Gente, musical não é ''gênero'' e sim forma como animação, documentário e etc.... então, um filme pode sim ser terror\gótico musical, um não elimina outro. Musical pode ser tudo, comédia, drama, fantasia e etc....
Obra prima do cinema moderno que foi injustiçada no Óscar 2009 a não ser indicado a Melhor Filme, mas preferiram indicar O Leitor....ok. Tecnicamente impecável, com maravilhosos efeitos sonoros do mito Ben Burtt - mesmo de Star Wars - que substituem os diálogos, um deleite aos olhos no designer de produção e fotografia, além de uma ótima trilha sonora do Thomas Newman. A narrativa flui como no cinema mudo, através das imagens e de maneira contemplativa mas não fica monótomo graças ao seu protagonista simpático que enche o filme de vivacidade. Wall-e é a prova que um filme pode ser uma obra de Arte e ainda conscientizar as pessoas sem deixar a estética de lado.
Se meu apartamento falasse é dirigido com a elegância de sempre do Billy Wilder, um tipo raro de comédia que não se entrega apenas ao humor e deixa os personagens de lado. Aqui, o Baxter e a Fran são personagens multifacetados, com motivações críveis, e o humor ocorre de maneira natural ao invés de gags que soam forçadas. O roteiro também foge das convenções comuns do gênero e dar um final feliz sem soar agridoce. Ele é também beneficiado pelo carismático e energético Lemmon, e a ótima Shirley MacLaine que cria Fran como uma mulher forte e vulnerável ao mesmo tempo. O filme ainda permanece atual ao mostrar o que acontece diariamente: homens que enganam garotas com promessas de divórcio e que a tratam como objetos descartáveis. Na realidade, os filmes do Wilder geralmente tocam em temas espinhosos da sociedade: Quanto mais quente melhor, a montanha dos setes abutres, crepúsculos deuses, o pecado mora ao lado, farrapo humano... e por isso são atemporais e The Apartment é mais um trabalho memorável dele.
Rocky Horror é um filme exótico, único e que mesmo com seu tom de bizarrice faz uma crítica clara aos padrões de gênero e heteronormatividade. A música inicial de Brad e Janet cantada numa igreja cercada por cemitério e com direito a caixão e coveiros, é uma clara analogia do casamento a morte, repressão. O filme tbm inclui na cena inicial um carro escrito basicamente ''espere até a noite, ela teve seu momento e ele terá o dele'', mostrando como a sociedade atribui o casamento a um momento feminino e a lua de mel a um momento masculino. Ao encontrarem o sinistro Frank, ambos Brad e Janet tem a oportunidade de se libertar dos padrões impostos e expressarem sua sexualidade a vontade. E o fato de Frank e seus amigos serem ''E.Ts'' é uma óbvia analogia como pessoas LGBT+ são tratadas pela sociedade, como e.ts, que estão fora da ''normalidade'' instituída.
É um filme que na superfície é um ''show de bizarrice'', mas na verdade isto serve apenas para mascarar seu real objetivo que é criticar os padrões de gênero e exaltar a liberdade sexual. E se está é uma ideia considerada radical hoje em dia, imagina nos anos 70, é mesmo um filme revolucionário e um musical divertido.
O problema das continuações da Disney para diretamente em vídeo, é que eles não tem o mesmo cuidado para um filme lançado nos cinemas. Assim, dá para perceber que a animação é menos cuidadosamente desenhada, as músicas não grudam como no primeiro filme, e a história simplesmente inverte a obra original: ao invés da filha querer ir para terra, ela quer ir para o mar. Ele é salvo pela relação de Ariel e Melody que é crível e interessante notar como Ariel acabou se transformando no seu pai, super protetora. E os personagens, incluindo a vilã Morgana, são simpáticos o suficiente para nos manter entretidos.
As pessoas tem sérios problemas de interpretação. Dizer que o filme quis passar a imagem dos ''americanos bonzinhos'' é precisar trocar de olhos. O filme todo nos mostra Donovan sendo hostilizado por defender o espião, tendo sua casa apedrejada e recebendo olhares de ódios e questionamentos da população alienada dos EUA. O filme mostra como o sistema de justiça americano é parcial, enquanto finge dá um ''julgamento justo'', coloca o advogado do réu contra parede para não ''atrapalhar'' o julgamento ''justo'' e poderem condenar logo o homem a morte. É um exemplo perfeito da hipocrisia americana, tudo em nome do patriotismo, ''segurança nacional'', sendo que como Donovan nos lembra, tem espiões americanos na Rússia fazendo mesmo. Spielberg é hábil em mostrar a paranoia americana no auge da guerra fria, ao ilustrar o filho de Donovan se preparando para bomba atômica enquanto a escola aliena ainda mais as crianças no medo. É um retrato fiel de uma época de terror, em ambos lados. Spielberg não idolatra nem os americanos e nem os russos, ele constrói uma relação singela entre Donovan e o espião, ao mesmo tempo que mostra de forma crua como a espionagem era. Não como os filmes de espiões do Bond, mas por ser uma história inspirada em fatos reais, vemos como tudo realmente ocorria: na base do diálogo e consenso de ambas as partes. Não á exagero aqui, nem idolatração dos EUA ou da Rússia, Spielberg retrata cruamente como foi este período conturbado, falhando apenas no ritmo irregular.
O que dizer? Espero esse filme a anos e ele não decepciona. A trama flui naturalmente, a direção do Abrams é energética, te jogando junto de maneira irresistível. John Boyega e Oscar Isaac são carismáticos como Finn e Poe, mas quem carrega o filme nas costas é mesmo a Daisy Ridley, atriz fenomenal, impossível não torcer por ela do inicio ao filme. Grande descoberta do J.J. Abrams. Como todos os filmes da saga, tecnicamente é impecável, a direção de arte é maravilhosa. O destaque vai como sempre a trilha do John Williams, que mesmo não sendo marcante como dos outros filmes, ainda consegue mescla temas novos com antigos de maneira sofisticada e nostálgica.
Assim, não dou 5 estrelas porque achei os personagens mal desenvolvidos e a trama imitar demais Uma Nova Esperança: De novo temos um ex-Jedi que caiu pro lado sombrio e que é um Skywalker, de novo temos um Supremo Líder, uma super arma preste a atirar na base da resistência\Aliança Rebelde, em contagem regressiva... impossível escapar da sensação de ''eu já vi isso antes''. Também poderiam ter parado a ação frenética ou aumentado a duração do filme para desenvolver mas a Rey: Do nada ela passa usar seus poderes, sendo que alguns minutos antes ela tinha dito ''não quero ter nada haver com isso''. E minutos depois ela está derrotando um vilão treinado na Força.... é muito inverosímel. Sem falar que o filme não explica nada sobre ela:q ue tipo de pais abandonam uma menina sozinha no planeta? Ela é filha do Luke? Bem, acho que essas perguntas só serão respondidas no episódio VIII, que aguardarei ansiosamente.
Concluindo, é um ótimo filme , se inovassem mais ao invés de tentarem refazer Uma Nova Esperança seria perfeito.
Aproveitei que estava passando no SBT - aliás, com uma dublagem horrível - e fui rever um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Pensei que não iria me emocionar mais, porém a música épica de John Williams, transformação de Anakin em Vader, o duelo final, a destruição dos Jedi e uma nova esperança surgindo com Luke e Léia continuam fazendo-me arrepiar como sempre.
Galera adora falar mal de Ameaça Fantasma mas esquece que na trilogia original tivemos o Retorno de Jedi, que é falho em diversos aspectos por causa do interesse mercadológico de Lucas: Era para Han Solo morrer, a frota rebelde ficar despedaçada, Luke iria terminar o filme machucado andando em direção ao sol como um herói de faroeste, ao invés desse final épico, George Lucas estava preocupado que um filme dramático iria diminuir a venda dos brinquedos assim temos ursinhos de pelúcia - ewoks - destruindo a ''melhor legião do Império'', Han Solo é transformado em pateta com um Harrison Ford no piloto automático, Carrie Fisher é jogada em segundo plano: Diferente da líder dos filmes anteriores, Léia é primeiro colocada num biquíni de metal apenas pra objetificar a personagem e ganhar dinheiro em cima disso, em seguida ela é revelada como irmã do Luke, filha do Vader, e não a desenvolvimento disso: Vader a torturou a bordo da Estrela da Morde, como ela se sentiu ao saber que é filha dele? nunca saberemos. Sem falar que Harrison Ford e Carrie Fisher perderam completamente a química do filme anterior e o romance dos dois soa sem paixão nenhuma, como um casal de velhos. Pra completar os lados negativos, a direção do Richard Marquand é muito fraca, e isso fica evidente na batalha espacial que é uma confusão de cortes apressados impossibilitando a gente saber o que está acontecendo, até hoje tento entender como a pequena frota rebelde venceu o Império.
Mas nem tudo é ruim, quando Luke acena pra R2D2 e ele lança o sabre de luz começando a tocar a trilha sonora de John Williams você lembra porque Star Wars permanece a gerações encantando público de todas as idades, é uma cena muito eletrizante e serve pra nos mostrar que Luke já é um jedi formado. A perseguição nos speeder em Endor é ótima também e um feito técnico impressionante pra época. Tecnicamente Star Wars nunca decepciona, a direção de arte permanece realista até para os padrões atuais. O figurino acerta em colocar Luke usando uma roupa imperial preta com um robe jedi verde em cima, para mostrar seu conflito entre a luz e as trevas. E é brilhante notar que quando Luke rejeita o lado sombrio, sua roupa abre em cima revelando um fundo branco pra simbolizar que ele sempre foi puro por dentro. O duelo entre ele e Vader é emocionante apesar dos diálogos ruins e ver Darth Vader se redimindo e cumprindo a profecia do Escolhido é um prazer maior depois de assistir as prequelas. Com um final agridoce para nos dizer que ''está tudo bem no paraíso'' - bem, agora não mais porque temos ep. 7 - O Retorno de Jedi é um filme que cumpre seu papel em ser divertido e concluir a saga, mas ainda soa uma conclusão muito fraca pra uma história épica.
A Ameaça Fantasma é tão cheia de pontos negativos e positivos que eles acabam se equilibrando como em Ataque dos Clones e O Retorno de Jedi. Vamos primeiro ao lado negativo: * Personagens mal desenvolvidos. Liam Neeson é simpático como Qui-Gon Jinn mas por não ter personalidade desenvolvida não lamentamos seu destino. Obi-Wan é jogado a segundo plano e Darth Maul tinha potencial pra ser um grande vilão mas aparece pouco para causar algum temor. Num universo de personagens unidimensionais é a mãe do Anakin que a mais realista da trama. * Trama com furos: Ok, sabemos que Palpatine\Sidious usa a invasão a Naboo para se tornar Chanceler, mas porque pra se tornar chanceler ele precisa invadir Naboo? a meios mais sutis que isso. Nunca fica claro o propósito da invasão nem por parte de Sidious ou da Federação de Comércio, algo que até e dito por Qui-Gon: ''não a lógica nessa invasão da federação'', não tem mesmo.
Lados positivo: A direção de arte capricha em nos mostrar como era a galáctica na época da república: desde a riqueza, charme e cultura de Naboo para os prédios de Coruscant, á um contraste gritante com o período cinza do Império. Podemos ver Anakin Skywalker antes de ser um Jedi ou Lord Sith, apenas uma criança que transborda inocência entrando em contraste com o que ele vai se tornar mais tarde. A sequência final amarra quatro acontecimentos: batalha terrestre, estelar, duelo e invasão ao palácio, sem nos fazer se perder entre elas, e muito bem dirigida por Lucas. A trilha sonora do John Williams é a melhor das prequelas, bastante épica e tbm em contraste com a trilha sonora original, Williams nunca usa ao longo do filme o tema principal - apenas na abertura e títulos finais - corretamente prefere desenvolver novos temas para esse outro período.
Não é ruim como dizem, um roteiro mais coeso e melhor desenvolvimento dos personagens tornariam Ameaça Fantasma um grande filme.
Uma comédia romântica que seria mais do mesmo se o casal principal fosse hétero, mas como é um romance entre mulheres, ele soa diferente. Basicamente é as mesmas fórmulas de comédias românticas - amor a primeira vista, triangulo amoroso - aplicadas a um casal gay, e por isso consegue rejuvenescer tropos tão desgastados. O filme tem momentos engraçados e doces funcionando como um passatempo divertido, não oferece grandes questões ou conflitos mas te deixa com um sorriso no rosto quando acaba.
Com o sucesso arrasador de A Pequena Sereia, A Bela e a Fera e Aladdin, os outros estúdios de animação resolveram encarnar a fórmula Disney de cantoria e contos de fadas. A Princesa Encantada é um desses, tem personagens simpáticos e a história flui de maneira divertida, mas é bastante previsível por utilizar uma fórmula tão saturada que a própria Disney estava reformulando nos anos 90. As canções não são memoráveis com exceção do love theme que é lindo, e a animação, para quem está acostumado com o 2D rico em detalhes da Disney e Dreamworks é muito simplista. Assim, A Princesa Encantada parece muito uma versão ''Made in China'' dos clássicos Disney.
Uma animação divertida e triste ao mesmo tempo, Lilo e Stitch consegue emocionar sem apelar para momentos de grande drama, uma história singela que te faz rir e chorar.
Planeta do tesouro tem um visual impressionante e algumas empolgantes sequências de ação, mas carece de ritmo e personagens marcantes: falta profundidade e emoção na trama, se tivesse um roteiro melhor seria outro Clássico Disney.
Um dos filmes mais maduros da Disney, os colegas abaixo já disseram tudo que penso: A trilha sonora do Alan Menken é maravilhosa, épica e arrebatadora, que peca apenas nas canções de comédia como a das gárgulas que ficam deslocadas das outras canções, mas isso não é culpa do Alan, mas sim dos roteiristas que tentam deixa o filme ''mais infantil'' com as gárgulas. Não funciona e elas ficam deslocadas da história densa. O filme aborda temas que convivemos diariamente: preconceito, exclusão, intolerância religiosa, radicalismo... E mesmo que pareça ''pesado'' para um filme que o público principal são as crianças, eu acredito que elas e pessoas de todas as idades podem se identificar com o tema do filme porque é universal. Os momentos sombrios são os mais fortes emocionalmente: A abertura é uma obra prima da animação, a música que embala a sequência é de arrepiar e é o melhor momento do filme pra mim. A canção de Quasimundo, Heaven's Light\luzes celestial, seguida pela canção de Frollo, Hellfire\Fogo do Inferno faz um contraponto perfeito nas letras de como ambos veem o amor que sentem por Esmeralda. Frollo nesse momento exibe toda sua luxúria, sexualidade reprimida e radicalismo religioso no momento mais sinistro de uma animação da Disney desde que Satanás evocou os demônios em Fantasia (1940). Assim, Frollo é o personagem mais bem desenvolvido do filme: Nem Quasimundo, Esmeralda ou Phoebus são tão enigmáticos como o vilão. Porém são simpáticos o suficiente para nós torcermos por eles até o fim.
Para fechar com chave de ouro, Corcunda é lindamente animado, as cores são vivas e os artistas exploram com perfeição a arquitetura de Notre Dame. Assim as falhas do filme está nas tentativas de comédia e de ter um final que soa apressado, desajeitado, amarrado apenas para a história ter um final feliz.
Como uma fangirl de Star Wars, já revi esse filme algumas vezes e até hoje não entendo como Padmé se apaixonou por Anakin. George Lucas, desde o primeiro Star Wars (1977) mostra que não sabe escrever diálogos e essa falha e mais perceptível neste filme e em A Vingança dos Sith. O que dizer de Anakin terminando todas as frases a Obi-Wan com Mestre? O romance entre Anakin e Padmé é forçado, recheado de diálogos toscos, sem paixão real. Porque ela, mais velha e madura se apaixonaria por um garoto que só agiu de maneira infantil perto dela, nunca saberemos. No fim do filme, Padmé simplesmente diz que ama Anakin ´´acima de tudo´´ (WTF?) em que momento esse amor nasceu? Lucas não sabe desenvolver um romance, o amor dos dois soa como uma obrigação da trama do que natural. No fim, ela ama Anakin e se CASA com ele, porque Lucas precisa disso para A Vingança dos Sith ocorrer, não porque a personagem desenvolveu essas questões em algum momento de Ataque dos Clones.
Porém, quando você tira os diálogos e romance mal desenvolvido, Ataque dos Clones tem seu valor. Ewan McGregor está mais confortável como Obi-Wan e tem as melhores cenas do filme: A visita a Camino, a luta com Jango Fett e sua briga no espaço, são os pontos altos do longa, carregadas de mistério e tensão. A perseguição inicial de Obi-Wan e Anakin á caçadora de recompensas é eletrizante, assim como a batalha final e o duelo entre Conde Dookan e Yoda, que mostra porque ele é o Grão-Mestre Jedi. As cenas políticas também são muito boas e mostra a manipulação de Palpatine e a cegueira do conselho jedi. De fato, deveria haver mais cenas dessas na trilogia porque e nela que vemos a formação do Império.
Hayden acerta em mostra que Anakin é um jovem complexo e não mais aquele menino fofo do filme anterior, mas é um ator limitado que não sabe demostrar emoção e falha nas cenas de ira do Anakin. O que dizer daquela cena em que ele conta a Padmé que matou o povo da areia, cena importantíssima porque é o primeiro sinal de Darth Vader em Anakin, e tudo que Hayden consegue é soar como um garoto mimado.
Ataque dos Clones não é um filme ruim, mas é aquele meio-termo que você sempre ver e pensa que podia ter sido muito melhor e deixa um gosto de insatisfação no fim.
O problema de adaptar mitos bíblicos e que o público já os conhece e tem uma visão formada sobre ele: A maioria cristã, acredita que tudo na Bíblia aconteceu mesmo, e vê suas palavras como sagradas e vão odiar este filme por modifica-la. A minoria que não e religiosa é a mais propensa a aceitar Noah. Aronofsky é um diretor sombrio que gosta de mostrar a decadência humana, como em Cisne Negro e Réquiem para o Sonho. Eu diria que neste ponto ele teve mais exito nos antecessores do que em Noé: vendido como um épico bíblico, é na verdade uma distopia e drama psicológico como os demais filmes do Darren.
Com personagens usando jaquetas, calças, armas, ferro (???) numa história q supostamente deve se passar a milhares de anos atrás (???), todo o design de produção evoca um cenário pós-apocalíptico, um mundo que se encaixa mais em Mad Max que na Bíblia. Mesmo soando fora-de-época, o design de produção consegue manter a atmosfera de distopia, a bela fotografia com cores saturadas e sombrias mantém esse clima de mundo perdido. Com Gigantes que parecem Ents e um Anthony Hopkins que parece um Mago de Senhor dos Anéis, o mundo de Noé parece uma versão Dark da Terra Média;
Como em Cisne Negro e Réquiem, o protagonista Noé está em decadência: Interpretado pelo sempre ótimo Russel Crowe, ele começa o filme como um homem equilibrado, justo e amoroso com a família, Noé vai indo ladeira baixo assim que recebe a missão do Criador: Começa a ficar perturbado, frio e distante. Essa humanização do Noé trás um abordagem mais realista da história. Como alguém que é esperado pra ´´salvar´´ a espécie humana, enquanto deixa milhares de inocentes morrer no processo pode ficar equilibrado?
Embora a crise de Noé seja intrigante e o visual grandioso, Darren falha no carisma do seu protagonista e no sentido da história: Com um Noé antipático e perturbado q ameaça bebês, fica difícil acreditar que ele era o ´´único justo´´ e sua família era a ´´única que merecia ser salvar´´. Darren parece querer mostrar que Noé e sua família não eram especiais o que torna toda a destruição de Deus mais sem sentido do que já é na Bíblia. Talvez seja porque a própria Bíblia relate que Noé virou alcoólatra, e q de fato, nem ele, nem Abraão - que entrega sua esposa ao Rei - nem Ló - que entregou as filhas para serem estupradas - eram diferentes dos homens de seu tempo. Realmente, e muito difícil fazer um filme com sentido baseando-se numa história que já e problemática sozinha.
Apenas complementando o que os colegas abaixam disseram: Um excelente drama que não precisa apelar para cenas de grande choro ou revelações para tocar o coração: Graças a direção objetiva de Arthur Penn - que na sequência do jantar ensina muitos diretores como manter a tensão sem necessidade diálogo - o filme é envolvente, intenso e emocionante. Esse último graças as atuações fenomenais de Anne Bancroft e Patty Duke, está com apenas 16 anos na época das gravações, dá um show de brilhantismo, maravilhoso.
Sombrio e macabro ao extremo - não dá maneira exagerada dos terror trash de hoje em dia que soam ridículos e ofensivos, mais gótica e intensa - Coppola reconta a história ironicamente, não do Drácula de Bram Stoker, mas um Drácula que ainda é um vilão temível e sanguinário, mas com um amor perdido que dá um toque de tragédia a história. A grande maioria dos filmes de Drácula que temos e puro terror trash, com exceção dos clássicos do cinema mudo. Desta maneira, essa versão e muito bem vinda, aqui Coppola cria perigo, somada a um visual impressionante, com ótimas atuações de Hopkins, Waits e Oldman. O mesmo infelizmente, não pode ser dito do sempre inexpressivo Keanu Reeves, que não conseguiu demonstrar o medo de Jonathan em momento algum.
No entanto, o filme falha na emoção da narrativa: mesmo com um visual que encha os olhos, Coppola não consegue oferecer sustos, romance ou drama, que consiga dar a sensação de ''satisfação'' para o público. Não oferece reflexões para a mente e nem carga emocional para o coração, talvez pq o visual selvagem nos anestesie e assistimos o filme sem nos conectar a ele. O filme acaba, mas ainda fica a sensação de ''vazio'' que faltou algo mais, e o que faltou foi emoção.
Pelo que vi do libreto, a peça Orfeu da Conceição é mil vezes melhor que sua adaptação superficial ao cinema, que pega apenas os pontos principais da trama. A intenção da peça e recriar o mito grego de Orfeu nas favelas do Rio, enquanto o filme apenas se foca na festanças do Carnaval do que no desenvolvimento do amor de Orfeu e Euridice, que é a base do mito. Os lados positivos desse clássico, é seu retrato do antigo carnaval do Rio e umbanda, a trilha sonora maravilhosa dos mestres Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Luiz Bonfã e Antonio Maria (como esquecer Manhã de Carnaval?). Além de ter uma alegria e otimismo contagiante. Infelizmente, os personagens são mal desenvolvidos, os diálogos soam artificiais ao invés de naturais. Ele deixa furos - porque a Morte queria matar Eurídice? - e os personagens são tão unidimensionais e poucos plausíveis, que não nos conectamos com eles e o final é inverossímil. Vale mais por conhecimento histórico do quer por ser um grande filme.
O Fantasma da Ópera e o maior musical teatral de todos os tempos, sendo você fã ou não. Infelizmente, a versão para os cinemas falha em muitos aspectos e não faz jus a obra-prima musical de Andrew Llyod Webber. A começar, Gerard Butler não sabe cantar. O Fantasma é suposto ter uma voz poderosa e angelical ao mesmo tempo, não é sua aparência que conquista Christine, mas sua voz. Porém, Butler soa amador, mal treinado e você se pergunta porque Christine seguiria aquela voz fraca. De fato, o maior problema dessa produção foi escolher Joel S., um diretor sempre excêntrico. A história do Fantasma é sobre um homem deformado, horrível, que treina e encanta a jovem soprano Christine. O Fantasma não deve ser bonito, e andar por ai com a camisa aberta. Joel com Butler, cria o Fantasma como um homem sedutor, ao invés de assustador e horrível, nós temos uma deformação que mais parece queimadura de sol, o que tira toda a essência da história. Afinal, se o Fantasma não é monstruoso, porque Christine teria medo dele? A parte dessa escolha do Joel de fazer o Fantasma galã, todo perigo e tensão da história some, a música de Webber é grandiosa, gótica e evoca perigo, mas não se conecta com as imagens do filme, pq Joel faz o oposto: Ao invés de uma história gótica, cria um romance juvenil: o homem sedutor, no meio a donzela e do outro lado o bom moço. De fato, The Music of the Night, a canção do Fantasma, que é suposta ser sombria, e como AS LETRAS dizem, serem cantada na escuridão, na noite, o visual do covil do Fantasma, embora lindo, é tão claro, cheio de luz que as letras não fazem sentido: ''Abandone a luz'', ele diz pra Christine, enquanto canta numa caverna tão clara que cega os olhos; Joel....
Outra prova que a escolha de Joel pra direção foi errônea, é que além da falta de perigo e mistério na história, Joel adora sensualizar tudo, nós vimos muito bem seus figurinos horríveis em Batman v.s Robin. Além de sensualizar o Fantasma, ele também sensualiza Christine, uma menina de apenas 17 anos, que é suposta ser angelical, aqui é quase transformada numa bitch que está ''ferindo o coração do Fantasma''. Toda a direção do Joel ignora o fato que o Fantasma estava enganando ela desde a infância, é em torno de 20 anos mais velho do quer ela e assassinou duas pessoas no processo. Emmy Rossum, pobrezinha, tem uma voz linda e tenta mostrar a confusão, medo de Christine, mas é boicotada pela própria direção que quer contar uma história diferente do musical.
Tim Burton, mestre de filmes góticos, seria um diretor mais adequado. Infelizmente, no lugar do ótimo musical de Webber, nós temos um filme com um visual impressionante, mais que derrapa na condução de sua trama e é salvo pelas canções eternas e maravilhosas de Andrew Llyod Webber.
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
3.9 2,2K Assista AgoraGente, musical não é ''gênero'' e sim forma como animação, documentário e etc.... então, um filme pode sim ser terror\gótico musical, um não elimina outro. Musical pode ser tudo, comédia, drama, fantasia e etc....
WALL·E
4.3 2,8K Assista AgoraObra prima do cinema moderno que foi injustiçada no Óscar 2009 a não ser indicado a Melhor Filme, mas preferiram indicar O Leitor....ok. Tecnicamente impecável, com maravilhosos efeitos sonoros do mito Ben Burtt - mesmo de Star Wars - que substituem os diálogos, um deleite aos olhos no designer de produção e fotografia, além de uma ótima trilha sonora do Thomas Newman. A narrativa flui como no cinema mudo, através das imagens e de maneira contemplativa mas não fica monótomo graças ao seu protagonista simpático que enche o filme de vivacidade. Wall-e é a prova que um filme pode ser uma obra de Arte e ainda conscientizar as pessoas sem deixar a estética de lado.
Se Meu Apartamento Falasse
4.3 422 Assista AgoraSe meu apartamento falasse é dirigido com a elegância de sempre do Billy Wilder, um tipo raro de comédia que não se entrega apenas ao humor e deixa os personagens de lado. Aqui, o Baxter e a Fran são personagens multifacetados, com motivações críveis, e o humor ocorre de maneira natural ao invés de gags que soam forçadas. O roteiro também foge das convenções comuns do gênero e dar um final feliz sem soar agridoce. Ele é também beneficiado pelo carismático e energético Lemmon, e a ótima Shirley MacLaine que cria Fran como uma mulher forte e vulnerável ao mesmo tempo. O filme ainda permanece atual ao mostrar o que acontece diariamente: homens que enganam garotas com promessas de divórcio e que a tratam como objetos descartáveis. Na realidade, os filmes do Wilder geralmente tocam em temas espinhosos da sociedade: Quanto mais quente melhor, a montanha dos setes abutres, crepúsculos deuses, o pecado mora ao lado, farrapo humano... e por isso são atemporais e The Apartment é mais um trabalho memorável dele.
The Rocky Horror Picture Show
4.1 1,3K Assista AgoraRocky Horror é um filme exótico, único e que mesmo com seu tom de bizarrice faz uma crítica clara aos padrões de gênero e heteronormatividade. A música inicial de Brad e Janet cantada numa igreja cercada por cemitério e com direito a caixão e coveiros, é uma clara analogia do casamento a morte, repressão. O filme tbm inclui na cena inicial um carro escrito basicamente ''espere até a noite, ela teve seu momento e ele terá o dele'', mostrando como a sociedade atribui o casamento a um momento feminino e a lua de mel a um momento masculino.
Ao encontrarem o sinistro Frank, ambos Brad e Janet tem a oportunidade de se libertar dos padrões impostos e expressarem sua sexualidade a vontade. E o fato de Frank e seus amigos serem ''E.Ts'' é uma óbvia analogia como pessoas LGBT+ são tratadas pela sociedade, como e.ts, que estão fora da ''normalidade'' instituída.
É um filme que na superfície é um ''show de bizarrice'', mas na verdade isto serve apenas para mascarar seu real objetivo que é criticar os padrões de gênero e exaltar a liberdade sexual. E se está é uma ideia considerada radical hoje em dia, imagina nos anos 70, é mesmo um filme revolucionário e um musical divertido.
A Pequena Sereia II: O Retorno Para o Mar
3.3 149 Assista AgoraO problema das continuações da Disney para diretamente em vídeo, é que eles não tem o mesmo cuidado para um filme lançado nos cinemas. Assim, dá para perceber que a animação é menos cuidadosamente desenhada, as músicas não grudam como no primeiro filme, e a história simplesmente inverte a obra original: ao invés da filha querer ir para terra, ela quer ir para o mar.
Ele é salvo pela relação de Ariel e Melody que é crível e interessante notar como Ariel acabou se transformando no seu pai, super protetora. E os personagens, incluindo a vilã Morgana, são simpáticos o suficiente para nos manter entretidos.
Star Wars, Episódio III: A Vingança dos Sith
4.1 1,1K Assista Agora''Então é assim que a liberdade morre, com um estrondoso aplauso''.
Ponte dos Espiões
3.7 694As pessoas tem sérios problemas de interpretação. Dizer que o filme quis passar a imagem dos ''americanos bonzinhos'' é precisar trocar de olhos. O filme todo nos mostra Donovan sendo hostilizado por defender o espião, tendo sua casa apedrejada e recebendo olhares de ódios e questionamentos da população alienada dos EUA. O filme mostra como o sistema de justiça americano é parcial, enquanto finge dá um ''julgamento justo'', coloca o advogado do réu contra parede para não ''atrapalhar'' o julgamento ''justo'' e poderem condenar logo o homem a morte. É um exemplo perfeito da hipocrisia americana, tudo em nome do patriotismo, ''segurança nacional'', sendo que como Donovan nos lembra, tem espiões americanos na Rússia fazendo mesmo. Spielberg é hábil em mostrar a paranoia americana no auge da guerra fria, ao ilustrar o filho de Donovan se preparando para bomba atômica enquanto a escola aliena ainda mais as crianças no medo. É um retrato fiel de uma época de terror, em ambos lados. Spielberg não idolatra nem os americanos e nem os russos, ele constrói uma relação singela entre Donovan e o espião, ao mesmo tempo que mostra de forma crua como a espionagem era. Não como os filmes de espiões do Bond, mas por ser uma história inspirada em fatos reais, vemos como tudo realmente ocorria: na base do diálogo e consenso de ambas as partes. Não á exagero aqui, nem idolatração dos EUA ou da Rússia, Spielberg retrata cruamente como foi este período conturbado, falhando apenas no ritmo irregular.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraO que dizer? Espero esse filme a anos e ele não decepciona. A trama flui naturalmente, a direção do Abrams é energética, te jogando junto de maneira irresistível. John Boyega e Oscar Isaac são carismáticos como Finn e Poe, mas quem carrega o filme nas costas é mesmo a Daisy Ridley, atriz fenomenal, impossível não torcer por ela do inicio ao filme. Grande descoberta do J.J. Abrams. Como todos os filmes da saga, tecnicamente é impecável, a direção de arte é maravilhosa. O destaque vai como sempre a trilha do John Williams, que mesmo não sendo marcante como dos outros filmes, ainda consegue mescla temas novos com antigos de maneira sofisticada e nostálgica.
Assim, não dou 5 estrelas porque achei os personagens mal desenvolvidos e a trama imitar demais Uma Nova Esperança: De novo temos um ex-Jedi que caiu pro lado sombrio e que é um Skywalker, de novo temos um Supremo Líder, uma super arma preste a atirar na base da resistência\Aliança Rebelde, em contagem regressiva... impossível escapar da sensação de ''eu já vi isso antes''.
Também poderiam ter parado a ação frenética ou aumentado a duração do filme para desenvolver mas a Rey: Do nada ela passa usar seus poderes, sendo que alguns minutos antes ela tinha dito ''não quero ter nada haver com isso''. E minutos depois ela está derrotando um vilão treinado na Força.... é muito inverosímel. Sem falar que o filme não explica nada sobre ela:q ue tipo de pais abandonam uma menina sozinha no planeta? Ela é filha do Luke? Bem, acho que essas perguntas só serão respondidas no episódio VIII, que aguardarei ansiosamente.
Concluindo, é um ótimo filme , se inovassem mais ao invés de tentarem refazer Uma Nova Esperança seria perfeito.
Star Wars, Episódio III: A Vingança dos Sith
4.1 1,1K Assista AgoraAproveitei que estava passando no SBT - aliás, com uma dublagem horrível - e fui rever um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Pensei que não iria me emocionar mais, porém a música épica de John Williams, transformação de Anakin em Vader, o duelo final, a destruição dos Jedi e uma nova esperança surgindo com Luke e Léia continuam fazendo-me arrepiar como sempre.
Star Wars, Episódio VI: O Retorno do Jedi
4.3 915 Assista AgoraGalera adora falar mal de Ameaça Fantasma mas esquece que na trilogia original tivemos o Retorno de Jedi, que é falho em diversos aspectos por causa do interesse mercadológico de Lucas: Era para Han Solo morrer, a frota rebelde ficar despedaçada, Luke iria terminar o filme machucado andando em direção ao sol como um herói de faroeste, ao invés desse final épico, George Lucas estava preocupado que um filme dramático iria diminuir a venda dos brinquedos assim temos ursinhos de pelúcia - ewoks - destruindo a ''melhor legião do Império'', Han Solo é transformado em pateta com um Harrison Ford no piloto automático, Carrie Fisher é jogada em segundo plano: Diferente da líder dos filmes anteriores, Léia é primeiro colocada num biquíni de metal apenas pra objetificar a personagem e ganhar dinheiro em cima disso, em seguida ela é revelada como irmã do Luke, filha do Vader, e não a desenvolvimento disso: Vader a torturou a bordo da Estrela da Morde, como ela se sentiu ao saber que é filha dele? nunca saberemos. Sem falar que Harrison Ford e Carrie Fisher perderam completamente a química do filme anterior e o romance dos dois soa sem paixão nenhuma, como um casal de velhos. Pra completar os lados negativos, a direção do Richard Marquand é muito fraca, e isso fica evidente na batalha espacial que é uma confusão de cortes apressados impossibilitando a gente saber o que está acontecendo, até hoje tento entender como a pequena frota rebelde venceu o Império.
Mas nem tudo é ruim, quando Luke acena pra R2D2 e ele lança o sabre de luz começando a tocar a trilha sonora de John Williams você lembra porque Star Wars permanece a gerações encantando público de todas as idades, é uma cena muito eletrizante e serve pra nos mostrar que Luke já é um jedi formado. A perseguição nos speeder em Endor é ótima também e um feito técnico impressionante pra época. Tecnicamente Star Wars nunca decepciona, a direção de arte permanece realista até para os padrões atuais. O figurino acerta em colocar Luke usando uma roupa imperial preta com um robe jedi verde em cima, para mostrar seu conflito entre a luz e as trevas. E é brilhante notar que quando Luke rejeita o lado sombrio, sua roupa abre em cima revelando um fundo branco pra simbolizar que ele sempre foi puro por dentro. O duelo entre ele e Vader é emocionante apesar dos diálogos ruins e ver Darth Vader se redimindo e cumprindo a profecia do Escolhido é um prazer maior depois de assistir as prequelas. Com um final agridoce para nos dizer que ''está tudo bem no paraíso'' - bem, agora não mais porque temos ep. 7 - O Retorno de Jedi é um filme que cumpre seu papel em ser divertido e concluir a saga, mas ainda soa uma conclusão muito fraca pra uma história épica.
Star Wars, Episódio I: A Ameaça Fantasma
3.6 1,2K Assista AgoraA Ameaça Fantasma é tão cheia de pontos negativos e positivos que eles acabam se equilibrando como em Ataque dos Clones e O Retorno de Jedi. Vamos primeiro ao lado negativo:
* Personagens mal desenvolvidos. Liam Neeson é simpático como Qui-Gon Jinn mas por não ter personalidade desenvolvida não lamentamos seu destino. Obi-Wan é jogado a segundo plano e Darth Maul tinha potencial pra ser um grande vilão mas aparece pouco para causar algum temor. Num universo de personagens unidimensionais é a mãe do Anakin que a mais realista da trama.
* Trama com furos: Ok, sabemos que Palpatine\Sidious usa a invasão a Naboo para se tornar Chanceler, mas porque pra se tornar chanceler ele precisa invadir Naboo? a meios mais sutis que isso. Nunca fica claro o propósito da invasão nem por parte de Sidious ou da Federação de Comércio, algo que até e dito por Qui-Gon: ''não a lógica nessa invasão da federação'', não tem mesmo.
Lados positivo: A direção de arte capricha em nos mostrar como era a galáctica na época da república: desde a riqueza, charme e cultura de Naboo para os prédios de Coruscant, á um contraste gritante com o período cinza do Império. Podemos ver Anakin Skywalker antes de ser um Jedi ou Lord Sith, apenas uma criança que transborda inocência entrando em contraste com o que ele vai se tornar mais tarde. A sequência final amarra quatro acontecimentos: batalha terrestre, estelar, duelo e invasão ao palácio, sem nos fazer se perder entre elas, e muito bem dirigida por Lucas. A trilha sonora do John Williams é a melhor das prequelas, bastante épica e tbm em contraste com a trilha sonora original, Williams nunca usa ao longo do filme o tema principal - apenas na abertura e títulos finais - corretamente prefere desenvolver novos temas para esse outro período.
Não é ruim como dizem, um roteiro mais coeso e melhor desenvolvimento dos personagens tornariam Ameaça Fantasma um grande filme.
Imagine Eu e Você
3.7 742Uma comédia romântica que seria mais do mesmo se o casal principal fosse hétero, mas como é um romance entre mulheres, ele soa diferente. Basicamente é as mesmas fórmulas de comédias românticas - amor a primeira vista, triangulo amoroso - aplicadas a um casal gay, e por isso consegue rejuvenescer tropos tão desgastados. O filme tem momentos engraçados e doces funcionando como um passatempo divertido, não oferece grandes questões ou conflitos mas te deixa com um sorriso no rosto quando acaba.
A Princesa Encantada
3.6 127 Assista AgoraCom o sucesso arrasador de A Pequena Sereia, A Bela e a Fera e Aladdin, os outros estúdios de animação resolveram encarnar a fórmula Disney de cantoria e contos de fadas. A Princesa Encantada é um desses, tem personagens simpáticos e a história flui de maneira divertida, mas é bastante previsível por utilizar uma fórmula tão saturada que a própria Disney estava reformulando nos anos 90. As canções não são memoráveis com exceção do love theme que é lindo, e a animação, para quem está acostumado com o 2D rico em detalhes da Disney e Dreamworks é muito simplista.
Assim, A Princesa Encantada parece muito uma versão ''Made in China'' dos clássicos Disney.
Operação Big Hero
4.2 1,9K Assista AgoraBig Hero 6 é exatamente o que esperamos de uma animação da Disney: Uma história sensível e emocionante, personagens memoráveis e ricamente desenhado.
Lilo & Stitch
3.9 590 Assista AgoraUma animação divertida e triste ao mesmo tempo, Lilo e Stitch consegue emocionar sem apelar para momentos de grande drama, uma história singela que te faz rir e chorar.
Planeta do Tesouro
3.7 209 Assista AgoraPlaneta do tesouro tem um visual impressionante e algumas empolgantes sequências de ação, mas carece de ritmo e personagens marcantes: falta profundidade e emoção na trama, se tivesse um roteiro melhor seria outro Clássico Disney.
O Corcunda de Notre Dame
3.7 537 Assista AgoraUm dos filmes mais maduros da Disney, os colegas abaixo já disseram tudo que penso: A trilha sonora do Alan Menken é maravilhosa, épica e arrebatadora, que peca apenas nas canções de comédia como a das gárgulas que ficam deslocadas das outras canções, mas isso não é culpa do Alan, mas sim dos roteiristas que tentam deixa o filme ''mais infantil'' com as gárgulas. Não funciona e elas ficam deslocadas da história densa.
O filme aborda temas que convivemos diariamente: preconceito, exclusão, intolerância religiosa, radicalismo... E mesmo que pareça ''pesado'' para um filme que o público principal são as crianças, eu acredito que elas e pessoas de todas as idades podem se identificar com o tema do filme porque é universal.
Os momentos sombrios são os mais fortes emocionalmente: A abertura é uma obra prima da animação, a música que embala a sequência é de arrepiar e é o melhor momento do filme pra mim. A canção de Quasimundo, Heaven's Light\luzes celestial, seguida pela canção de Frollo, Hellfire\Fogo do Inferno faz um contraponto perfeito nas letras de como ambos veem o amor que sentem por Esmeralda. Frollo nesse momento exibe toda sua luxúria, sexualidade reprimida e radicalismo religioso no momento mais sinistro de uma animação da Disney desde que Satanás evocou os demônios em Fantasia (1940). Assim, Frollo é o personagem mais bem desenvolvido do filme: Nem Quasimundo, Esmeralda ou Phoebus são tão enigmáticos como o vilão. Porém são simpáticos o suficiente para nós torcermos por eles até o fim.
Para fechar com chave de ouro, Corcunda é lindamente animado, as cores são vivas e os artistas exploram com perfeição a arquitetura de Notre Dame. Assim as falhas do filme está nas tentativas de comédia e de ter um final que soa apressado, desajeitado, amarrado apenas para a história ter um final feliz.
Velozes e Furiosos 7
3.8 1,7K Assista AgoraVilão fraco, trama fraca, vale pela boas sequências de ação que mesmo irreais são divertidas. O melhor do filme é a homenagem sincera a Paul e só.
Star Wars, Episódio II: Ataque dos Clones
3.7 775 Assista AgoraComo uma fangirl de Star Wars, já revi esse filme algumas vezes e até hoje não entendo como Padmé se apaixonou por Anakin. George Lucas, desde o primeiro Star Wars (1977) mostra que não sabe escrever diálogos e essa falha e mais perceptível neste filme e em A Vingança dos Sith. O que dizer de Anakin terminando todas as frases a Obi-Wan com Mestre?
O romance entre Anakin e Padmé é forçado, recheado de diálogos toscos, sem paixão real. Porque ela, mais velha e madura se apaixonaria por um garoto que só agiu de maneira infantil perto dela, nunca saberemos. No fim do filme, Padmé simplesmente diz que ama Anakin ´´acima de tudo´´ (WTF?) em que momento esse amor nasceu? Lucas não sabe desenvolver um romance, o amor dos dois soa como uma obrigação da trama do que natural. No fim, ela ama Anakin e se CASA com ele, porque Lucas precisa disso para A Vingança dos Sith ocorrer, não porque a personagem desenvolveu essas questões em algum momento de Ataque dos Clones.
Porém, quando você tira os diálogos e romance mal desenvolvido, Ataque dos Clones tem seu valor. Ewan McGregor está mais confortável como Obi-Wan e tem as melhores cenas do filme: A visita a Camino, a luta com Jango Fett e sua briga no espaço, são os pontos altos do longa, carregadas de mistério e tensão. A perseguição inicial de Obi-Wan e Anakin á caçadora de recompensas é eletrizante, assim como a batalha final e o duelo entre Conde Dookan e Yoda, que mostra porque ele é o Grão-Mestre Jedi. As cenas políticas também são muito boas e mostra a manipulação de Palpatine e a cegueira do conselho jedi. De fato, deveria haver mais cenas dessas na trilogia porque e nela que vemos a formação do Império.
Hayden acerta em mostra que Anakin é um jovem complexo e não mais aquele menino fofo do filme anterior, mas é um ator limitado que não sabe demostrar emoção e falha nas cenas de ira do Anakin. O que dizer daquela cena em que ele conta a Padmé que matou o povo da areia, cena importantíssima porque é o primeiro sinal de Darth Vader em Anakin, e tudo que Hayden consegue é soar como um garoto mimado.
Ataque dos Clones não é um filme ruim, mas é aquele meio-termo que você sempre ver e pensa que podia ter sido muito melhor e deixa um gosto de insatisfação no fim.
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraO problema de adaptar mitos bíblicos e que o público já os conhece e tem uma visão formada sobre ele: A maioria cristã, acredita que tudo na Bíblia aconteceu mesmo, e vê suas palavras como sagradas e vão odiar este filme por modifica-la. A minoria que não e religiosa é a mais propensa a aceitar Noah. Aronofsky é um diretor sombrio que gosta de mostrar a decadência humana, como em Cisne Negro e Réquiem para o Sonho.
Eu diria que neste ponto ele teve mais exito nos antecessores do que em Noé: vendido como um épico bíblico, é na verdade uma distopia e drama psicológico como os demais filmes do Darren.
Com personagens usando jaquetas, calças, armas, ferro (???) numa história q supostamente deve se passar a milhares de anos atrás (???), todo o design de produção evoca um cenário pós-apocalíptico, um mundo que se encaixa mais em Mad Max que na Bíblia. Mesmo soando fora-de-época, o design de produção consegue manter a atmosfera de distopia, a bela fotografia com cores saturadas e sombrias mantém esse clima de mundo perdido. Com Gigantes que parecem Ents e um Anthony Hopkins que parece um Mago de Senhor dos Anéis, o mundo de Noé parece uma versão Dark da Terra Média;
Como em Cisne Negro e Réquiem, o protagonista Noé está em decadência: Interpretado pelo sempre ótimo Russel Crowe, ele começa o filme como um homem equilibrado, justo e amoroso com a família, Noé vai indo ladeira baixo assim que recebe a missão do Criador: Começa a ficar perturbado, frio e distante. Essa humanização do Noé trás um abordagem mais realista da história. Como alguém que é esperado pra ´´salvar´´ a espécie humana, enquanto deixa milhares de inocentes morrer no processo pode ficar equilibrado?
Embora a crise de Noé seja intrigante e o visual grandioso, Darren falha no carisma do seu protagonista e no sentido da história: Com um Noé antipático e perturbado q ameaça bebês, fica difícil acreditar que ele era o ´´único justo´´ e sua família era a ´´única que merecia ser salvar´´. Darren parece querer mostrar que Noé e sua família não eram especiais o que torna toda a destruição de Deus mais sem sentido do que já é na Bíblia. Talvez seja porque a própria Bíblia relate que Noé virou alcoólatra, e q de fato, nem ele, nem Abraão - que entrega sua esposa ao Rei - nem Ló - que entregou as filhas para serem estupradas - eram diferentes dos homens de seu tempo. Realmente, e muito difícil fazer um filme com sentido baseando-se numa história que já e problemática sozinha.
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista AgoraApenas complementando o que os colegas abaixam disseram: Um excelente drama que não precisa apelar para cenas de grande choro ou revelações para tocar o coração: Graças a direção objetiva de Arthur Penn - que na sequência do jantar ensina muitos diretores como manter a tensão sem necessidade diálogo - o filme é envolvente, intenso e emocionante. Esse último graças as atuações fenomenais de Anne Bancroft e Patty Duke, está com apenas 16 anos na época das gravações, dá um show de brilhantismo, maravilhoso.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraSombrio e macabro ao extremo - não dá maneira exagerada dos terror trash de hoje em dia que soam ridículos e ofensivos, mais gótica e intensa - Coppola reconta a história ironicamente, não do Drácula de Bram Stoker, mas um Drácula que ainda é um vilão temível e sanguinário, mas com um amor perdido que dá um toque de tragédia a história.
A grande maioria dos filmes de Drácula que temos e puro terror trash, com exceção dos clássicos do cinema mudo. Desta maneira, essa versão e muito bem vinda, aqui Coppola cria perigo, somada a um visual impressionante, com ótimas atuações de Hopkins, Waits e Oldman. O mesmo infelizmente, não pode ser dito do sempre inexpressivo Keanu Reeves, que não conseguiu demonstrar o medo de Jonathan em momento algum.
No entanto, o filme falha na emoção da narrativa: mesmo com um visual que encha os olhos, Coppola não consegue oferecer sustos, romance ou drama, que consiga dar a sensação de ''satisfação'' para o público. Não oferece reflexões para a mente e nem carga emocional para o coração, talvez pq o visual selvagem nos anestesie e assistimos o filme sem nos conectar a ele. O filme acaba, mas ainda fica a sensação de ''vazio'' que faltou algo mais, e o que faltou foi emoção.
Orfeu do Carnaval
3.7 123 Assista AgoraPelo que vi do libreto, a peça Orfeu da Conceição é mil vezes melhor que sua adaptação superficial ao cinema, que pega apenas os pontos principais da trama. A intenção da peça e recriar o mito grego de Orfeu nas favelas do Rio, enquanto o filme apenas se foca na festanças do Carnaval do que no desenvolvimento do amor de Orfeu e Euridice, que é a base do mito.
Os lados positivos desse clássico, é seu retrato do antigo carnaval do Rio e umbanda, a trilha sonora maravilhosa dos mestres Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Luiz Bonfã e Antonio Maria (como esquecer Manhã de Carnaval?). Além de ter uma alegria e otimismo contagiante.
Infelizmente, os personagens são mal desenvolvidos, os diálogos soam artificiais ao invés de naturais. Ele deixa furos - porque a Morte queria matar Eurídice? - e os personagens são tão unidimensionais e poucos plausíveis, que não nos conectamos com eles e o final é inverossímil. Vale mais por conhecimento histórico do quer por ser um grande filme.
O Fantasma da Ópera
4.0 853 Assista AgoraO Fantasma da Ópera e o maior musical teatral de todos os tempos, sendo você fã ou não. Infelizmente, a versão para os cinemas falha em muitos aspectos e não faz jus a obra-prima musical de Andrew Llyod Webber.
A começar, Gerard Butler não sabe cantar. O Fantasma é suposto ter uma voz poderosa e angelical ao mesmo tempo, não é sua aparência que conquista Christine, mas sua voz. Porém, Butler soa amador, mal treinado e você se pergunta porque Christine seguiria aquela voz fraca.
De fato, o maior problema dessa produção foi escolher Joel S., um diretor sempre excêntrico. A história do Fantasma é sobre um homem deformado, horrível, que treina e encanta a jovem soprano Christine. O Fantasma não deve ser bonito, e andar por ai com a camisa aberta. Joel com Butler, cria o Fantasma como um homem sedutor, ao invés de assustador e horrível, nós temos uma deformação que mais parece queimadura de sol, o que tira toda a essência da história. Afinal, se o Fantasma não é monstruoso, porque Christine teria medo dele?
A parte dessa escolha do Joel de fazer o Fantasma galã, todo perigo e tensão da história some, a música de Webber é grandiosa, gótica e evoca perigo, mas não se conecta com as imagens do filme, pq Joel faz o oposto: Ao invés de uma história gótica, cria um romance juvenil: o homem sedutor, no meio a donzela e do outro lado o bom moço.
De fato, The Music of the Night, a canção do Fantasma, que é suposta ser sombria, e como AS LETRAS dizem, serem cantada na escuridão, na noite, o visual do covil do Fantasma, embora lindo, é tão claro, cheio de luz que as letras não fazem sentido: ''Abandone a luz'', ele diz pra Christine, enquanto canta numa caverna tão clara que cega os olhos; Joel....
Outra prova que a escolha de Joel pra direção foi errônea, é que além da falta de perigo e mistério na história, Joel adora sensualizar tudo, nós vimos muito bem seus figurinos horríveis em Batman v.s Robin. Além de sensualizar o Fantasma, ele também sensualiza Christine, uma menina de apenas 17 anos, que é suposta ser angelical, aqui é quase transformada numa bitch que está ''ferindo o coração do Fantasma''. Toda a direção do Joel ignora o fato que o Fantasma estava enganando ela desde a infância, é em torno de 20 anos mais velho do quer ela e assassinou duas pessoas no processo.
Emmy Rossum, pobrezinha, tem uma voz linda e tenta mostrar a confusão, medo de Christine, mas é boicotada pela própria direção que quer contar uma história diferente do musical.
Tim Burton, mestre de filmes góticos, seria um diretor mais adequado. Infelizmente, no lugar do ótimo musical de Webber, nós temos um filme com um visual impressionante, mais que derrapa na condução de sua trama e é salvo pelas canções eternas e maravilhosas de Andrew Llyod Webber.