É extremamente tocante e necessário. Eu, por exemplo, não tinha sequer noção sobre a existência de tal patologia, o documentário é bastante educativo e esclarecedor. Quanto à dor dos portadores da doença, caralho, como foi difícil assistir, imagina só viver/conviver com aquilo.
Eu quero apenas expressar o meu amor por Margot Robbie, que puta atriz excelente! O filme é muito bom, com certeza um melhores do ano passado (não que isso tenha sido difícil né, mas enfim...)
O filme é sensacional! O roteiro e direção da Angela é algo de se admirar, eu, particularmente, estou completamente apaixonada pelo ritmo que ela emplacou no filme, o longa passa rapidinho e você encerra olhando para tela querendo mais.
Eu não sabia muito sobre a história por trás da criação da WW, mas após assistir o filme, fui atrás de todos os artigos possíveis que tratassem do assunto. Eu percebi que um aspecto interessante da história é a relação amorosa entre as duas mulheres. Por décadas, negaram que as duas se envolveram romanticamente/sexualmente e que viveram por 38 anos "como irmãs". Eu conclui que isso é um puta preconceito velado da nossa - AINDA - pobre sociedade patriarcal. Fica claro, ao meu ver, que, ao longo da vida deles, as duas se amaram de uma maneira em que ele não estava incluso. Tanto que Marston representou tal amor em diversas histórias publicadas em seus quadrinhos. É palpável como todas as inúmeras vezes em que ele presenciou as duas se ~amando~ refletiu na criação da personagem. Fiquei com a impressão que Marston "precisava" delas, assim como Olive e Elizabeth "precisavam" dele. Eles eram pessoas muito além do próprio tempo em que viveram e é trágico notar, muitas vezes, que, mesmo após décadas e décadas dos três terem vivido esse amor ~não convencional~ ainda percebemos uma imensa dificuldade da nossa sociedade em não julgar o sentimento alheio ou a vida do próximo quando não se assemelha com a sua. Às vezes tenho a ilusão que estamos progredindo e tudo isso ficou para trás, mas, quando vejo de perto pessoas públicas com discursos de ódio tendo tanta visibilidade, eu percebo que ainda falta muito para chegarmos "lá".
E, Rebecca Hall, PQP! Graças a deus, fã desde 2008. Maravilhosa!!! <3
Ao analisar os easter eggs e suas devidas referências, fica notável a representação da tragédia grega de Iphigénia. Aqui, Agamemnon é representado por Steven e Ártemis por Martin. Ao assassinar o pai do menino – e não dar a mínima, o que se percebe após a cena inicial quando, após perder o paciente, Steven inicia um diálogo com outro médico sobre relógios – por se achar um pseudodeus acima das condições humanas – o que é demonstrado em diversos momentos durante o longa ao reafirmar a necessidade do cirurgião de se considerar um deus com belíssimas mãos – Steven provoca um sentimento inenarrável em Martin e, furioso, direciona os seus passos à vingança. Na cena da lanchonete em que Martin discorre rapidamente sobre a temida praga, é apenas um aviso sobre o que Steven deveria fazer para se redimir de seu erro fatal. Sendo assim, agora é necessário sacrificar o cervo sagrado, no entanto, a princípio, não se torna claro a quem Martin se refere. A praga se espalha e, imediatamente, os dois filhos de Steven se encontram doentes e acamados sem explicação científica para tais fatos. Fica aqui, ainda, a noção do conflito entre a exatidão da ciência e a capacidade do médico cirurgião se achar onipotente e os acontecimentos inexplicáveis causados por forças sobrenaturais inominadas. Como ocorre na história ora citada, para acalmar os ânimos de Ártemis, Agamemnon deveria sacrificar algum membro de sua família e é exatamente o que Steven deve fazer, porém, por encontrar os dois filhos em situação crítica, agora é o momento de escolher quem “merece” morrer. Ressalta, também, a antítese representada pelo comportamento de Martin que, no plano real, apresenta-se como um adolescente problemático acompanhado de intensos conflitos psicológicos decorrentes da morte do pai – ou, então, não devido apenas a este fato – e, no plano surreal, sendo visto como um Deus onisciente que controla a capacidade dos filhos de Steven de estarem ou não saudáveis, consequentemente a capacidade de andar. Aqui, ainda, se nota referência à imagem de Jesus Cristo, tal qual ordenava os paralíticos a andarem e simplesmente assim acontecia e, concomitantemente, à imagem do Deus vingativo – aquele que permitiu que um dilúvio cobrisse a Terra pela desobediência dos seres humanos tais quais o ignoravam e não cessavam os seus pecados imundos – quando não mais se representa como alguém benevolente e generoso e não perdoa Steven pelo seu erro querendo, acima de tudo, sofrimento e sangue. Em continuidade, percebe-se, como na história grega, Iphigénia na tentativa de proteger o pai Agamemnon, se apresenta como sacrifício para cessar o sofrimento do irmão, mas, além disso, como prova de amor ao próprio pai. Facilmente identificado na cena em que Steven e Ana estão com Kim na sala de estar limpando os machucados no joelho e ela repetidamente diz que ama o pai e está pronta para morrer por ele. É preciso notar o fato de que todos os 4, exceto a criança, Bob, tratam-se de pessoas impuras, ou seja, nada sagradas. Como vemos no início do filme, Kim acaba de menstruar, sobrando, assim, apenas Bob como alguém passível de se tornar um sacrifício sagrado. Kim, ao se insinuar ao Martin, vendo-o como um deus, demonstra o crescimento de sua impureza, afinal, ela agora é uma adulta e pecadora como o restante dos seres humanos. Salienta-se o paralelo desta cena para com a cena, bem no início, da relação sexual entre o casal, onde ambos encenam um momento em que Ana estaria paralisada por completo para que Steven tivesse controle absoluto sobre o seu corpo, assim, demonstrando mais uma vez a sensação de ser superior que o cirurgião alimenta em seu próprio ego. Acho, ainda, caber pontuar a submissão feminina aos dotes dos deuses masculinos pintados por toda história, em específico, nas tragédias gregas. Logo, quase no fim, Steven ao tentar decidir qual dos 3 membros deveria ser sacrificado – não apenas os 2 filhos, mas também a mulher, fato corroborado pela cena em que ele a assiste dormir por severos minutos – encontra remorso e futuro arrependimento, assim, venda os filhos, a esposa e a si mesmo e opta por uma técnica análoga à roleta russa e assassina o filho Bob. Em analogia à tragédia grega, Iphigénia se entrega para ser sacrificada por amor ao pai, como a Kim, porém, no momento fatal, uma corça é sacrificada ao invés da menina. E é exatamente o que ocorre, no momento crucial, mesmo após Kim se oferecer à morte, quem falece é o irmão Bob. Parece extremamente sensato, uma vez que o título do filme é “The Killing Of a Sacred Deer” e se torna claro que o Sacred Deer era, de fato, a criança, por sua evidente pureza e espontaneidade.
O filme traz abordagens bíblicas e referências das tragédias gregas de maneira crua e magnífica, mas não só, como também os próprios conflitos humanos e suas imundices escondidas abaixo da unha. É muito interessante adentrar por essas análises e tentar desvendar todos os seus mistérios. Quem quiser debater mais sobre ele, comente aí.
É muito mediano para todo o hype que o corrói. Para comprar a intensidade do romance que o longa nos tenta fazer vangloriar só se tivesse mais 3 horas de filme, viu...
Que obra de arte do caralho! Ressaltar a trilha sonora prestando lúdica homenagem aos thrillers de Kubrick, como Eyes Wide Shut, tal qual a mesma Nicole Kidman estrela, te causa incômodo e ânsia o tempo todo. Você pode até não apreciar a técnica, mas ela funciona brilhantemente. A direção é outro ponto essencial, não conhecia esse diretor, mas, depois de assistir esse filme, já coloquei a filmografia inteira no utorrent. Quanto ao roteiro/história/pontas soltas, ah, sinceramente? É tipo de filme pessoal, galera. Não vejo explicações exacerbadas para defini-lo. Lógico que é gostoso demais, após assistir um filme nessa linha Lynchniana, discutir e debater horas a fio, porém não acho que chegaremos a representar em palavras o significado do longa.
Para mim, embora tenha pegado a sacada simbólica, a puta metalinguagem na própria atuação que decorre de seus diálogos, a literalidade do plot me faz muito mais sentido. Steven era um profissional mediano, um marido mediano, um pai mediano, quando ele mata o pai de Martin, como qualquer ser humano capaz de nutrir sentimentos dentro de si, se corrói por remorso e tenta amenizar DENTRO DE SI a grande culpa que cultua. Hora alguma ele tenta ajudar Martin por ser um garoto órfão de pai, mas sim por se corroer em culpa e querer se sentir menos bosta quando deita a cabeça no travesseiro. Dessa forma, aqui o karma se faz presente, mas não é como a própria vida/realidade? Cada ação tem uma reação, é o puro bater das asas de uma borboleta enquanto um terremoto acontece. Então, Martin não o perdoa e deseja fielmente que ele tenha o que merece, mas realmente há uma praga incitada pelo menino? Não seria o próprio destino que acarretaria ao Steven a dor que um dia este proporcionou ao Martin quando foi negligente ao operar o seu pai embriagado? O assassinato de Bob, a veracidade da "doença" por Kim realmente aconteceu? A tragédia grega daquela família se deu por algo sobrenatural ou pela reação química natural decorrente de toda ação que realizamos em vida? Enfim, há tanto simbolismo para discutir e aprofundar, são detalhes realmente tocantes e elaborados. Mas, sinceramente, a literalidade me faz mais sentido.
Como disse, acredito que é o tipo de longa que a experiência é inteiramente interpessoal e só.
Incrível. É difícil comentá-lo sem adentrar no íntimo do filme, cada elemento conta para o desfecho e toda a maneira em que a história se discorre e se narra. É impossível se manter inerte a cada frame do longa. A puta trilha sonora que se preocupa em se encaixar de uma forma genial a cada cena requerida, assim como as cores usadas em determinadas variações de momentos para demonstrar qual sensação o diretor quer nos remeter ao contrastá-las. Isso me matou de uma maneira inexplicável. Eu queria tecer argumentos sobre o que o filme de fato é, o que o meu cérebro digeriu e imprimiu em pensamentos. Mas a verdade é que a experiência que obtive enquanto o assistia é muito mais sensorial do que qualquer outra coisa, é sensitiva, é abstrata, é visual.
Os nossos passos nesse mundo não importam, pois, uma vez, antes desse exato momento, outros já passaram, outros já amaram, outros já morreram. O grande fantasma que nos assombra é a nossa própria insignificância, é o esquecimento, é a destreza da recorrente certeza que tudo se reduzirá ao pó, apesar de mim, de você, do amanhã. Ah, e o que tinha no papel? Será que, de fato, deve ser atribuída alguma importância a isso? Pois, para mim, a sombra do esquecimento do personagem de Casey (Ew!) se prendia aos laços sentimentais - de algo que já não irá mais existir nos segundos seguintes - que os mantinha atrelado a personagem de Rooney, assim, representando toda essa eterna angústia da expectativa. Logo, como ela diz que sempre escreveu algo que representava algo de seu íntimo, como um pedaço seu, quando ele abre, é como se ele estivesse sido eternizado, mas agora não importa mais, pois tudo já acabou, ela já passou, o sentimento também. Tudo se foi e agora tudo irá recomeçar de novo. Afinal, o universo é um eterno ciclo da vida e não se importa individualmente com nenhum de nós. O tempo é imparável.
Rooney Mara, obrigada por me trazer a experiências de filmes como esses. Sua carreira é brilhante e incontestável.
Fassbender e Gosling: eu queria que vcs nos dessem um tempo de vcs. Sinceramente. Graças a Deus tem Portman e Mara para salvar, porque, sinceramente, não aguento mais vcs tendo todas as oportunidades do mundo em hollywood.
Deviam construir um monumento para Helen Mirren por já ter contribuído tanto para o cinema e para Chastain que já contribuiu e vai continuar contribuindo imensamente ao mundo cinematográfico. Quanto ao filme, que filme! Real e sucinto. Te mostra que as escolhas erradas, quando tomadas, não só voltam para te assombrar como te corroem até
Gente, como a maioria, eu tinha expectativa de me surpreender no cinema, mas não... vamos aceitar. É ruim mesmo, tem tanto furo no roteiro que percebemos, de fato, que nem o próprio filme se leva a sério. A atriz, porém, linda e super carismática. Caiu bem para o papel.
É realmente bom e isso me surpreendeu. O filme é simples e conta a sua história sem a tentativa insana de surpreender, percorrendo por entre os conflitos adolescentes e abraçando o clichê para si mesmo.
O final (além de ter sido contado no próprio título do filme), é essencial para um desfecho tocante. E você, se tivesse a oportunidade de voltar naquele momento em que fez uma grande besteira, corrigiria?
É um bom filme, eu, honestamente, gosto bastante, mas há elementos e interações fracas que não se ignoram. A história é belíssima e Jennifer, como sempre, muito bem em seu trabalho, no entanto fica claro a ausência da carga emotiva no roteiro. Repito, eu o encaro como um bom filme, mas poderia ter sido um ótimo/excelente filme só que não me parece terem tido esta preocupação, apenas queriam rodar uma história e foi isso, nada de inovador ou emocionante. Dão sorte de JLaw dar conta do recado, ainda que esse longa não exija tanto assim dela.
Darren Aronofsky, você é um rei contemporâneo. Que obra intimista e sensacional! Cinema pra mim é exatamente isso, os créditos rolarem e o meu cérebro não conseguir absorver tudo de uma vez me levando a pensar sobre isso por horas a fio.
Além da Ilusão
2.3 91 Assista AgoraPortman passou 1 ano de férias na França e decidiu fazer um filme boring para fugir do boring.
Para Roma Com Amor
3.4 1,3K Assista AgoraÉ, sem sombra de dúvida, o pior do Allen.
Unrest
3.7 10É extremamente tocante e necessário.
Eu, por exemplo, não tinha sequer noção sobre a existência de tal patologia, o documentário é bastante educativo e esclarecedor.
Quanto à dor dos portadores da doença, caralho, como foi difícil assistir, imagina só viver/conviver com aquilo.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraGreta debutou na direção já direto para o Oscar.
Você merece, mulher!
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraGreta, you're the one of a kind. <3
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraEu quero apenas expressar o meu amor por Margot Robbie, que puta atriz excelente! O filme é muito bom, com certeza um melhores do ano passado (não que isso tenha sido difícil né, mas enfim...)
Professor Marston e as Mulheres Maravilhas
3.9 172 Assista AgoraO filme é sensacional! O roteiro e direção da Angela é algo de se admirar, eu, particularmente, estou completamente apaixonada pelo ritmo que ela emplacou no filme, o longa passa rapidinho e você encerra olhando para tela querendo mais.
Eu não sabia muito sobre a história por trás da criação da WW, mas após assistir o filme, fui atrás de todos os artigos possíveis que tratassem do assunto. Eu percebi que um aspecto interessante da história é a relação amorosa entre as duas mulheres. Por décadas, negaram que as duas se envolveram romanticamente/sexualmente e que viveram por 38 anos "como irmãs". Eu conclui que isso é um puta preconceito velado da nossa - AINDA - pobre sociedade patriarcal. Fica claro, ao meu ver, que, ao longo da vida deles, as duas se amaram de uma maneira em que ele não estava incluso. Tanto que Marston representou tal amor em diversas histórias publicadas em seus quadrinhos. É palpável como todas as inúmeras vezes em que ele presenciou as duas se ~amando~ refletiu na criação da personagem. Fiquei com a impressão que Marston "precisava" delas, assim como Olive e Elizabeth "precisavam" dele. Eles eram pessoas muito além do próprio tempo em que viveram e é trágico notar, muitas vezes, que, mesmo após décadas e décadas dos três terem vivido esse amor ~não convencional~ ainda percebemos uma imensa dificuldade da nossa sociedade em não julgar o sentimento alheio ou a vida do próximo quando não se assemelha com a sua. Às vezes tenho a ilusão que estamos progredindo e tudo isso ficou para trás, mas, quando vejo de perto pessoas públicas com discursos de ódio tendo tanta visibilidade, eu percebo que ainda falta muito para chegarmos "lá".
E, Rebecca Hall, PQP! Graças a deus, fã desde 2008. Maravilhosa!!! <3
Vende-se Esta Casa
1.4 990 Assista AgoraA netflix anda produzindo cada filme ruim, né?
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraOk gente, decidi assistir de novo para interpretar de acordo com os simbolismos expostos então aí vai:
Ao analisar os easter eggs e suas devidas referências, fica notável a representação da tragédia grega de Iphigénia. Aqui, Agamemnon é representado por Steven e Ártemis por Martin.
Ao assassinar o pai do menino – e não dar a mínima, o que se percebe após a cena inicial quando, após perder o paciente, Steven inicia um diálogo com outro médico sobre relógios – por se achar um pseudodeus acima das condições humanas – o que é demonstrado em diversos momentos durante o longa ao reafirmar a necessidade do cirurgião de se considerar um deus com belíssimas mãos – Steven provoca um sentimento inenarrável em Martin e, furioso, direciona os seus passos à vingança. Na cena da lanchonete em que Martin discorre rapidamente sobre a temida praga, é apenas um aviso sobre o que Steven deveria fazer para se redimir de seu erro fatal. Sendo assim, agora é necessário sacrificar o cervo sagrado, no entanto, a princípio, não se torna claro a quem Martin se refere.
A praga se espalha e, imediatamente, os dois filhos de Steven se encontram doentes e acamados sem explicação científica para tais fatos. Fica aqui, ainda, a noção do conflito entre a exatidão da ciência e a capacidade do médico cirurgião se achar onipotente e os acontecimentos inexplicáveis causados por forças sobrenaturais inominadas. Como ocorre na história ora citada, para acalmar os ânimos de Ártemis, Agamemnon deveria sacrificar algum membro de sua família e é exatamente o que Steven deve fazer, porém, por encontrar os dois filhos em situação crítica, agora é o momento de escolher quem “merece” morrer.
Ressalta, também, a antítese representada pelo comportamento de Martin que, no plano real, apresenta-se como um adolescente problemático acompanhado de intensos conflitos psicológicos decorrentes da morte do pai – ou, então, não devido apenas a este fato – e, no plano surreal, sendo visto como um Deus onisciente que controla a capacidade dos filhos de Steven de estarem ou não saudáveis, consequentemente a capacidade de andar. Aqui, ainda, se nota referência à imagem de Jesus Cristo, tal qual ordenava os paralíticos a andarem e simplesmente assim acontecia e, concomitantemente, à imagem do Deus vingativo – aquele que permitiu que um dilúvio cobrisse a Terra pela desobediência dos seres humanos tais quais o ignoravam e não cessavam os seus pecados imundos – quando não mais se representa como alguém benevolente e generoso e não perdoa Steven pelo seu erro querendo, acima de tudo, sofrimento e sangue.
Em continuidade, percebe-se, como na história grega, Iphigénia na tentativa de proteger o pai Agamemnon, se apresenta como sacrifício para cessar o sofrimento do irmão, mas, além disso, como prova de amor ao próprio pai. Facilmente identificado na cena em que Steven e Ana estão com Kim na sala de estar limpando os machucados no joelho e ela repetidamente diz que ama o pai e está pronta para morrer por ele.
É preciso notar o fato de que todos os 4, exceto a criança, Bob, tratam-se de pessoas impuras, ou seja, nada sagradas. Como vemos no início do filme, Kim acaba de menstruar, sobrando, assim, apenas Bob como alguém passível de se tornar um sacrifício sagrado. Kim, ao se insinuar ao Martin, vendo-o como um deus, demonstra o crescimento de sua impureza, afinal, ela agora é uma adulta e pecadora como o restante dos seres humanos. Salienta-se o paralelo desta cena para com a cena, bem no início, da relação sexual entre o casal, onde ambos encenam um momento em que Ana estaria paralisada por completo para que Steven tivesse controle absoluto sobre o seu corpo, assim, demonstrando mais uma vez a sensação de ser superior que o cirurgião alimenta em seu próprio ego. Acho, ainda, caber pontuar a submissão feminina aos dotes dos deuses masculinos pintados por toda história, em específico, nas tragédias gregas.
Logo, quase no fim, Steven ao tentar decidir qual dos 3 membros deveria ser sacrificado – não apenas os 2 filhos, mas também a mulher, fato corroborado pela cena em que ele a assiste dormir por severos minutos – encontra remorso e futuro arrependimento, assim, venda os filhos, a esposa e a si mesmo e opta por uma técnica análoga à roleta russa e assassina o filho Bob.
Em analogia à tragédia grega, Iphigénia se entrega para ser sacrificada por amor ao pai, como a Kim, porém, no momento fatal, uma corça é sacrificada ao invés da menina. E é exatamente o que ocorre, no momento crucial, mesmo após Kim se oferecer à morte, quem falece é o irmão Bob. Parece extremamente sensato, uma vez que o título do filme é “The Killing Of a Sacred Deer” e se torna claro que o Sacred Deer era, de fato, a criança, por sua evidente pureza e espontaneidade.
O filme traz abordagens bíblicas e referências das tragédias gregas de maneira crua e magnífica, mas não só, como também os próprios conflitos humanos e suas imundices escondidas abaixo da unha. É muito interessante adentrar por essas análises e tentar desvendar todos os seus mistérios. Quem quiser debater mais sobre ele, comente aí.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraÉ muito mediano para todo o hype que o corrói.
Para comprar a intensidade do romance que o longa nos tenta fazer vangloriar só se tivesse mais 3 horas de filme, viu...
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraQue obra de arte do caralho!
Ressaltar a trilha sonora prestando lúdica homenagem aos thrillers de Kubrick, como Eyes Wide Shut, tal qual a mesma Nicole Kidman estrela, te causa incômodo e ânsia o tempo todo. Você pode até não apreciar a técnica, mas ela funciona brilhantemente.
A direção é outro ponto essencial, não conhecia esse diretor, mas, depois de assistir esse filme, já coloquei a filmografia inteira no utorrent.
Quanto ao roteiro/história/pontas soltas, ah, sinceramente? É tipo de filme pessoal, galera. Não vejo explicações exacerbadas para defini-lo. Lógico que é gostoso demais, após assistir um filme nessa linha Lynchniana, discutir e debater horas a fio, porém não acho que chegaremos a representar em palavras o significado do longa.
Para mim, embora tenha pegado a sacada simbólica, a puta metalinguagem na própria atuação que decorre de seus diálogos, a literalidade do plot me faz muito mais sentido.
Steven era um profissional mediano, um marido mediano, um pai mediano, quando ele mata o pai de Martin, como qualquer ser humano capaz de nutrir sentimentos dentro de si, se corrói por remorso e tenta amenizar DENTRO DE SI a grande culpa que cultua. Hora alguma ele tenta ajudar Martin por ser um garoto órfão de pai, mas sim por se corroer em culpa e querer se sentir menos bosta quando deita a cabeça no travesseiro. Dessa forma, aqui o karma se faz presente, mas não é como a própria vida/realidade? Cada ação tem uma reação, é o puro bater das asas de uma borboleta enquanto um terremoto acontece. Então, Martin não o perdoa e deseja fielmente que ele tenha o que merece, mas realmente há uma praga incitada pelo menino? Não seria o próprio destino que acarretaria ao Steven a dor que um dia este proporcionou ao Martin quando foi negligente ao operar o seu pai embriagado? O assassinato de Bob, a veracidade da "doença" por Kim realmente aconteceu? A tragédia grega daquela família se deu por algo sobrenatural ou pela reação química natural decorrente de toda ação que realizamos em vida?
Enfim, há tanto simbolismo para discutir e aprofundar, são detalhes realmente tocantes e elaborados. Mas, sinceramente, a literalidade me faz mais sentido.
Como disse, acredito que é o tipo de longa que a experiência é inteiramente interpessoal e só.
Bare
3.0 22A ex namorada da Taylor Swift tá muito bem nesse filme.
A Morte lhe Cai Bem
3.7 714 Assista AgoraDeus abençoe a década cinematográfica de 1990 <3
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraEu te amo Cate Blanchett, você é surreal.
Woody Allen o que tenho a ver
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraIncrível.
É difícil comentá-lo sem adentrar no íntimo do filme, cada elemento conta para o desfecho e toda a maneira em que a história se discorre e se narra.
É impossível se manter inerte a cada frame do longa.
A puta trilha sonora que se preocupa em se encaixar de uma forma genial a cada cena requerida, assim como as cores usadas em determinadas variações de momentos para demonstrar qual sensação o diretor quer nos remeter ao contrastá-las. Isso me matou de uma maneira inexplicável. Eu queria tecer argumentos sobre o que o filme de fato é, o que o meu cérebro digeriu e imprimiu em pensamentos. Mas a verdade é que a experiência que obtive enquanto o assistia é muito mais sensorial do que qualquer outra coisa, é sensitiva, é abstrata, é visual.
Os nossos passos nesse mundo não importam, pois, uma vez, antes desse exato momento, outros já passaram, outros já amaram, outros já morreram. O grande fantasma que nos assombra é a nossa própria insignificância, é o esquecimento, é a destreza da recorrente certeza que tudo se reduzirá ao pó, apesar de mim, de você, do amanhã.
Ah, e o que tinha no papel? Será que, de fato, deve ser atribuída alguma importância a isso? Pois, para mim, a sombra do esquecimento do personagem de Casey (Ew!) se prendia aos laços sentimentais - de algo que já não irá mais existir nos segundos seguintes - que os mantinha atrelado a personagem de Rooney, assim, representando toda essa eterna angústia da expectativa.
Logo, como ela diz que sempre escreveu algo que representava algo de seu íntimo, como um pedaço seu, quando ele abre, é como se ele estivesse sido eternizado, mas agora não importa mais, pois tudo já acabou, ela já passou, o sentimento também. Tudo se foi e agora tudo irá recomeçar de novo. Afinal, o universo é um eterno ciclo da vida e não se importa individualmente com nenhum de nós. O tempo é imparável.
Rooney Mara, obrigada por me trazer a experiências de filmes como esses. Sua carreira é brilhante e incontestável.
De Canção Em Canção
2.9 373 Assista AgoraFassbender e Gosling: eu queria que vcs nos dessem um tempo de vcs. Sinceramente.
Graças a Deus tem Portman e Mara para salvar, porque, sinceramente, não aguento mais vcs tendo todas as oportunidades do mundo em hollywood.
No Limite da Mentira
3.5 177 Assista AgoraDeviam construir um monumento para Helen Mirren por já ter contribuído tanto para o cinema e para Chastain que já contribuiu e vai continuar contribuindo imensamente ao mundo cinematográfico.
Quanto ao filme, que filme!
Real e sucinto. Te mostra que as escolhas erradas, quando tomadas, não só voltam para te assombrar como te corroem até
você entrar na frente de um caminhão e ser desmembrado em três partes.
Para quem curte o gênero, é 4/5, muito bom.
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraGente, como a maioria, eu tinha expectativa de me surpreender no cinema, mas não... vamos aceitar. É ruim mesmo, tem tanto furo no roteiro que percebemos, de fato, que nem o próprio filme se leva a sério. A atriz, porém, linda e super carismática. Caiu bem para o papel.
Antes Que Eu Vá
3.5 474 Assista AgoraÉ realmente bom e isso me surpreendeu. O filme é simples e conta a sua história sem a tentativa insana de surpreender, percorrendo por entre os conflitos adolescentes e abraçando o clichê para si mesmo.
O final (além de ter sido contado no próprio título do filme), é essencial para um desfecho tocante. E você, se tivesse a oportunidade de voltar naquele momento em que fez uma grande besteira, corrigiria?
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraÉ um bom filme, eu, honestamente, gosto bastante, mas há elementos e interações fracas que não se ignoram.
A história é belíssima e Jennifer, como sempre, muito bem em seu trabalho, no entanto fica claro a ausência da carga emotiva no roteiro.
Repito, eu o encaro como um bom filme, mas poderia ter sido um ótimo/excelente filme só que não me parece terem tido esta preocupação, apenas queriam rodar uma história e foi isso, nada de inovador ou emocionante.
Dão sorte de JLaw dar conta do recado, ainda que esse longa não exija tanto assim dela.
A Grande Jogada
3.7 342 Assista AgoraVem nomeação p'ro Oscar 2018, vem, Jessica!
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraDarren Aronofsky, você é um rei contemporâneo.
Que obra intimista e sensacional!
Cinema pra mim é exatamente isso, os créditos rolarem e o meu cérebro não conseguir absorver tudo de uma vez me levando a pensar sobre isso por horas a fio.
Amores Urbanos
3.3 98Ana Cañas, que mulher maravilhosa, porra.
Mas fique só na música, por favor, eu imploro.
Atômica
3.6 1,1K Assista AgoraEu amo tanto Charlize Theron que eu acho que posso explodir, QUE ATRIZ DA PORRA MARAVILHOSA