“O Homem do Futuro” é uma obra que se apoia num roteiro que alterna, de uma forma muito interessante, a figura do cientista louco com a do homem responsável. É como se, o tempo inteiro, na mente de João, ficasse aquele conflito entre o diabinho, de um lado, e o anjinho, de outro. E isso é um prato cheio para Wagner Moura, que comprova, mais uma vez, com sua ótima atuação neste longa, que é mesmo o melhor ator brasileiro em atividade atualmente.
Duas irmãs e a forma como cada uma lida com suas próprias emoções (ou seria com a depressão de cada uma?), a partir do momento em que se descobre que a vida na Terra está prestes a chegar ao fim. O filme encontra um dos seus pontos mais positivos no contraste entre essas duas perspectivas, entre a inércia de Justine e o pânico que toma conta de Claire. Lars Von Trier utiliza a trilha sonora de uma forma sensacional, fazendo imagens altamente poéticas, que tiram muito do peso emocional dessa história. Um belo filme, com uma visceral atuação de Charlotte Gainsbourg.
“Deu a Louca na Chapeuzinho 2” é quase um caso único dentre os filmes de animação dirigidos ao público infantil. Não só por causa dos elementos absurdos da trama, como também pelo fato de que esta foi a primeira animação que assistimos, numa sala de cinema lotada de crianças, em que não vimos qualquer reação da plateia ao que estava sendo mostrado. Nada de risadas, de ansiedade para o que está por vir, de envolvimento com a história. E isso é sempre um péssimo sinal...
Por ser uma obra cinematográfica que trata, principalmente, de questões ligadas ao universo feminino e por possuir um tom bem definido de auto-ajuda, “Onde Está a Felicidade?” lembra muito um longa como “Comer, Rezar, Amar”. Teodora tem muitas características em comum com Liz Gilbert, a protagonista do filme dirigido por Ryan Murphy, uma vez que ambas largam toda a vida que construíram e embarcam numa viagem com o objetivo de tentarem se reencontrar na vida.
Apesar de ter este tom positivo e de auto-ajuda, chama a atenção neste filme o fato de que ele não se leva - em nenhum momento – a sério, tendo um tom até mesmo muito descompromissado e leve. Por ser uma comédia leve, “Onde Está a Felicidade?” se diferencia até mesmo dos últimos projetos do casal Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi, notadamente o pretensioso “O Signo da Cidade”, que era uma obra mais séria e sisuda como cinema.
Uma animação que contém todos aqueles elementos clássicos que fazem dos filmes produzidos pelo Walt Disney Studios obras que são facilmente reconhecidas pela platéia, “O Rei Leão” encontra a sua força na sua mensagem principal e naqueles que são os momentos musicais deste filme. Cenas como as que celebram o ciclo da vida (que segue uma trajetória ininterrupta, como tudo aquilo que faz parte de nossa existência), o Hakuna Matata (uma espécie de adaptação do conceito de “Carpe Diem” para os habitantes da selva) e a linda canção vencedora do Oscar “Can You Feel the Love Tonight”, de Elton John e Tim Rice, contribuem para a aura de fantasia e de emoção que este longa possui.
Uma trama como a retratada em “Cowboys & Aliens” exige uma certa dose de fantasia, não só por parte dos realizadores, como também por parte da plateia. Jon Favreau e sua equipe de cinco roteiristas (um indicativo de que este já era um roteiro com muitos problemas até conseguir chegar na grande tela) não conseguem fazer com que este seja um veículo de entretenimento, uma vez que a plateia assiste a tudo de uma forma muito passiva, sem se envolver demais com os acontecimentos. Talvez, isso aconteça justamente pela falta de identidade que o longa possui. Nunca sabemos ao certo se ele é mesmo um faroeste, um filme de ação ou uma obra de ficção...
O nome do filme é “Planeta dos Macacos: A Origem”, o que quer fazer com que você subentenda que estamos diante de uma prequel dos acontecimentos retratados nos longas da série “Planeta dos Macacos”, quando, na verdade, a trama dessa obra difere muito da narrativa central dessa franquia cinematográfica. O roteiro de “Planeta dos Macacos: A Origem”, filme dirigido por Rupert Wyatt, faz uma discussão muito interessante a respeito das similaridades entre o homem e o macaco – fato este que é até muito natural, tendo em vista que a espécie humana foi originada deste tipo de animal. Dentro desse contexto, é importante prestar atenção na excelente performance do ator Andy Serkis, que dá vida à Ceasar por meio da técnica de captura de performance.
No desenvolvimento de seu conflito central, a trama de “Planeta dos Macacos: A Origem” acaba se aproximando – e muito – do que vemos ser retratado no subestimado “A.I. – Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg. Os dois personagens centrais desses filmes (Ceasar e David) são seres que vivem longe de seus ambientes, inseridos em uma outra cultura e que querem ser aceitos, mas não podem fugir daquilo que realmente são. E é justamente esse entendimento um dos pontos mais legais de um filme que possui um enfoque na discussão moral, mas possui a falha de não abordar algumas subtramas,
Um filme escrito pela dupla Lee Eisenberg e Gene Stupnitsky, ambos do seriado “The Office”, “Professora sem Classe” tem uma trama apoiada em situações politicamente incorretas, uma linguagem um tanto chula, personagens bem caricaturais, tudo para reforçar o caráter diferente, egoísta e competitivo de Elizabeth. O grande barato durante a experiência de assistir “Professora sem Classe”, com certeza, é ver Cameron Diaz num papel totalmente diferente daqueles que ela costuma fazer. E ela se sai muito bem como a professora desbocada e desprovida de qualquer tato. Outros destaques do filme são Jason Segel e Lucy Punch.
Comédia romântica que possui um olhar totalmente masculino - e surpreendente - sobre o amor. Por meio dos três personagens masculinos mais importantes do filme temos o retrato de três visões diferentes sobre este sentimento, as quais são correspondentes aos momentos de vida de cada um deles. É justamente por desafiar os clichês, ao mesmo tempo em que os confirma (afinal, o que seria das comédias românticas sem eles?); por mostrar Ryan Gosling como o homem sexy que ele é; por confirmar a figura de Steve Carell como ator perfeito para interpretar homens com questões amorosas sensíveis (vide também “O Virgem de 40 Anos” e “Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada”); e por mostrar que os homens possuem, sim, um coração por trás de toda aquela fachada dura que “Amor a Toda Prova” vale a pena. Este filme é a comédia romântica de 2011.
Baseado em uma história real, o filme conta a história de Ida Dalser, que foi a primeira esposa de Benito Mussolini e ajudou a construir a figura pública deste homem até ele chegar ao posto maior do regime fascista italiano. É uma pena que uma história tão poderosa quanto essa tenha sido diluída em um filme cujas transições temporais são muito bruscas. Em alguns momentos, os pulos no tempo são tão confusos que a plateia também começa a se perder e a imaginar em que ponto da história estamos. O roteiro parece ter sido mesmo o calcanhar de Aquiles de “Vincere”, pois a conclusão do longa também chega a ser muito rápida e sem maiores explicações. Porém, nem mesmo esses problemas são capazes de ofuscar a grandiosidade da atuação de Giovanna Mezzogiorno, perfeita como Ida Dalser.
“Apollo 18” é aquele tipo de filme que você já assiste sabendo como ele irá terminar (especialmente por causa dos alertas que são colocados para a plateia nos créditos iniciais). Talvez por isso e pela falta de acontecimentos interessantes no primeiro ato do longa, você não irá se envolver com a história, muito menos se importar com o destino dos três astronautas envolvidos nesta missão. A obra ainda se apoia em vários clichês dos filmes desse gênero (atores desconhecidos interpretando os personagens centrais, o caráter “amador” das filmagens e o fato de ser baseado numa história supostamente real).
O elemento mais importante do filme “As Coisas Impossíveis do Amor”, do diretor e roteirista Don Roos, é a sua personagem principal: a jovem Emilia Greenleaf (Natalie Portman). O longa fala, basicamente, sobre como uma pessoa tão jovem como ela reage a situações para as quais, claramente, ela não está preparada para viver. O foco principal do filme vai mudando o tempo inteiro, como se o diretor quisesse desvendar as várias camadas de Emilia aos poucos, de forma a nos deixar totalmente surpreendidos - sendo que o efeito é justamente o contrário. O aspecto mais curioso da obra acaba sendo verificar a atuação de Natalie Portman, muito segura na pele de Emilia, apesar da total falta de química com Scott Cohen. Fique de olho também na ótima atuação de Lisa Kudrow. Ela rouba a cena todas as vezes em que aparece.
Dirigido por um experiente profissional da indústria cinematográfica, “Lanterna Verde” não decepciona no que diz respeito às suas cenas de ação, as quais são muito bem executadas. Entretanto, o filme peca muito por ter um roteiro cheio de falhas.
Por exemplo, a tensão entre Hal e sua família nunca é melhor explorada. Além disso, a solução oferecida para as intenções demonstradas por Sinestro (Mark Strong), o líder dos Lanternas Verdes, é um tanto descarada.
O filme aposta demais no fato de que poderá se transformar numa franquia de sucesso e terá a chance de desenvolver essas subtramas, mas nunca é bom confiar demais nisso – como prova até mesmo a péssima recepção que este filme recebeu da crítica especializada nos Estados Unidos.
“O Mágico”, animação francesa dirigida e escrita por Sylvain Chomet indicada ao Oscar 2011 da categoria, não é o primeiro e nem será o último filme a falar sobre a decadência de uma arte. O retrato feito por Sylvain Chomet de um mágico em seu ocaso profissional é impiedoso em diversos momentos. A história é ambientada numa atmosfera de cinema mudo, ou seja, as palavras não são necessárias para se demonstrar aquilo que se sente. E sentimento é tudo o que emana de “O Mágico”, uma animação feita para adultos e que pega a gente justamente por mostrar um mundo que passa longe daquilo que é considerado fantasia, onde a magia não tem espaço para existir.
Documentário indicado ao Oscar 2011 da categoria, “Lixo Extraordinário” é um filme deveras emocionante, por vários fatores. Primeiro: por mostrar que a democratização da arte e da cultura por meio de uma ação social positiva tem, sim, o poder de modificar a vida das pessoas, como comprova o destino dos catadores que participaram do projeto de Vik Muniz. Segundo: por nos revelar que a magia da criação de algo artístico pode estar presente até mesmo nos cantos mais inusitados – e presenciar isso é, por si só, algo muito bonito. Terceiro – e mais importante: num país extremamente preocupado – e cheio de preconceitos – com convenções e classes sociais, retratar uma história como essa mexe com a auto-estima, não só dos envolvidos no projeto, como suscita toda uma noção de respeito por pessoas que dedicam a sua vida a mexer com os piores dejetos, com aquilo que todo mundo descarta. Não é todo mundo que tem essa dureza, essa resistência.
“Super 8”, filme escrito e dirigido por J.J. Abrams, tem a essência daqueles filmes da década de 80/90, que passavam na Sessão da Tarde, na Rede Globo. O longa evoca valores como a amizade e o amor e fala sobre aquele momento da perda da inocência da infância rumo à adolescência. Os toques de imaginação e de fantasia reforçam também essa sensação de rito de passagem. Muitos elementos visuais do filme remetem às obras dirigidas por Steven Spielberg, um dos produtores de "Super 8". Esta obra poderia ter sido dirigida por ele, mas o diretor e roteirista J.J. Abrams faz essa reverência ao passado, ao grande mestre Spielberg, para colocar o olho no futuro, no que ele ainda pode render para a indústria cinematográfica norte-americana, que está carente de profissionais criativos e talentosos como ele.
Na minha opinião, uma das mais belas histórias de amor retratadas pelo cinema. O filme, além de uma técnica perfeita, aborda muito bem o amadurecimento de Vitória ao ascender ao poder como Rainha da Inglaterra, bem como ao viver uma bela história de amor com seu parceiro e companheiro, Príncipe Albert, que também a apoiou a a estimulou a crescerem juntos. A história de amor deles era mesma digna de um filme linda como esse.
Comédia divertidíssima, com uma trama que, a princípio, soa totalmente politicamente incorreta, mas que revela ter uma mensagem final um tanto responsável. O grande destaque do filme é o elenco, formado por atores em momento inspirado. Especialmente os três que interpretam os irritantes chefes.
“Homens em Fúria” é um daqueles filmes que não vai prender a tua atenção por completo, porque você já começa a perder a fé no longa já no seu segundo ato. Outro elemento triste de se perceber, durante a experiência de assistir à obra, é ver o quanto que dois atores do calibre de Robert de Niro e Edward Norton se tornaram caricatura de si mesmos. Enquanto o primeiro fica franzindo a testa para revelar toda a pompa e dureza de Jack, o segundo interpreta uma variante de tantos outros personagens que já fez, como os de “As Duas Faces de um Crime” e “A Cartada Final”, por exemplo. Uma pena...
“Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo”, em sua essência, é uma daquelas comédias com toques antigos, que vai lembrar em algumas cenas filmes dirigidos por Cacá Diegues (especialmente quando ele tem aquele aspecto road movie do seu início) e por Blake Edwards (a cena do jantar na casa da personagem da Ângela Vieira poderia ter saído da mente dele). No entanto, a grande surpresa do longa decorre da presença cômica de Tarcísio Meira, fazendo um papel que a tevê nunca lhe deu a chance de interpretar.
Entretanto, a promessa de um filme que faz menções a várias características que são recorrentes na “cultura” brasileira (como a malandragem, o “jeitinho” brasileiro de resolver as coisas e a corrupção que está tão arraigada em nossa sociedade) se perde numa subtrama totalmente dispensável de um crime. Isso faz com que o longa não só saia do seu foco principal, como também obriga o talentoso Gregorio Duvivier a ficar improvisando quase que o tempo inteiro em cima do roteiro, como se tudo o que ele falasse fosse parte daquele show de stand-up comedy que sua personagem encena.
Do ponto de vista técnico, “Lope” é uma obra muito bem feita, com destaque para a fotografia de Ricardo Della Rosa; a direção de arte de Lilly Kilvert, César Macarrón, Federico Ghio e Isabel Viñuales e os figurinos de Tatiana Hernández. O diretor Andrucha Waddington entrega um filme muito consistente, com um viés totalmente romântico e uma cara de mini épico, que nos conquista justamente por causa do seu lirismo, resultado da mistura sempre bem-sucedida de amor e poesia. “Lope” é uma agradável surpresa e uma obra que merece ser descoberta.
A salada mista de influências contidas em “Os Smurfs” (“Alvin e os Esquilos”, “Hop – Rebeldes sem Páscoa”, “Encantada” e “Os Pinguins do Papai”) faz com que o filme se revele como uma experiência nada traumática, do ponto de vista cinematográfico. Agora, verdade seja dita: este é um longa que não empolga e que será esquecido a partir do instante em que você sair da sala de cinema. No entanto, para não ser totalmente injusta com o melhor aspecto de “Os Smurfs”, você, com certeza, irá se lembrar da performance totalmente caricatural e exagerada de Hank Azaria como Gargamel. Ele que torna esse filme assistível.
O documentário “Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano”, do diretor Henrique Dantas, conta a história do grupo Novos Baianos. O filme se interessa mais pelos primeiros anos de formação do grupo, ali no final da década de 60, início dos anos 70, quando os Novos Baianos encontraram de forma definitiva aquele que seria o grande mentor deles: o cantor e músico baiano João Gilberto. Um outro ponto importante para o documentário “Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano” foi a filosofia de vida e de música que os Novos Baianos tiveram.
A obra tem depoimentos descontraídos e irreverentes, mas podemos lamentar o fato de que o filme tem uma duração muito curta – somente 76 minutos -, o que não permite uma maior aprofundação da grande importância que os Novos Baianos tiveram para a música popular brasileira (nesse sentido, basta lembrar que o “Acabou Chorare”, disco que eles lançaram em 1972, sob a influência direta já de João Gilberto, foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil como o melhor álbum da história da música brasileira). O documentário fica mais como um registro dessa filosofia de vida e de arte que era particular deles.
Dirigido com competência por Joe Johnston, um diretor acostumado com o gênero de ação/aventura (vide obras como “Jurassic Park IV”, “Jurassic Park III” e “Jumanji”), “Capitão América: O Primeiro Vingador” é uma das mais agradáveis surpresas cinematográficas em 2011. Steve Rogers é um personagem extremamente carismático, que encabeça uma trama que poderia soar ultrapassada, mas está muito bem fundamentada historicamente pelos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely. Nem a constante exploração dos valores norte-americanos incomoda. O filme empolga e cumpre muito bem seu papel de ser mais uma etapa rumo ao filme dos “Vingadores”, o qual é a menina dos olhos da Marvel Comics, atualmente.
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista Agora“O Homem do Futuro” é uma obra que se apoia num roteiro que alterna, de uma forma muito interessante, a figura do cientista louco com a do homem responsável. É como se, o tempo inteiro, na mente de João, ficasse aquele conflito entre o diabinho, de um lado, e o anjinho, de outro. E isso é um prato cheio para Wagner Moura, que comprova, mais uma vez, com sua ótima atuação neste longa, que é mesmo o melhor ator brasileiro em atividade atualmente.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraDuas irmãs e a forma como cada uma lida com suas próprias emoções (ou seria com a depressão de cada uma?), a partir do momento em que se descobre que a vida na Terra está prestes a chegar ao fim. O filme encontra um dos seus pontos mais positivos no contraste entre essas duas perspectivas, entre a inércia de Justine e o pânico que toma conta de Claire. Lars Von Trier utiliza a trilha sonora de uma forma sensacional, fazendo imagens altamente poéticas, que tiram muito do peso emocional dessa história. Um belo filme, com uma visceral atuação de Charlotte Gainsbourg.
Deu a Louca na Chapeuzinho 2
2.7 314“Deu a Louca na Chapeuzinho 2” é quase um caso único dentre os filmes de animação dirigidos ao público infantil. Não só por causa dos elementos absurdos da trama, como também pelo fato de que esta foi a primeira animação que assistimos, numa sala de cinema lotada de crianças, em que não vimos qualquer reação da plateia ao que estava sendo mostrado. Nada de risadas, de ansiedade para o que está por vir, de envolvimento com a história. E isso é sempre um péssimo sinal...
Onde Está a Felicidade?
2.6 150Por ser uma obra cinematográfica que trata, principalmente, de questões ligadas ao universo feminino e por possuir um tom bem definido de auto-ajuda, “Onde Está a Felicidade?” lembra muito um longa como “Comer, Rezar, Amar”. Teodora tem muitas características em comum com Liz Gilbert, a protagonista do filme dirigido por Ryan Murphy, uma vez que ambas largam toda a vida que construíram e embarcam numa viagem com o objetivo de tentarem se reencontrar na vida.
Apesar de ter este tom positivo e de auto-ajuda, chama a atenção neste filme o fato de que ele não se leva - em nenhum momento – a sério, tendo um tom até mesmo muito descompromissado e leve. Por ser uma comédia leve, “Onde Está a Felicidade?” se diferencia até mesmo dos últimos projetos do casal Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi, notadamente o pretensioso “O Signo da Cidade”, que era uma obra mais séria e sisuda como cinema.
O Rei Leão
4.5 2,7K Assista AgoraUma animação que contém todos aqueles elementos clássicos que fazem dos filmes produzidos pelo Walt Disney Studios obras que são facilmente reconhecidas pela platéia, “O Rei Leão” encontra a sua força na sua mensagem principal e naqueles que são os momentos musicais deste filme. Cenas como as que celebram o ciclo da vida (que segue uma trajetória ininterrupta, como tudo aquilo que faz parte de nossa existência), o Hakuna Matata (uma espécie de adaptação do conceito de “Carpe Diem” para os habitantes da selva) e a linda canção vencedora do Oscar “Can You Feel the Love Tonight”, de Elton John e Tim Rice, contribuem para a aura de fantasia e de emoção que este longa possui.
Cowboys & Aliens
2.8 1,4K Assista AgoraUma trama como a retratada em “Cowboys & Aliens” exige uma certa dose de fantasia, não só por parte dos realizadores, como também por parte da plateia. Jon Favreau e sua equipe de cinco roteiristas (um indicativo de que este já era um roteiro com muitos problemas até conseguir chegar na grande tela) não conseguem fazer com que este seja um veículo de entretenimento, uma vez que a plateia assiste a tudo de uma forma muito passiva, sem se envolver demais com os acontecimentos. Talvez, isso aconteça justamente pela falta de identidade que o longa possui. Nunca sabemos ao certo se ele é mesmo um faroeste, um filme de ação ou uma obra de ficção...
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraO nome do filme é “Planeta dos Macacos: A Origem”, o que quer fazer com que você subentenda que estamos diante de uma prequel dos acontecimentos retratados nos longas da série “Planeta dos Macacos”, quando, na verdade, a trama dessa obra difere muito da narrativa central dessa franquia cinematográfica. O roteiro de “Planeta dos Macacos: A Origem”, filme dirigido por Rupert Wyatt, faz uma discussão muito interessante a respeito das similaridades entre o homem e o macaco – fato este que é até muito natural, tendo em vista que a espécie humana foi originada deste tipo de animal. Dentro desse contexto, é importante prestar atenção na excelente performance do ator Andy Serkis, que dá vida à Ceasar por meio da técnica de captura de performance.
No desenvolvimento de seu conflito central, a trama de “Planeta dos Macacos: A Origem” acaba se aproximando – e muito – do que vemos ser retratado no subestimado “A.I. – Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg. Os dois personagens centrais desses filmes (Ceasar e David) são seres que vivem longe de seus ambientes, inseridos em uma outra cultura e que querem ser aceitos, mas não podem fugir daquilo que realmente são. E é justamente esse entendimento um dos pontos mais legais de um filme que possui um enfoque na discussão moral, mas possui a falha de não abordar algumas subtramas,
como a que fala sobre os efeitos do vírus criado por Will nos seres humanos que são expostos a ele.
Professora Sem Classe
2.7 2,0K Assista AgoraUm filme escrito pela dupla Lee Eisenberg e Gene Stupnitsky, ambos do seriado “The Office”, “Professora sem Classe” tem uma trama apoiada em situações politicamente incorretas, uma linguagem um tanto chula, personagens bem caricaturais, tudo para reforçar o caráter diferente, egoísta e competitivo de Elizabeth. O grande barato durante a experiência de assistir “Professora sem Classe”, com certeza, é ver Cameron Diaz num papel totalmente diferente daqueles que ela costuma fazer. E ela se sai muito bem como a professora desbocada e desprovida de qualquer tato. Outros destaques do filme são Jason Segel e Lucy Punch.
Amor a Toda Prova
3.8 2,1K Assista AgoraComédia romântica que possui um olhar totalmente masculino - e surpreendente - sobre o amor. Por meio dos três personagens masculinos mais importantes do filme temos o retrato de três visões diferentes sobre este sentimento, as quais são correspondentes aos momentos de vida de cada um deles. É justamente por desafiar os clichês, ao mesmo tempo em que os confirma (afinal, o que seria das comédias românticas sem eles?); por mostrar Ryan Gosling como o homem sexy que ele é; por confirmar a figura de Steve Carell como ator perfeito para interpretar homens com questões amorosas sensíveis (vide também “O Virgem de 40 Anos” e “Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada”); e por mostrar que os homens possuem, sim, um coração por trás de toda aquela fachada dura que “Amor a Toda Prova” vale a pena. Este filme é a comédia romântica de 2011.
Vincere
3.9 61 Assista AgoraBaseado em uma história real, o filme conta a história de Ida Dalser, que foi a primeira esposa de Benito Mussolini e ajudou a construir a figura pública deste homem até ele chegar ao posto maior do regime fascista italiano. É uma pena que uma história tão poderosa quanto essa tenha sido diluída em um filme cujas transições temporais são muito bruscas. Em alguns momentos, os pulos no tempo são tão confusos que a plateia também começa a se perder e a imaginar em que ponto da história estamos. O roteiro parece ter sido mesmo o calcanhar de Aquiles de “Vincere”, pois a conclusão do longa também chega a ser muito rápida e sem maiores explicações. Porém, nem mesmo esses problemas são capazes de ofuscar a grandiosidade da atuação de Giovanna Mezzogiorno, perfeita como Ida Dalser.
Apollo 18: A Missão Proibida
2.2 803 Assista Agora“Apollo 18” é aquele tipo de filme que você já assiste sabendo como ele irá terminar (especialmente por causa dos alertas que são colocados para a plateia nos créditos iniciais). Talvez por isso e pela falta de acontecimentos interessantes no primeiro ato do longa, você não irá se envolver com a história, muito menos se importar com o destino dos três astronautas envolvidos nesta missão. A obra ainda se apoia em vários clichês dos filmes desse gênero (atores desconhecidos interpretando os personagens centrais, o caráter “amador” das filmagens e o fato de ser baseado numa história supostamente real).
As Coisas Impossíveis do Amor
3.6 784 Assista AgoraO elemento mais importante do filme “As Coisas Impossíveis do Amor”, do diretor e roteirista Don Roos, é a sua personagem principal: a jovem Emilia Greenleaf (Natalie Portman). O longa fala, basicamente, sobre como uma pessoa tão jovem como ela reage a situações para as quais, claramente, ela não está preparada para viver. O foco principal do filme vai mudando o tempo inteiro, como se o diretor quisesse desvendar as várias camadas de Emilia aos poucos, de forma a nos deixar totalmente surpreendidos - sendo que o efeito é justamente o contrário. O aspecto mais curioso da obra acaba sendo verificar a atuação de Natalie Portman, muito segura na pele de Emilia, apesar da total falta de química com Scott Cohen. Fique de olho também na ótima atuação de Lisa Kudrow. Ela rouba a cena todas as vezes em que aparece.
Lanterna Verde
2.4 2,4K Assista AgoraDirigido por um experiente profissional da indústria cinematográfica, “Lanterna Verde” não decepciona no que diz respeito às suas cenas de ação, as quais são muito bem executadas. Entretanto, o filme peca muito por ter um roteiro cheio de falhas.
Por exemplo, a tensão entre Hal e sua família nunca é melhor explorada. Além disso, a solução oferecida para as intenções demonstradas por Sinestro (Mark Strong), o líder dos Lanternas Verdes, é um tanto descarada.
O Mágico
4.1 320“O Mágico”, animação francesa dirigida e escrita por Sylvain Chomet indicada ao Oscar 2011 da categoria, não é o primeiro e nem será o último filme a falar sobre a decadência de uma arte. O retrato feito por Sylvain Chomet de um mágico em seu ocaso profissional é impiedoso em diversos momentos. A história é ambientada numa atmosfera de cinema mudo, ou seja, as palavras não são necessárias para se demonstrar aquilo que se sente. E sentimento é tudo o que emana de “O Mágico”, uma animação feita para adultos e que pega a gente justamente por mostrar um mundo que passa longe daquilo que é considerado fantasia, onde a magia não tem espaço para existir.
Lixo Extraordinário
4.3 655Documentário indicado ao Oscar 2011 da categoria, “Lixo Extraordinário” é um filme deveras emocionante, por vários fatores. Primeiro: por mostrar que a democratização da arte e da cultura por meio de uma ação social positiva tem, sim, o poder de modificar a vida das pessoas, como comprova o destino dos catadores que participaram do projeto de Vik Muniz. Segundo: por nos revelar que a magia da criação de algo artístico pode estar presente até mesmo nos cantos mais inusitados – e presenciar isso é, por si só, algo muito bonito. Terceiro – e mais importante: num país extremamente preocupado – e cheio de preconceitos – com convenções e classes sociais, retratar uma história como essa mexe com a auto-estima, não só dos envolvidos no projeto, como suscita toda uma noção de respeito por pessoas que dedicam a sua vida a mexer com os piores dejetos, com aquilo que todo mundo descarta. Não é todo mundo que tem essa dureza, essa resistência.
Super 8
3.6 2,5K Assista Agora“Super 8”, filme escrito e dirigido por J.J. Abrams, tem a essência daqueles filmes da década de 80/90, que passavam na Sessão da Tarde, na Rede Globo. O longa evoca valores como a amizade e o amor e fala sobre aquele momento da perda da inocência da infância rumo à adolescência. Os toques de imaginação e de fantasia reforçam também essa sensação de rito de passagem. Muitos elementos visuais do filme remetem às obras dirigidas por Steven Spielberg, um dos produtores de "Super 8". Esta obra poderia ter sido dirigida por ele, mas o diretor e roteirista J.J. Abrams faz essa reverência ao passado, ao grande mestre Spielberg, para colocar o olho no futuro, no que ele ainda pode render para a indústria cinematográfica norte-americana, que está carente de profissionais criativos e talentosos como ele.
A Jovem Rainha Vitória
3.9 613 Assista AgoraNa minha opinião, uma das mais belas histórias de amor retratadas pelo cinema. O filme, além de uma técnica perfeita, aborda muito bem o amadurecimento de Vitória ao ascender ao poder como Rainha da Inglaterra, bem como ao viver uma bela história de amor com seu parceiro e companheiro, Príncipe Albert, que também a apoiou a a estimulou a crescerem juntos. A história de amor deles era mesma digna de um filme linda como esse.
Quero Matar Meu Chefe
3.4 1,7K Assista AgoraComédia divertidíssima, com uma trama que, a princípio, soa totalmente politicamente incorreta, mas que revela ter uma mensagem final um tanto responsável. O grande destaque do filme é o elenco, formado por atores em momento inspirado. Especialmente os três que interpretam os irritantes chefes.
Homens em Fúria
2.6 354 Assista Agora“Homens em Fúria” é um daqueles filmes que não vai prender a tua atenção por completo, porque você já começa a perder a fé no longa já no seu segundo ato. Outro elemento triste de se perceber, durante a experiência de assistir à obra, é ver o quanto que dois atores do calibre de Robert de Niro e Edward Norton se tornaram caricatura de si mesmos. Enquanto o primeiro fica franzindo a testa para revelar toda a pompa e dureza de Jack, o segundo interpreta uma variante de tantos outros personagens que já fez, como os de “As Duas Faces de um Crime” e “A Cartada Final”, por exemplo. Uma pena...
Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo
2.5 202“Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo”, em sua essência, é uma daquelas comédias com toques antigos, que vai lembrar em algumas cenas filmes dirigidos por Cacá Diegues (especialmente quando ele tem aquele aspecto road movie do seu início) e por Blake Edwards (a cena do jantar na casa da personagem da Ângela Vieira poderia ter saído da mente dele). No entanto, a grande surpresa do longa decorre da presença cômica de Tarcísio Meira, fazendo um papel que a tevê nunca lhe deu a chance de interpretar.
Entretanto, a promessa de um filme que faz menções a várias características que são recorrentes na “cultura” brasileira (como a malandragem, o “jeitinho” brasileiro de resolver as coisas e a corrupção que está tão arraigada em nossa sociedade) se perde numa subtrama totalmente dispensável de um crime. Isso faz com que o longa não só saia do seu foco principal, como também obriga o talentoso Gregorio Duvivier a ficar improvisando quase que o tempo inteiro em cima do roteiro, como se tudo o que ele falasse fosse parte daquele show de stand-up comedy que sua personagem encena.
Lope
3.3 66Do ponto de vista técnico, “Lope” é uma obra muito bem feita, com destaque para a fotografia de Ricardo Della Rosa; a direção de arte de Lilly Kilvert, César Macarrón, Federico Ghio e Isabel Viñuales e os figurinos de Tatiana Hernández. O diretor Andrucha Waddington entrega um filme muito consistente, com um viés totalmente romântico e uma cara de mini épico, que nos conquista justamente por causa do seu lirismo, resultado da mistura sempre bem-sucedida de amor e poesia. “Lope” é uma agradável surpresa e uma obra que merece ser descoberta.
Os Smurfs
3.1 1,4K Assista AgoraA salada mista de influências contidas em “Os Smurfs” (“Alvin e os Esquilos”, “Hop – Rebeldes sem Páscoa”, “Encantada” e “Os Pinguins do Papai”) faz com que o filme se revele como uma experiência nada traumática, do ponto de vista cinematográfico. Agora, verdade seja dita: este é um longa que não empolga e que será esquecido a partir do instante em que você sair da sala de cinema. No entanto, para não ser totalmente injusta com o melhor aspecto de “Os Smurfs”, você, com certeza, irá se lembrar da performance totalmente caricatural e exagerada de Hank Azaria como Gargamel. Ele que torna esse filme assistível.
Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano
4.2 78O documentário “Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano”, do diretor Henrique Dantas, conta a história do grupo Novos Baianos. O filme se interessa mais pelos primeiros anos de formação do grupo, ali no final da década de 60, início dos anos 70, quando os Novos Baianos encontraram de forma definitiva aquele que seria o grande mentor deles: o cantor e músico baiano João Gilberto. Um outro ponto importante para o documentário “Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano” foi a filosofia de vida e de música que os Novos Baianos tiveram.
A obra tem depoimentos descontraídos e irreverentes, mas podemos lamentar o fato de que o filme tem uma duração muito curta – somente 76 minutos -, o que não permite uma maior aprofundação da grande importância que os Novos Baianos tiveram para a música popular brasileira (nesse sentido, basta lembrar que o “Acabou Chorare”, disco que eles lançaram em 1972, sob a influência direta já de João Gilberto, foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil como o melhor álbum da história da música brasileira). O documentário fica mais como um registro dessa filosofia de vida e de arte que era particular deles.
Capitão América: O Primeiro Vingador
3.5 3,1K Assista AgoraDirigido com competência por Joe Johnston, um diretor acostumado com o gênero de ação/aventura (vide obras como “Jurassic Park IV”, “Jurassic Park III” e “Jumanji”), “Capitão América: O Primeiro Vingador” é uma das mais agradáveis surpresas cinematográficas em 2011. Steve Rogers é um personagem extremamente carismático, que encabeça uma trama que poderia soar ultrapassada, mas está muito bem fundamentada historicamente pelos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely. Nem a constante exploração dos valores norte-americanos incomoda. O filme empolga e cumpre muito bem seu papel de ser mais uma etapa rumo ao filme dos “Vingadores”, o qual é a menina dos olhos da Marvel Comics, atualmente.