Não que a música fosse menos importante para Michael. Mas como o documentário mostra essa obsessão dele por números e prêmios, de querer fazer o maior disco de todos (e "maior" é diferente de "melhor", vale ressaltar), só reforça o que era a prioridade dele.
Aquele típico filme novo de um diretor que realizou anteriormente um trabalho super badalado e premiado (Moonlight, nesse caso), mas que não repetiu o mesmo sucesso, tanto de público quanto de crítica. Entretanto, também é aquele típico filme que pode crescer com o tempo, depois de revisões.
Aconteceu o mesmo com A Conversação, Corpo Fechado, Showgirls, Interiores, Jackie Brown, O Rei da Comédia, O Mestre, etc - filmes "menores" de diretores renomados, que não fizeram o mesmo barulho de obras lançadas anteriormente, mas que tiveram seu devido reconhecimento anos depois.
Há algo a se descobrir em Se a Rua Beale Falasse. Há um pequeno grande filme ali.
E um filme com aquela trilha sonora não pode ser ignorado.
Sempre quis ver esse, demorei tanto pra ver pois sempre esquecia dele. Daí descobri que tinha disponível no Prime Video. Fui lá e vi. Podia ter demorado mais.
Tem certos filmes que não entendo o culto. Esse é um deles.
Martin Scorsese entrega aquela que talvez seja sua obra (prima) mais política. E pessimista. Um filme sobre acontecimentos de 100 anos atrás. Mas poderiam ser de hoje. Nada mudou, seja nos EUA, seja em Pandora (planeta dos Na'Vi), seja no Brasil.
"Vai ser apenas mais uma tragédia comum, cotidiana... "
Como a vida real, Assassinos da Lua das Flores é amargo. Mostra uma injustiça histórica, em um ciclo que perpetua até hoje, sobre um país que se recusa a fazer as pazes com o passado.
E sobre seu cinema, é louvável ver um diretor entregar um filme em pleno 2023 com um olhar mais clássico, se desprendendo daqueles cacoetes já manjados que funcionavam há 30 anos e hoje não mais (cof-cof, O Lobo de Wall Street, cof-cof). Um filme menos sobre "estilo", até porque o cineasta não precisa provar mais nada a ninguém. Talvez por não combinar com a proposta do filme ele optou por ser mais pé no chão. Funcionou também com Silêncio, seu melhor filme do século 21 até o momento.
Ah: o singelo letreiro que mostra uma dedicatória em memória a Robbie Robertson (guitarrista/compositor da The Band e produtor musical de Scorsese por mais de 40 anos) me tocou muito, alguém que tem Music from The Big Pink como um dos discos preferidos da vida. Pra mim ele era tão vital pra carreira do diretor quanto Thelma Schoonmaker na edição dando forma e sentido aos seus filmes.
Inventei de rever o filme dublado, pela primeira vez, já que o HBO Max oferecia essa opção e sempre tive curiosidade em assistir assim.
4 dias antes, assisti seu "remake", aquele filme dirigido pelo Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix, também dublado.
Em O Rei da Comédia, o aspirante a comediante é dublado por Hélio Ribeiro, enquanto o apresentador do programa de tv é dublado pelo saudoso Júlio Chaves.
Já em Coringa, o aspirante a comediante é dublado pelo mesmo Hélio Ribeiro, enquanto o apresentador do programa de tv é dublado pelo mesmo (e saudoso) Júlio Chaves.
Não sou muito de acreditar em coincidências. Prefiro acreditar que o diretor de dublagem teve uma sacada genial em chamar os mesmos dubladores para trabalhar em um filme que homenageia outro, cuja história é praticamente a mesma.
-
Ah, sobre o filme: uma pequena obra-prima, uma de várias do Scorsese e um dos melhores da década de 80. Por muitos anos visto como um trabalho menor (há uma pressão gigante em ser o filme seguinte a Touro Indomável), hoje já é visto com outros olhos (ao meu ver, não deve em nada a qualquer outro filme mais icônico do diretor), muito disso se deve ao fato de ser uma influência direta para Phillips na criação do seu filme da DC. Uma redescoberta necessária.
"Assim, pela segunda vez, (os fariseus) chamaram o homem que fora cego e disseram: 'Diga a verdade diante de Deus. Sabemos que este aqui é pecador'. 'Não sei se ele é pecador ou não', respondeu o homem. 'Só sei o seguinte: eu era cego e agora posso ver'."
João IX, 24-26
Eu não sou uma pessoa religiosa, mas esse é o único letreiro de cinema que sempre me arrepia. Uma das melhores formas de terminar um filme, em uma das maiores obras de um dos maiores artesãos dessa arte.
Pode até soar estranho, um filme mais pé no chão dirigido por Scorsese, pra quem só tá acostumado a ver seus trabalhos sobre máfia e gente perturbada. Mas ele revelou que tinha tato para histórias "comuns", de gente como a gente e, veja só, de romance. Um romance cuja protagonista possui um coração que é puro equívoco. Quem não conhece alguém assim?
E pra quem acha que ele não sabe dirigir mulheres (um pensamento bem equivocado, por sinal, mas comum), Ellen Burstyn entrega aqui um dos seus melhores trabalhos (se não o melhor), um desempenho totalmente natural, nem parece atuação - um mérito raro.
Um filme sobre se machucar, sobre amadurecer, sobre escolhas. Sobre seguir em frente.
É correto dizer que é um filme sobre Robbie Robertson e "sua banda" e não sobre The Band? Alguns integrantes do grupo diriam que sim, enquanto o diretor e o guitarrista ficam em cima do muro.
Independente de divergências internas, The Last Waltz é um arquivo histórico para a eternidade. Difícil ver tanta gente alegre e feliz reunida em um documentário musical, fazendo o que fazem de melhor. Depois disso, só em Stop Making Sense (do Talking Heads) e Sign 'O' The Times (do Prince).
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 870Um pastel de massa colorida, mas com recheio de vento.
Thriller 40
4.2 22 Assista AgoraNão que a música fosse menos importante para Michael. Mas como o documentário mostra essa obsessão dele por números e prêmios, de querer fazer o maior disco de todos (e "maior" é diferente de "melhor", vale ressaltar), só reforça o que era a prioridade dele.
Bom, conseguiu. Parabéns.
Mas, no fim, são apenas números.
E o que vale mesmo é a música.
Por isso sempre preferi Prince.
Se a Rua Beale Falasse
3.7 284 Assista AgoraAquele típico filme novo de um diretor que realizou anteriormente um trabalho super badalado e premiado (Moonlight, nesse caso), mas que não repetiu o mesmo sucesso, tanto de público quanto de crítica. Entretanto, também é aquele típico filme que pode crescer com o tempo, depois de revisões.
Aconteceu o mesmo com A Conversação, Corpo Fechado, Showgirls, Interiores, Jackie Brown, O Rei da Comédia, O Mestre, etc - filmes "menores" de diretores renomados, que não fizeram o mesmo barulho de obras lançadas anteriormente, mas que tiveram seu devido reconhecimento anos depois.
Há algo a se descobrir em Se a Rua Beale Falasse.
Há um pequeno grande filme ali.
E um filme com aquela trilha sonora não pode ser ignorado.
2 Coelhos
4.0 2,7K Assista AgoraExcesso de estilo só funciona em publicidade (não por acaso, o lugar de onde veio o diretor).
Afonso Poyart é nosso Guy Ritchie brasileiro. E isso não é elogio.
Xuxa em O Mistério de Feiurinha
2.3 444 Assista AgoraFilme ruim, nota 9.
O Assassino
3.3 514Jeff Bezos não gostou do filme.
No Ritmo do Coração
4.1 754 Assista AgoraMuito fofo.
Isso não é um elogio.
Vidas Passadas
4.2 750 Assista AgoraPor algum motivo me lembrou "Um alguém apaixonado", do Kiarostami. Mas não tão bom quanto.
Um filme pra se rever no futuro. Talvez cresça. No calor do momento, é superestimado. Ou eu que não tenho coração mesmo.
Setembro
3.6 106Adoro filme com lavagem de roupa suja. Desabafam com tanta classe, com tanta educação. Coisa de cinema mesmo.
Na vida real é tiro, porrada, bomba e block no whats.
Isso se ninguém morrer.
Meu filme preferido da "trilogia bergmaniana" de Woody Allen (o outro seria "Interiores", de 1978, e "A Outra", o último dos três, de 1988).
Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica
3.4 198 Assista AgoraSempre quis ver esse, demorei tanto pra ver pois sempre esquecia dele. Daí descobri que tinha disponível no Prime Video. Fui lá e vi. Podia ter demorado mais.
Tem certos filmes que não entendo o culto. Esse é um deles.
1900
4.3 102 Assista Agora1º Ato - 8,5
2º Ato - 8,0
Talvez o último (e literalmente) grande épico do cinema.
Crash: No Limite
3.9 1,2KBobo, didático, um panfletário raso, um Magnólia mais pobrinho.
Cafona.
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraVi no cinema pela primeira vez, em cópia restaurada em 4K, na Cinemateca Brasileira.
Vi pessoas indo embora do cinema durante a sessão.
This is cinema.
Aladdin e os 40 Ladrões
3.3 68 Assista AgoraMelhor que o primeiro filme. Mas vocês não estão preparados para esta conversa...
Assassinos da Lua das Flores
4.1 611 Assista AgoraEra uma vez na América.
Martin Scorsese entrega aquela que talvez seja sua obra (prima) mais política. E pessimista.
Um filme sobre acontecimentos de 100 anos atrás. Mas poderiam ser de hoje. Nada mudou, seja nos EUA, seja em Pandora (planeta dos Na'Vi), seja no Brasil.
"Vai ser apenas mais uma tragédia comum, cotidiana... "
Como a vida real, Assassinos da Lua das Flores é amargo. Mostra uma injustiça histórica, em um ciclo que perpetua até hoje, sobre um país que se recusa a fazer as pazes com o passado.
E sobre seu cinema, é louvável ver um diretor entregar um filme em pleno 2023 com um olhar mais clássico, se desprendendo daqueles cacoetes já manjados que funcionavam há 30 anos e hoje não mais (cof-cof, O Lobo de Wall Street, cof-cof). Um filme menos sobre "estilo", até porque o cineasta não precisa provar mais nada a ninguém. Talvez por não combinar com a proposta do filme ele optou por ser mais pé no chão. Funcionou também com Silêncio, seu melhor filme do século 21 até o momento.
Ah: o singelo letreiro que mostra uma dedicatória em memória a Robbie Robertson (guitarrista/compositor da The Band e produtor musical de Scorsese por mais de 40 anos) me tocou muito, alguém que tem Music from The Big Pink como um dos discos preferidos da vida. Pra mim ele era tão vital pra carreira do diretor quanto Thelma Schoonmaker na edição dando forma e sentido aos seus filmes.
Vivendo no Limite
3.4 163 Assista AgoraO mais próximo de um Taxi Driver 2 que podemos ter. Não por acaso, escritos pelo mesmo roteirista.
Provavelmente o melhor filme de Martin Scorsese dos anos 90.
Cabo do Medo
3.8 907 Assista AgoraScorsese brinca de Hitchcock e entrega um dos melhores filmes de terror dos anos 90 (mesmo não sendo exatamente um terror).
A Última Tentação de Cristo
4.0 297 Assista AgoraO melhor filme sobre JC. De longe.
Depois de Horas
4.0 456 Assista AgoraUm delírio surrealista que faria Buñuel levantar do túmulo de tanto orgulho.
O melhor filme de Scorsese. Certamente um dos mais subestimados.
O Rei da Comédia
4.0 366 Assista AgoraInventei de rever o filme dublado, pela primeira vez, já que o HBO Max oferecia essa opção e sempre tive curiosidade em assistir assim.
4 dias antes, assisti seu "remake", aquele filme dirigido pelo Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix, também dublado.
Em O Rei da Comédia, o aspirante a comediante é dublado por Hélio Ribeiro, enquanto o apresentador do programa de tv é dublado pelo saudoso Júlio Chaves.
Já em Coringa, o aspirante a comediante é dublado pelo mesmo Hélio Ribeiro, enquanto o apresentador do programa de tv é dublado pelo mesmo (e saudoso) Júlio Chaves.
Não sou muito de acreditar em coincidências. Prefiro acreditar que o diretor de dublagem teve uma sacada genial em chamar os mesmos dubladores para trabalhar em um filme que homenageia outro, cuja história é praticamente a mesma.
-
Ah, sobre o filme: uma pequena obra-prima, uma de várias do Scorsese e um dos melhores da década de 80. Por muitos anos visto como um trabalho menor (há uma pressão gigante em ser o filme seguinte a Touro Indomável), hoje já é visto com outros olhos (ao meu ver, não deve em nada a qualquer outro filme mais icônico do diretor), muito disso se deve ao fato de ser uma influência direta para Phillips na criação do seu filme da DC. Uma redescoberta necessária.
Touro Indomável
4.2 708 Assista Agora"Assim, pela segunda vez, (os fariseus) chamaram o homem que fora cego e disseram: 'Diga a verdade diante de Deus. Sabemos que este aqui é pecador'.
'Não sei se ele é pecador ou não', respondeu o homem.
'Só sei o seguinte: eu era cego e agora posso ver'."
João IX, 24-26
Eu não sou uma pessoa religiosa, mas esse é o único letreiro de cinema que sempre me arrepia. Uma das melhores formas de terminar um filme, em uma das maiores obras de um dos maiores artesãos dessa arte.
Alice Não Mora Mais Aqui
3.8 167 Assista AgoraPode até soar estranho, um filme mais pé no chão dirigido por Scorsese, pra quem só tá acostumado a ver seus trabalhos sobre máfia e gente perturbada. Mas ele revelou que tinha tato para histórias "comuns", de gente como a gente e, veja só, de romance. Um romance cuja protagonista possui um coração que é puro equívoco. Quem não conhece alguém assim?
E pra quem acha que ele não sabe dirigir mulheres (um pensamento bem equivocado, por sinal, mas comum), Ellen Burstyn entrega aqui um dos seus melhores trabalhos (se não o melhor), um desempenho totalmente natural, nem parece atuação - um mérito raro.
Um filme sobre se machucar, sobre amadurecer, sobre escolhas. Sobre seguir em frente.
Grande pequeno filme de um grande cineasta.
O Último Concerto de Rock
4.3 54 Assista AgoraÉ correto dizer que é um filme sobre Robbie Robertson e "sua banda" e não sobre The Band? Alguns integrantes do grupo diriam que sim, enquanto o diretor e o guitarrista ficam em cima do muro.
Independente de divergências internas, The Last Waltz é um arquivo histórico para a eternidade. Difícil ver tanta gente alegre e feliz reunida em um documentário musical, fazendo o que fazem de melhor. Depois disso, só em Stop Making Sense (do Talking Heads) e Sign 'O' The Times (do Prince).
"Um filme pra tocar em volume alto."
Caminhos Perigosos
3.6 255 Assista AgoraO melhor filme do John Cassavetes não dirigido por John Cassavetes.