saramago, O Homem Duplicado é mais um thriller complexo e repleto de perguntas que seguem sem respostas."
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/06/o-homem-duplicado/
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista Agora"No início dos anos oitenta, enquanto os gays morriam nos hospitais, o governo americano não parecia empenhado o suficiente para resolver a situação. Afinal, se uma praga, como diz Ned Weeks (Mark Ruffalo) para o conselheiro do Presidente, não está afetando a população heterossexual, porque se preocupar com a minoria?"
Leia a crítica completa: http://www.cinema7.com.br/2014/06/the-normal-heart/
Miss Violence
3.9 1,0K Assista Agora"Apesar das cenas fortes que são mostradas, o que Avranas decide deixar fora de quadro e não permite que vejamos, consegue ser ainda pior. Esse é um dos pontos que torna Miss Violence uma boa experiência cinematográfica, além de um teste para os nervos."
Leiam minha crítica em: http://www.cinema7.com.br/2014/05/miss-violence/
Correspondente Estrangeiro
3.7 54 Assista AgoraA cena da escadaria na chuva é linda!