2h12 para um filme dos anos 30 é uma eternidade, no entanto, a longa duração foi utilizada com magistral destreza e perspicácia. A cada milha náutica sentimo-nos menos espectadores e mais prisioneiros do detestável capitão Bligh a bordo de seu atroz Bounty.
O único porém, em minha opinião, trata-se do apressado final, sem dar o devido valor à segunda fuga de Fletcher, à corte marcial e as implicações do motim, diminuindo o impacto da história e das ações de seus personagens.
Adoraria ter visto no cinema, mais um que perdi a oportunidade. Espero rever daqui uns anos e tomara que não envelheça mal. Filme bastante imersivo e qualidade sonora é incrível.
A cena na cidade em ruínas, que mais parece um labirinto, é quase que onírica, especialmente com a trilha sonora. Me deu a sensação do personagem estar completamente desconectado do mundo real.
Assisti há alguns dias e ainda estou digerindo o final. Me lembrou muito o final de Rashomon, de Kurosawa, no sentido de uma situação escabrosa deixar mais perguntas do que respostas.
O olhar desolado de Song Kang-ho na última cena foi um dos momentos mais trágicos que experimentei em filmes.
Atuações caricatas e um Holden apagadíssimo (ganhou Oscar pelo papel). Guardas amistosos, prisão de guerra em clima de acampamento de escoteiros.
Não dá pra entender como esse filme ridículo tornou-se clássico, não há nada que o redima, e torna-se mais revoltante por ser um filme de Billy Wilder.
A princípio me perguntei qual a pior coisa do filme: Emma Stone e seus olhos ganhando vida na primeira cena da audição ou Ryan Gosling cantando e dançando?
Mas aí veio a cena do planetário, juntando a merda com o cu + efeitos especiais do Chaves.
E lá vem o jovem professor de artes, bonitão e descolado, que chega dançando na sala de aula e toda a turma é cativada instantaneamente e juntos improvisam uma animada coreografia. Ao contrário dos professores velhões e malvadões de matemática e gramática, o descolado professor permitirá que seus alunos expressem-se livremente, sobretudo o menino Ishaan, que vive em seu casulo, incompreendido pelo mundo e que vive a pior das vidas.
Histórias verdadeiramente emocionantes dispensam exagero; elas emocionam por si só. Apesar do debate ser de extrema importância, o filme é uma grande piada.
Roteiro simples e incrivelmente eficiente. Kenji Misumi entrega-nos um filme sólido e conciso, sem cair na armadilha de uma narrativa emaranhada, comum nos filmes do gênero, onde os miniplots por vezes ofuscam a grande atração que é o embate entre os protagonistas.
As interações entre Zatoichi e seu rival Hirate são o ponto alto da obra, indivíduos que, em situações diferentes, seriam grandes amigos mas que são envolvidos num conflito inevitável.
Shintaro Katsu é formidável na pele do samurai cego, resta-nos acompanhar a saga Zatoichi e testemunhar seu crescimento, tanto o ator quanto seu personagem mais famoso.
Interessante a cena final com a personagem Jean Reed tomando sorvete e cantarolando. Algumas pessoas criam artifícios para suportar o dia a dia. Outras não conseguem. Nem criar artifícios nem suportar.
Apesar da militância passiva-agressiva o filme é capaz de construir uma personagem bem interessante. O tema do envelhecimento é mais enriquecedor que a resistência "problematizadora" proposta por "Aquarius".
Se o filme é inteiramente sobre Clara, acertaram em cheio na escolha por Sônia Braga. E na trilha sonora.
Apesar das sólidas perfomances de Teller e Eckhart, "Bleed For This" sofre uma forte carência de desenvolvimento de seus personagens. Por apoiar-se majoritariamente na recuperação de Pazienza, o filme falha ao não conseguir criar expectativa em suas lutas, especialmente na última luta, dando a impressão de um final corrido.
Definitivamente não é um dos melhores filmes do gênero, sobretudo de boxe, mas é capaz de ter personalidade própria e com uma história tão inacreditável como a de Vinny Pazienza é impossível não torcer pelo protagonista.
Uma coisa é certa: há algo de poético em dois homens suados se espancando num ringue.
Todo filme é uma mentira, e as pessoas permitem ser enganadas até certo ponto. Entre tanta manipulação de emoções, clichês e exageros, "Meu Nome é Rã" - com a epiglote - é mais um filme deveras esquecível que servirá a um único propósito: virar estatística no perfil de quem vos fala.
Excelente atuação de Poelvoorde, que interpretou um assassino muito semelhante ao serial killer britânico Dennis Nielsen, extremamente arrogante e egocêntrico, completamente verborrágico onde sua fala desenfreada não precisa de ouvinte. O nível de narcisismo de Benoit é esse, ele não precisa de André ou Remy para manter uma conversa, variando entre informações sobre os assassinatos a devaneios inúteis. Toda a equipe de filmagem é apenas um instrumento para alimentar seu ego e afirmar o protagonista que é.
É incrível quando você tem a oportunidade de sair da zona de conforto, e "Man Bites Dog" faz exatamente isso.
Bêbado carismático que não paga as contas de casa conquista todos com seu charme, graças aos desejos sexuais reprimidos pela filha é sua mulher quem parece a megera da história. Quando finalmente decide procurar emprego morre.
Estreia de Kazan na direção, meu segundo filme do diretor e a primeira decepção. Peggy Ann é cativante.
Genial direção de Annaud que revisita a história de violência que é a evolução do homem.
A cena onde o Naoh chora ao presenciar uma técnica capaz de criar fogo é tão poderosa quanto a do hominídeo em posse do primeiro artefato de guerra no filme "2001". Cenas icônicas que ilustram momentos cruciais da raça humana, onde estaria assegurada nossa posição acima de todas as outras espécies, excluindo-nos da selvagem luta pela sobrevivência.
Analisando o histórico de massacres e carnificina da raça humana, percebemos que a sociedade, apesar de criar novos meios de dominação e exploração, não é a causadora da corrupção humana, como dizia Rousseau. Antes do homem ter tempo para pensar sua condição e inventar palavras como moral e ética, precisou agir como animal.
Imagine Ron Fricke (Baraka, Samsara, etc.) dirigindo Ran (Akira Kurosawa) e terá um retrato de "A Maldição da Flor Dourada".
Se o filme não possui a genialidade dos supracitados o mesmo não pode ser dito do espetáculo visual que Yimou nos oferece. A parte técnica aliada às atuações de Gong Li e Chow Yun-Fat são capazes de ofuscar um enredo não tão duro quanto deveria ser.
Uma subestimada obra do diretor Zhang, que supera com facilidade em todos os aspectos o melodramático e virtual "O Clã das Adagas Voadoras", até então minha maior e única decepção.
O Grande Motim
3.9 53 Assista Agora2h12 para um filme dos anos 30 é uma eternidade, no entanto, a longa duração foi utilizada com magistral destreza e perspicácia. A cada milha náutica sentimo-nos menos espectadores e mais prisioneiros do detestável capitão Bligh a bordo de seu atroz Bounty.
O único porém, em minha opinião, trata-se do apressado final, sem dar o devido valor à segunda fuga de Fletcher, à corte marcial e as implicações do motim, diminuindo o impacto da história e das ações de seus personagens.
Perigosa
3.8 45Filme bastante moralista, a todo instante batendo na tecla sobre o papel da mulher na relação e o que deve ou não ser esperado dela.
No mais, Bette Davis é um fenômeno atemporal, poucas pessoas foram tão hipnotizantes e devastadoras no cinema.
Você Já Foi à Bahia?
3.4 175 Assista AgoraEste filme cumpriu sua missão de eliminar qualquer remota vontade que tinha de conhecer a Bahia ou o México.
Scanners: Sua Mente Pode Destruir
3.5 251Essa porcaria literalmente destruiu minha mente.
Uma Sombra que Passa
3.9 5Todo mundo barganhando pela vida da garota e ela romantizando suicídio.
Os Filhos do Medo
3.7 151É o pai mais castrado da história do cinema, não é possível. Porcaria, hein.
Dama por Um Dia
3.8 23 Assista AgoraVelha chata da porra e história mirabolante. Sai fora.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraAdoraria ter visto no cinema, mais um que perdi a oportunidade. Espero rever daqui uns anos e tomara que não envelheça mal. Filme bastante imersivo e qualidade sonora é incrível.
A cena na cidade em ruínas, que mais parece um labirinto, é quase que onírica, especialmente com a trilha sonora. Me deu a sensação do personagem estar completamente desconectado do mundo real.
Memórias de um Assassino
4.2 366 Assista AgoraAssisti há alguns dias e ainda estou digerindo o final. Me lembrou muito o final de Rashomon, de Kurosawa, no sentido de uma situação escabrosa deixar mais perguntas do que respostas.
O olhar desolado de Song Kang-ho na última cena foi um dos momentos mais trágicos que experimentei em filmes.
Inferno Nº 17
4.0 54 Assista AgoraAtuações caricatas e um Holden apagadíssimo (ganhou Oscar pelo papel). Guardas amistosos, prisão de guerra em clima de acampamento de escoteiros.
Não dá pra entender como esse filme ridículo tornou-se clássico, não há nada que o redima, e torna-se mais revoltante por ser um filme de Billy Wilder.
Bons Meninos
3.5 227Conta Comigo + Superbad
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraA princípio me perguntei qual a pior coisa do filme: Emma Stone e seus olhos ganhando vida na primeira cena da audição ou Ryan Gosling cantando e dançando?
Mas aí veio a cena do planetário, juntando a merda com o cu + efeitos especiais do Chaves.
Dope: Um Deslize Perigoso
4.0 351 Assista AgoraPor gentileza, em qual linha temporal está inserida essa merda na franquia American Pie?
Como Estrelas na Terra
4.4 794E lá vem o jovem professor de artes, bonitão e descolado, que chega dançando na sala de aula e toda a turma é cativada instantaneamente e juntos improvisam uma animada coreografia. Ao contrário dos professores velhões e malvadões de matemática e gramática, o descolado professor permitirá que seus alunos expressem-se livremente, sobretudo o menino Ishaan, que vive em seu casulo, incompreendido pelo mundo e que vive a pior das vidas.
Histórias verdadeiramente emocionantes dispensam exagero; elas emocionam por si só. Apesar do debate ser de extrema importância, o filme é uma grande piada.
O Conto de Zatoichi
4.0 14Roteiro simples e incrivelmente eficiente. Kenji Misumi entrega-nos um filme sólido e conciso, sem cair na armadilha de uma narrativa emaranhada, comum nos filmes do gênero, onde os miniplots por vezes ofuscam a grande atração que é o embate entre os protagonistas.
As interações entre Zatoichi e seu rival Hirate são o ponto alto da obra, indivíduos que, em situações diferentes, seriam grandes amigos mas que são envolvidos num conflito inevitável.
Shintaro Katsu é formidável na pele do samurai cego, resta-nos acompanhar a saga Zatoichi e testemunhar seu crescimento, tanto o ator quanto seu personagem mais famoso.
Christine
3.7 212 Assista AgoraInteressante a cena final com a personagem Jean Reed tomando sorvete e cantarolando. Algumas pessoas criam artifícios para suportar o dia a dia. Outras não conseguem. Nem criar artifícios nem suportar.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraUm filme chato sobre um livro ruim.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraApesar da militância passiva-agressiva o filme é capaz de construir uma personagem bem interessante. O tema do envelhecimento é mais enriquecedor que a resistência "problematizadora" proposta por "Aquarius".
Se o filme é inteiramente sobre Clara, acertaram em cheio na escolha por Sônia Braga. E na trilha sonora.
Sangue Pela Glória
3.4 64 Assista AgoraApesar das sólidas perfomances de Teller e Eckhart, "Bleed For This" sofre uma forte carência de desenvolvimento de seus personagens. Por apoiar-se majoritariamente na recuperação de Pazienza, o filme falha ao não conseguir criar expectativa em suas lutas, especialmente na última luta, dando a impressão de um final corrido.
Definitivamente não é um dos melhores filmes do gênero, sobretudo de boxe, mas é capaz de ter personalidade própria e com uma história tão inacreditável como a de Vinny Pazienza é impossível não torcer pelo protagonista.
Uma coisa é certa: há algo de poético em dois homens suados se espancando num ringue.
Meu Nome é Khan
4.4 262Todo filme é uma mentira, e as pessoas permitem ser enganadas até certo ponto. Entre tanta manipulação de emoções, clichês e exageros, "Meu Nome é Rã" - com a epiglote - é mais um filme deveras esquecível que servirá a um único propósito: virar estatística no perfil de quem vos fala.
Aconteceu Perto da Sua Casa
3.8 102Excelente atuação de Poelvoorde, que interpretou um assassino muito semelhante ao serial killer britânico Dennis Nielsen, extremamente arrogante e egocêntrico, completamente verborrágico onde sua fala desenfreada não precisa de ouvinte. O nível de narcisismo de Benoit é esse, ele não precisa de André ou Remy para manter uma conversa, variando entre informações sobre os assassinatos a devaneios inúteis. Toda a equipe de filmagem é apenas um instrumento para alimentar seu ego e afirmar o protagonista que é.
É incrível quando você tem a oportunidade de sair da zona de conforto, e "Man Bites Dog" faz exatamente isso.
Laços Humanos
4.1 23Falação desenfreada e atuações coreografadas, como muitos filmes antigos americanos. Mas aqui vai meu real pensamento sobre a obra:
Bêbado carismático que não paga as contas de casa conquista todos com seu charme, graças aos desejos sexuais reprimidos pela filha é sua mulher quem parece a megera da história. Quando finalmente decide procurar emprego morre.
Estreia de Kazan na direção, meu segundo filme do diretor e a primeira decepção. Peggy Ann é cativante.
A Guerra do Fogo
3.6 352Genial direção de Annaud que revisita a história de violência que é a evolução do homem.
A cena onde o Naoh chora ao presenciar uma técnica capaz de criar fogo é tão poderosa quanto a do hominídeo em posse do primeiro artefato de guerra no filme "2001". Cenas icônicas que ilustram momentos cruciais da raça humana, onde estaria assegurada nossa posição acima de todas as outras espécies, excluindo-nos da selvagem luta pela sobrevivência.
Analisando o histórico de massacres e carnificina da raça humana, percebemos que a sociedade, apesar de criar novos meios de dominação e exploração, não é a causadora da corrupção humana, como dizia Rousseau. Antes do homem ter tempo para pensar sua condição e inventar palavras como moral e ética, precisou agir como animal.
A Maldição da Flor Dourada
3.7 129 Assista AgoraImagine Ron Fricke (Baraka, Samsara, etc.) dirigindo Ran (Akira Kurosawa) e terá um retrato de "A Maldição da Flor Dourada".
Se o filme não possui a genialidade dos supracitados o mesmo não pode ser dito do espetáculo visual que Yimou nos oferece. A parte técnica aliada às atuações de Gong Li e Chow Yun-Fat são capazes de ofuscar um enredo não tão duro quanto deveria ser.
Uma subestimada obra do diretor Zhang, que supera com facilidade em todos os aspectos o melodramático e virtual "O Clã das Adagas Voadoras", até então minha maior e única decepção.