Vi o filme sem esperar nada em uma pré-estreia, mas acabei me surpreendendo muito positivamente, o filme é incrível! Os personagens são cativantes e suas histórias são bem desenvolvidas, você se envolve com cada um deles. As interpretações musicais são boas e cativantes e o arco dramático central é tenso e emocionante. Além disso, o filme é bastante divertido e a qualidade da animação é surpreendente, algumas cenas chegam a ter detalhes fotorrealistas.
Um dos meus filmes favoritos é a obra "The Thing" realizada por John Carpenter. Admirei muito o fato deste filme ser extremamente referencial à obra de Carpenter. A presença de Kurt Russel; a nevasca pesada da ambientação; o enclausuramento; a trama onde os personagens desconfiam um do outro e precisam desmascarar um ao outro para sobreviver; a trilha do Morricone, que utilizou, inclusive, uma música que havia composto originalmente pro próprio "The Thing", mas que não havia utilizado nele. Além de claro, ser tão gore e excitante quanto o filme de 82.
Magnífico! Que belíssima produção da Netflix, novamente ela não erra. O filme conta com um elenco de peso que tem uma ótima química num faroeste referencial. As piadas em si não são o forte da narrativa, mas sim o poder da sátira ao gênero em uma construção fidedigna, através de uma belíssima fotografia composta de atentos movimentos de câmera e uma minuciosa direção de arte, além de uma edição fluida. Um trabalho excepcional para um filme besteirol e que certamente agradará fãs de faroeste que não abrem mão de uma boa paródia. Algumas cenas e cenários são tão icônicos que rendem muitas semanas de papel de parede.
Muitos pensam que 'Cinquenta tons de cinza' é uma história sobre descoberta sexual, se enganam. 'Cinquenta tons de cinza' é uma história sobre o vazio da alma humana.
Somos como recipientes vazios que precisam ser preenchidos. Ao longo da vida, nossas experiências nos constroem em um ser de vida única, mas nem sempre significativa. É isso que a história aborda, narrando sobre personagens que escolheram uma vida sem significado.
Anastasia é uma personagem completamente vazia. Ela não é boa em nada e não é interessante em nenhum aspecto. Seu único valor de interesse é sua beleza física, mas nem isso a personagem é capaz de evidenciar em seu prospecto. É uma personagem tão vazia, que isso é, inclusive, representado por sua virgindade. Esse vazio é assimilado à um falso valor de pureza e inocência.
Christian Grey é um personagem cujo background supõe uma grande capacidade e competência, mas o que é apresentado é apenas conceitual e externo ao personagem, seus valores não são pessoais, mas representados por sua riqueza ou capacidade de gastar dinheiro.
Ambos os personagens vivem uma jornada para preencher seus recipientes da alma. Christrian Grey o preenche com a ilusão de que pode mandar ou ser dono de um ser humano no que tange o prazer. Um homem que vive para dar ordens, acreditando que isso o torna dono de si, no controle máximo da vida, expandindo isso para o teor de sua vida sexual. O background apresentado para a inclinação à tal prática sexual é incompleto e o próprio personagem demonstra que as verdadeiras razões estão além de seus possíveis traumas, residem em uma falha de caráter e índole. A intenção do personagem é transparecer o homem bem sucedido que tem uma falha, mas a definição mais precisa é o homem sem um sucesso justificado e totalmente falho.
Já Anastasia, a protagonista, apresenta um interior ainda mais lamentável. Uma mulher que possui uma personalidade apagada e que parece chamar atenção apenas por exalar uma beleza intocada, como a mulher linda e virgem. É uma mulher que sempre buscou algo ideal para preencher seu vazio e isso se torna problemático quando buscamos compreender o que seria este ideal. Apesar de ter sido cobiçada por vários homens, ela recusou todos na espera do tal homem ideal, curiosamente um homem charmoso e extremamente rico. Possivelmente ela esperava justamente um homem que pudesse cuidar e prover tudo pra ela, para libertá-la de sua incapacidade de ser independente e ativa. Tudo isso é discretamente disfarçado com uma falsa humildade que a faz resistir ao ser comprada, mas não esconde seu entusiasmo com tudo que o dinheiro pode comprar. A personagem busca disfarçar tudo isso com a desculpa da busca pelo amor, mas na realidade ela é tão controladora quanto o próprio Grey e só quer projetar nele o seu ideal total e corrigir nele a única coisa em que ele é, para ela, imperfeito: sua incapacidade de vê-la apenas como objeto sexual.
Os dois personagens se mostram extremamente egoístas. incapazes de aceitar o outro e inclinados a mudar o outro para satisfazer suas próprias carências.
Os personagens preenchem seus recipientes vazios apenas com uma rolha que tampa e lacra o interior, tornando-os ocos. Os vazios são preenchidos com futilidades e valores externos, mas que não satisfazem a busca da alma de um propósito ou da felicidade.
Quanto a proposta do filme de abordar um estilo sexual hardcore e sadomasoquista, o filme não passa de uma piada censurada. O único momento em que se permite ser pesado e chocante é na leitura do contrato, onde são citados os desejos do 'dominante', mas que ficam só no papel, pois a pena máxima que ele consegue aplicar à protagonista são seis cintadas mais brandas que aquelas que castigavam as crianças de antigamente.
O filme em si é tão vazio quanto a narrativa, seus valores são puramente ligados à camada externa. Possui uma fotografia exuberante e sóbria e uma trilha sonora sofisticada, mas esses elementos são apenas a maquiagem para um interior tão oco quanto os dos personagens.
O ponto realmente chocante é imaginar as pessoas que se identificam ou se empolgam com os personagens e com a história, que funciona como um espelho que reflete seus próprios vazios e a busca de ideais ilusórios de riqueza, liberdade sexual, amor verdadeiro, etc., que nem sempre estão conectados com a felicidade, principalmente quando lidamos com eles sem a competência necessária.
Uma incrível surpresa de um filme que imagina ser apenas mais uma jogada barata dos estúdios para capitalizar em cima de um gênero desgastado.
Babadook é um filme realmente incrível, onde os cineastas compreenderam toda escola do gênero de horror para aproveitar os elementos certos na criação do filme. O que mais apreciei no filme foi a montagem, mas devo prestar meus elogios à sonoplastia que trabalha junto para criar toda uma atmosfera que deixa o espectador em agonia.
A maneira como é feita a decupagem das cenas é estonteante e explorada ao máximo no início do filme, nas cenas em que o garotinho entra e sai do porão, guarda a chave e utiliza seu 'brinquedo'. Cada cena é montada em close nos objetos e enquadramentos estranhos que nos deixam confusos e apreensivos, ainda mais com o elemento sonoro seco dos objetos e dos ruídos da casa, que nos fazem ficar apreensivos a cada movimento da câmera e dos personagens.
Essa construção de atmosfera é perfeita para criar um clima imersivo no terror psicológico que é desenvolvido pelo filme e neste momento preciso aplaudir a atuação de Essie Davis, que consegue transparecer todo seu cansaço, estresse e depressão acumulados desde a morte de seu marido e o nascimento de seu problemático filho.
Também não posso deixar de notar a desgostável (no bom sentido, pois era o propósito do filme) atuação de Noah Wiseman, que consegue ser uma criança altamente irritante e transparece o estresse que causa em sua mãe.
O filme contém inúmeros detalhes que contribuem para a complexidade da personagem da mãe. Seu fracasso na carreira. A vida sexual inexistente. Aliás, que bela associação entre o sexo e o desgaste emocional e psicológico da mãe, demonstrada em seu ápice na cena da masturbação interrompida, podendo ser até relacionado com o papel da mulher na relação sexual, que dificilmente tem a capacidade de alcançar o orgasmo.
Muitos podem desgostar do filme, pois estão mais interessados no elemento fantástico do filme, que não deixa de ser incrível, mas que não é o foco da história. O babadook não é senão uma metáfora para o acúmulo de transtornos sofrido pela mãe que é tomada por ódio ao não conseguir encontrar prazeres e alívio de seus problemas. Ainda assim, o elemento fantástico é construído com primazia, com diversas cenas que nos deixam a espreita de nos depararmos com a criatura maligna. O próprio livro do babadook é incrível, me imagino pegando um livro daqueles durante a noite para ler para o meu filho, ia passar o resto da minha vida perturbado e com medo de dormir.
O final é interpretativo e discutível, mas achei bastante satisfatório. Houve o enfrentamento da mãe e o seu próprio mal e ela conseguiu vencê-lo. É como se ela tivesse superado todos os elementos negativos que à afligiam e o porão fosse apenas uma parte mais profunda dela, onde ela conseguiu trancafiar o seu ódio, mas que deve lidar com ele com cuidado, para que não escape novamente. Uma linha tênue entre a loucura e a depressão que muitas pessoas pisam em cima durante diversos momentos de suas vidas. Ainda assim, admirando o filme como um amante do cinema de horror bizarro, eu adoraria um final alternativo onde, após a mãe amarrada se livrar de seu mal e vomitar, dando aquela esperança do final feliz, a vizinha idosa deles aparecesse nas escadas do porão com uma faca gritando "YOU CAN'T GET RID OF THE BABADOOK" e matasse os dois (ou pelo menos aquele moleque irritante).
Bom, adorei "The Babadook" e mais uma vez é o cinema alternativo que surge para salvar o desgastado gênero de horror. Espero que este também não seja vítima de um remake hollywoodiano como a maioria dos bons filmes de terror não-estadunidenses são. O único motivo de não ter dado 5 estrelas ao filme é porque senti que os elementos que mais apreciei no filme: montagem e sonoplastia; perderam um pouco da força no decorrer do filme, quando os enquadramentos foram ficando mais comuns e a montagem menos surpreendente. Isso não tem um impacto tão grande no produto final, mas acho que foi um decaimento do ritmo ótimo que foi desenvolvido no início, geralmente um filme que inicia de maneira ótima e decai o nível acaba gerando um descontentamento. Mas nada que diminua a incrível experiência cinematográfica.
Gone Girl é um filme com inúmeras camadas. Faz um tempo que não vejo um filme que envolve uma esfera tão grandiosa de elementos arbitrários que se comportam em um nível complementar e associativo com aspectos pessoais do espectador, fazendo com que cada pessoa tenha um modo particular de compreender e digerir o filme. O resultado disso é termos pessoas que irão torcer por/culpabilizar um ou outro lado da história. O grande trunfo deste aspecto do filme é quando tentamos captar todas essas camadas e perceber como o filme é completo e tão complexo quanto a realidade que nos cerca. Os três principais elementos que compõe o filme são: o marido; a esposa e a imagem do casal (construída pela mídia e relações pessoais). Cada elemento tem uma dimensão palpável com bastante verossimilhança com as possibilidades do mundo real.
O filme executa um trabalho incrível de construir uma história, para desconstruí-la e em seguida construí-la novamente. Isso ocorre ao nos revelar elementos que nos fazem acreditar em um personagem para depois duvidar do mesmo. O interessante é que não há dados precisos no filme que nos permitam sentenciar em definitivo quem está correto ou errado na história e isso é que é bacana, pois na vida real ninguém é dono da razão, todos possuem suas motivações e história próprias que os levam a agir de determinadas maneiras. Por não termos possibilidade de determinar qual dos lados é o correto em seus atos é que acabamos nos apegando e torcendo para aqueles com os quais estabelecemos conexões diretas, fazendo com que o filme seja apreciado de maneira totalmente particular e individual. Essa experiência cinematográfica é incrível e poucos filmes são capazes de alcançá-la. Outro mérito do filme é como é capaz de inserir elementos concretos na trama que espelham e criticam o fato de nossa percepção da realidade ser sempre distorcida e alterada através da influência das relações pessoais e mídia nas nossas vidas. Um ótimo exemplo disso foram as eleições que ocorreram neste ano em nosso país, na qual os candidatos atacaram e foram atacados com diversos componentes estratégicos de manipulação de opinião e presenciamos fervorosos debates nas redes sociais defendendo uma ou outra parte, quando um simples distanciamento permitia verificar que todas as partes possuíam méritos e 'podres', mas ninguém era inocente ou imaculado.
Outro ponto interessante do filme é a maneira como discute temas atuais de maneira não incisiva, como no caso da discussão feminista, que pode ser uma das ferramentas para se interpretar o filme. Mas o que acho incrível é que os realizadores conseguiram permitir uma ampla discussão de uma forma neutra, permitindo que os dois lados tenham espaço para se defender e atacar, o que é de acordo com a complexidade da moral humana.
Agora dentro da construção narrativa, fiquei agraciado com o final instigante que nos deixa perplexos e instigados para saber o posterior desfecho da história. Como aquele casal vai viver dali pra frente, sempre na desconfiança um do outro? Como eles poderiam sobreviver naquele relacionamento de forma saudável? A verdade é que cada um deles possui uma espécie de egoísmo possessivo que pretende dominar o outro para satisfazer o próprio ego. Os dois são vítimas das próprias armadilhas que criaram para destruir um casamento em ruínas, mas saíram empatados na disputa por uma vitória que precisou ser adiada. O mais tenebroso é imaginar que ambos os personagens se transformaram no decorrer dos eventos de modo a se apaixonarem novamente através da admiração de seus novos eus e o enfrentamento da visão dos outros sobre eles. E tudo isso são apenas comentários de maneira rasa sobre as camadas existentes no filme, mas cada camada deve ser apreciada pelo espectador que certamente terá uma experiência diferente cada vez que assistir.
Como um amante da ficção científica, este era o filme que mais aguardara durante todo o ano. Vítima das minhas expectativas e do conhecimento dos filmes passados do Nolan, acreditava encontrar um filme com um tom um tanto mais épico e visualmente vislumbrante. Me senti um tanto desapontado neste quesito, ainda mais por ser um filme que remete tanto aos seus predecessores da ficção científica, pois deixa de surpreender quanto a engenhosidade do roteiro ou mesmo no teor técnico. Ainda assim não posso deixar de creditar 5 estrelas ao filme, pois se trata de uma obra impecável de ficção científica que respeita e enaltece todos os elementos da categoria quando se trata de exploração espacial. Um filme intimista como 2001, sem deixar de ser um blockbuster. Um filme questionador como Contato, com um adicional ténico e visual. Um filme vislumbrante como Gravidade, mas sem deixar de ter um roteiro intrigante e emocionante. Apesar de preferir "A origem" dentre os filmes do diretor, "Interstellar" é melhor que este em diversos níveis de amadurecimento.
Para relatar pontos que me desagradaram, fiquei pouco satisfeito com a exploração do 'planeta de água' e do 'planeta de gelo', que poderiam ser mais criativamente explorados, porém, nada que tire o grande mérito do filme.
Especial bem mediano. Acho que só conseguiu ser lançado em cinemas mundiais pelo hype que se consegue nesse tipo de material hoje em dia. Dentre os filmes da saga, acho que esse não entra nem no top 10. (Há quem discorde, mas isso sempre é bem pessoal). O filme não é exatamente ruim, mas parece um daqueles especiais abobalhados onde tudo é piada. Não há uma luta séria e até o grand finale é bestinha e sem graça. O que mais gostei do filme foram os créditos finais mostrando cenas épicas do mangá. No fim do filme me lembrei das batalhas mais épicas do goku e pensando em como nesta, quando ele alcança o ápice de seu poder, realiza uma luta tão sem graça.
Filme ótimo e dirigido com bastante maestria pelas mãos do Heitor Dhalia nesse investimento em hollywood. A trama é bem amarrada e desenvolvida, mas pelo deslize de permitir um final simplista ao filme - seguindo contra a maré do que é tendência para o gênero de suspense -, o filme acaba gerando uma frustração ao espectador, fazendo com que seja criticado e passe despercebido. Creio que seja um filme subestimado, principalmente no teor principal que o filme assume, que é uma mensagem feminista de que as mulheres são subestimadas na sociedade, que a violência sofrida por uma mulher é tida como loucura pela maioria das pessoas. Em um diálogo entre policiais coadjuvantes, por exemplo, uma mulher diz: "A primeira vez que uma mulher apanha do marido, ela é uma vítima, mas a segunda vez que ela apanha, ela se torna cúmplice.". Esse diálogo evidência dentro da trama do filme que a mulher deve denunciar a violência sofrida, mas é desestimulada pela sociedade através do descaso dado ao discurso feminino. O final simplista tenta entrelaçar toda a determinação e revolta acumulada pela protagonista durante história, que é encarada com jocosidade pela sociedade que a cerca, designando que a mulher tem força dentro de si para superar seus temores sem a necessidade da força masculina. Muitos homens que aparecem no filme demonstram um arquétipo fraco e ingênuo (o papel que é geralmente atribuído à mulher), mas o que chama mais atenção é o vilão, que é um sujeito oco, sem qualquer profundidade, transparecendo a construção de um homem cuja psicopatia é vazia e sem propósito, atribuída apenas ao egoísmo masculino, como se representasse a ideia da "cultura do estupro" na sociedade. Quando a protagonista vence tão facilmente o vilão e o extermina de modo frio, é como se designasse que a mulher já tem força o suficiente para vencer a violência imposta pela sociedade, e ao fazer isso a protagonista termina zombando da sociedade que sempre julgou negativamente a sua história; como uma crítica que diz que a sociedade deve dar mais atenção ao que as mulheres dizem, dar ouvidos a voz feminina que denuncia a violência sofrida.
Bom, essa é uma análise que faço perante a construção que a trama faz no filme, mas a par desta visão, é um filme muito bem dirigido, mas que não se torna um destaque por falhar com o final esperado nesse tipo de trama.
Que edição bem trabalhada! Filme muito bem construído e elaborado. Villeneuve inscrevendo seu nome na história do cinema e dando uma força para o cinema canadense. Sua parceria com Gyllenhaal rendendo bons frutos, espero que continuem fazendo filmes tão bem compostos como este. Na minha opinião, um dos melhores filmes do circuito alternativo deste ano e, mesmo não tendo lido o livro, pelo que procurei saber, uma adaptação excepcional, trabalhada dentro da linguagem do cinema e para funcionar tanto como um gancho que instigue o espectador a procurar o livro, quanto complementar a existência deste, por ter uma trama própria.
Belíssima fotografia e montagem. Um filme muito bem feito, fazendo jus à era de ouro do cinema japonês. A história é simples, porém muito profunda e cativante. É uma boa adaptação do romance, conseguindo passar toda a complexidade do relacionamento entre os personagens e suas relações de amor e ódio, mesmo que sutilmente. Assim como Suna no Onna do Teshigahara te deixa com sede na imensidão do deserto, Yukiguni te deixa tremendo diante da neve infindável.
Muito boa a atuação do Ethan Hawke! É possível perceber na sua expressão o quanto seu personagem vai ficando espantado no decorrer da história e paranoico com tudo o que vem descobrindo. Mesmo aparentando ser corajoso, seu olhar e sua palidez demonstram quando medo o personagem está sentindo a cada descoberta e como tudo na história vai afetando ele de maneira significativa. O filme é simples, porém muito bom, satisfaz com gosto os menos exigentes.
Um dos poucos filmes japoneses da década de 20 que sobreviveu por inteiro. Uma história tocante que levanta questionamentos sobre a justiça e a validade de nossos atos. Vale a pena ser justo? O mundo é um lugar justo? Por que muitos daqueles que são ricos e mantem uma valiosa imagem para a sociedade são na verdade mal intencionados e se valem de trapaças, enquanto outros que são mal vistos e tido como bandidos são na verdade bons, apenas incompreendidos? Nessas inversões o filme apresenta a história de um bom homem que sequencialmente é incompreendido e tido como bandido, nunca tendo a chance de se explicar. Ganhando fama de um demônio na cidade que vive, passa a ser um procurado da polícia. Deposita toda sua esperança nos amores que teve em sua vida e em ambos foi negado. Reforçando o desespero do protagonista para encontrar algo no mundo que o faça ter fé na humanidade. Um filme bastante antigo, mas ainda com uma temática bastante atual.
Histórias de amor sem nem ao menos um beijo. Por que será que a concepção do amor oriental se parece tão mais íntima do seu real significado para mim? Um filme muito belo e comovente. Existe amor eterno sem o sacrifício do indivíduo? Ou o amor só pode ser eternizado com a morte, como Romeu e Julieta? O amor tem suas consequências e responsabilidades, cabe a nós decidir entre sermos suas vítimas ou seu carrasco.
Um filme complexo, certamente não feito para ser entendido, mas sim para ser assimilado na alma. Se focando mais no estilo visual e no experimental, o filme tem sua estrutura semelhante ao teatro, com cenários vazios ou escuros e uma luz direta nos personagens, que certamente são o foco da história. O nome original, 4,6 bilhões de anos de amor, faz alusão a vida na terra e sua forma de manutenção da vida: o amor. Amor aqui apresentado das maneiras mais diversas e esquisitas que o ser humano é capaz de sentir, num contexto em que personagens deslocados do contexto social normal buscam compreender sua própria forma de amar e viver. A pirâmide representando a fé e o foguete a ciência. 2 polos entre os homens, presos em suas celas, vítimas da realidade que assusta. O amor é explicado pela ciência ou pela fé? Não importa, desde que possamos perceber a beleza que há no arco-íris, é o que faz a vida valer a pena. O assassinato e a investigação são apenas um aperitivo que deixam a história intrigante e mantém preso o espectador.
Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
3.8 569Vi o filme sem esperar nada em uma pré-estreia, mas acabei me surpreendendo muito positivamente, o filme é incrível!
Os personagens são cativantes e suas histórias são bem desenvolvidas, você se envolve com cada um deles. As interpretações musicais são boas e cativantes e o arco dramático central é tenso e emocionante. Além disso, o filme é bastante divertido e a qualidade da animação é surpreendente, algumas cenas chegam a ter detalhes fotorrealistas.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraUm dos meus filmes favoritos é a obra "The Thing" realizada por John Carpenter.
Admirei muito o fato deste filme ser extremamente referencial à obra de Carpenter.
A presença de Kurt Russel; a nevasca pesada da ambientação; o enclausuramento; a trama onde os personagens desconfiam um do outro e precisam desmascarar um ao outro para sobreviver; a trilha do Morricone, que utilizou, inclusive, uma música que havia composto originalmente pro próprio "The Thing", mas que não havia utilizado nele. Além de claro, ser tão gore e excitante quanto o filme de 82.
Os Seis Ridículos
2.5 458 Assista AgoraMagnífico! Que belíssima produção da Netflix, novamente ela não erra.
O filme conta com um elenco de peso que tem uma ótima química num faroeste referencial.
As piadas em si não são o forte da narrativa, mas sim o poder da sátira ao gênero em uma construção fidedigna, através de uma belíssima fotografia composta de atentos movimentos de câmera e uma minuciosa direção de arte, além de uma edição fluida.
Um trabalho excepcional para um filme besteirol e que certamente agradará fãs de faroeste que não abrem mão de uma boa paródia.
Algumas cenas e cenários são tão icônicos que rendem muitas semanas de papel de parede.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraEsse filme é o rochedo mesmo, o pipoco mô vei.
Menina de Ouro
4.2 1,8K Assista AgoraVontade de sumir da vida igual o Frankie Dunn no final...
:(
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraMuitos pensam que 'Cinquenta tons de cinza' é uma história sobre descoberta sexual, se enganam. 'Cinquenta tons de cinza' é uma história sobre o vazio da alma humana.
Somos como recipientes vazios que precisam ser preenchidos. Ao longo da vida, nossas experiências nos constroem em um ser de vida única, mas nem sempre significativa. É isso que a história aborda, narrando sobre personagens que escolheram uma vida sem significado.
Anastasia é uma personagem completamente vazia. Ela não é boa em nada e não é interessante em nenhum aspecto. Seu único valor de interesse é sua beleza física, mas nem isso a personagem é capaz de evidenciar em seu prospecto.
É uma personagem tão vazia, que isso é, inclusive, representado por sua virgindade.
Esse vazio é assimilado à um falso valor de pureza e inocência.
Christian Grey é um personagem cujo background supõe uma grande capacidade e competência, mas o que é apresentado é apenas conceitual e externo ao personagem, seus valores não são pessoais, mas representados por sua riqueza ou capacidade de gastar dinheiro.
Ambos os personagens vivem uma jornada para preencher seus recipientes da alma.
Christrian Grey o preenche com a ilusão de que pode mandar ou ser dono de um ser humano no que tange o prazer. Um homem que vive para dar ordens, acreditando que isso o torna dono de si, no controle máximo da vida, expandindo isso para o teor de sua vida sexual. O background apresentado para a inclinação à tal prática sexual é incompleto e o próprio personagem demonstra que as verdadeiras razões estão além de seus possíveis traumas, residem em uma falha de caráter e índole. A intenção do personagem é transparecer o homem bem sucedido que tem uma falha, mas a definição mais precisa é o homem sem um sucesso justificado e totalmente falho.
Já Anastasia, a protagonista, apresenta um interior ainda mais lamentável. Uma mulher que possui uma personalidade apagada e que parece chamar atenção apenas por exalar uma beleza intocada, como a mulher linda e virgem. É uma mulher que sempre buscou algo ideal para preencher seu vazio e isso se torna problemático quando buscamos compreender o que seria este ideal. Apesar de ter sido cobiçada por vários homens, ela recusou todos na espera do tal homem ideal, curiosamente um homem charmoso e extremamente rico. Possivelmente ela esperava justamente um homem que pudesse cuidar e prover tudo pra ela, para libertá-la de sua incapacidade de ser independente e ativa. Tudo isso é discretamente disfarçado com uma falsa humildade que a faz resistir ao ser comprada, mas não esconde seu entusiasmo com tudo que o dinheiro pode comprar.
A personagem busca disfarçar tudo isso com a desculpa da busca pelo amor, mas na realidade ela é tão controladora quanto o próprio Grey e só quer projetar nele o seu ideal total e corrigir nele a única coisa em que ele é, para ela, imperfeito: sua incapacidade de vê-la apenas como objeto sexual.
Os dois personagens se mostram extremamente egoístas. incapazes de aceitar o outro e inclinados a mudar o outro para satisfazer suas próprias carências.
Os personagens preenchem seus recipientes vazios apenas com uma rolha que tampa e lacra o interior, tornando-os ocos. Os vazios são preenchidos com futilidades e valores externos, mas que não satisfazem a busca da alma de um propósito ou da felicidade.
Quanto a proposta do filme de abordar um estilo sexual hardcore e sadomasoquista, o filme não passa de uma piada censurada. O único momento em que se permite ser pesado e chocante é na leitura do contrato, onde são citados os desejos do 'dominante', mas que ficam só no papel, pois a pena máxima que ele consegue aplicar à protagonista são seis cintadas mais brandas que aquelas que castigavam as crianças de antigamente.
O filme em si é tão vazio quanto a narrativa, seus valores são puramente ligados à camada externa. Possui uma fotografia exuberante e sóbria e uma trilha sonora sofisticada, mas esses elementos são apenas a maquiagem para um interior tão oco quanto os dos personagens.
O ponto realmente chocante é imaginar as pessoas que se identificam ou se empolgam com os personagens e com a história, que funciona como um espelho que reflete seus próprios vazios e a busca de ideais ilusórios de riqueza, liberdade sexual, amor verdadeiro, etc., que nem sempre estão conectados com a felicidade, principalmente quando lidamos com eles sem a competência necessária.
O Babadook
3.5 2,0KUma incrível surpresa de um filme que imagina ser apenas mais uma jogada barata dos estúdios para capitalizar em cima de um gênero desgastado.
Babadook é um filme realmente incrível, onde os cineastas compreenderam toda escola do gênero de horror para aproveitar os elementos certos na criação do filme.
O que mais apreciei no filme foi a montagem, mas devo prestar meus elogios à sonoplastia que trabalha junto para criar toda uma atmosfera que deixa o espectador em agonia.
A maneira como é feita a decupagem das cenas é estonteante e explorada ao máximo no início do filme, nas cenas em que o garotinho entra e sai do porão, guarda a chave e utiliza seu 'brinquedo'. Cada cena é montada em close nos objetos e enquadramentos estranhos que nos deixam confusos e apreensivos, ainda mais com o elemento sonoro seco dos objetos e dos ruídos da casa, que nos fazem ficar apreensivos a cada movimento da câmera e dos personagens.
Essa construção de atmosfera é perfeita para criar um clima imersivo no terror psicológico que é desenvolvido pelo filme e neste momento preciso aplaudir a atuação de Essie Davis, que consegue transparecer todo seu cansaço, estresse e depressão acumulados desde a morte de seu marido e o nascimento de seu problemático filho.
Também não posso deixar de notar a desgostável (no bom sentido, pois era o propósito do filme) atuação de Noah Wiseman, que consegue ser uma criança altamente irritante e transparece o estresse que causa em sua mãe.
O filme contém inúmeros detalhes que contribuem para a complexidade da personagem da mãe. Seu fracasso na carreira. A vida sexual inexistente. Aliás, que bela associação entre o sexo e o desgaste emocional e psicológico da mãe, demonstrada em seu ápice na cena da masturbação interrompida, podendo ser até relacionado com o papel da mulher na relação sexual, que dificilmente tem a capacidade de alcançar o orgasmo.
Muitos podem desgostar do filme, pois estão mais interessados no elemento fantástico do filme, que não deixa de ser incrível, mas que não é o foco da história. O babadook não é senão uma metáfora para o acúmulo de transtornos sofrido pela mãe que é tomada por ódio ao não conseguir encontrar prazeres e alívio de seus problemas. Ainda assim, o elemento fantástico é construído com primazia, com diversas cenas que nos deixam a espreita de nos depararmos com a criatura maligna.
O próprio livro do babadook é incrível, me imagino pegando um livro daqueles durante a noite para ler para o meu filho, ia passar o resto da minha vida perturbado e com medo de dormir.
O final é interpretativo e discutível, mas achei bastante satisfatório. Houve o enfrentamento da mãe e o seu próprio mal e ela conseguiu vencê-lo. É como se ela tivesse superado todos os elementos negativos que à afligiam e o porão fosse apenas uma parte mais profunda dela, onde ela conseguiu trancafiar o seu ódio, mas que deve lidar com ele com cuidado, para que não escape novamente. Uma linha tênue entre a loucura e a depressão que muitas pessoas pisam em cima durante diversos momentos de suas vidas.
Ainda assim, admirando o filme como um amante do cinema de horror bizarro, eu adoraria um final alternativo onde, após a mãe amarrada se livrar de seu mal e vomitar, dando aquela esperança do final feliz, a vizinha idosa deles aparecesse nas escadas do porão com uma faca gritando "YOU CAN'T GET RID OF THE BABADOOK" e matasse os dois (ou pelo menos aquele moleque irritante).
Bom, adorei "The Babadook" e mais uma vez é o cinema alternativo que surge para salvar o desgastado gênero de horror. Espero que este também não seja vítima de um remake hollywoodiano como a maioria dos bons filmes de terror não-estadunidenses são.
O único motivo de não ter dado 5 estrelas ao filme é porque senti que os elementos que mais apreciei no filme: montagem e sonoplastia; perderam um pouco da força no decorrer do filme, quando os enquadramentos foram ficando mais comuns e a montagem menos surpreendente. Isso não tem um impacto tão grande no produto final, mas acho que foi um decaimento do ritmo ótimo que foi desenvolvido no início, geralmente um filme que inicia de maneira ótima e decai o nível acaba gerando um descontentamento. Mas nada que diminua a incrível experiência cinematográfica.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraGone Girl é um filme com inúmeras camadas. Faz um tempo que não vejo um filme que envolve uma esfera tão grandiosa de elementos arbitrários que se comportam em um nível complementar e associativo com aspectos pessoais do espectador, fazendo com que cada pessoa tenha um modo particular de compreender e digerir o filme. O resultado disso é termos pessoas que irão torcer por/culpabilizar um ou outro lado da história.
O grande trunfo deste aspecto do filme é quando tentamos captar todas essas camadas e perceber como o filme é completo e tão complexo quanto a realidade que nos cerca. Os três principais elementos que compõe o filme são: o marido; a esposa e a imagem do casal (construída pela mídia e relações pessoais). Cada elemento tem uma dimensão palpável com bastante verossimilhança com as possibilidades do mundo real.
O filme executa um trabalho incrível de construir uma história, para desconstruí-la e em seguida construí-la novamente. Isso ocorre ao nos revelar elementos que nos fazem acreditar em um personagem para depois duvidar do mesmo. O interessante é que não há dados precisos no filme que nos permitam sentenciar em definitivo quem está correto ou errado na história e isso é que é bacana, pois na vida real ninguém é dono da razão, todos possuem suas motivações e história próprias que os levam a agir de determinadas maneiras.
Por não termos possibilidade de determinar qual dos lados é o correto em seus atos é que acabamos nos apegando e torcendo para aqueles com os quais estabelecemos conexões diretas, fazendo com que o filme seja apreciado de maneira totalmente particular e individual. Essa experiência cinematográfica é incrível e poucos filmes são capazes de alcançá-la.
Outro mérito do filme é como é capaz de inserir elementos concretos na trama que espelham e criticam o fato de nossa percepção da realidade ser sempre distorcida e alterada através da influência das relações pessoais e mídia nas nossas vidas. Um ótimo exemplo disso foram as eleições que ocorreram neste ano em nosso país, na qual os candidatos atacaram e foram atacados com diversos componentes estratégicos de manipulação de opinião e presenciamos fervorosos debates nas redes sociais defendendo uma ou outra parte, quando um simples distanciamento permitia verificar que todas as partes possuíam méritos e 'podres', mas ninguém era inocente ou imaculado.
Outro ponto interessante do filme é a maneira como discute temas atuais de maneira não incisiva, como no caso da discussão feminista, que pode ser uma das ferramentas para se interpretar o filme. Mas o que acho incrível é que os realizadores conseguiram permitir uma ampla discussão de uma forma neutra, permitindo que os dois lados tenham espaço para se defender e atacar, o que é de acordo com a complexidade da moral humana.
Agora dentro da construção narrativa, fiquei agraciado com o final instigante que nos deixa perplexos e instigados para saber o posterior desfecho da história. Como aquele casal vai viver dali pra frente, sempre na desconfiança um do outro? Como eles poderiam sobreviver naquele relacionamento de forma saudável? A verdade é que cada um deles possui uma espécie de egoísmo possessivo que pretende dominar o outro para satisfazer o próprio ego. Os dois são vítimas das próprias armadilhas que criaram para destruir um casamento em ruínas, mas saíram empatados na disputa por uma vitória que precisou ser adiada. O mais tenebroso é imaginar que ambos os personagens se transformaram no decorrer dos eventos de modo a se apaixonarem novamente através da admiração de seus novos eus e o enfrentamento da visão dos outros sobre eles.
E tudo isso são apenas comentários de maneira rasa sobre as camadas existentes no filme, mas cada camada deve ser apreciada pelo espectador que certamente terá uma experiência diferente cada vez que assistir.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraComo um amante da ficção científica, este era o filme que mais aguardara durante todo o ano. Vítima das minhas expectativas e do conhecimento dos filmes passados do Nolan, acreditava encontrar um filme com um tom um tanto mais épico e visualmente vislumbrante.
Me senti um tanto desapontado neste quesito, ainda mais por ser um filme que remete tanto aos seus predecessores da ficção científica, pois deixa de surpreender quanto a engenhosidade do roteiro ou mesmo no teor técnico.
Ainda assim não posso deixar de creditar 5 estrelas ao filme, pois se trata de uma obra impecável de ficção científica que respeita e enaltece todos os elementos da categoria quando se trata de exploração espacial. Um filme intimista como 2001, sem deixar de ser um blockbuster. Um filme questionador como Contato, com um adicional ténico e visual. Um filme vislumbrante como Gravidade, mas sem deixar de ter um roteiro intrigante e emocionante.
Apesar de preferir "A origem" dentre os filmes do diretor, "Interstellar" é melhor que este em diversos níveis de amadurecimento.
Para relatar pontos que me desagradaram, fiquei pouco satisfeito com a exploração do 'planeta de água' e do 'planeta de gelo', que poderiam ser mais criativamente explorados, porém, nada que tire o grande mérito do filme.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses
3.2 661Especial bem mediano. Acho que só conseguiu ser lançado em cinemas mundiais pelo hype que se consegue nesse tipo de material hoje em dia. Dentre os filmes da saga, acho que esse não entra nem no top 10. (Há quem discorde, mas isso sempre é bem pessoal).
O filme não é exatamente ruim, mas parece um daqueles especiais abobalhados onde tudo é piada. Não há uma luta séria e até o grand finale é bestinha e sem graça. O que mais gostei do filme foram os créditos finais mostrando cenas épicas do mangá. No fim do filme me lembrei das batalhas mais épicas do goku e pensando em como nesta, quando ele alcança o ápice de seu poder, realiza uma luta tão sem graça.
12 Horas
3.2 997 Assista AgoraFilme ótimo e dirigido com bastante maestria pelas mãos do Heitor Dhalia nesse investimento em hollywood. A trama é bem amarrada e desenvolvida, mas pelo deslize de permitir um final simplista ao filme - seguindo contra a maré do que é tendência para o gênero de suspense -, o filme acaba gerando uma frustração ao espectador, fazendo com que seja criticado e passe despercebido.
Creio que seja um filme subestimado, principalmente no teor principal que o filme assume, que é uma mensagem feminista de que as mulheres são subestimadas na sociedade, que a violência sofrida por uma mulher é tida como loucura pela maioria das pessoas.
Em um diálogo entre policiais coadjuvantes, por exemplo, uma mulher diz: "A primeira vez que uma mulher apanha do marido, ela é uma vítima, mas a segunda vez que ela apanha, ela se torna cúmplice.". Esse diálogo evidência dentro da trama do filme que a mulher deve denunciar a violência sofrida, mas é desestimulada pela sociedade através do descaso dado ao discurso feminino.
O final simplista tenta entrelaçar toda a determinação e revolta acumulada pela protagonista durante história, que é encarada com jocosidade pela sociedade que a cerca, designando que a mulher tem força dentro de si para superar seus temores sem a necessidade da força masculina. Muitos homens que aparecem no filme demonstram um arquétipo fraco e ingênuo (o papel que é geralmente atribuído à mulher), mas o que chama mais atenção é o vilão, que é um sujeito oco, sem qualquer profundidade, transparecendo a construção de um homem cuja psicopatia é vazia e sem propósito, atribuída apenas ao egoísmo masculino, como se representasse a ideia da "cultura do estupro" na sociedade.
Quando a protagonista vence tão facilmente o vilão e o extermina de modo frio, é como se designasse que a mulher já tem força o suficiente para vencer a violência imposta pela sociedade, e ao fazer isso a protagonista termina zombando da sociedade que sempre julgou negativamente a sua história; como uma crítica que diz que a sociedade deve dar mais atenção ao que as mulheres dizem, dar ouvidos a voz feminina que denuncia a violência sofrida.
Bom, essa é uma análise que faço perante a construção que a trama faz no filme, mas a par desta visão, é um filme muito bem dirigido, mas que não se torna um destaque por falhar com o final esperado nesse tipo de trama.
Círculo de Monstros
1.1 23Uma estrela pelo Fist Bump épico no fim do filme! HAHAHAH
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraQue edição bem trabalhada! Filme muito bem construído e elaborado. Villeneuve inscrevendo seu nome na história do cinema e dando uma força para o cinema canadense. Sua parceria com Gyllenhaal rendendo bons frutos, espero que continuem fazendo filmes tão bem compostos como este. Na minha opinião, um dos melhores filmes do circuito alternativo deste ano e, mesmo não tendo lido o livro, pelo que procurei saber, uma adaptação excepcional, trabalhada dentro da linguagem do cinema e para funcionar tanto como um gancho que instigue o espectador a procurar o livro, quanto complementar a existência deste, por ter uma trama própria.
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista Agora"TA OLHANDO PRA MIM? SEU POIA!"
Adorei legenda usada no cinema.
O País das Neves
3.6 2Belíssima fotografia e montagem. Um filme muito bem feito, fazendo jus à era de ouro do cinema japonês. A história é simples, porém muito profunda e cativante. É uma boa adaptação do romance, conseguindo passar toda a complexidade do relacionamento entre os personagens e suas relações de amor e ódio, mesmo que sutilmente.
Assim como Suna no Onna do Teshigahara te deixa com sede na imensidão do deserto, Yukiguni te deixa tremendo diante da neve infindável.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraO que dizer deste filme que mal saiu e eu já considero pacas?
A Espuma dos Dias
3.7 479 Assista AgoraGostei da referência ao Fahrenheit 451 do Truffaut!
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraComo eu gostaria de assistir em 48 quadros.... :T
A Entidade
3.2 2,3K Assista AgoraMuito boa a atuação do Ethan Hawke! É possível perceber na sua expressão o quanto seu personagem vai ficando espantado no decorrer da história e paranoico com tudo o que vem descobrindo. Mesmo aparentando ser corajoso, seu olhar e sua palidez demonstram quando medo o personagem está sentindo a cada descoberta e como tudo na história vai afetando ele de maneira significativa. O filme é simples, porém muito bom, satisfaz com gosto os menos exigentes.
Orochi
3.7 5Um dos poucos filmes japoneses da década de 20 que sobreviveu por inteiro. Uma história tocante que levanta questionamentos sobre a justiça e a validade de nossos atos. Vale a pena ser justo? O mundo é um lugar justo? Por que muitos daqueles que são ricos e mantem uma valiosa imagem para a sociedade são na verdade mal intencionados e se valem de trapaças, enquanto outros que são mal vistos e tido como bandidos são na verdade bons, apenas incompreendidos?
Nessas inversões o filme apresenta a história de um bom homem que sequencialmente é incompreendido e tido como bandido, nunca tendo a chance de se explicar. Ganhando fama de um demônio na cidade que vive, passa a ser um procurado da polícia. Deposita toda sua esperança nos amores que teve em sua vida e em ambos foi negado. Reforçando o desespero do protagonista para encontrar algo no mundo que o faça ter fé na humanidade. Um filme bastante antigo, mas ainda com uma temática bastante atual.
Alien vs. Ninja
2.6 32Bem acima do esperado, as lutas também ficaram super bem ensaiadas! O filme é simples mas sustentou bem a comédia e a ação. Um ótimo entretenimento.
Zombies
2.1 99Um dos piores do afterdark
Dolls
4.2 119Histórias de amor sem nem ao menos um beijo. Por que será que a concepção do amor oriental se parece tão mais íntima do seu real significado para mim?
Um filme muito belo e comovente. Existe amor eterno sem o sacrifício do indivíduo? Ou o amor só pode ser eternizado com a morte, como Romeu e Julieta? O amor tem suas consequências e responsabilidades, cabe a nós decidir entre sermos suas vítimas ou seu carrasco.
Big Bang Love, Juvenile A
3.5 5Um filme complexo, certamente não feito para ser entendido, mas sim para ser assimilado na alma. Se focando mais no estilo visual e no experimental, o filme tem sua estrutura semelhante ao teatro, com cenários vazios ou escuros e uma luz direta nos personagens, que certamente são o foco da história. O nome original, 4,6 bilhões de anos de amor, faz alusão a vida na terra e sua forma de manutenção da vida: o amor. Amor aqui apresentado das maneiras mais diversas e esquisitas que o ser humano é capaz de sentir, num contexto em que personagens deslocados do contexto social normal buscam compreender sua própria forma de amar e viver.
A pirâmide representando a fé e o foguete a ciência. 2 polos entre os homens, presos em suas celas, vítimas da realidade que assusta. O amor é explicado pela ciência ou pela fé? Não importa, desde que possamos perceber a beleza que há no arco-íris, é o que faz a vida valer a pena. O assassinato e a investigação são apenas um aperitivo que deixam a história intrigante e mantém preso o espectador.