Apressaaaaado. Sem desenvolvimento de personagem e terceiro ato parecia um se vira nos trinta. Plot fraco (o cientista do mal ataca novamente). Galera de capuz vermelho tá lá pra nada.
Sidney tá bem, mas o filme é uma M como a maioria dos filmes do gênero.
O texto é muito bom. A estética, como muitos disseram, é boa. Tem bastante arte nesse filme, o que me faz gostar muito. Minha experiência foi boa. Adoro o Martin Freeman. Jenna Ortega está em alta (merecidamente).
Quanto a história, podia tomar mais profundidade após a derrocada. Achei a última meia hora desleixada. Mais uns 15 minutos de filme e teríamos tempo suficiente para o drama ser tão denso quanto a sexualidade foi na primeira metade.
Trama complexa envolvendo política, relações internacionais e jornalismo. Infelizmente complexa demais. Pretencioso com toda a sua poesia, porém mal executado. Eu fiquei com muita vontade de ler o livro pra entender qual a verdadeira história que queriam contar, mas aparentemente esse livro nem tem verão para kindle em português.
A escritora, Joan Didion, apesar de desconhecida para mim, tem muito prestígio nos EUA. Colaborou no roteiro de Nasce uma Estrela (1976), escritora de romances e não ficções, e jornalista.
Tendo esse contexto, sinto um pesar pela Anne Hathaway. Uma boa atriz com uma filmografia que não a engrandece. Suas escolhas de trabalho (ou de seus empresários) foram 90% das vezes fracas. Esse filme, um roteiro promissor baseado num livro de uma grande escritora, tinha tudo para elevar a média do seu trabalho, mas o tiro definitivamente saiu pela culatra.
Greta provou seu potencial e se tornou uma diretora cujos filmes se aguardam. Unir as presenças de tela dessas quatro mulheres com o texto fluído, caótico e dinâmico, nos trouxe um resultado exuberante e teatral.
Direção de arte, figurino e fotografia bem executados completam o que a direção e o casting fizeram por esse filme.
Muitos disseram achar monótono. Mas, para mim, tem cenas que dá vontade de ver em câmera lenta.
A Naomi Foner é uma roteirista não muito brilhante. Suas histórias abraçam a masculinidade tóxica, destacam instabilidades emocionais femininas enquanto os homens permanecem lógicos, frios e sábios.
Eu não tenho gostado muito de avaliar insensivelmente o trabalho alheio, mas tem muitos delírios nesse roteiro. Como se a adolescente que vive na cabeça da Naomi tivesse passado para o papel suas fantasias românticas sem muita noção de como aplicar essas passagens com coerência na história.
Esse foi o único de seus roteiros que ela mesmo dirigiu, e não mostrou diferenciação, olhar ou qualquer coisa que tornasse a história especial.
A fotografia tem bons momentos e o roteiro, quando penso nele completamente separado do filme, é interessante, poético e dramático. Porém a execução não me envolveu. A continuidade é afetada as vezes por saltos temporais, as vezes por decisões tomadas pelos personagens de forma abrupta, sem desenvolvimento (provavelmente necessidade de cortes durante a edição). Jessica Lange é a melhor entre todos aí.
A média me parece alta demais para o que entregou. Não explorou os talentos da Anya e Mia. Um grande desperdício. Quem me surpreendeu foi o ator mirim Matthew Stagg, muito convincente em seu papel.
A distribuição dos pesos dos papéis é mal feita, não tem bons diálogos nem estilo na direção.
O plot twist do filme é bom, mas ilude o público. Faz o filme parecer melhor do que é.
Foi muito além do que eu esperava! Metade dos filmes que terror já feitos devem combinar esses ingredientes: uma casa enorme e assombrada com uma protagonista jovem e sensual. Por isso eu imaginava que não passaria de mais um clichê. Mas logo de início se percebe a ousadia da direção mantendo um plano sequência admirável. Essa foi uma surpresa surreal! Eu dei play esperando uns sustinhos e de repente eu estava vendo um plano sequência claustrofóbico numa casa mal assombrada. É irado! Me faz pensar como a nota desse filme está tão abaixo do que merece.
Elizabeth Olsen, com seus 22 aninhos, mostra que é uma excelente atriz. Já vi praticamente tudo que ela fez até o momento (é uma carreira bem curta até então) e ela nunca foi uma extraterrestre de boa, mas sempre esteve acima da média.
Voltando ao enredo, tive outra surpresa! O final é bom pois não é óbvio. Tem um filme muito elogiado no ano passado chamado Barbarian. Um filme vergonhoso cujo desfecho não chega aos pés do que Silent House nos oferece. Cito este porque, em certo momento, eu estava certo de que a assombração era do mesmo tipo. Seria terrível. Enfim, não dá pra entender a crítica! A valorização do roteiro bizarro e o desprezo pela direção ousada.
Muito melhor que o anterior! Primeiramente porque temos um aprofundamento na organização Continental, que permite criar o universo da franquia John Wick (tão fundamental esse desenvolvimento que nesse ano de 2023 teremos uma minissérie na Amazon sobre a Continental).
Esse filme também tem uma melhor preparação do herói, escolhendo armas, se equipando pra missão. Por mais bobo que isso pareça, mexe com nosso psicológico, gerando uma antecipação do que está por vir e nos prendendo à tela.
Por fim devo citar o exagerado uso no diálogo do cumprimento formal. Inúmeras vezes o Mr. Wick estava de saída e alguém chamava ele pra desejar boa sorte, haha. Mister Wick daqui, Mister Wick dali. Apesar de repetitivo, esse olho no olho honrado e respeitoso é engraçado e funciona bem.
Descobri que sou rotulado como o branco da faculdade de ouve racionais haha Na verdade eu era um moleque de 10 anos quando ouvia Diário de um Detento. Mesmo não sendo da periferia, faz diferença ter contato com esse som. Mensagem era transmitida, quer a gente entendesse completamente ou fosse digerindo no ritmo permitido por cada realidade.
Sobre o documentário, é razoável... Foi um panorama da carreira, sem aprofundar muito. E o áudio das entrevistas estava meio baixo.
Bom na ação, mas com esse roteiro fraco poderia ter acabado meia hora antes. A fotografia me incomodou também, principalmente porque o uso das paletas fria e quente não está muito coerente. Estranhei o Keanu no modo fodástico. Espero encarar com mais normalidade nas sequencias. Mas ainda assim, um bom passatempo.
Ducournau tinha ideias, queria mostrar coisas, tinha também o peso de Raw nas suas costas. Em Titane achei ela confusa, ao mesmo tempo que é uma cineasta caprichosa e detalhista, e isso causa um conflito gigantesco pois como pode estar tudo no lugar e ainda assim ser bagunçado? Particularmente acho que ela ainda está desenvolvendo estilo, ainda muito baseada em influencias eu percebi três ou quatro mudanças drásticas de ritmo, enredo, etc. Acho que temos diante de nós uma Ducournau exploradora.
Para o papel principal ela precisava de um rosto novo, um ator sem passado e sem gênero, e deve ser por isso que Garance encarna uma Justine pela terceira vez, só que dessa vez como coadjuvante. Que bom! Conhecemos o talento de Rousselle, que dos desafios que enfrentou nesse filme, raspar a cabeça foi o mais tranquilo.
Agora sobre o sentido do filme. Ele faz sentido por si só, sem necessitar entender os pormenores. Na camada mais básica temos uma criança que logo após sair do hospital com uma placa de titânio na cabeça, já demonstra afetividade pelo carro dos pais. Portanto ela não transou com o carro "do nada". Numa segunda camada temos várias exibições controversas do masculino no filme. Temos o capitão dos bombeiros machões injetando hormônio, mas que no íntimo familiar escancara fragilidade. Temos a paternidade distante, tanto do pai biológico, um provável motivo pelo desequilíbrio da Alexia, quanto do Cadillac, que abandonou Alexia numa gestação confusa e angustiante. Aliás, o Cadillac é uma clara extensão do macho, que normalmente usado para o prazer masculino, dessa vez foi explorado por ela.
Enfim, tirando aquela confusão de estilos, o filme é ótimo, parece mais experimental e menos maduro que Raw. Continuarei vendo tudo o que ela fizer, e espero mais tranquilidade na execução das suas próximas histórias.
Começa frenético e vai perdendo o ritmo, assim como aconteceu na vida dos trigêmeos: da excitação do encontro inesperado até o final desolado e sem respostas, sem forçar o drama.
Acho engraçado que as pessoas dão nota ruim porque o filme não foi explicado. A história é o que ela é, e DENTRO DO QUE ELA É que analisamos seu roteiro. Nesse caso a história é contada do ponto A ao B, no ambiente em que foi proposto, em sua completude.
Note que nunca nem ouvimos o que a empresa fala para a comandante. Eu amo quando os filmes me botam nessa posição de observador. É uma impotência que permite prestar atenção no filme sem entender o que vem a seguir.
Como e por que o cara estava na nave não importou, justamente porque o roteiro disse que não importa. O filme é sobre solucionar um impasse, e saber como o impasse foi gerado não resolve ele.
Sempre aparece esse público controlador que tem que saber tudo, se não, age como se a obra não pudesse ser aproveitada. Sua expectativa é chata, não só pra mim lendo esses comentários, mas pra você que não aproveita uma obra bem decente como essa!
Eu não imaginava que escreveria um comentário tão grande num filme como esse, mas pra finalizar vou deixar aqui uma frase da Clarice que gosto muito, pois eu não saberia colocar tão bem em palavras o prazer do não-saber:
"Não entender era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. [,,,] O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma benção estranha como a de ter uma loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez." - Clarice Lispector, Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres
Senti sono na primeira meia hora, pausei e fui dormir hehe Quando voltei comentei com minha namorada que tinha a impressão de que havia só uma pessoa dentro do carro. Aqueles diálogos que alcançavam uma profundidade rápida podem até acontecer numa mesa de bar, mas a alteração de assunto era de uma rapidez e confusão que só podem acontecer dentro de uma só mente (ou uma mente só). Tese essa reforçada pela solidão ser trazida diversas vezes pelo casal, principalmente pelo tema do poema e das pinturas, e depois pela pista clara quando o filme nos mostra que o poema e as pinturas não são dela, mais sim dele.
A medida que o dia do zelador vai passando, ele vai adicionado elementos reais na sua história. A mocinha do filme de Zemeckis se torna sua namorada por alguns segundos, as garotas zombando dele na escola se tornam as atendentes zombeteiras na sorveteira, a dança ensaiada nos corredores da escola se torna um número do seu musical favorito. Mesmo assim, não é possível saber se ele está vivendo aquele dia ao mesmo tempo que os devaneios seguem, ou se ele vai lembrando de coisas da infância conforme limpa a escola a noite, completamente sozinho. Não adianta procurar linearidade temporal na história. Existe uma grande possibilidade de o zelador estar no carro congelado, surtando e morrendo de hipotermia durante o filme todo, incompreendido por uma legião de telespectadores.
ps.: Jake era pura insegurança, sem habilidades sociais, sem se deixar ser tocado. Ele nunca arriscou flertar com a menina do bar. Em sua própria fantasia ele era rejeitado e caçoado. Procurando mais sobre o filme descobri que na cena de dança do musical Oklahoma! não é o bailarino que morre, mas sim o agressor. Ou seja, até o fim Jake sonhava, mas não se enganava. O desfecho seria sempre uma derrota do amor para ele.
ps'.: mais alguém aqui acha que o porquinho animado foi outra referência ao Zemeckis?
São dois filmes. Tinha o filme com a trama do jornalista e do encarcerado, e tinha a Felicity parecendo estar num livro do Dan Brown. Toda vez que voltamos para a casa, sai da trama psicológica e entra no mistério, com os desenhos e a pesquisa. Fiquei esperando a Jill encontrar o anticristo numa obra do Caravaggio, mas ela só não tinha nada a ver com a história mesmo.
Filme de uma cena só. Chega até a ser estranho o impacto que essa pequena sequencia traz, sendo que o filme todo não tem profundidade.
Apesar disso, o universo cyberpunk é magnífico e toda obra que contempla essa realidade tem um pouco de Blade Runner em si. Não é só clássico, mas referência.
Terrível. Pastelão de primeira, Thor Ragnarok merecia tudo, menos esse nome. O Grandmaster poderia até ser um alívio cômico no filme, porém o roteiro se apresenta como uma comédia de ponta a ponta de forma que Os Trapalhões - Ragnarok seria um título mais adequado. Ragnarok é o fim, é a morte de algo divino. Merecia muito mais densidade.
A introdução da vilã também foi um lixo. Muito precipitada.
E o pior de tudo é que a Marvel faz isso de propósito.
Talvez a protagonista que o Yance imaginou para o seu documentário fosse a impunidade e a dor seria apenas coadjuvante, mas o resultado foi muito mais pessoal, diria que esse documentário é sobre a dor e a vulnerabilidade por trás de uma feição dura, feição essa construída por anos de mágoa. Me parece que contar essa história é uma tentativa de espulgar todo esse sentimento de si, de dar uma chance de sua mãe se livrar disso também. Não acho que devemos julgar o caso, apenas me sinto grato por ele ter compartilhado isso tudo, e espero que encontre sua paz.
É um filme bem bom! Porém mais uma vez a indústria cinematográfica americana atropelou um jovem diretor tentando realizar seu primeiro filme. Coisas que me incomodaram no filme foram a montagem ruim com cortes inesperados e o papel do Keanu que não faz muito sentido. Infelizmente esses problemas são culpa da Lionsgate que no processo de edição contrariou o diretor do longa e quis dar mais visibilidade ao Keanu. O filme ficou tão diferente do que deveria que Malik pediu para usarem um pseudônimo nos créditos (prática comum quando os diretores não tem liberdade criativa durante a produção e acabam por odiar o resultado).
Devo ainda acrescentar que a Lionsgate alterou o nome do filme para Exposed, mas o título em português foi traduzido do nome que Malik pôs originalmente (Daughter of God), mostrando que os tradutores de títulos no Brasil acertam de vez em quando!
Me lembrou os momentos densos de Garota Exemplar, só que esse filme explora mais essa atmosfera. A música de fundo que incomoda e deixa a sensação de que algo está errado, mesmo que tudo pareça normal. Os cortes também incomodam. Gostei bastante. Três relacionamentos abusivos diferentes, entrelaçados e suas diferentes consequências. Pelo trailer ser muito bom, achei que o filme me decepcionaria, mas manteve o nível. Tate Taylor deveria trabalhar mais.
Imaculada
3.1 154Ruim.
Apressaaaaado. Sem desenvolvimento de personagem e terceiro ato parecia um se vira nos trinta.
Plot fraco (o cientista do mal ataca novamente).
Galera de capuz vermelho tá lá pra nada.
Sidney tá bem, mas o filme é uma M como a maioria dos filmes do gênero.
Miller's Girl
2.2 39O texto é muito bom. A estética, como muitos disseram, é boa.
Tem bastante arte nesse filme, o que me faz gostar muito.
Minha experiência foi boa. Adoro o Martin Freeman. Jenna Ortega está em alta (merecidamente).
Quanto a história, podia tomar mais profundidade após a derrocada. Achei a última meia hora desleixada. Mais uns 15 minutos de filme e teríamos tempo suficiente para o drama ser tão denso quanto a sexualidade foi na primeira metade.
Mas um bom filme.
A Última Coisa que Ele Queria
2.1 162 Assista AgoraTrama complexa envolvendo política, relações internacionais e jornalismo. Infelizmente complexa demais. Pretencioso com toda a sua poesia, porém mal executado.
Eu fiquei com muita vontade de ler o livro pra entender qual a verdadeira história que queriam contar, mas aparentemente esse livro nem tem verão para kindle em português.
A escritora, Joan Didion, apesar de desconhecida para mim, tem muito prestígio nos EUA. Colaborou no roteiro de Nasce uma Estrela (1976), escritora de romances e não ficções, e jornalista.
Tendo esse contexto, sinto um pesar pela Anne Hathaway. Uma boa atriz com uma filmografia que não a engrandece. Suas escolhas de trabalho (ou de seus empresários) foram 90% das vezes fracas.
Esse filme, um roteiro promissor baseado num livro de uma grande escritora, tinha tudo para elevar a média do seu trabalho, mas o tiro definitivamente saiu pela culatra.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraFilme maravilhoso.
Greta provou seu potencial e se tornou uma diretora cujos filmes se aguardam.
Unir as presenças de tela dessas quatro mulheres com o texto fluído, caótico e dinâmico, nos trouxe um resultado exuberante e teatral.
Direção de arte, figurino e fotografia bem executados completam o que a direção e o casting fizeram por esse filme.
Muitos disseram achar monótono. Mas, para mim, tem cenas que dá vontade de ver em câmera lenta.
Garotas Inocentes
3.1 229 Assista AgoraAhh, é um filme ok.
A Naomi Foner é uma roteirista não muito brilhante. Suas histórias abraçam a masculinidade tóxica, destacam instabilidades emocionais femininas enquanto os homens permanecem lógicos, frios e sábios.
Eu não tenho gostado muito de avaliar insensivelmente o trabalho alheio, mas tem muitos delírios nesse roteiro. Como se a adolescente que vive na cabeça da Naomi tivesse passado para o papel suas fantasias românticas sem muita noção de como aplicar essas passagens com coerência na história.
Esse foi o único de seus roteiros que ela mesmo dirigiu, e não mostrou diferenciação, olhar ou qualquer coisa que tornasse a história especial.
Desculpa, Naomi!
Drama adolescente assistível.
Em Segredo
3.3 99 Assista AgoraA fotografia tem bons momentos e o roteiro, quando penso nele completamente separado do filme, é interessante, poético e dramático.
Porém a execução não me envolveu. A continuidade é afetada as vezes por saltos temporais, as vezes por decisões tomadas pelos personagens de forma abrupta, sem desenvolvimento (provavelmente necessidade de cortes durante a edição).
Jessica Lange é a melhor entre todos aí.
O Segredo de Marrowbone
3.7 434 Assista AgoraA média me parece alta demais para o que entregou.
Não explorou os talentos da Anya e Mia. Um grande desperdício.
Quem me surpreendeu foi o ator mirim Matthew Stagg, muito convincente em seu papel.
A distribuição dos pesos dos papéis é mal feita, não tem bons diálogos nem estilo na direção.
O plot twist do filme é bom, mas ilude o público. Faz o filme parecer melhor do que é.
Calmaria
2.5 242 Assista AgoraIsso é mais Black Mirror que a sexta temporada de Black Mirror.
A Casa Silenciosa
2.5 718 Assista AgoraFoi muito além do que eu esperava!
Metade dos filmes que terror já feitos devem combinar esses ingredientes: uma casa enorme e assombrada com uma protagonista jovem e sensual. Por isso eu imaginava que não passaria de mais um clichê.
Mas logo de início se percebe a ousadia da direção mantendo um plano sequência admirável. Essa foi uma surpresa surreal! Eu dei play esperando uns sustinhos e de repente eu estava vendo um plano sequência claustrofóbico numa casa mal assombrada. É irado! Me faz pensar como a nota desse filme está tão abaixo do que merece.
Elizabeth Olsen, com seus 22 aninhos, mostra que é uma excelente atriz. Já vi praticamente tudo que ela fez até o momento (é uma carreira bem curta até então) e ela nunca foi uma extraterrestre de boa, mas sempre esteve acima da média.
Voltando ao enredo, tive outra surpresa! O final é bom pois não é óbvio. Tem um filme muito elogiado no ano passado chamado Barbarian. Um filme vergonhoso cujo desfecho não chega aos pés do que Silent House nos oferece. Cito este porque, em certo momento, eu estava certo de que a assombração era do mesmo tipo. Seria terrível.
Enfim, não dá pra entender a crítica! A valorização do roteiro bizarro e o desprezo pela direção ousada.
John Wick: Um Novo Dia Para Matar
3.9 1,1K Assista AgoraMuito melhor que o anterior!
Primeiramente porque temos um aprofundamento na organização Continental, que permite criar o universo da franquia John Wick (tão fundamental esse desenvolvimento que nesse ano de 2023 teremos uma minissérie na Amazon sobre a Continental).
Esse filme também tem uma melhor preparação do herói, escolhendo armas, se equipando pra missão. Por mais bobo que isso pareça, mexe com nosso psicológico, gerando uma antecipação do que está por vir e nos prendendo à tela.
Por fim devo citar o exagerado uso no diálogo do cumprimento formal. Inúmeras vezes o Mr. Wick estava de saída e alguém chamava ele pra desejar boa sorte, haha.
Mister Wick daqui, Mister Wick dali. Apesar de repetitivo, esse olho no olho honrado e respeitoso é engraçado e funciona bem.
Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo
4.4 163Descobri que sou rotulado como o branco da faculdade de ouve racionais haha
Na verdade eu era um moleque de 10 anos quando ouvia Diário de um Detento.
Mesmo não sendo da periferia, faz diferença ter contato com esse som. Mensagem era transmitida, quer a gente entendesse completamente ou fosse digerindo no ritmo permitido por cada realidade.
Sobre o documentário, é razoável... Foi um panorama da carreira, sem aprofundar muito.
E o áudio das entrevistas estava meio baixo.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraBom na ação, mas com esse roteiro fraco poderia ter acabado meia hora antes.
A fotografia me incomodou também, principalmente porque o uso das paletas fria e quente não está muito coerente.
Estranhei o Keanu no modo fodástico. Espero encarar com mais normalidade nas sequencias.
Mas ainda assim, um bom passatempo.
Titane
3.5 390 Assista AgoraDucournau tinha ideias, queria mostrar coisas, tinha também o peso de Raw nas suas costas. Em Titane achei ela confusa, ao mesmo tempo que é uma cineasta caprichosa e detalhista, e isso causa um conflito gigantesco pois como pode estar tudo no lugar e ainda assim ser bagunçado?
Particularmente acho que ela ainda está desenvolvendo estilo, ainda muito baseada em influencias eu percebi três ou quatro mudanças drásticas de ritmo, enredo, etc. Acho que temos diante de nós uma Ducournau exploradora.
Para o papel principal ela precisava de um rosto novo, um ator sem passado e sem gênero, e deve ser por isso que Garance encarna uma Justine pela terceira vez, só que dessa vez como coadjuvante. Que bom! Conhecemos o talento de Rousselle, que dos desafios que enfrentou nesse filme, raspar a cabeça foi o mais tranquilo.
Agora sobre o sentido do filme. Ele faz sentido por si só, sem necessitar entender os pormenores. Na camada mais básica temos uma criança que logo após sair do hospital com uma placa de titânio na cabeça, já demonstra afetividade pelo carro dos pais. Portanto ela não transou com o carro "do nada".
Numa segunda camada temos várias exibições controversas do masculino no filme. Temos o capitão dos bombeiros machões injetando hormônio, mas que no íntimo familiar escancara fragilidade. Temos a paternidade distante, tanto do pai biológico, um provável motivo pelo desequilíbrio da Alexia, quanto do Cadillac, que abandonou Alexia numa gestação confusa e angustiante. Aliás, o Cadillac é uma clara extensão do macho, que normalmente usado para o prazer masculino, dessa vez foi explorado por ela.
Enfim, tirando aquela confusão de estilos, o filme é ótimo, parece mais experimental e menos maduro que Raw. Continuarei vendo tudo o que ela fizer, e espero mais tranquilidade na execução das suas próximas histórias.
Três Estranhos Idênticos
4.0 214 Assista AgoraMuito bom!
Começa frenético e vai perdendo o ritmo, assim como aconteceu na vida dos trigêmeos: da excitação do encontro inesperado até o final desolado e sem respostas, sem forçar o drama.
O Culpado
3.0 453 Assista AgoraMelhor coisa que já vi do Jake
Passageiro Acidental
2.7 277Acho engraçado que as pessoas dão nota ruim porque o filme não foi explicado.
A história é o que ela é, e DENTRO DO QUE ELA É que analisamos seu roteiro. Nesse caso a história é contada do ponto A ao B, no ambiente em que foi proposto, em sua completude.
Note que nunca nem ouvimos o que a empresa fala para a comandante. Eu amo quando os filmes me botam nessa posição de observador. É uma impotência que permite prestar atenção no filme sem entender o que vem a seguir.
Como e por que o cara estava na nave não importou, justamente porque o roteiro disse que não importa. O filme é sobre solucionar um impasse, e saber como o impasse foi gerado não resolve ele.
Sempre aparece esse público controlador que tem que saber tudo, se não, age como se a obra não pudesse ser aproveitada.
Sua expectativa é chata, não só pra mim lendo esses comentários, mas pra você que não aproveita uma obra bem decente como essa!
Eu não imaginava que escreveria um comentário tão grande num filme como esse, mas pra finalizar vou deixar aqui uma frase da Clarice que gosto muito, pois eu não saberia colocar tão bem em palavras o prazer do não-saber:
"Não entender era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. [,,,] O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma benção estranha como a de ter uma loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez." - Clarice Lispector, Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraSenti sono na primeira meia hora, pausei e fui dormir hehe
Quando voltei comentei com minha namorada que tinha a impressão de que havia só uma pessoa dentro do carro. Aqueles diálogos que alcançavam uma profundidade rápida podem até acontecer numa mesa de bar, mas a alteração de assunto era de uma rapidez e confusão que só podem acontecer dentro de uma só mente (ou uma mente só).
Tese essa reforçada pela solidão ser trazida diversas vezes pelo casal, principalmente pelo tema do poema e das pinturas, e depois pela pista clara quando o filme nos mostra que o poema e as pinturas não são dela, mais sim dele.
A medida que o dia do zelador vai passando, ele vai adicionado elementos reais na sua história. A mocinha do filme de Zemeckis se torna sua namorada por alguns segundos, as garotas zombando dele na escola se tornam as atendentes zombeteiras na sorveteira, a dança ensaiada nos corredores da escola se torna um número do seu musical favorito.
Mesmo assim, não é possível saber se ele está vivendo aquele dia ao mesmo tempo que os devaneios seguem, ou se ele vai lembrando de coisas da infância conforme limpa a escola a noite, completamente sozinho.
Não adianta procurar linearidade temporal na história. Existe uma grande possibilidade de o zelador estar no carro congelado, surtando e morrendo de hipotermia durante o filme todo, incompreendido por uma legião de telespectadores.
ps.: Jake era pura insegurança, sem habilidades sociais, sem se deixar ser tocado. Ele nunca arriscou flertar com a menina do bar. Em sua própria fantasia ele era rejeitado e caçoado. Procurando mais sobre o filme descobri que na cena de dança do musical Oklahoma! não é o bailarino que morre, mas sim o agressor. Ou seja, até o fim Jake sonhava, mas não se enganava. O desfecho seria sempre uma derrota do amor para ele.
ps'.: mais alguém aqui acha que o porquinho animado foi outra referência ao Zemeckis?
A História Verdadeira
3.2 263 Assista AgoraGostei bastante, mas quero deixar uma observação.
São dois filmes. Tinha o filme com a trama do jornalista e do encarcerado, e tinha a Felicity parecendo estar num livro do Dan Brown. Toda vez que voltamos para a casa, sai da trama psicológica e entra no mistério, com os desenhos e a pesquisa.
Fiquei esperando a Jill encontrar o anticristo numa obra do Caravaggio, mas ela só não tinha nada a ver com a história mesmo.
Fratura
3.3 919Vai um pouco além do suspense Tela Quente mas não vai tão longe a ponto de selecionar seu público.
É o tipo de filme que a gente precisa as vezes.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraFilme de uma cena só. Chega até a ser estranho o impacto que essa pequena sequencia traz, sendo que o filme todo não tem profundidade.
Apesar disso, o universo cyberpunk é magnífico e toda obra que contempla essa realidade tem um pouco de Blade Runner em si. Não é só clássico, mas referência.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista AgoraTerrível. Pastelão de primeira, Thor Ragnarok merecia tudo, menos esse nome.
O Grandmaster poderia até ser um alívio cômico no filme, porém o roteiro se apresenta como uma comédia de ponta a ponta de forma que Os Trapalhões - Ragnarok seria um título mais adequado.
Ragnarok é o fim, é a morte de algo divino. Merecia muito mais densidade.
A introdução da vilã também foi um lixo. Muito precipitada.
E o pior de tudo é que a Marvel faz isso de propósito.
Strong Island
3.5 49Talvez a protagonista que o Yance imaginou para o seu documentário fosse a impunidade e a dor seria apenas coadjuvante, mas o resultado foi muito mais pessoal, diria que esse documentário é sobre a dor e a vulnerabilidade por trás de uma feição dura, feição essa construída por anos de mágoa.
Me parece que contar essa história é uma tentativa de espulgar todo esse sentimento de si, de dar uma chance de sua mãe se livrar disso também. Não acho que devemos julgar o caso, apenas me sinto grato por ele ter compartilhado isso tudo, e espero que encontre sua paz.
Filha de Deus
2.3 210 Assista AgoraÉ um filme bem bom! Porém mais uma vez a indústria cinematográfica americana atropelou um jovem diretor tentando realizar seu primeiro filme. Coisas que me incomodaram no filme foram a montagem ruim com cortes inesperados e o papel do Keanu que não faz muito sentido. Infelizmente esses problemas são culpa da Lionsgate que no processo de edição contrariou o diretor do longa e quis dar mais visibilidade ao Keanu. O filme ficou tão diferente do que deveria que Malik pediu para usarem um pseudônimo nos créditos (prática comum quando os diretores não tem liberdade criativa durante a produção e acabam por odiar o resultado).
Devo ainda acrescentar que a Lionsgate alterou o nome do filme para Exposed, mas o título em português foi traduzido do nome que Malik pôs originalmente (Daughter of God), mostrando que os tradutores de títulos no Brasil acertam de vez em quando!
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraMe lembrou os momentos densos de Garota Exemplar, só que esse filme explora mais essa atmosfera. A música de fundo que incomoda e deixa a sensação de que algo está errado, mesmo que tudo pareça normal. Os cortes também incomodam.
Gostei bastante. Três relacionamentos abusivos diferentes, entrelaçados e suas diferentes consequências. Pelo trailer ser muito bom, achei que o filme me decepcionaria, mas manteve o nível. Tate Taylor deveria trabalhar mais.