Dos grandes favoritos na corrida pelo Oscar de melhor documentário esse ano, O.J.: Made in America é uma jornada épica pelo lado obscuro do Sonho Americano, um estudo microscópico de 7 horas e meia sobre meio século de tensões raciais e de classe nos Estados Unidos sob a lente da ascensão e queda de O.J. Simpson: de herói nacional a assassino de Nicole Brown (sua esposa) e Ronald Goldman. Com um tremendo potencial transformador e um dinamismo e edição inegavelmente brilhantes, o documentário é uma verdadeira aula sobre temas que se conectavam e se convergiam na trajetória de um dos maiores ídolos da história dos EUA: movimento dos direitos civis dos negros, brutalidade policial, racismo estrutural, poder revelando as facetas mais sombrias do ser humano, naturalização do machismo, violência doméstica, banalidade do sistema judiciário, circo midiático, etc.
A imparcialidade, complexidade e multiplicidade de perspectivas e depoimentos são os grandes méritos do documentário do Ezra Edelman, cuja estrutura vai preparando o terreno para o espectador compreender cada faceta do maior julgamento que aquele país vivenciou e o porquê dele ter se transformado em algo muito maior que o caso do O.J. Simpson. Somente dessa forma o espectador sentiria o misto de emoções que essa história tem a proporcionar e se veria encurralado pelas narrativas do filme.
De um lado, impossível não se sentir abalado e empático pela comunidade negra que por décadas foi brutalmente massacrada e teve sua dignidade violada pela polícia racista de Los Angeles. Do outro, chega a ser desconcertante compreender toda essa comunidade clamando pela inocência de um assassino pelo o que ele representava naquele contexto histórico: a possibilidade de se ter um negro inocentado pela primeira vez pelo sistema judiciário americano, após décadas de injustiças e criminalização da população negra. Inevitável, também, não comungar com a frustração dos promotores de acusação, cujos esforços e provas mais que suficientes para uma condenação foram derrotados pela hipocrisia e oportunismo do O.J. Simpson e pelo malabarismo intelectual dos seus milionários advogados de defesa. Mais que palpável a angústia deles ao presenciar um assassino não somente ser inocentado, mas terminar representando uma “grande vitória” por clamor popular. Essencialmente porque esse homem, durante toda sua trajetória de glória, nunca ligou um puto para o movimento negro, pois os espaços de privilégio que adquiriu e o carisma meticulosamente calculado pelo qual ele era famoso transcendiam sua raça.
Ao fim do documentário, quando ocorre a eventual condenação do Simpson por um crime patético que ele viria a cometer mais de 13 anos após o duplo assassinato que arruinou a vida de várias pessoas, eu ainda me perguntava: o quão maluco é você perdoar e idolatrar um ser humano que agredia física e psicologicamente a mulher por vários anos e que não sabendo lidar com sua rejeição, a mata brutalmente a facadas, deixando seu corpo ensanguentado e exposto no chão enquanto os filhos dormiam no andar de cima? Quanto ressentimento e mágoa acumulados por anos de injustiça social são necessários para absolver alguém de crime tão bárbaro? O documentário, sabiamente, não nos dá as respostas de prontidão, mas nos estimula a refletir e nos questionar com muito mais responsabilidade e consciência histórica.
Acabei de terminar a primeira temporada e estou vendo os episódios da 2ª (e última) o mais lentamente possível porque não quero que acabe nunca. É de uma sofisticação e ao mesmo tempo sobriedade extraordinárias a forma como eles conseguiram costurar subtramas ficcionais aos eventos históricos que abalaram a Roma Antiga, tendo como ápice o tão aguardado assassinato do tirano Júlio César no chão do Senado, precedido de muita conspiração e tensão política. Por ser uma produção caríssima, possui poucas cenas grandiosas, o que é compensado integralmente pelo roteiro inteligente (mostrando a implacável disputa pelo poder e as facetas dos diferentes universos habitados pela elite romana e pela plebe), pela violência gráfica, pela nudez recorrente e pela excelência dos atores que interpretam os detestáveis e ácidos Marco Antônio e Átia dos Júlios e os carismáticos Titus Pullo e Lucius Vorenus.
Certamente serviu como a progenitora de produções futuras como Spartacus, Game of Thrones e até mesmo House of Cards. Pra quem curte História e política, sexo e tragédia, não consigo pensar em nada tão incrível como Rome. Uma série completa, sem dúvidas. Só faltou Dead Can Dance na trilha e um pouco de viadagem.
Não acho Black Mirror genial. É uma série criativa e sabiamente oportunista, digamos, porque nos põe a pensar nessas situações assustadoramente críveis trazidas pela tecnologia, que estão a apenas alguns passos da nossa realidade. Eles atingem em cheio nossas pequenas hipocrisias e contradições, mas essa identificação já é esperada. A dependência sintomática por gadgets cada vez mais atraentes. A busca incansável por aceitação, que muitas vezes vem de pessoas que na verdade nem nos importamos. A perda paulatina de nossas humanidades. As concessões que fazemos pra viver em sociedade. A glamourização do oversharing e do banal.
Mas são reflexões rasas com uma roupagem bonita e high-tech. Ficam jogando essas obviedades na nossa cara, mas quase nunca ultrapassam isso. Talvez a intenção seja só essa mesmo, não oferecer saídas, mas causar overthinking. Talvez tais saídas nem existam.
De toda forma, sou seduzido pelo pessimismo da série. Como eles conseguem criar situações que parecem sedutoras à princípio e que vão se revelando insustentáveis e bizarras com o tempo. Gostei desse primeiro episódio que parece uma mistura bem sucedida de Tim Burton e Spike Jonze e de como a pessoa mais altruísta era aquela que simplesmente não se importava com a opinião alheia. Fui acometido por um ímpeto de deletar minhas redes sociais ou ao menos repensar a forma como lido com elas, mas cá estou rindo dessa grande e fodida ironia.
"And then all light will end and the world will live in darkness. The very air will be pestilence to mankind. And then our brethren, the Night Creatures, will emerge and feed. Such is our power, such is our kingdom, such is my kiss."
"Você está infeliz. Está isolada. Acha que você é a causa desta infelicidade e que não merece afeto, então tem poucos amigos. Recentemente perdeu algo que considera muito importante. Seu amante, sua fé, sua família, ou todos os três. Você se culpa. Isso te deixa neurótica. Você não dorme e nem come nada saudável. Costumava cuidar de sua aparência, mas perdeu o interesse nisso e então evita espelhos. O sol te incomoda e você também o evita, e se culpa por isso, já que não acha saudável e até mesmo imoral, não gostar do sol. Você não é de convenções, ou não estaria aqui. Mas gosta de fingir que é, para que não falem de você. E às vezes você gosta disso e veste-se para chamar atenção. Mas acha tolos os homens que te olham, ou pior, que são atraídos por uma aparência tão óbvia. E é atraída por homens amargos, complicados e impossíveis, garantindo sua infelicidade e isolamento, porque, no final das contas, você é mais feliz sozinha. Mas não é nem mesmo assim, porque não consegue parar de pensar no que perdeu, pelo que também se culpa. E o ciclo continua. A serpente que come a própria cauda."
Precisamos falar sobre o quão sensacional está essa temporada. Se continuar assim, será facilmente a melhor de todas. Decisão acertadíssima do roteiro em dar vida aos dramas mais íntimos das personagens (até dos mais secundários, como o Elijah), em episódios isolados. O ápice da série, ao meu ver, foi atingido nessa sequência incrível de episódios: 3º “Japan”, focando as atenções na solidão/deslocamento da Shoshanna no Japão (que drama palpável e coerente com a personalidade dela!), sendo impossível não associa-la à eterna Charlotte em Lost in Translation; 6º “The Panic in Central Park”: quem diria que um episódio inteiro dedicado à Marnie-e-suas-incertezas seria talvez o melhor episódio de toda a série? Como é bom vê-la tomando decisões maduras. O que foi aquilo? Hands down. A série finalmente atingiu o nível de maturidade que eu tanto esperei dela. Agora é torcer para que o roteiro continue não centralizando suas atenções na Hannah porque quando isso acontece, o salto de qualidade é inevitável.
Esse último episódio de Penny Dreadful oficializou a série como uma das mais incríveis, intensas e sofisticadas da TV na atualidade. Onde mais encontraríamos dois mortos-vivos na Londres vitoriana tendo diálogos tão fodas como esse?
Lilly: Você quer andar pela vila e segurar minha mão. E quando forem cruéis, quer que eu te ame ainda mais. Eu te machuco? Sua criatura patética. Como pôde imaginar que eu iria gostar de você? Esse rosto pertence ao lado desse? O mundo não sorri para nós? Não formamos um belo casal, eu e você? Vamos passear pelo pasto e recitar sua maldita poesia para as malditas vacas? Você é cego. Como todos os outros homens.
John Clare: E você é diferente de todas as outras mulheres.
Lilly: Diga-me como. Lisonjeamos nossos homens com a nossa dor. Curvamo-nos diante deles. Tornamo-nos bonecas para o deleite deles. Perdemos nossa dignidade em espartilhos, no salto alto, na fofoca e na escravidão do casamento! E nossa recompensa por esse serviço? As costas da mão, o rosto virado no travesseiro, a vagina dolorida e ensanguentada enquanto nos forçam em nossas camas a aguentar seus corpos gordos e arfantes! Vocês nos arrastam para os becos, meu rapaz, e se forçam em nossas bocas por dois xelins, quando não estão batendo na gente com a toda força! Quando não estamos com os olhos, a boca, a bunda e a vagina ensanguentados! Nunca mais vou me ajoelhar perante a homem nenhum.
Pinoooooooot Noirrrrrrrrrr Caviar Myanmar Mid sized car You don’t have to be popular Find out who your true friends are Pinoooooooot Noirrrrrrrrrr In the boudoir (in the boudoir) (it went to voicemail, call it again) Pinot noir Smoke a cigar Revenge can be spectacular Pinot noir Leather bar Oh so close and yet so far Pinot noir You’re a star Listen to Tom Berenger Pinot noir Roseanne Barr Pinoooooooot Noirrrrrrrrrr Au revoir
Não sei o que é pior: Looking ser o Põe na Roda das séries ou essas donas de casa dos anos 60 que comentam aqui na página porque não podem ver drogas ou putaria e já vêm falar de estereótipo. A série é eye candy: tem homem gostoso pros gays shiparem, tem estilo de vida cosmopolita pros gays invejarem, tem aquela amapô alto astral que todo mundo quer ter como melhor amiga e tem draminhas ordinários/não aprofundados (crise dos vinte-e-poucos, crise de meia-idade, falta de senso de propósito e de pertencimento) pros gays se identificarem e se sentirem um pouco melhor diante das incertezas da vida. Tirando o fato de que nenhum deles lida com problemas de aceitação: nothing new to the table.
A questão é que sem a acidez de Girls ou o humor ágil de Broad City, o formato de 20 minutos que supostamente deveria dar uma vibe dinâmica pra série continua deixando a coisa toda muito superficial e esquecível (irritante, até). Como isso não vai mudar, não vejo potencial de crescimento. Então, basicamente, só tô aqui pelas orelhas do Russell Tovey e pra detestar as maçãs do rosto rosadas do Jonathan Groff.
Ilana tentando fazer um ménage com a Abbi no consultório odontológico e ela evitando se arrastando pelo chão;
A corretora de imóveis histérica gritando no apartamento ensanguentado: “Help! Please call the police! They tied me up! I think they're Filipino! They took my baby!”;
O que é a Meredith no Casual Friday? A cara que ela faz quando pergunta "What's wrong with my outfit?" é tudo nessa vida: www.youtube.com/watch?v=lFIZrWYl-do
King's Landing não será mais a mesma sem o personagem mais vil, perverso, tirano e bem vestido da tevê americana. As constantes e temíveis doses de humilhação conferidas pelo reizinho dos Sete Reinos de Westeros vão, sem dúvidas, fazer falta na série. Só resta ovacionar o Jack Gleeson, que se superou a cada temporada em sua deliciosa malevolência, e parabenizar o George R.R. Martin, por tê-lo concedido uma morte digna de pena (que poderia, sim, ter sido mais cruel): envenenado perante todos, na própria festa de casamento. Obrigado também Sigur Rós, pela versão mais sombria e petrificante de As Chuvas de Castamere.
É edificante sobreviver aos spoilers e ser pego de surpresa pelas reviravoltas da série.
Sétimo episódio e a sensação é de que estou vendo a série apenas por obrigação. O grande problema, além da imaturidade dos personagens e do formato de 30 minutos que não combina muito (já que não é uma série de comédia), é que tudo é muito comum. A série é um recorte da vida desses caras, sobre o amadurecimento pessoal/profissional deles, mas, apesar disso, não há nada marcante, nenhuma reviravolta, nada profundo, nem sequer engraçado. São homens adultos e independentes (o Dom já é um sugar daddy...), mas os dilemas vividos por eles são tão pueris que soam incoerentes. Ainda está sendo legal de assistir porque você se identifica com muitas situações que são rotineiras e por conta das tensõezinhas sexuais que rolam (principalmente as que envolvem o gostoso do Russell Tovey), mas não passa disso.
Patrick: de geek/fofo/desengonçado para imaturo/leite-com-pera/chato bagarai.
Feud: Bette and Joan (1ª Temporada)
4.6 283 Assista Agora"Welcome to the house that fear built."
Já quero outro episódio inteiro só com a Judy Davis sugando toda a energia ao redor.
O.J.: Made in America
4.7 122"I'm not black, I'm O.J."
Dos grandes favoritos na corrida pelo Oscar de melhor documentário esse ano, O.J.: Made in America é uma jornada épica pelo lado obscuro do Sonho Americano, um estudo microscópico de 7 horas e meia sobre meio século de tensões raciais e de classe nos Estados Unidos sob a lente da ascensão e queda de O.J. Simpson: de herói nacional a assassino de Nicole Brown (sua esposa) e Ronald Goldman. Com um tremendo potencial transformador e um dinamismo e edição inegavelmente brilhantes, o documentário é uma verdadeira aula sobre temas que se conectavam e se convergiam na trajetória de um dos maiores ídolos da história dos EUA: movimento dos direitos civis dos negros, brutalidade policial, racismo estrutural, poder revelando as facetas mais sombrias do ser humano, naturalização do machismo, violência doméstica, banalidade do sistema judiciário, circo midiático, etc.
A imparcialidade, complexidade e multiplicidade de perspectivas e depoimentos são os grandes méritos do documentário do Ezra Edelman, cuja estrutura vai preparando o terreno para o espectador compreender cada faceta do maior julgamento que aquele país vivenciou e o porquê dele ter se transformado em algo muito maior que o caso do O.J. Simpson. Somente dessa forma o espectador sentiria o misto de emoções que essa história tem a proporcionar e se veria encurralado pelas narrativas do filme.
De um lado, impossível não se sentir abalado e empático pela comunidade negra que por décadas foi brutalmente massacrada e teve sua dignidade violada pela polícia racista de Los Angeles. Do outro, chega a ser desconcertante compreender toda essa comunidade clamando pela inocência de um assassino pelo o que ele representava naquele contexto histórico: a possibilidade de se ter um negro inocentado pela primeira vez pelo sistema judiciário americano, após décadas de injustiças e criminalização da população negra. Inevitável, também, não comungar com a frustração dos promotores de acusação, cujos esforços e provas mais que suficientes para uma condenação foram derrotados pela hipocrisia e oportunismo do O.J. Simpson e pelo malabarismo intelectual dos seus milionários advogados de defesa. Mais que palpável a angústia deles ao presenciar um assassino não somente ser inocentado, mas terminar representando uma “grande vitória” por clamor popular. Essencialmente porque esse homem, durante toda sua trajetória de glória, nunca ligou um puto para o movimento negro, pois os espaços de privilégio que adquiriu e o carisma meticulosamente calculado pelo qual ele era famoso transcendiam sua raça.
Ao fim do documentário, quando ocorre a eventual condenação do Simpson por um crime patético que ele viria a cometer mais de 13 anos após o duplo assassinato que arruinou a vida de várias pessoas, eu ainda me perguntava: o quão maluco é você perdoar e idolatrar um ser humano que agredia física e psicologicamente a mulher por vários anos e que não sabendo lidar com sua rejeição, a mata brutalmente a facadas, deixando seu corpo ensanguentado e exposto no chão enquanto os filhos dormiam no andar de cima? Quanto ressentimento e mágoa acumulados por anos de injustiça social são necessários para absolver alguém de crime tão bárbaro? O documentário, sabiamente, não nos dá as respostas de prontidão, mas nos estimula a refletir e nos questionar com muito mais responsabilidade e consciência histórica.
Roma (1ª Temporada)
4.5 147 Assista AgoraAcabei de terminar a primeira temporada e estou vendo os episódios da 2ª (e última) o mais lentamente possível porque não quero que acabe nunca. É de uma sofisticação e ao mesmo tempo sobriedade extraordinárias a forma como eles conseguiram costurar subtramas ficcionais aos eventos históricos que abalaram a Roma Antiga, tendo como ápice o tão aguardado assassinato do tirano Júlio César no chão do Senado, precedido de muita conspiração e tensão política. Por ser uma produção caríssima, possui poucas cenas grandiosas, o que é compensado integralmente pelo roteiro inteligente (mostrando a implacável disputa pelo poder e as facetas dos diferentes universos habitados pela elite romana e pela plebe), pela violência gráfica, pela nudez recorrente e pela excelência dos atores que interpretam os detestáveis e ácidos Marco Antônio e Átia dos Júlios e os carismáticos Titus Pullo e Lucius Vorenus.
Certamente serviu como a progenitora de produções futuras como Spartacus, Game of Thrones e até mesmo House of Cards. Pra quem curte História e política, sexo e tragédia, não consigo pensar em nada tão incrível como Rome. Uma série completa, sem dúvidas. Só faltou Dead Can Dance na trilha e um pouco de viadagem.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraNão acho Black Mirror genial. É uma série criativa e sabiamente oportunista, digamos, porque nos põe a pensar nessas situações assustadoramente críveis trazidas pela tecnologia, que estão a apenas alguns passos da nossa realidade. Eles atingem em cheio nossas pequenas hipocrisias e contradições, mas essa identificação já é esperada. A dependência sintomática por gadgets cada vez mais atraentes. A busca incansável por aceitação, que muitas vezes vem de pessoas que na verdade nem nos importamos. A perda paulatina de nossas humanidades. As concessões que fazemos pra viver em sociedade. A glamourização do oversharing e do banal.
Mas são reflexões rasas com uma roupagem bonita e high-tech. Ficam jogando essas obviedades na nossa cara, mas quase nunca ultrapassam isso. Talvez a intenção seja só essa mesmo, não oferecer saídas, mas causar overthinking. Talvez tais saídas nem existam.
De toda forma, sou seduzido pelo pessimismo da série. Como eles conseguem criar situações que parecem sedutoras à princípio e que vão se revelando insustentáveis e bizarras com o tempo. Gostei desse primeiro episódio que parece uma mistura bem sucedida de Tim Burton e Spike Jonze e de como a pessoa mais altruísta era aquela que simplesmente não se importava com a opinião alheia. Fui acometido por um ímpeto de deletar minhas redes sociais ou ao menos repensar a forma como lido com elas, mas cá estou rindo dessa grande e fodida ironia.
Grace and Frankie (2ª Temporada)
4.4 151"I can't lube a vagina with one hand and smack an orangutan with the other!" Frankie ♥
Game of Thrones (6ª Temporada)
4.6 1,6Kstay with me loras </3
Penny Dreadful (3ª Temporada)
4.2 646 Assista Agora"And then all light will end and the world will live in darkness. The very air will be pestilence to mankind. And then our brethren, the Night Creatures, will emerge and feed. Such is our power, such is our kingdom, such is my kiss."
Downton Abbey (1ª Temporada)
4.6 371 Assista Agora"First electricity, now telephones. Sometimes I feel as if I were living in an H.G. Wells novel."
Penny Dreadful (3ª Temporada)
4.2 646 Assista Agora"Você está infeliz. Está isolada. Acha que você é a causa desta infelicidade e que não merece afeto, então tem poucos amigos. Recentemente perdeu algo que considera muito importante. Seu amante, sua fé, sua família, ou todos os três. Você se culpa. Isso te deixa neurótica. Você não dorme e nem come nada saudável. Costumava cuidar de sua aparência, mas perdeu o interesse nisso e então evita espelhos. O sol te incomoda e você também o evita, e se culpa por isso, já que não acha saudável e até mesmo imoral, não gostar do sol. Você não é de convenções, ou não estaria aqui. Mas gosta de fingir que é, para que não falem de você. E às vezes você gosta disso e veste-se para chamar atenção. Mas acha tolos os homens que te olham, ou pior, que são atraídos por uma aparência tão óbvia. E é atraída por homens amargos, complicados e impossíveis, garantindo sua infelicidade e isolamento, porque, no final das contas, você é mais feliz sozinha. Mas não é nem mesmo assim, porque não consegue parar de pensar no que perdeu, pelo que também se culpa. E o ciclo continua. A serpente que come a própria cauda."
Fargo (2ª Temporada)
4.4 337Dodd: I need to pee.
Ed: It's too risky.
Dodd: I'm gonna pee in my pant... I have rights!
Peggie: Yeah, it's the GENEVA CONVENTION!
Broad City (3ª Temporada)
4.4 31this dog is sexually harassing me
Girls (5ª Temporada)
4.3 144 Assista AgoraPrecisamos falar sobre o quão sensacional está essa temporada. Se continuar assim, será facilmente a melhor de todas. Decisão acertadíssima do roteiro em dar vida aos dramas mais íntimos das personagens (até dos mais secundários, como o Elijah), em episódios isolados. O ápice da série, ao meu ver, foi atingido nessa sequência incrível de episódios: 3º “Japan”, focando as atenções na solidão/deslocamento da Shoshanna no Japão (que drama palpável e coerente com a personalidade dela!), sendo impossível não associa-la à eterna Charlotte em Lost in Translation; 6º “The Panic in Central Park”: quem diria que um episódio inteiro dedicado à Marnie-e-suas-incertezas seria talvez o melhor episódio de toda a série? Como é bom vê-la tomando decisões maduras. O que foi aquilo? Hands down. A série finalmente atingiu o nível de maturidade que eu tanto esperei dela. Agora é torcer para que o roteiro continue não centralizando suas atenções na Hannah porque quando isso acontece, o salto de qualidade é inevitável.
Grace and Frankie (1ª Temporada)
4.3 299 Assista Agora"I gained another pound today. But I think it's a pound of knowledge."
Frankie, my spirit animal, como não te amar? como aguentar um ano de espera?
Penny Dreadful (2ª Temporada)
4.5 620 Assista AgoraEsse último episódio de Penny Dreadful oficializou a série como uma das mais incríveis, intensas e sofisticadas da TV na atualidade. Onde mais encontraríamos dois mortos-vivos na Londres vitoriana tendo diálogos tão fodas como esse?
Lilly: Você quer andar pela vila e segurar minha mão. E quando forem cruéis, quer que eu te ame ainda mais. Eu te machuco? Sua criatura patética. Como pôde imaginar que eu iria gostar de você? Esse rosto pertence ao lado desse? O mundo não sorri para nós? Não formamos um belo casal, eu e você? Vamos passear pelo pasto e recitar sua maldita poesia para as malditas vacas? Você é cego. Como todos os outros homens.
John Clare: E você é diferente de todas as outras mulheres.
Lilly: Diga-me como. Lisonjeamos nossos homens com a nossa dor. Curvamo-nos diante deles. Tornamo-nos bonecas para o deleite deles. Perdemos nossa dignidade em espartilhos, no salto alto, na fofoca e na escravidão do casamento! E nossa recompensa por esse serviço? As costas da mão, o rosto virado no travesseiro, a vagina dolorida e ensanguentada enquanto nos forçam em nossas camas a aguentar seus corpos gordos e arfantes! Vocês nos arrastam para os becos, meu rapaz, e se forçam em nossas bocas por dois xelins, quando não estão batendo na gente com a toda força! Quando não estamos com os olhos, a boca, a bunda e a vagina ensanguentados! Nunca mais vou me ajoelhar perante a homem nenhum.
VRÁÁÁÁÁÁAÁ
Unbreakable Kimmy Schmidt (1ª Temporada)
3.9 419 Assista AgoraPinoooooooot Noirrrrrrrrrr
Caviar
Myanmar
Mid sized car
You don’t have to be popular
Find out who your true friends are
Pinoooooooot Noirrrrrrrrrr
In the boudoir (in the boudoir) (it went to voicemail, call it again)
Pinot noir
Smoke a cigar
Revenge can be spectacular
Pinot noir
Leather bar
Oh so close and yet so far
Pinot noir
You’re a star
Listen to Tom Berenger
Pinot noir
Roseanne Barr
Pinoooooooot Noirrrrrrrrrr
Au revoir
Titus fucking Andromedon <3
Looking (2ª Temporada)
4.0 238 Assista AgoraNão sei o que é pior: Looking ser o Põe na Roda das séries ou essas donas de casa dos anos 60 que comentam aqui na página porque não podem ver drogas ou putaria e já vêm falar de estereótipo. A série é eye candy: tem homem gostoso pros gays shiparem, tem estilo de vida cosmopolita pros gays invejarem, tem aquela amapô alto astral que todo mundo quer ter como melhor amiga e tem draminhas ordinários/não aprofundados (crise dos vinte-e-poucos, crise de meia-idade, falta de senso de propósito e de pertencimento) pros gays se identificarem e se sentirem um pouco melhor diante das incertezas da vida. Tirando o fato de que nenhum deles lida com problemas de aceitação: nothing new to the table.
A questão é que sem a acidez de Girls ou o humor ágil de Broad City, o formato de 20 minutos que supostamente deveria dar uma vibe dinâmica pra série continua deixando a coisa toda muito superficial e esquecível (irritante, até). Como isso não vai mudar, não vejo potencial de crescimento. Então, basicamente, só tô aqui pelas orelhas do Russell Tovey e pra detestar as maçãs do rosto rosadas do Jonathan Groff.
Broad City (1ª Temporada)
4.4 63Puta merda, que série sensacional. Assisti toda a temporada numa noite só.
Síncopes de riso pesadas nessas três cenas:
Ilana tentando fazer um ménage com a Abbi no consultório odontológico e ela evitando se arrastando pelo chão;
A corretora de imóveis histérica gritando no apartamento ensanguentado: “Help! Please call the police! They tied me up! I think they're Filipino! They took my baby!”;
Ilana falando pra criança:
“Bitch, you’re 22.”
The Office (5ª Temporada)
4.6 372Essa foi a temporada em que eu mais engasguei de tanto rir.
O que é a Meredith no Casual Friday? A cara que ela faz quando pergunta "What's wrong with my outfit?" é tudo nessa vida: www.youtube.com/watch?v=lFIZrWYl-do
The Office (4ª Temporada)
4.5 232You may ask me out to dinner.
Nothing fancy or foreign.
No bars, no patios, no vegetables.
And no seafood.
<3 Angela <3
True Blood (7ª Temporada)
3.4 485 Assista Agora"And when I arrive at my destination, I am gonna kill Bill."
Orange Is The New Black (2ª Temporada)
4.4 877 Assista Agora"Eu sou a Madre Teresa da siririca" (NICHOLS, Nicky) <3
Game of Thrones (4ª Temporada)
4.6 1,5K Assista AgoraKing's Landing não será mais a mesma sem o personagem mais vil, perverso, tirano e bem vestido da tevê americana. As constantes e temíveis doses de humilhação conferidas pelo reizinho dos Sete Reinos de Westeros vão, sem dúvidas, fazer falta na série. Só resta ovacionar o Jack Gleeson, que se superou a cada temporada em sua deliciosa malevolência, e parabenizar o George R.R. Martin, por tê-lo concedido uma morte digna de pena (que poderia, sim, ter sido mais cruel): envenenado perante todos, na própria festa de casamento. Obrigado também Sigur Rós, pela versão mais sombria e petrificante de As Chuvas de Castamere.
É edificante sobreviver aos spoilers e ser pego de surpresa pelas reviravoltas da série.
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraTô me sentindo órfão do Rust.
Looking (1ª Temporada)
4.0 378 Assista AgoraSétimo episódio e a sensação é de que estou vendo a série apenas por obrigação. O grande problema, além da imaturidade dos personagens e do formato de 30 minutos que não combina muito (já que não é uma série de comédia), é que tudo é muito comum. A série é um recorte da vida desses caras, sobre o amadurecimento pessoal/profissional deles, mas, apesar disso, não há nada marcante, nenhuma reviravolta, nada profundo, nem sequer engraçado. São homens adultos e independentes (o Dom já é um sugar daddy...), mas os dilemas vividos por eles são tão pueris que soam incoerentes. Ainda está sendo legal de assistir porque você se identifica com muitas situações que são rotineiras e por conta das tensõezinhas sexuais que rolam (principalmente as que envolvem o gostoso do Russell Tovey), mas não passa disso.
Patrick: de geek/fofo/desengonçado para imaturo/leite-com-pera/chato bagarai.