Escrevo isso no calor do momento de assistir ele pela primeira vez e sem muita consciência do que tô falando (ou não), mas: acho que é o melhor filme dos anos 90.
O que falta em "Sociedade da Neve" é uma sensação de urgência. Não senti tensão em momento algum.
Talvez pelo filme ser muito "limpo", visualmente plástico, priorizando a estética mais que tudo (alguns takes lembram aquelas cenas exibicionistas e pretensiosas d'O Regresso, cenas com um tom épico, filmadas com luz natural, que pedem para serem emolduradas como uma tentativa de parecer uma pintura).
E a conclusão apela para todas as formas possíveis de arrancar lágrimas do público. Parece final de BBB misturado com cenas de comercial do banco Itaú. É oscarbait que chama.
Como comparação (apelativa, admito), temos "Vá e Veja" como exemplo de algo que deu certo. Você sente o cheiro da terra, da chuva, você sente na pele tudo o que o protagonista passa, é como se você estivesse ali com ele, algo próximo de um inferno. Um filme cru que funciona, sem apelos emotivos fáceis.
É o que o filme de J. A. Bayona não é.
No fim, vale mesmo pela parte visual - mas acho que não deveria ser esse o destaque do filme... e, claro, vale também pelo fato de ouvirmos tudo em espanhol.
(Obs: também não acho a versão de 1993 um grande filme. Mas acho que ele funciona melhor no que falta para esse, que é a de sensação de perigo. A cena do avião caindo nesse filme funciona até hoje, parece mais longa, passa mais aflição.)
Só mais um filme metido a besta ruim, nem mais, nem menos. Um filme ruim comum, super batido, como vários que chegam toda semana e que serão esquecidos com o tempo. Nada de novo.
Ele tem hype simplesmente pelo diretor e só. Snyder pode soltar um peido ou fazer um vídeo com um Motorola V3 e os fãs fanáticos já consideram cinema. Mas no fim, só tá fazendo mesmo é papel de parede pra botar no pc.
Há 10 anos, exatamente em 01/01/2014, assistia pela primeira vez o filme que mudou minha vida - a vida cinéfila, pelo menos. Rever hoje, em 01/01/2024, foi uma sessão tão especial quanto a primeira.
Naquela época, comecei a sair da bolha dos filmes hollywoodianos, conhecendo o cinema do resto do mundo (incluindo o daqui), movimentos cinematográficos, etc... mas nada havia me preparado para esse trabalho do Bergman, fora que estava receoso com o que poderia vir (eu já tinha assistido Morangos Silvestres e achado bem irregular, mas merece uma revisão, nunca mais o vi, talvez eu esteja errado sobre ele).
Como alguém que se impressionava com mais facilidade na época, foi uma pancada muito bem dada na minha cabeça (no bom sentido). Se até hoje não esqueci a sensação é porque certamente foi bem especial. Nunca consegui descrever em palavras para ninguém o que senti naquela primeira sessão, não consigo até hoje, sempre falho quando tento.
Só sei que foi bom.
Com ele percebi que o cinema não tinha limites, me fez ver que o formato de cinema americano já não era apenas o único que valia (é até óbvio dizer isso), que nada precisa ser mastigado para ser entendido - melhor: que nem todo filme precisa ser entendido para ser apreciado. Que o sensorial vale mais que o racional. Que o jogo de luzes e sombras pode valer mais que qualquer diálogo expositivo ou trilha sonora para mexer com o nosso emocional. Que um filme não precisa ter fim. Ou começo. Que não precisa fazer sentido - ou não me preocupar em achar que a narrativa de um filme deve fazer sentido.
Aprendi com Persona que cinema é imagem, não um livro didático que precisa explicar tudo.
Certamente, não é o filme que mais assisti na vida, o que tem o melhor roteiro, nem o mais agradável ou o mais tecnicamente perfeito. Mas o impacto de achar que nunca tinha visto algo parecido como aquilo até então faz dessa obra-prima de Ingmar Bergman o meu filme preferido (além de ser o melhor do diretor e o melhor da década de 1960).
Muitos filme tentaram tirar ele do primeiro lugar, alguns quase conseguiram, mas ele continua no pódio. E acho que continuará lá por um bom tempo...
Nunca morri de amores pelos filmes de Alexander Payne. Gosto de "Eleição" (ainda seu melhor trabalho) e simpatizo com "As Confissões de Schmidt". Mas, num geral, seu cinema (não sei ao certo se dá pra definir seus filmes como típicos Oscarbaits) sempre foi bem maçante.
Carolina Markowicz continua mostrando em seu cinema* o Brasil que muita gente sabe que existe mas que prefere omitir - a falsa aparência vale mais que tudo.
*A gente sabe que é cinema. Mas, na verdade, "Pedágio" é vida real.
(falando em cinema: quando der, verei na tela grande, pois, no momento - como muitos - só deu pra ver naquela forma alternativa que salva muita gente)
Ao contrário do remake, o filme original não fez parte da minha infância/adolescência, ainda que eu tenha assistido ele numa sessão do Cinema em Casa, do SBT, em 2000, acho.
Não tenho valor ou memória afetiva por ele. Um filme bem comum.
A presmissa é muito boa. Mas a condução é bem aquém do que Kar-Wai já fez. Parece que tá dirigindo no piloto automático. Não lembra muito aquele diretor autoral que já fez "Felizes Juntos" e "Amor à Flor da Pele".
Músicas, performances, figurinos, Oompa-Loompas, desenvolvimento dos personagens, diálogos, os "castigos" das crianças mesquinhas (alguns são puro terror)... tudo superior.
"Tudo nessa sala é comestível. Até eu sou comestível, mas isso se chama 'canibalismo', meus queridinhos, e é visto com maus olhos na maioria das sociedades."
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 216 Assista AgoraLembram da montagem dos filmes do Didi e da Xuxa nos anos 90 e 2000? Então...
Irma Vep
3.8 47Escrevo isso no calor do momento de assistir ele pela primeira vez e sem muita consciência do que tô falando (ou não), mas: acho que é o melhor filme dos anos 90.
Certamente um dos 10 melhores.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraAs melhores memórias da vida de um homem retraído, no fim, guardadas em um armário. Ironia fina.
O melhor filme de romance do século 21, até agora.
De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraO filme-pipoca perfeito.
Até Scorsese concorda.
Crash: Estranhos Prazeres
3.6 330 Assista AgoraÉ tipo "De Olhos bem fechados", mas com gente menos afortunada e com fetiche em acidente automobilístico.
Melhor Cronenberg e um dos 10 melhores filmes da década de 90.
Folhas de Outono
3.8 100Tão belo que dói.
E reverenciar Bresson é sempre válido.
Não o suficiente, também faz uma bela referência ao final de "Tempos Modernos", o melhor Chaplin.
O Debate
3.0 10Potencial desperdiçado.
Falta sutileza e naturalidade. Os diálogos parecem que saíram de uma novela com texto ruim.
Xuxa Requebra
1.8 295Meu filme preferido da Xuxa e uma das obras seminais do grande ano que foi 1999 (pra muitos, o melhor ano do cinema).
Ps: Evandro Mesquita, que baita revelação na arte de escrever roteiros.
Oliver e Sua Turma
3.7 132 Assista AgoraProvavelmente a animação da Disney que mais destoa de algo produzido pela Disney, até então.
Propriedade
3.7 85 Assista AgoraÉ uma mistura de John Carpenter, Kleber Mendonça Filho, Sam Peckimpah e Shyamalan.
Não tinha como isso dar errado.
Bota muito suspense gringo hypado metido a besta no chinelo.
E luta de classes devia ser subgênero de filme.
O Grande Momento
3.7 15Uma releitura mais otimista, leve e um pouco mais cômica de Ladrões de Bicicleta.
E como Guarnieri era garboso.
Robin Hood
3.7 129 Assista AgoraFrozen, Branca de Neve, Zootopia e Rei Leão podem ser os mais famosos e icônicos.
Mas o melhor desenho da Disney é esse aqui.
(A primeira animação do estúdio que eu vi, tinha 7 anos. Então essa afirmação é muito baseada em memória afetiva.)
A Sociedade da Neve
4.2 720 Assista AgoraO que falta em "Sociedade da Neve" é uma sensação de urgência. Não senti tensão em momento algum.
Talvez pelo filme ser muito "limpo", visualmente plástico, priorizando a estética mais que tudo (alguns takes lembram aquelas cenas exibicionistas e pretensiosas d'O Regresso, cenas com um tom épico, filmadas com luz natural, que pedem para serem emolduradas como uma tentativa de parecer uma pintura).
E a conclusão apela para todas as formas possíveis de arrancar lágrimas do público. Parece final de BBB misturado com cenas de comercial do banco Itaú.
É oscarbait que chama.
Como comparação (apelativa, admito), temos "Vá e Veja" como exemplo de algo que deu certo. Você sente o cheiro da terra, da chuva, você sente na pele tudo o que o protagonista passa, é como se você estivesse ali com ele, algo próximo de um inferno. Um filme cru que funciona, sem apelos emotivos fáceis.
É o que o filme de J. A. Bayona não é.
No fim, vale mesmo pela parte visual - mas acho que não deveria ser esse o destaque do filme... e, claro, vale também pelo fato de ouvirmos tudo em espanhol.
(Obs: também não acho a versão de 1993 um grande filme. Mas acho que ele funciona melhor no que falta para esse, que é a de sensação de perigo. A cena do avião caindo nesse filme funciona até hoje, parece mais longa, passa mais aflição.)
Resistência
3.3 265 Assista AgoraO famoso "mais do mesmo".
Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo
2.6 304 Assista AgoraSó mais um filme metido a besta ruim, nem mais, nem menos. Um filme ruim comum, super batido, como vários que chegam toda semana e que serão esquecidos com o tempo. Nada de novo.
Ele tem hype simplesmente pelo diretor e só.
Snyder pode soltar um peido ou fazer um vídeo com um Motorola V3 e os fãs fanáticos já consideram cinema. Mas no fim, só tá fazendo mesmo é papel de parede pra botar no pc.
Enfim, nem sei porque baixei essa porra.
Sertânia
3.8 27Talvez eu esteja facilmente impressionado, mas acho que "Sertânia" tem a melhor fotografia P&B dos últimos anos (ou décadas).
É o que "Roma" só pensa que é.
É o que as fotografias de Sebastião Salgado pensam que são.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraHá 10 anos, exatamente em 01/01/2014, assistia pela primeira vez o filme que mudou minha vida - a vida cinéfila, pelo menos. Rever hoje, em 01/01/2024, foi uma sessão tão especial quanto a primeira.
Naquela época, comecei a sair da bolha dos filmes hollywoodianos, conhecendo o cinema do resto do mundo (incluindo o daqui), movimentos cinematográficos, etc... mas nada havia me preparado para esse trabalho do Bergman, fora que estava receoso com o que poderia vir (eu já tinha assistido Morangos Silvestres e achado bem irregular, mas merece uma revisão, nunca mais o vi, talvez eu esteja errado sobre ele).
Como alguém que se impressionava com mais facilidade na época, foi uma pancada muito bem dada na minha cabeça (no bom sentido). Se até hoje não esqueci a sensação é porque certamente foi bem especial. Nunca consegui descrever em palavras para ninguém o que senti naquela primeira sessão, não consigo até hoje, sempre falho quando tento.
Só sei que foi bom.
Com ele percebi que o cinema não tinha limites, me fez ver que o formato de cinema americano já não era apenas o único que valia (é até óbvio dizer isso), que nada precisa ser mastigado para ser entendido - melhor: que nem todo filme precisa ser entendido para ser apreciado. Que o sensorial vale mais que o racional. Que o jogo de luzes e sombras pode valer mais que qualquer diálogo expositivo ou trilha sonora para mexer com o nosso emocional. Que um filme não precisa ter fim. Ou começo.
Que não precisa fazer sentido - ou não me preocupar em achar que a narrativa de um filme deve fazer sentido.
Aprendi com Persona que cinema é imagem, não um livro didático que precisa explicar tudo.
Certamente, não é o filme que mais assisti na vida, o que tem o melhor roteiro, nem o mais agradável ou o mais tecnicamente perfeito. Mas o impacto de achar que nunca tinha visto algo parecido como aquilo até então faz dessa obra-prima de Ingmar Bergman o meu filme preferido (além de ser o melhor do diretor e o melhor da década de 1960).
Muitos filme tentaram tirar ele do primeiro lugar, alguns quase conseguiram, mas ele continua no pódio. E acho que continuará lá por um bom tempo...
Maestro
3.1 260E Lygia Tár se revira no túmulo.
Os Rejeitados
4.0 320 Assista AgoraNunca morri de amores pelos filmes de Alexander Payne. Gosto de "Eleição" (ainda seu melhor trabalho) e simpatizo com "As Confissões de Schmidt". Mas, num geral, seu cinema (não sei ao certo se dá pra definir seus filmes como típicos Oscarbaits) sempre foi bem maçante.
"Os Rejeitados" não foge da regra.
Pedágio
3.7 70Carolina Markowicz continua mostrando em seu cinema* o Brasil que muita gente sabe que existe mas que prefere omitir - a falsa aparência vale mais que tudo.
*A gente sabe que é cinema. Mas, na verdade, "Pedágio" é vida real.
(falando em cinema: quando der, verei na tela grande, pois, no momento - como muitos - só deu pra ver naquela forma alternativa que salva muita gente)
Clube da Luta Para Meninas
3.4 231 Assista AgoraPotencial desperdiçado.
Nem parece que foi a mesma diretora que fez Shiva Baby (até o momento, o melhor filme da década de 2020).
A Fantástica Fábrica de Chocolate
4.0 1,1K Assista AgoraAo contrário do remake, o filme original não fez parte da minha infância/adolescência, ainda que eu tenha assistido ele numa sessão do Cinema em Casa, do SBT, em 2000, acho.
Não tenho valor ou memória afetiva por ele. Um filme bem comum.
Diferente da versão de Tim Burton...
O Grande Mestre
3.4 175 Assista AgoraA presmissa é muito boa. Mas a condução é bem aquém do que Kar-Wai já fez. Parece que tá dirigindo no piloto automático. Não lembra muito aquele diretor autoral que já fez "Felizes Juntos" e "Amor à Flor da Pele".
Ou seja, um filme esquecível.
A Fantástica Fábrica de Chocolate
3.7 2,2K Assista AgoraMalícia >>>>>>>>>> ingenuidade.
Dito isso, o remake é melhor que o original.
Músicas, performances, figurinos, Oompa-Loompas, desenvolvimento dos personagens, diálogos, os "castigos" das crianças mesquinhas (alguns são puro terror)... tudo superior.
"Tudo nessa sala é comestível. Até eu sou comestível, mas isso se chama 'canibalismo', meus queridinhos, e é visto com maus olhos na maioria das sociedades."