"Quando você separa uma partícula entrelaçada e afasta ambas as partes, mesmo em polos distintos do universo, se você muda ou afeta uma das duas, a outra mudará ou ficará alterada também."
Vi muita gente aqui reclamando pela Issa ficar com o Lawrence no final, mas confesso foi bem coerente pra mim. O que me frustou foi que a série sempre teve uma pegada mais "consciente" das relações e suas imperfeições, sem deixar o roteiro cair na velha narrariva do amor romântico e conto de fadas do "felizes para sempre", mas sinto que o final não foi coerente com o desenvolvimento de alguns personagens. Sinto que, o que fez o final feliz foi o fato de que todas elas arrumaram um alguém e seguiram a vida do ideal romântico: casamento, família, etc. Até a Keli, pra mim não fez sentido nenhum no arco da personagem o final que deram pra ela. Eu esperava mais da mensagem: você não precisa de um par romântico pra ter um final feliz... Mas eu passo pano pq é uma série idealizada, feita e protagonizada por mulheres pretas e, por muito tempo, o final feliz não era (e ainda não é) uma realidade pra elas no cinema/TV e na vida.
"Aprendemos na escola a história da Medusa Górgona, cujo rosto era tão terrível que bastava olhar pra ele pra transformar homens e feras em pedras. Quando Atena instigou Perdeu a destruir o monstro, ela o advertiu para nunca olhar para seu rosto e apenas para seu reflexo no escudo polido. Seguindo seu conselho, Perdeu cortou a cabeça de Medusa. A moral é que não enxergamos o verdadeiro horror pois ele nos paralisa com um medo que cega, e que devemos conhecê-lo apenas observando imagens que reproduzam sua aparência. A tela do cinema é o escudo polido de Atena".
O filme traz uma abordagem um pouco diferente dos demais do gênero e é doloroso e angustiante porque é real. E pra quem tá reclamando nos comentários que o casal foi "banana", me responde uma coisinha:
quantas vezes você já não acabou permitindo (sem se dar conta) que alguém fizesse algum mal a você só por não conseguir falar um 'não'? Por não colocar seus limites? Por não tomar uma atitude? A diferença aqui é que o filme leva para lados mais extremos, mas o ensinamento é esse: fazem da gente aquilo que permitimos
Não conheço a história das irmãs Williams, mas a minha impressão é de que transformaram um pai abusivo numa história de superação. A melhor parte do filme é o final, o que me faz pensar que o filme seria bem mais interessante se tivesse as irmãs como protagonistas da própria história, e não o pai.
uma série que resume o meme: "privilégios? pq privilégios?" Icônica e repleta de críticas ácidas sobre a luta de classes e a hipocrisia da elite norte americana.
O filme todo é quase uma aula de psicanálise. A atuação do Bale é GRANDIOSA! Na verdade, a protagonista aqui é a perturbação psicológica, paranoia e psicose em cena, Reznik é só carcaça que serve de moradia para a culpa e o conflito interno.
Filme visceral e escandalosamente imprevisível. Possession trata o real sob pauta do sobrenatural, uma metáfora cheia de camadas e influências subjetivas, culturais, sociais e psicanalíticas. Ninguém perguntou, mas vou deixar minha interpretação aqui:
A vida imita a arte, ou vice-versa; aqui temos um relato íntimo e pessoal do diretor sobre sua experiência conjugal. O filme representa um horror desconhecido, mas sempre presente, bem lovecraftiano. Uma mulher insatisfeita com seu casamento que descobre seu prazer e se liberta sexualmente através de relações extraconjugais, enquanto seu marido, sempre ausente, busca "possuí-la" a todo custo. Mark é o estereótipo do homem escroto que se faz ausente emocional e fisicamente e negligencia o cuidado paterno enquanto deixa toda a responsabilidade nas costas da mulher e que, quando ela resolve se libertar, o marido transforma na mais tóxica e ameaçadora criatura: o homem. Já Heinrich, o amante de Anna, é o oposto de seu marido: livre da masculinidade frágil e liberto sexualmente. Na maioria das cenas, há uma atmosfera bizarra e tóxica entre os personagens. E é justamente aí o ponto principal do filme: a toxidade. Aqui, a possessão demonstrada não é demoníaca, nem sobrenatural, mas sim uma possessão pela vida do outro, controle, o medo de ser deixado de lado. Anna anseia por liberdade, mas se sente presa em um relacionamento tóxico que se nutre de alguma coisa em comum entre os dois (daí a cena icônica do metrô, em que Anna libera líquidos "tóxicos" do próprio corpo). Outra pauta de condução do filme são as expectativas. Em todo relacionamento abusivo, há a expectativa do outro "perfeito", do outro como complemento de si. Helen, é a personificação da esposa perfeita para Mark, enquanto "a criatura" é o Mark em formação para Anna, que enfim se tornaria o homem ideal, sempre presente e possuído de "tentáculos" que garantiriam a plena satisfação sexual da mulher. Bob é negligenciado por ambos os pais, que estão muito ocupados nesse ciclo de adoecimento e aprisionamento psicológico. Todo o terror do filme se resume a duas pessoas extremamente dependentes uma da outra que, por não conseguirem se desvincular, entram em um ciclo de toxidade e adoecimento.
O filme entrega perfeição tanto na execução quanto na coesão dos significados e reflexões, uma obra única que influenciou muitas outras. Uma puta aula de direção artística, jogo de câmera e atuações esplendidas. Um destaque para o gore, que eu amo e não poderia se encaixar melhor nesse filme.
Amantes Eternos
3.8 782 Assista Agoracontemplativo, melancólico e gótico, tudo que eu precisava!
"Quando você separa uma partícula entrelaçada e afasta ambas as partes, mesmo em polos distintos do universo, se você muda ou afeta uma das duas, a outra mudará ou ficará alterada também."
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4.1 1,1K Assista AgoraE fantasmas não choram. ❤️
Insecure (5ª Temporada)
4.3 51Eu fiquei com algumas questões com esse final...
Vi muita gente aqui reclamando pela Issa ficar com o Lawrence no final, mas confesso foi bem coerente pra mim. O que me frustou foi que a série sempre teve uma pegada mais "consciente" das relações e suas imperfeições, sem deixar o roteiro cair na velha narrariva do amor romântico e conto de fadas do "felizes para sempre", mas sinto que o final não foi coerente com o desenvolvimento de alguns personagens. Sinto que, o que fez o final feliz foi o fato de que todas elas arrumaram um alguém e seguiram a vida do ideal romântico: casamento, família, etc. Até a Keli, pra mim não fez sentido nenhum no arco da personagem o final que deram pra ela. Eu esperava mais da mensagem: você não precisa de um par romântico pra ter um final feliz...
Mas eu passo pano pq é uma série idealizada, feita e protagonizada por mulheres pretas e, por muito tempo, o final feliz não era (e ainda não é) uma realidade pra elas no cinema/TV e na vida.
Insecure (5ª Temporada)
4.3 51mais fácil superar ex do que essa série aqui
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
3.6 60"Aprendemos na escola a história da Medusa Górgona, cujo rosto era tão terrível que bastava olhar pra ele pra transformar homens e feras em pedras. Quando Atena instigou Perdeu a destruir o monstro, ela o advertiu para nunca olhar para seu rosto e apenas para seu reflexo no escudo polido. Seguindo seu conselho, Perdeu cortou a cabeça de Medusa.
A moral é que não enxergamos o verdadeiro horror pois ele nos paralisa com um medo que cega, e que devemos conhecê-lo apenas observando imagens que reproduzam sua aparência. A tela do cinema é o escudo polido de Atena".
Não Fale o Mal
3.6 679O filme traz uma abordagem um pouco diferente dos demais do gênero e é doloroso e angustiante porque é real. E pra quem tá reclamando nos comentários que o casal foi "banana", me responde uma coisinha:
quantas vezes você já não acabou permitindo (sem se dar conta) que alguém fizesse algum mal a você só por não conseguir falar um 'não'? Por não colocar seus limites? Por não tomar uma atitude?
A diferença aqui é que o filme leva para lados mais extremos, mas o ensinamento é esse: fazem da gente aquilo que permitimos
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 345amei essa versão burguesa de Capitu e Bentinho
Não! Não Olhe!
3.5 1,3Kfinalmente o live action do chupa cu
As Boas Maneiras
3.5 648esse filme é simplesmente TUDO pra mim
King Richard: Criando Campeãs
3.8 409Não conheço a história das irmãs Williams, mas a minha impressão é de que transformaram um pai abusivo numa história de superação.
A melhor parte do filme é o final, o que me faz pensar que o filme seria bem mais interessante se tivesse as irmãs como protagonistas da própria história, e não o pai.
O Rebanho
2.9 77Uma obra de arte. Cruel e real.
Basicamente uma mistura de Midsommar, A bruxa e The handmaid's tale.
Cenas de um Casamento
4.3 198Monogamia compulsória em tela
Annette
3.5 118estranhamente eu gostei desse filme ?????????????????
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 400uma série que resume o meme: "privilégios? pq privilégios?"
Icônica e repleta de críticas ácidas sobre a luta de classes e a hipocrisia da elite norte americana.
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
2.8 957não sei pq eu ainda insisto em ver os filmes do Snyder
Fome Animal
3.9 877a definição de dedo no cú e gritaria em forma de filme
ICÔNICO!!!
Na Hora da Zona Morta
3.6 323 Assista AgoraO final me lembrou de uma certa facada mal dada do caralho.
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraUm mergulho no inconsciente de Tarkóvski. Filme em forma de poesia onírica sensorial, cada frame é uma obra de arte.
"Palavras não são capazes de expressar tudo que alguém sente"
O Operário
4.0 1,3K Assista AgoraO filme todo é quase uma aula de psicanálise. A atuação do Bale é GRANDIOSA! Na verdade, a protagonista aqui é a perturbação psicológica, paranoia e psicose em cena, Reznik é só carcaça que serve de moradia para a culpa e o conflito interno.
Diríamos que o filme é basicamente o clipe 911 da Lady Gaga em versão estendida.
Cenas de um Casamento
4.4 232A complexidade das relações e os sentimentos desnudos em tela. Bergman, eu te venero!
"Te amo à minha maneira egoísta e acho que você me ama à sua maneira atarantada e incômoda. Nos amamos de forma mundana e imperfeita."
Possessão
3.9 591Filme visceral e escandalosamente imprevisível. Possession trata o real sob pauta do sobrenatural, uma metáfora cheia de camadas e influências subjetivas, culturais, sociais e psicanalíticas.
Ninguém perguntou, mas vou deixar minha interpretação aqui:
A vida imita a arte, ou vice-versa; aqui temos um relato íntimo e pessoal do diretor sobre sua experiência conjugal. O filme representa um horror desconhecido, mas sempre presente, bem lovecraftiano. Uma mulher insatisfeita com seu casamento que descobre seu prazer e se liberta sexualmente através de relações extraconjugais, enquanto seu marido, sempre ausente, busca "possuí-la" a todo custo. Mark é o estereótipo do homem escroto que se faz ausente emocional e fisicamente e negligencia o cuidado paterno enquanto deixa toda a responsabilidade nas costas da mulher e que, quando ela resolve se libertar, o marido transforma na mais tóxica e ameaçadora criatura: o homem. Já Heinrich, o amante de Anna, é o oposto de seu marido: livre da masculinidade frágil e liberto sexualmente.
Na maioria das cenas, há uma atmosfera bizarra e tóxica entre os personagens. E é justamente aí o ponto principal do filme: a toxidade. Aqui, a possessão demonstrada não é demoníaca, nem sobrenatural, mas sim uma possessão pela vida do outro, controle, o medo de ser deixado de lado. Anna anseia por liberdade, mas se sente presa em um relacionamento tóxico que se nutre de alguma coisa em comum entre os dois (daí a cena icônica do metrô, em que Anna libera líquidos "tóxicos" do próprio corpo). Outra pauta de condução do filme são as expectativas. Em todo relacionamento abusivo, há a expectativa do outro "perfeito", do outro como complemento de si. Helen, é a personificação da esposa perfeita para Mark, enquanto "a criatura" é o Mark em formação para Anna, que enfim se tornaria o homem ideal, sempre presente e possuído de "tentáculos" que garantiriam a plena satisfação sexual da mulher. Bob é negligenciado por ambos os pais, que estão muito ocupados nesse ciclo de adoecimento e aprisionamento psicológico.
Todo o terror do filme se resume a duas pessoas extremamente dependentes uma da outra que, por não conseguirem se desvincular, entram em um ciclo de toxidade e adoecimento.
O filme entrega perfeição tanto na execução quanto na coesão dos significados e reflexões, uma obra única que influenciou muitas outras. Uma puta aula de direção artística, jogo de câmera e atuações esplendidas. Um destaque para o gore, que eu amo e não poderia se encaixar melhor nesse filme.
Crazy Ex-Girlfriend (1ª Temporada)
4.1 98Graças a essa série descobri que comédia com musical é tudo pra mim! Dá uma caída na qualidade no final da temporada, mas ainda assim é maravilhosa.
O Chalé
3.3 723Moral da história:
Nunca brique com a psicose alheia.
O Farol
3.8 1,6Kparanóia e mitologia