. As relações entre os personagens de autoridade - o padre, o senador e o médico - e aqueles sem autoridade - o traficante e a vadia - acaba sendo determinada pelo poder que os primeiros exercem sobre os segundos. As autoridades mandam no traficante, podendo comprá-lo com favores, e fruem da vadia como se ela fosse um produto, não tendo qualquer empatia por ela. A ideologia expressa nos personagens acaba sendo a seguinte: aqueles que não tem poder e recursos são coisas que podem ser negociadas de acordo com a vontade de quem pode pagar.
Um dos aspectos mais interessantes do filme é a escolha manter a estranheza dos personagens principais em relação aos outros. Uma possibilidade mais fácil e boba seria colocar
e nos deixar familiarizar com ele, o que nos sugeriria a mensagem de que o problema é apenas a visão das pessoas sobre o personagem. Diríamos: - oh, sociedade malvada que condena o diferente, você não vê que não há nada de errado em ser assim? Com isso, voltaríamos para nossa vida crendo que o problema são os outros.
Todavia, do jeito que ficou, decidiu-se manter o personagem estranho através
Filme muito bem construído, lembra um pouco a literatura naturalista brasileira, com aquelas associações do homem com tudo o que é animal nele. Bacana.
mensagem no fim, pois ela subestima um pouco a capacidade interpretativa de quem assiste
. De resto, é um filme bem interessante e inesperadamente sombrio. Acho bem bacana quando um filme se aproveita de cenários e personagens normalmente infantis (ou infantilizados) para abordar temas bem adultos, nesse caso,
“Deus é papai” é uma animação vinda diretamente dos traços do todo poderoso Allan Sieber, um dos mais importantes cartunistas brasileiros da atualidade. O filminho narra às mazelas de um filho decepcionado com os abusos sofridos nas mãos do pai, com um toque (não tão) leve de heresia e esculhambação.
É interessante por ter toda uma estética infantil que dá a entender que jamais seremos surpreendidos com algum tipo de mal, mesmo que estejamos vendo a nítida presença dele no filme. Essa expectativa é, talvez, o que há de mais interessante nele, mostrando como somos previsíveis como telespectadores, tão habituados a finais felizes e lições de moral. É lindo, encantador e macabro.
Um filme doentio e trash, interessante, sobretudo, pelos recursos toscos dos quais se vale, mostrando que um filme não depende de grandes recursos para conseguir qualquer grande recurso para causar nojo, comoção ou qualquer sensação que seja.
- que o levará a descobrir a si mesmo por detrás de tantas camadas e obrigações, deveres e coisas que lhes são atribuídas - não é aceito como algo redentor e necessário, mas vivenciado com dor, com agonia e até relutância. A liberdade custa caro e dói.
Bem interessante, traz aquele ar de histórias sombrias do interior, de conservadorismo maldito. Uma amostra de que o cinema latino americano tem muito para oferecer, embora, talvez, lhe falte formas de incentivo menos ligados à monopólios.
Excelente curta metragem, nos vende idéias de um modo tão direto e digamos, intravenoso, que quase acreditamos que todo o tempo estamos nos alimentando de outros produtos - idéias, signos, frases - mais sutis, mais divertidos, menos perceptíveis.
Clichê, mas interessante, o filme é simples e não muito pretensioso, estando satisfeito em se assentar sobre as perspectivas do telespectador. A trilha sonora e o ar de VHS fazem com que ele pareça ter saído lá da década de oitenta. Singular e interessante.
Um pouco previsível, mas simples e interessante. Uma amostra de que o cinema nacional não é ruim ou despreparado, apenas necessita de incentivos para que mais bons filmes surjam.
O filme é puro trash, tendo um enredo bizarro e divertido, assim como cenas inesperadas. Não é cinema de arte, mas de entretenimento, devendo ser julgado como tal. No fim das contas é interessante de tão patético.
Um dos melhores curtas de terror brasileiro: é escrachado, gorduroso e tem aquele gostinha de comida caseira. Vale à pena ver, principalmente numa época em que o terror anda mal das pernas, repetindo as velhas fórmulas dos sucessos do passado. Para quem se interessar, ele está disponível em:
O curta é muito bom, mas a mensagem que ele transmite não é óbvia. Após o acidente, o casal tenta tragicamente encontrar um meio de escapar de sua situação desesperada - da própria morte - de modo desajeitado e patético. No meio disso observamos a pequenez da vida humana em face das adversidades que encontra, e de um mundo indiferente a quem vive e quem morre, buscando subterfúgios fracos para vencer ou suportar sua própria finitude. Tristeza e Isidoro é melancólico e angustiante, mais ou menos como a vida de qualquer um de nós.
Arrombada: Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!!
2.8 97. As relações entre os personagens de autoridade - o padre, o senador e o médico - e aqueles sem autoridade - o traficante e a vadia - acaba sendo determinada pelo poder que os primeiros exercem sobre os segundos. As autoridades mandam no traficante, podendo comprá-lo com favores, e fruem da vadia como se ela fosse um produto, não tendo qualquer empatia por ela. A ideologia expressa nos personagens acaba sendo a seguinte: aqueles que não tem poder e recursos são coisas que podem ser negociadas de acordo com a vontade de quem pode pagar.
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Zero
4.3 137Um dos aspectos mais interessantes do filme é a escolha manter a estranheza dos personagens principais em relação aos outros. Uma possibilidade mais fácil e boba seria colocar
um bebê bonito
Todavia, do jeito que ficou, decidiu-se manter o personagem estranho através
daquele bebê siamês
tenhamos uma repulsa imediata por ele tal como os números naturais tinham repulsa pelo zero
hei, telespectador, que desculpa você vai usar para discriminar esse bebê
Arrotos e Soluços
3.8 7Filme muito bem construído, lembra um pouco a literatura naturalista brasileira, com aquelas associações do homem com tudo o que é animal nele. Bacana.
Bad Egg
3.2 4Acho que o filme não precisava da
mensagem no fim, pois ela subestima um pouco a capacidade interpretativa de quem assiste
o egoismo.
Deus é Pai
3.2 34“Deus é papai” é uma animação vinda diretamente dos traços do todo poderoso Allan Sieber, um dos mais importantes cartunistas brasileiros da atualidade. O filminho narra às mazelas de um filho decepcionado com os abusos sofridos nas mãos do pai, com um toque (não tão) leve de heresia e esculhambação.
Veja aqui:
Alma
4.2 777É interessante por ter toda uma estética infantil que dá a entender que jamais seremos surpreendidos com algum tipo de mal, mesmo que estejamos vendo a nítida presença dele no filme. Essa expectativa é, talvez, o que há de mais interessante nele, mostrando como somos previsíveis como telespectadores, tão habituados a finais felizes e lições de moral. É lindo, encantador e macabro.
Assista aqui:
Final Surgery
3.1 1Um filme doentio e trash, interessante, sobretudo, pelos recursos toscos dos quais se vale, mostrando que um filme não depende de grandes recursos para conseguir qualquer grande recurso para causar nojo, comoção ou qualquer sensação que seja.
Load
3.2 2Curta excelente. O interessante é que esse trajeto pelo qual o protagonista passa
- que o levará a descobrir a si mesmo por detrás de tantas camadas e obrigações, deveres e coisas que lhes são atribuídas - não é aceito como algo redentor e necessário, mas vivenciado com dor, com agonia e até relutância. A liberdade custa caro e dói.
El Cojonudo
3.7 9Bem interessante, traz aquele ar de histórias sombrias do interior, de conservadorismo maldito. Uma amostra de que o cinema latino americano tem muito para oferecer, embora, talvez, lhe falte formas de incentivo menos ligados à monopólios.
A Alma do Negócio
4.2 33Excelente curta metragem, nos vende idéias de um modo tão direto e digamos, intravenoso, que quase acreditamos que todo o tempo estamos nos alimentando de outros produtos - idéias, signos, frases - mais sutis, mais divertidos, menos perceptíveis.
Parasol Island Dead
2.6 15Clichê, mas interessante, o filme é simples e não muito pretensioso, estando satisfeito em se assentar sobre as perspectivas do telespectador. A trilha sonora e o ar de VHS fazem com que ele pareça ter saído lá da década de oitenta. Singular e interessante.
Para quem quiser conhecer, assista aqui:
As Mãos de Laura
3.2 3Um pouco previsível, mas simples e interessante. Uma amostra de que o cinema nacional não é ruim ou despreparado, apenas necessita de incentivos para que mais bons filmes surjam.
Boob
3.2 21O filme é puro trash, tendo um enredo bizarro e divertido, assim como cenas inesperadas. Não é cinema de arte, mas de entretenimento, devendo ser julgado como tal. No fim das contas é interessante de tão patético.
Lasanha Assassina
3.3 84Um dos melhores curtas de terror brasileiro: é escrachado, gorduroso e tem aquele gostinha de comida caseira. Vale à pena ver, principalmente numa época em que o terror anda mal das pernas, repetindo as velhas fórmulas dos sucessos do passado. Para quem se interessar, ele está disponível em:
Tristeza e Isidoro
3.0 2O curta é muito bom, mas a mensagem que ele transmite não é óbvia. Após o acidente, o casal tenta tragicamente encontrar um meio de escapar de sua situação desesperada - da própria morte - de modo desajeitado e patético. No meio disso observamos a pequenez da vida humana em face das adversidades que encontra, e de um mundo indiferente a quem vive e quem morre, buscando subterfúgios fracos para vencer ou suportar sua própria finitude. Tristeza e Isidoro é melancólico e angustiante, mais ou menos como a vida de qualquer um de nós.