Se há uma coisa que podemos elogiar na série é a objetividade, e assim seguimos a cada temporada.
Fauda é de fato um exemplo de como se criar um bom produto sem grandes investimentos. O sucesso de público, em face a baixíssima divulgação não é surpresa, pois bons produtos se sustentam por si. Mesmo que esta temporada tenha sido um tanto abaixo das anteriores, a série ainda segura o espectador com a mesma maestria que já lhe é peculiar.
O final poderá ser um grande balde de água fria, caso não seja renovada. Felizmente, a produção israelense não depende apenas da Netflix para isto.
A série se mantém em alto nível, embora esta temporada tenha sido inferior a terceira, isto é algo que atribuo a dois fatores principais: a repetição do mesmo padrão narrativo visto desde a primeira (me refiro tanto ao loop infinito de Uhtred quanto a divisão das temporadas sempre em blocos de 4 episódios) e a perda de Alfred (o ótimo David Dawson), sem que tenha aparecido outro personagem a altura.
Faltou também a temporada algum vilão tão interessante quanto a feiticeira Skade. Sihtric parece promissor, mas apareceu tarde. Por outro lado, a personagem mais irritante é Brida que está com prazo de validade vencido desde a morte do jovem Ragnar.
A Netflix e os roteiristas tem o grande desafio para o futuro, eles precisam reformular a série sem perder o nível.
Um filme daqueles que não adianta você falar mal, pois você já sabia o que esperar e quis assistir assim mesmo. É aquele filme de ficção cientifica/ação genericão feito para aproveitar a pipoca mesmo.
Tem umas partes legais, poderiam ter explorado mais as instalações submarinas. E Kristen Stewart minha filha, faça um filme interpretando um personagem diferente, ao menos uma vez.
Emulando os antigos programas de ficção cientifica tão famosos décadas atrás, The Vast of the Night é uma ótima pedida para os fãs do tema que estiverem dispostos a tirar uma folga das grandes produções do gênero e claro, conseguirem suportar os tediosos primeiros 20 minutos.
Feito com baixíssimo orçamento, o filme concentra-se inteiramente nos diálogos para gerar apreensão nos espectadores em torno do clima de mistério proposto. Portanto, são postos de lado os efeitos especiais que normalmente acompanham este tipo de produção. A jovem Fay, interpretada por Sierra McCormick, muito bem na pele de uma adolescente, funciona como fio condutor da trama e é a responsável por manter a empatia dos espectadores.
A partir de um misterioso telefonema que irá guiar os próximos passos da trama, a direção faz um bom trabalho acompanhando o deslocamento dos personagens correndo pelas ruas desertas da cidade seja a pé, de bicicleta ou carro. A fotografia escura embora seja parte da proposta em determinados momentos comete alguns excessos, nada demasiado relevante.
Fui arrebatado por Fauda desde a primeira temporada. Talvez o que me chame mais a atenção na narrativa é notar como é desgraçada a vida daqueles homens, seja os pertencentes as forças israelenses ou ao Hamas, cuja perspectiva de paz e felicidade é constantemente ameaçada. E mesmo assim isso não os faz desistir de seus propósitos (por mais equivocados que estes sejam), ao mesmo tempo este sentimento apenas alimenta um circulo vicioso cujo resultado é a violência e a perda de vidas.
A evolução da série nas temporadas seguintes foi nítida, mas tudo sem perder sua essência. Fauda continua sensacional e como de costume consegue manter a tensão nos episódios e encerra-los bem. Transformando-a naquele tipo de série ideal para se maratonar.
Ainda que determinadas situações complexas criadas tenham se resolvido de maneira relativamente fácil, nada que estrague a experiência, a produção mantém acertos e consegue nos fazer aprofundar ainda mais no intimo de seus personagens regulares. Enquanto seguimos convivendo com as mortes dos personagens que vão ficando pelo caminho.
A série continua sendo uma das melhores opções do catalogo Netflix no quesito ação.
Acompanhamos o anti-herói (um policial corrupto) em uma sucessão de eventos capazes de desgastar qualquer um, menos o espectador.
O filme é divertido, ágil e em que pese alguns momentos exagerados que poderiam ter sido descartados, mas que colaboram para clima criado pelo roteiro, tornam a experiência de assisti-lo bastante agradável e em alguns momentos surpreendente.
Lee Seon-gyoon é um ator carismático e consegue fazer com que o público torça por seu personagem. Algo fundamental quando um anti-herói não só assume o protagonismo de um filme, como domina quase 100% do tempo de tela.
A direção também acerta, não só nos planos bem feitos como nas sequencias de ação e cenas de luta corporal. Não atoa o diretor Kim Sung Hoon assumiu a frente da excelente série Kingdom, mais uma produção onde podemos constatar a habilidade do mesmo para a elaboração de cenas de ação.
Em resumo, Um Dia Difícil é mais um dos filmes coreanos que acerta em cheio não só na ação quanto na diversão.
Que as histórias de Stephen King funcionam melhor nos livros do que em filmes já é sabido. Os filmes são normalmente longos e apesar de criarem um clima de suspense adequado deixam os mesmos serem derrubados por uma sequencia de cenas desnecessárias e quase gratuitas. No entanto, este me surpreendeu positivamente e dentre os filmes baseados em King os quais já assisti, este figura entre um dos que mais me agradou.
Embora hajam alguns sustos estrategicamente posicionados, o filme não apela para o jump scare. O diretor emula o mesmo estilo usado por ele na série A Maldição da Residência Hill, porém aqui se aproveita dos poderes mentais dos protagonistas para investir em movimentos de câmera inesperados e planos inventivos muito bem bolados.
Rebecca Ferguson dá um show a parte, fascina, encanta e transforma Rose no ponto alto do filme. A personagem que já é interessante por natureza ganha muito com a atriz, quem sabe a ponto de nos fazer pedir por mais. Ewan McGregor mantém seu padrão com suas costumeiras boas atuações.
Doutor Sono poderia ter alguns minutos a menos, mas nem por isso a duração o atrapalha. E convenhamos que qualquer filme com mais de duas horas e que não seja cansativo, já merece crédito. E aqui apesar da longa duração não senti cansaço em assisti-lo.
Um suspense interessante que consegue de inicio ganhar a atenção do espectador, algo que considero o principal neste tipo de filme. Como os bons suspenses fazem a trama nos faz sentir na pele do personagem principal, um homem comum que se vê envolvido em uma situação desesperadora e cada decisão que toma acaba enredando-o ainda mais na trama.
O filme também faz uma critica a sociedade Coreana, uma sociedade individualista onde as pessoas não costumam se interessar pela vida alheia. Mais do que o medo de se envolver em um crime ou o instinto de evitar desvalorizar seus imóveis, as pessoas relutam em se envolver de qualquer forma. É curioso observar como somente o detetive parece demonstrar alguma empatia, enquanto seus colegas policiais e os moradores do condomínio tratam o caso com frieza.
A direção consegue criar boas cenas de suspense, a fotografia em tons de azul e amarelo e as variações nas movimentações de câmera são um atrativo adicional.
O que pode incomodar alguns é o padrão de atuação Coreana, onde em momentos de nervosismo ou desespero, os atores acabam por usar vozes e trejeitos que para nós do Ocidente costuma soar como comédia.
Ótima opção da Netflix. O filme é mais um thriller asiático de qualidade que ao que se sabe deve ganhar uma versão americana em breve.
Produção de baixo orçamento que se apoia no carisma de Norival Rizzo, trata-se de uma comédia situacional que brinca com a tentativa de um malandro, especialista no uso de antigos truques da malandragem dos anos 70 e 80 ao tentar aplica-los no mundo atual.
O desenvolvimento da série se dá no estilo novelesco, e seus 13 episódios com 1 hora de duração acabam se provando um exagero. A trama que inicia bem vai se alongando demais, o que acaba tornando-a cansativa, pois vários deles não acrescentam ao desenvolvimento da produção.
Além do competente Rizzo que segura a maioria dos episódios sozinho, destaque também para a atriz Clarissa Kiste, não tão conhecida do grande público, ela faz de Gina, uma personagem dúbia em vários sentidos, alguém interessante de se acompanhar.
Infelizmente a má dosimetria da duração e do numero de episódios acaba por prejudicar o andamento da produção como um todo.
O filme inicia como uma comédia cotidiana, substituída no terceiro ato por um filme de ação com humor negro, ambos competentes.
Usando bem o baixo orçamento, provavelmente a maioria gasto com a contratação de Elijah Wood, a produção vai perdendo força no decorrer da trama e o filme cuja história parecia poder fazer parte da vida de qualquer espectador vai se distanciando disto. O espectador literalmente passa do "eu bem que gostaria de fazer isso" para o "Que é caçamba essa". Acredito que se mantivesse a toada inicial teria agradado mais.
Ideal para quem gosta de filmes no estilo de filmes de festivais como o de Sundance. Em suma é um filme que embora não excepcional vale como passatempo.
Antes de mais nada tenha em mente que o filme não é um terror, mas um suspense policial com elementos de ocultismo.
O filme cria um suspense competente e envolvente e possui algumas cenas que não devem muito a filmes de horror sobre cultos satânicos. Aqui sequencias de tensão são revezadas com períodos de alívios de clima, infelizmente alguns destes conseguem fazer o espectador menos interessado se desligar.
É interessante o filme abordar, embora de maneira superficial, os temas psicologia e regressão, infelizmente o mesmo opta por não ir muito a fundo e perde uma boa oportunidade focar mais dos psicológico dos personagens.
Ethan Hawke está em casa, interpretando o tipo de personagem que sempre lhe coube muito bem. O mesmo não se pode dizer de Emma Watson que robótica demais não convence, mas por sorte aparece pouco.
Ao nos deparamos com o final é que nos damos conta que em algumas oportunidades durante o filme (não menos que 3) a revelação final é jogada em nossa cara, logo quem prestar mais a atenção irá perceber.
O que mais me incomoda, e por este motivo não dou nota maior, é o fato do personagem principal mergulhar fácil demais e de maneira demasiadamente intensa na história. O que acaba sendo pouco crível.
Trata-se de um filme baseado em fatos reais, infelizmente alguns ignoram isso e reclamam porque queiram um filme de terror padrão. Mais um motivo para conferir os filmes antes de joga-los de escanteio após ler a opinião alheia.
Seguindo os passos de Legitimo Rei, a Netflix lança mais uma produção medieval bem realizada e visualmente excepcional. Se o roteiro tem pouca precisão histórica, o visual é extremamente bem feito e os acontecimentos são mostrados de modo próximo do que seria a realidade (chama atenção a quantidade de sequencias de soldados marchando e o estilo das batalhas).
O ritmo lento que pode desagradar muitos (lembremos que o filme se baseia na obra de Shakespeare), é necessário para que o filme alcance seu principal objetivo, que aqui é a construção de caráter de Hal, o personagem principal. Mostra o quanto a posição de rei é algo pesado e capaz de consumir os indivíduos que a carregam. Como já dizia Mufasa, o rei precisa pensar menos em si mesmo e mais no bem de todos.
O filme mostra a guerra mais próxima do que ela é realmente, lenta, suja e com pouquíssimo ou nenhum glamour. Não há heroísmo, a paciência e a observação da realidade que o cerca são coisas muito mais valiosas do que se imagina e fundamentais para vence-la.
O roteiro também trás ótimos diálogos apoiados em vários bons atores como Sean Harris e Joel Edgerton, isso sem falar no excelente Ben Mendelsohn (infelizmente aparece pouco), suportes de luxo ao jovem Timothée Chalamet que não decepciona. Os figurinos, trilha sonora e a fotografia são espetáculos a parte.
As batalhas são bem produzidas e tem foco maior em personagens específicos, a câmera os acompanha de perto fazendo o espectador se sentir dentro do campo de batalha, emborra os planos abertos sejam sensacionais e necessários para mostra o quão confuso seriam as batalhas da época.
Tomara que a Netflix mantenha o investimento em produções do gênero, um deleite para os fãs e uma fuga do padrão das produções lançadas nos últimos anos.
Filmes como Joker são normalmente classificados como filmes alternativos, de nicho e portanto são consumidos por grupos específicos e muitas vezes restrito de pessoas. Isto fez com que aqueles pouco afeitos a filmes semelhantes, o classificassem como algo perturbador e outras determinações das mais variadas. Isso sem falar da imprensa mimimi. No entanto, aqui o roteiro conseguiu se manter no limiar entre ser um filme comercial, digno de uma grande "marca" e um filme de alternativo, agradando assim ao grande público.
Acompanhamos toda a jornada de Arthur Fleck sobre seus ombros, ou seja, vemos somente o que ele vê (lembrando que o que ele vê pode ou não ser real) e consequentemente julgamos suas ações a luz de nossa própria consciência.
É importante ressaltar que de forma alguma o roteiro se preocupa em justificar suas ações, tratando-o como herói e nem tão pouco como anti-herói. Arthur é simplesmente um homem com problemas mentais que vive perturbado, tudo agravado por suas condições tanto financeira quanto psicológica. A violência não é justificada ou glorificada em nenhum momento e o roteiro deixa o espectador interpretar tudo, sem tentar influência-lo diretamente.
A atuação de Joaquin Phoenix é excelente, na medida. Entendo que não cabe comparação entre este Coringa e o de Heath Ledger, tratam-se de personagens que possuem maturidade diferentes. Fala-se muito em Oscar de melhor ator, no entanto acredito que um Oscar de roteiro original seria muito bem entregue.
Os aspectos técnicos também estão excelentes, destaques para a direção e seus planos seguindo o protagonista em tela, a fotografia sempre representando as diferentes realidades do personagem e a trilha sonora muito bem encaixada.
Rambo é uma série de filmes que podemos de modo simplificado dividir em três fases: o drama levemente reflexivo Rambo I, os filmes de ação nacionalistas e vendedores de brinquedos Rambos II e III (típicos dos anos 80) e os filmes de ação atuais e brutais (classificação 18 anos) Rambo IV e V.
Rambo - Last Blood mantém a linha do filme anterior, com o diferencial de podermos voltar a tentar enxergar o intimo do personagem, algo que os roteiristas só haviam nos tentado nos deixar enxergar no primeiro filme da franquia.
O roteiro usa sua primeira hora para tentar reaproximar o público de John Rambo, além de não deixar a ver navios aqueles jovens que não conhecem o drama do personagem. Adicionalmente desenvolve a relação entre Rambo e seus "novos familiares", afinal de contas pela primeira vez ele realmente se importa emocionalmente com alguém. A tentativa embora rasa é eficiente e consegue desenvolver o minimo necessário para criar empatia com os personagens e fazer o público se importar com eles. Isso parece pouco, mas precisamos ter a consciência de que é algo que a grande maioria dos filmes atuais não consegue.
Após um inicio lento, sem ser chato, o filme faz o que se espera dele e trás a boa e velha ação característica da série, temos o velho Rambo de volta, adicionando a violência gráfica conforme iniciado com Rambo IV. Tal violência trás no colo o uso do "velho e bom CGI", o recurso apesar de bem feito, como de costume tem uma ou duas cenas em que se mostra claramente exagerado.
Nas atuações, embora seja fato que Sylvester Stallone não é um estupendo ator, o mesmo sabe bem o que fazer, afinal ele não foi duas vezes indicado ao Oscar por mero acaso. Infelizmente o mesmo não ocorre com a jovem Yvette Monreal que apesar de não ser um completo desastre, consegue em duas ou três cenas, demonstrar toda sua falta de carisma e repertório de técnicas de atuação. Já os vilões, seguem o padrão da série e além de possuírem pouco tempo de tela são esquecíveis, algo que faz com que a produção perca um pouco de peso.
Em suma, temos um filme de ação bem feito e que traz um final minimamente digno a uma franquia que já embalou a infância de muitas crianças no passado. Usar o filme para se buscar traçar relações fantasiosas com politica internacional ou mesmo elaborar discursos vazios a respeito da geração de que imbecis sentimentais que a mídia tenta criar é algo tão ridículo que chega a ser vergonhoso.
Bem produzido e com ótimos efeitos, o filme é uma execelente pedida para quem gosta de filmes com animais predadores. Me arrsico a dizer que este é um dos mais bem produzidos do gênero. Repleto de ação despretenciosa e alguns jump scares efetivos, o filme é diversão garantida, apoiado em uma direção competente e com uma duração bem dosada (algo que vem se tornando raro).
Os espectos técnicos são todos excelentes, a ponto de surpreender o mediano orçamento divulgado para o filme (quase tudo aparentemente gasto em pós-produção). Os efeitos sonoros são excelentes e o CGI dos crocodilos, exceto duas ou três cenas é ótimo. Dica: evite assistir no computador, pois vale a pena assistir em tela grande e se possível com boa qualidade de imagem.
As atuações são adequadas, tanto de Pepper (eterno coadjuvante), quanto de Kaya, queridinha de muitos e cuja carreira parece não irá decolar como muitos esperavam.
Uma das poucas coisas que icomoda são aquelas velhas "conceções artistiscas", tais como um helicoptero que enfrenta um vôo em meio a um furação para resgatar pessoas e uma pessoa com fratura exposta, caminhar quase sem dificuldades depois de amarrar a perna com um cinto. Diga-se de passagem: todas as mordidas sofritas pela dupla de protagonistas, exceto a cena da amputação, praticamente não causam danos compatíveis.
Em suma, o filme é diversão sem compromisso garantida, principalmente para quem sabe se desligar dos detalhes e aproveitar a pipoca.
Creep é um found footage clássico de baixíssimo orçamento e trás consigo quase todos os méritos e os problemas do gênero. Logo quem não suporta o estilo, nem deveria assistir, muito menos vir reclamar como se tivesse sido enganado.
Durante a primeira hora ficamos buscando entender o que se passa por trás do maluco Josef e quais suas intenções. Entre idas e vindas e bizarrices variadas o espectador é pego tentando adivinhar o que virá a seguir, quase sempre se equivocando em seus pensamentos. O fato de boa parte do roteiro ter sido feito na hora, de improviso, já diz muito. Trocando em miúdos, o filme é um bom exemplo de como se fazer um suspense gastando praticamente nada.
De certa forma é fácil terminar o filme decepcionado, algo que pode mudar se o espectador se permitir uma reflexão sobre o que assistiu e como os realizadores chegaram até ali.
O filme consegue criar um ótimo clima de suspense e estranheza, principalmente graças a atuação de Duplass e seu personagem que dá titulo ao filme. O ator realmente rouba a cena e carrega a produção nas costas, deixando óbvio que se fosse Josef interpretado por outro ator, muito provavelmente o resultado final seria inferior. O também diretor Patrick Brice se limita a fazer o básico em manifestar toda a burrice típica do tipo de personagem que interpreta.
Por fim, muitos acabarão se perguntando quem é verdadeiro o Creep da história, Josef ou você que assistiu.
O filme pode ser dividido em duas partes distintas, um thriller psicodélico e uma caçada frenética por vingança, banhada a muito sangue e violência. Haverão espectadores que irão preferir a primeira parte e não necessariamente gostar da segunda e vice versa. De qualquer modo, a chave para curtir Mandy é aceitar a viagem proposta pelo filme, sem grandes questionamentos.
Esteticamente muito bonito, a fotografia abusa das cores em neon e do clima soturno, isso sem comentar que faz uma espécie de viagem por diversas capas de álbuns de rock que claramente inspiraram os realizadores. Aliás viagem é uma palavra que define bem a produção que conta com um desenvolvimento ousado e corajoso, mas cuja duração acaba por ser um tanto longa, nada que estrague a experiência.
Os quatro motoqueiros demoníacos acabam sendo uma atração a parte, uma alusão aos quatro cavaleiros do apocalipse, eles personificam os agentes de mudança para o novo mundo com o qual Sand sonhava.
O fato deles curiosamente terem sido eliminados primeiro acaba sendo um ponto positivamente fora da curva.
Cage está muito a vontade em um personagem que parece ter sido feito para ele. Roache, um ótimo ator com pouca visibilidade, vai bem mesmo tendo poucas cenas onde possamos visualizar claramente suas expressões.
Em suma, assisti-lo é uma experiência que deve ser vivida sem a necessidade de se estar buscando respostas. O filme é como um pesadelo, aonde não podemos tentar dormir novamente para tentar extrair algo que aparentemente não tenhamos captado.
Antes de mais nada é preciso, se possível, buscar esquecer o original e evitar comparações (isso sem comentar que aquele também não era um excelente filme). Feito isso, vemos aqui um filme bem feito, com boas sequencias e bons efeitos que peca um pouco em não focar mais nos problemas que a família já passava antes da mudança e nos aparentes problemas psicológicos que o Dr. Creed enfrentava (decidiram faze-lo somente com a esposa e suas lembranças da infância).
Se algumas opções do novo roteiro não foram tão positivas, a troca do bebê pela garotinha foi uma boa escolha, pois torna o último ato um pouco mais crível, pois para alguns pode ser difícil aceitar um bebê correndo por ai para assassinar pessoas.
As atuações são adequadas e ver John Lithgow em cena é sempre excelente.
“Um filme que superestimou a si próprio”. Essa é a frase que tiro como conclusão sobre o filme.
Os delírios de grandeza do diretor infelizmente são apenas delírios e em nada contribuem para o filme que por sua vez sobrevive mesmo das boas atuações das duas protagonistas e de parte do elenco de apoio. Aliás não fosse por Tilda Swinton é até difícil pensar o que seria da obra.
A tentativa de se afastar da trama original é até louvável, mas a maioria das escolhas feitas para tal apenas quebram o clima de suspense que poderiam ter melhorado muito a experiência do espectador.
A longa duração em nada é justificada, pois o andamento lento e arrastado em nada contribuem, seja para valorizar a trama ou tão pouco serve para aprofundar na personalidade dos personagens. Aliás, o roteiro conseguiu a proeza de não ser capaz sequer de nos fazer importar por nenhum segundo que seja com a protagonista.
Todo o plot da Alemanha pós guerra e do médico tornam-se mera perda de tempo. E a sequência final que inicia tão bem no ritual acaba se perdendo que forma quase tola.
A quem não tiver visto, sugiro que assistam ao original que apesar de não ser algo sensacional, supera este com certa facilidade. Inclusive nos faz pensar no que Dario Argento teria feito do filme hoje em dia com os recursos tecnológicos existentes.
Fauda retorna ainda mais eletrizante nesta temporada. Mantendo uma de suas principais qualidades que é a de segurar a atenção do espectador. Sendo que cada episódio agora tem cerca de 10 minutos a mais que na anterior.
Apesar das criticas recebidas pelo uso de um terrorista do EI que de fato não opera na Cisjordânia, a segunda temporada, mais focada na ação do que a primeira, consegue tocar no espectador e faze-lo sentir ainda mais as angústias dos personagens que vivem em uma constate tensão sem solução aparente. Onde a única esperança parece ser a de se mudar para algum país Europeu. Não a toa a produção ganhou sinal verde para uma próxima com 12 episódios.
Nas atuações a série continua contando com bons atores que conseguem segurar bem a trama, destaque para Shadi Mar'i, interprete de Walid El Abed, o personagem ganhou espaço e evoluiu bastante desde a temporada anterior e Shadi conseguiu imprimir no personagem todo um turbilhão de emoções que tomou conta do personagem, dentre eles o ódio, angustia e insanidade.
Fato interessante é que a série anteriormente focada em Doron conseguiu abrir o leque e permitir que outros personagens pudessem contar suas história a ponto de fazer o espectador se importar com eles.
Para os fãs de séries de ação, Fauda é um produto imperdível. Não é atoa que foi apontada pelo jornal “The New York Times” como a melhor série internacional de 2017.
Pena a série não possuir a divulgação que merece, pois sem dúvidas disponibiliza-la é um dos grandes acertos da Netflix que tem a série como uma das excelentes opções de seu catalogo.
A trama mostra por dentro uma unidade secreta do exercito de Israel que atua disfarçada na Cisjordânia, em busca por um terrorista do Hamas. Com ótimas doses de ação (tudo bem pé no chão), bons atores, um roteiro bem amarrado, a série merece ser vista e ainda trás de quebra algumas belíssimas paisagens da Cisjordânia.
Basta assistir ao primeiro episodio para se sentir atraído por ela, pena que na opção de se aprofundar no drama pessoal do protagonista, os 4 ou 5 últimos episódios da temporada acabaram gerando uma queda no ritimo da produção, mas nada que desqualifique o trabalho. Sem falar que tudo ainda acaba sendo compensado pela segunda temporada, ainda mais eletrizante que esta.
The Last Kingdom continua sendo a série onde não há tempo para se entediar diante da tela.
Sem dúvidas a melhor temporada até agora. A série continua mantendo os acertos das demais temporadas, principalmente no que diz respeito ao ritmo dos episódios e a manter a atenção e a curiosidade do espectador entre os mesmos. Dando continuidade ao que ocorreu na segunda, esta conseguiu dar destaque aos personagens secundários, desenvolvendo bem seus arcos na trama.
Nas atuações destaque para os protagonistas, Alexander Dreymon cada vez melhor como Uhtred (a cada temporada o ator parece mais confortável com o personagem) e David Dawson, mais uma vez excelente como Alfredo.
Sabendo que a próxima temporada está garantida, resta torcer para que a Netflix não invente de encerrar a série sem um fechamento digno da saga de Uhtred.
A música de abertura completamente fora do contexto da série é uma das coisas mais absurdas que já vi em qualquer outra série.
Britannia passa longe do sucesso de outras produções do gênero, sendo quase um absurdo compara-la com qualquer que seja. O roteiro não consegue se aprofundar nos personagens e tão pouco prender o espectador aos próximos episódios. Chega a ser incrível a falta de cuidado com o vocabulário dos personagens, o apelo para o humor em momentos equivocados é uma constante e acaba por jogar baldes de água fria na cara do espectador.
O maior ponto positivo é que algumas cenas são visualmente muito bonitas, aproveitando bem a paisagem do local. A maioria das atuações também não decepciona, mas são insuficientes para salvar a produção. Já que a próxima temporada está garantida, o jeito é esperar que os produtores repensem a forma com que conduzem a série e consigam dar mais qualidade a uma produção cara, mas pouco soube aproveitar os recursos a sua disposição.
A maior qualidade da série é o fato de não haver enrolação para definir os ganchos e conflitos gerados. Sempre motivando o espectador e renovando as expectativas para seus próximos passos. A série continua empolgante e deixando ansiedade pelo próximo, sempre ao fim de cada um entre todos os episódios da temporada, como poucas outras conseguem.
Ainda melhor que a primeira, esta temporada consegue fazer Uhtred dividir o protagonismo com outros personagens, criando um mundo ainda maior de possibilidades e permitindo que o espectador se interesse mais por outros personagens e seus arcos narrativos.
É visível que tiveram mais recurso técnico para as filmagens, algo que ajudou bastante, inclusive a consolidar a constatação de que The Last Kingdom é melhor que Vikings, pena que é menos badalada.
Fauda (4ª Temporada)
4.2 14 Assista AgoraSe há uma coisa que podemos elogiar na série é a objetividade, e assim seguimos a cada temporada.
Fauda é de fato um exemplo de como se criar um bom produto sem grandes investimentos. O sucesso de público, em face a baixíssima divulgação não é surpresa, pois bons produtos se sustentam por si. Mesmo que esta temporada tenha sido um tanto abaixo das anteriores, a série ainda segura o espectador com a mesma maestria que já lhe é peculiar.
O final poderá ser um grande balde de água fria, caso não seja renovada. Felizmente, a produção israelense não depende apenas da Netflix para isto.
O Último Reino (4ª Temporada)
4.2 84A série se mantém em alto nível, embora esta temporada tenha sido inferior a terceira, isto é algo que atribuo a dois fatores principais: a repetição do mesmo padrão narrativo visto desde a primeira (me refiro tanto ao loop infinito de Uhtred quanto a divisão das temporadas sempre em blocos de 4 episódios) e a perda de Alfred (o ótimo David Dawson), sem que tenha aparecido outro personagem a altura.
Faltou também a temporada algum vilão tão interessante quanto a feiticeira Skade. Sihtric parece promissor, mas apareceu tarde. Por outro lado, a personagem mais irritante é Brida que está com prazo de validade vencido desde a morte do jovem Ragnar.
A Netflix e os roteiristas tem o grande desafio para o futuro, eles precisam reformular a série sem perder o nível.
Iam Holm foi outra baixa importante para a série. Quiça a próxima temporada traga novos personagens realmente interessantes.
Ameaça Profunda
3.0 629 Assista AgoraUm filme daqueles que não adianta você falar mal, pois você já sabia o que esperar e quis assistir assim mesmo. É aquele filme de ficção cientifica/ação genericão feito para aproveitar a pipoca mesmo.
Tem umas partes legais, poderiam ter explorado mais as instalações submarinas.
E Kristen Stewart minha filha, faça um filme interpretando um personagem diferente, ao menos uma vez.
A Vastidão da Noite
3.5 576 Assista AgoraEmulando os antigos programas de ficção cientifica tão famosos décadas atrás, The Vast of the Night é uma ótima pedida para os fãs do tema que estiverem dispostos a tirar uma folga das grandes produções do gênero e claro, conseguirem suportar os tediosos primeiros 20 minutos.
Feito com baixíssimo orçamento, o filme concentra-se inteiramente nos diálogos para gerar apreensão nos espectadores em torno do clima de mistério proposto. Portanto, são postos de lado os efeitos especiais que normalmente acompanham este tipo de produção. A jovem Fay, interpretada por Sierra McCormick, muito bem na pele de uma adolescente, funciona como fio condutor da trama e é a responsável por manter a empatia dos espectadores.
A partir de um misterioso telefonema que irá guiar os próximos passos da trama, a direção faz um bom trabalho acompanhando o deslocamento dos personagens correndo pelas ruas desertas da cidade seja a pé, de bicicleta ou carro. A fotografia escura embora seja parte da proposta em determinados momentos comete alguns excessos, nada demasiado relevante.
Fauda (3ª Temporada)
4.2 30 Assista AgoraFui arrebatado por Fauda desde a primeira temporada. Talvez o que me chame mais a atenção na narrativa é notar como é desgraçada a vida daqueles homens, seja os pertencentes as forças israelenses ou ao Hamas, cuja perspectiva de paz e felicidade é constantemente ameaçada. E mesmo assim isso não os faz desistir de seus propósitos (por mais equivocados que estes sejam), ao mesmo tempo este sentimento apenas alimenta um circulo vicioso cujo resultado é a violência e a perda de vidas.
A evolução da série nas temporadas seguintes foi nítida, mas tudo sem perder sua essência. Fauda continua sensacional e como de costume consegue manter a tensão nos episódios e encerra-los bem. Transformando-a naquele tipo de série ideal para se maratonar.
Ainda que determinadas situações complexas criadas tenham se resolvido de maneira relativamente fácil, nada que estrague a experiência, a produção mantém acertos e consegue nos fazer aprofundar ainda mais no intimo de seus personagens regulares. Enquanto seguimos convivendo com as mortes dos personagens que vão ficando pelo caminho.
A série continua sendo uma das melhores opções do catalogo Netflix no quesito ação.
Um Dia Difícil
3.6 184Acompanhamos o anti-herói (um policial corrupto) em uma sucessão de eventos capazes de desgastar qualquer um, menos o espectador.
O filme é divertido, ágil e em que pese alguns momentos exagerados que poderiam ter sido descartados, mas que colaboram para clima criado pelo roteiro, tornam a experiência de assisti-lo bastante agradável e em alguns momentos surpreendente.
Lee Seon-gyoon é um ator carismático e consegue fazer com que o público torça por seu personagem. Algo fundamental quando um anti-herói não só assume o protagonismo de um filme, como domina quase 100% do tempo de tela.
A direção também acerta, não só nos planos bem feitos como nas sequencias de ação e cenas de luta corporal. Não atoa o diretor Kim Sung Hoon assumiu a frente da excelente série Kingdom, mais uma produção onde podemos constatar a habilidade do mesmo para a elaboração de cenas de ação.
Em resumo, Um Dia Difícil é mais um dos filmes coreanos que acerta em cheio não só na ação quanto na diversão.
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraQue as histórias de Stephen King funcionam melhor nos livros do que em filmes já é sabido. Os filmes são normalmente longos e apesar de criarem um clima de suspense adequado deixam os mesmos serem derrubados por uma sequencia de cenas desnecessárias e quase gratuitas. No entanto, este me surpreendeu positivamente e dentre os filmes baseados em King os quais já assisti, este figura entre um dos que mais me agradou.
Embora hajam alguns sustos estrategicamente posicionados, o filme não apela para o jump scare. O diretor emula o mesmo estilo usado por ele na série A Maldição da Residência Hill, porém aqui se aproveita dos poderes mentais dos protagonistas para investir em movimentos de câmera inesperados e planos inventivos muito bem bolados.
Rebecca Ferguson dá um show a parte, fascina, encanta e transforma Rose no ponto alto do filme. A personagem que já é interessante por natureza ganha muito com a atriz, quem sabe a ponto de nos fazer pedir por mais. Ewan McGregor mantém seu padrão com suas costumeiras boas atuações.
Doutor Sono poderia ter alguns minutos a menos, mas nem por isso a duração o atrapalha. E convenhamos que qualquer filme com mais de duas horas e que não seja cansativo, já merece crédito. E aqui apesar da longa duração não senti cansaço em assisti-lo.
A Testemunha
3.5 101 Assista AgoraUm suspense interessante que consegue de inicio ganhar a atenção do espectador, algo que considero o principal neste tipo de filme. Como os bons suspenses fazem a trama nos faz sentir na pele do personagem principal, um homem comum que se vê envolvido em uma situação desesperadora e cada decisão que toma acaba enredando-o ainda mais na trama.
O filme também faz uma critica a sociedade Coreana, uma sociedade individualista onde as pessoas não costumam se interessar pela vida alheia. Mais do que o medo de se envolver em um crime ou o instinto de evitar desvalorizar seus imóveis, as pessoas relutam em se envolver de qualquer forma. É curioso observar como somente o detetive parece demonstrar alguma empatia, enquanto seus colegas policiais e os moradores do condomínio tratam o caso com frieza.
A direção consegue criar boas cenas de suspense, a fotografia em tons de azul e amarelo e as variações nas movimentações de câmera são um atrativo adicional.
O que pode incomodar alguns é o padrão de atuação Coreana, onde em momentos de nervosismo ou desespero, os atores acabam por usar vozes e trejeitos que para nós do Ocidente costuma soar como comédia.
Ótima opção da Netflix. O filme é mais um thriller asiático de qualidade que ao que se sabe deve ganhar uma versão americana em breve.
171 - Negócio de Família
2.7 2Produção de baixo orçamento que se apoia no carisma de Norival Rizzo, trata-se de
uma comédia situacional que brinca com a tentativa de um malandro, especialista no uso de antigos truques da malandragem dos anos 70 e 80 ao tentar aplica-los no mundo atual.
O desenvolvimento da série se dá no estilo novelesco, e seus 13 episódios com 1 hora de duração acabam se provando um exagero. A trama que inicia bem vai se alongando demais, o que acaba tornando-a cansativa, pois vários deles não acrescentam ao desenvolvimento da produção.
Além do competente Rizzo que segura a maioria dos episódios sozinho, destaque também para a atriz Clarissa Kiste, não tão conhecida do grande público, ela faz de Gina, uma personagem dúbia em vários sentidos, alguém interessante de se acompanhar.
Infelizmente a má dosimetria da duração e do numero de episódios acaba por prejudicar o andamento da produção como um todo.
Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo
3.3 382 Assista AgoraO filme inicia como uma comédia cotidiana, substituída no terceiro ato por um filme de ação com humor negro, ambos competentes.
Usando bem o baixo orçamento, provavelmente a maioria gasto com a contratação de Elijah Wood, a produção vai perdendo força no decorrer da trama e o filme cuja história parecia poder fazer parte da vida de qualquer espectador vai se distanciando disto. O espectador literalmente passa do "eu bem que gostaria de fazer isso" para o "Que é caçamba essa". Acredito que se mantivesse a toada inicial teria agradado mais.
Ideal para quem gosta de filmes no estilo de filmes de festivais como o de Sundance. Em suma é um filme que embora não excepcional vale como passatempo.
Regressão
2.8 535 Assista AgoraAntes de mais nada tenha em mente que o filme não é um terror, mas um suspense policial com elementos de ocultismo.
O filme cria um suspense competente e envolvente e possui algumas cenas que não devem muito a filmes de horror sobre cultos satânicos. Aqui sequencias de tensão são revezadas com períodos de alívios de clima, infelizmente alguns destes conseguem fazer o espectador menos interessado se desligar.
É interessante o filme abordar, embora de maneira superficial, os temas psicologia e regressão, infelizmente o mesmo opta por não ir muito a fundo e perde uma boa oportunidade focar mais dos psicológico dos personagens.
Ethan Hawke está em casa, interpretando o tipo de personagem que sempre lhe coube muito bem. O mesmo não se pode dizer de Emma Watson que robótica demais não convence, mas por sorte aparece pouco.
Ao nos deparamos com o final é que nos damos conta que em algumas oportunidades durante o filme (não menos que 3) a revelação final é jogada em nossa cara, logo quem prestar mais a atenção irá perceber.
O que mais me incomoda, e por este motivo não dou nota maior, é o fato do personagem principal mergulhar fácil demais e de maneira demasiadamente intensa na história. O que acaba sendo pouco crível.
Trata-se de um filme baseado em fatos reais, infelizmente alguns ignoram isso e reclamam porque queiram um filme de terror padrão. Mais um motivo para conferir os filmes antes de joga-los de escanteio após ler a opinião alheia.
O Rei
3.6 404Seguindo os passos de Legitimo Rei, a Netflix lança mais uma produção medieval bem realizada e visualmente excepcional. Se o roteiro tem pouca precisão histórica, o visual é extremamente bem feito e os acontecimentos são mostrados de modo próximo do que seria a realidade (chama atenção a quantidade de sequencias de soldados marchando e o estilo das batalhas).
O ritmo lento que pode desagradar muitos (lembremos que o filme se baseia na obra de Shakespeare), é necessário para que o filme alcance seu principal objetivo, que aqui é a construção de caráter de Hal, o personagem principal. Mostra o quanto a posição de rei é algo pesado e capaz de consumir os indivíduos que a carregam. Como já dizia Mufasa, o rei precisa pensar menos em si mesmo e mais no bem de todos.
O filme mostra a guerra mais próxima do que ela é realmente, lenta, suja e com pouquíssimo ou nenhum glamour. Não há heroísmo, a paciência e a observação da realidade que o cerca são coisas muito mais valiosas do que se imagina e fundamentais para vence-la.
O roteiro também trás ótimos diálogos apoiados em vários bons atores como Sean Harris e Joel Edgerton, isso sem falar no excelente Ben Mendelsohn (infelizmente aparece pouco), suportes de luxo ao jovem Timothée Chalamet que não decepciona. Os figurinos, trilha sonora e a fotografia são espetáculos a parte.
As batalhas são bem produzidas e tem foco maior em personagens específicos, a câmera os acompanha de perto fazendo o espectador se sentir dentro do campo de batalha, emborra os planos abertos sejam sensacionais e necessários para mostra o quão confuso seriam as batalhas da época.
Tomara que a Netflix mantenha o investimento em produções do gênero, um deleite para os fãs e uma fuga do padrão das produções lançadas nos últimos anos.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraFilmes como Joker são normalmente classificados como filmes alternativos, de nicho e portanto são consumidos por grupos específicos e muitas vezes restrito de pessoas. Isto fez com que aqueles pouco afeitos a filmes semelhantes, o classificassem como algo perturbador e outras determinações das mais variadas. Isso sem falar da imprensa mimimi. No entanto, aqui o roteiro conseguiu se manter no limiar entre ser um filme comercial, digno de uma grande "marca" e um filme de alternativo, agradando assim ao grande público.
Acompanhamos toda a jornada de Arthur Fleck sobre seus ombros, ou seja, vemos somente o que ele vê (lembrando que o que ele vê pode ou não ser real) e consequentemente julgamos suas ações a luz de nossa própria consciência.
É importante ressaltar que de forma alguma o roteiro se preocupa em justificar suas ações, tratando-o como herói e nem tão pouco como anti-herói. Arthur é simplesmente um homem com problemas mentais que vive perturbado, tudo agravado por suas condições tanto financeira quanto psicológica. A violência não é justificada ou glorificada em nenhum momento e o roteiro deixa o espectador interpretar tudo, sem tentar influência-lo diretamente.
A atuação de Joaquin Phoenix é excelente, na medida. Entendo que não cabe comparação entre este Coringa e o de Heath Ledger, tratam-se de personagens que possuem maturidade diferentes. Fala-se muito em Oscar de melhor ator, no entanto acredito que um Oscar de roteiro original seria muito bem entregue.
Os aspectos técnicos também estão excelentes, destaques para a direção e seus planos seguindo o protagonista em tela, a fotografia sempre representando as diferentes realidades do personagem e a trilha sonora muito bem encaixada.
Rambo: Até o Fim
3.2 551 Assista AgoraRambo é uma série de filmes que podemos de modo simplificado dividir em três fases: o drama levemente reflexivo Rambo I, os filmes de ação nacionalistas e vendedores de brinquedos Rambos II e III (típicos dos anos 80) e os filmes de ação atuais e brutais (classificação 18 anos) Rambo IV e V.
Rambo - Last Blood mantém a linha do filme anterior, com o diferencial de podermos voltar a tentar enxergar o intimo do personagem, algo que os roteiristas só haviam nos tentado nos deixar enxergar no primeiro filme da franquia.
O roteiro usa sua primeira hora para tentar reaproximar o público de John Rambo, além de não deixar a ver navios aqueles jovens que não conhecem o drama do personagem. Adicionalmente desenvolve a relação entre Rambo e seus "novos familiares", afinal de contas pela primeira vez ele realmente se importa emocionalmente com alguém. A tentativa embora rasa é eficiente e consegue desenvolver o minimo necessário para criar empatia com os personagens e fazer o público se importar com eles. Isso parece pouco, mas precisamos ter a consciência de que é algo que a grande maioria dos filmes atuais não consegue.
Após um inicio lento, sem ser chato, o filme faz o que se espera dele e trás a boa e velha ação característica da série, temos o velho Rambo de volta, adicionando a violência gráfica conforme iniciado com Rambo IV. Tal violência trás no colo o uso do "velho e bom CGI", o recurso apesar de bem feito, como de costume tem uma ou duas cenas em que se mostra claramente exagerado.
Nas atuações, embora seja fato que Sylvester Stallone não é um estupendo ator, o mesmo sabe bem o que fazer, afinal ele não foi duas vezes indicado ao Oscar por mero acaso. Infelizmente o mesmo não ocorre com a jovem Yvette Monreal que apesar de não ser um completo desastre, consegue em duas ou três cenas, demonstrar toda sua falta de carisma e repertório de técnicas de atuação. Já os vilões, seguem o padrão da série e além de possuírem pouco tempo de tela são esquecíveis, algo que faz com que a produção perca um pouco de peso.
Em suma, temos um filme de ação bem feito e que traz um final minimamente digno a uma franquia que já embalou a infância de muitas crianças no passado. Usar o filme para se buscar traçar relações fantasiosas com politica internacional ou mesmo elaborar discursos vazios a respeito da geração de que imbecis sentimentais que a mídia tenta criar é algo tão ridículo que chega a ser vergonhoso.
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraBem produzido e com ótimos efeitos, o filme é uma execelente pedida para quem gosta de filmes com animais predadores. Me arrsico a dizer que este é um dos mais bem produzidos do gênero. Repleto de ação despretenciosa e alguns jump scares efetivos, o filme é diversão garantida, apoiado em uma direção competente e com uma duração bem dosada (algo que vem se tornando raro).
Os espectos técnicos são todos excelentes, a ponto de surpreender o mediano orçamento divulgado para o filme (quase tudo aparentemente gasto em pós-produção). Os efeitos sonoros são excelentes e o CGI dos crocodilos, exceto duas ou três cenas é ótimo. Dica: evite assistir no computador, pois vale a pena assistir em tela grande e se possível com boa qualidade de imagem.
As atuações são adequadas, tanto de Pepper (eterno coadjuvante), quanto de Kaya, queridinha de muitos e cuja carreira parece não irá decolar como muitos esperavam.
Uma das poucas coisas que icomoda são aquelas velhas "conceções artistiscas", tais como um helicoptero que enfrenta um vôo em meio a um furação para resgatar pessoas e uma pessoa com fratura exposta, caminhar quase sem dificuldades depois de amarrar a perna com um cinto. Diga-se de passagem: todas as mordidas sofritas pela dupla de protagonistas, exceto a cena da amputação, praticamente não causam danos compatíveis.
Em suma, o filme é diversão sem compromisso garantida, principalmente para quem sabe se desligar dos detalhes e aproveitar a pipoca.
Creep
3.1 505 Assista AgoraCreep é um found footage clássico de baixíssimo orçamento e trás consigo quase todos os méritos e os problemas do gênero. Logo quem não suporta o estilo, nem deveria assistir, muito menos vir reclamar como se tivesse sido enganado.
Durante a primeira hora ficamos buscando entender o que se passa por trás do maluco Josef e quais suas intenções. Entre idas e vindas e bizarrices variadas o espectador é pego tentando adivinhar o que virá a seguir, quase sempre se equivocando em seus pensamentos. O fato de boa parte do roteiro ter sido feito na hora, de improviso, já diz muito. Trocando em miúdos, o filme é um bom exemplo de como se fazer um suspense gastando praticamente nada.
De certa forma é fácil terminar o filme decepcionado, algo que pode mudar se o espectador se permitir uma reflexão sobre o que assistiu e como os realizadores chegaram até ali.
O filme consegue criar um ótimo clima de suspense e estranheza, principalmente graças a atuação de Duplass e seu personagem que dá titulo ao filme. O ator realmente rouba a cena e carrega a produção nas costas, deixando óbvio que se fosse Josef interpretado por outro ator, muito provavelmente o resultado final seria inferior. O também diretor Patrick Brice se limita a fazer o básico em manifestar toda a burrice típica do tipo de personagem que interpreta.
Por fim, muitos acabarão se perguntando quem é verdadeiro o Creep da história, Josef ou você que assistiu.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraO filme pode ser dividido em duas partes distintas, um thriller psicodélico e uma caçada frenética por vingança, banhada a muito sangue e violência. Haverão espectadores que irão preferir a primeira parte e não necessariamente gostar da segunda e vice versa. De qualquer modo, a chave para curtir Mandy é aceitar a viagem proposta pelo filme, sem grandes questionamentos.
Esteticamente muito bonito, a fotografia abusa das cores em neon e do clima soturno, isso
sem comentar que faz uma espécie de viagem por diversas capas de álbuns de rock que claramente inspiraram os realizadores. Aliás viagem é uma palavra que define bem a produção que conta com um desenvolvimento ousado e corajoso, mas cuja duração acaba por ser um tanto longa, nada que estrague a experiência.
Os quatro motoqueiros demoníacos acabam sendo uma atração a parte, uma alusão aos quatro cavaleiros do apocalipse, eles personificam os agentes de mudança para o novo mundo com o qual Sand sonhava.
O fato deles curiosamente terem sido eliminados primeiro acaba sendo um ponto positivamente fora da curva.
Cage está muito a vontade em um personagem que parece ter sido feito para ele. Roache, um ótimo ator com pouca visibilidade, vai bem mesmo tendo poucas cenas onde possamos visualizar claramente suas expressões.
Em suma, assisti-lo é uma experiência que deve ser vivida sem a necessidade de se estar buscando respostas. O filme é como um pesadelo, aonde não podemos tentar dormir novamente para tentar extrair algo que aparentemente não tenhamos captado.
Cemitério Maldito
2.7 891Antes de mais nada é preciso, se possível, buscar esquecer o original e evitar comparações (isso sem comentar que aquele também não era um excelente filme). Feito isso, vemos aqui um filme bem feito, com boas sequencias e bons efeitos que peca um pouco em não focar mais nos problemas que a família já passava antes da mudança e nos aparentes problemas psicológicos que o Dr. Creed enfrentava (decidiram faze-lo somente com a esposa e suas lembranças da infância).
Se algumas opções do novo roteiro não foram tão positivas, a troca do bebê pela garotinha foi uma boa escolha, pois torna o último ato um pouco mais crível, pois para alguns pode ser difícil aceitar um bebê correndo por ai para assassinar pessoas.
As atuações são adequadas e ver John Lithgow em cena é sempre excelente.
Algumas cenas alteradas em "homenagem" ao original são legais como: "a cena onde Jud empurra a cama com o pé e lá não há nada."
Em suma, o filme não é sensacional e nem é inovador, mais está longe de ser a porcaria que muitos pregam.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista Agora“Um filme que superestimou a si próprio”. Essa é a frase que tiro como conclusão sobre o filme.
Os delírios de grandeza do diretor infelizmente são apenas delírios e em nada contribuem para o filme que por sua vez sobrevive mesmo das boas atuações das duas protagonistas e de parte do elenco de apoio. Aliás não fosse por Tilda Swinton é até difícil pensar o que seria da obra.
A tentativa de se afastar da trama original é até louvável, mas a maioria das escolhas feitas para tal apenas quebram o clima de suspense que poderiam ter melhorado muito a experiência do espectador.
A longa duração em nada é justificada, pois o andamento lento e arrastado em nada contribuem, seja para valorizar a trama ou tão pouco serve para aprofundar na personalidade dos personagens. Aliás, o roteiro conseguiu a proeza de não ser capaz sequer de nos fazer importar por nenhum segundo que seja com a protagonista.
Todo o plot da Alemanha pós guerra e do médico tornam-se mera perda de tempo. E a sequência final que inicia tão bem no ritual acaba se perdendo que forma quase tola.
A quem não tiver visto, sugiro que assistam ao original que apesar de não ser algo sensacional, supera este com certa facilidade. Inclusive nos faz pensar no que Dario Argento teria feito do filme hoje em dia com os recursos tecnológicos existentes.
Fauda (2ª Temporada)
4.2 26 Assista AgoraFauda retorna ainda mais eletrizante nesta temporada. Mantendo uma de suas principais qualidades que é a de segurar a atenção do espectador. Sendo que cada episódio agora tem cerca de 10 minutos a mais que na anterior.
Apesar das criticas recebidas pelo uso de um terrorista do EI que de fato não opera na Cisjordânia, a segunda temporada, mais focada na ação do que a primeira, consegue tocar no espectador e faze-lo sentir ainda mais as angústias dos personagens que vivem em uma constate tensão sem solução aparente. Onde a única esperança parece ser a de se mudar para algum país Europeu. Não a toa a produção ganhou sinal verde para uma próxima com 12 episódios.
Nas atuações a série continua contando com bons atores que conseguem segurar bem a trama, destaque para Shadi Mar'i, interprete de Walid El Abed, o personagem ganhou espaço e evoluiu bastante desde a temporada anterior e Shadi conseguiu imprimir no personagem todo um turbilhão de emoções que tomou conta do personagem, dentre eles o ódio, angustia e insanidade.
Fato interessante é que a série anteriormente focada em Doron conseguiu abrir o leque e permitir que outros personagens pudessem contar suas história a ponto de fazer o espectador se importar com eles.
Fauda (1ª Temporada)
4.0 29 Assista AgoraPara os fãs de séries de ação, Fauda é um produto imperdível. Não é atoa que foi apontada pelo jornal “The New York Times” como a melhor série internacional de 2017.
Pena a série não possuir a divulgação que merece, pois sem dúvidas disponibiliza-la é um dos grandes acertos da Netflix que tem a série como uma das excelentes opções de seu catalogo.
A trama mostra por dentro uma unidade secreta do exercito de Israel que atua disfarçada na Cisjordânia, em busca por um terrorista do Hamas. Com ótimas doses de ação (tudo bem pé no chão), bons atores, um roteiro bem amarrado, a série merece ser vista e ainda trás de quebra algumas belíssimas paisagens da Cisjordânia.
Basta assistir ao primeiro episodio para se sentir atraído por ela, pena que na opção de se aprofundar no drama pessoal do protagonista, os 4 ou 5 últimos episódios da temporada acabaram gerando uma queda no ritimo da produção, mas nada que desqualifique o trabalho. Sem falar que tudo ainda acaba sendo compensado pela segunda temporada, ainda mais eletrizante que esta.
O Último Reino (3ª Temporada)
4.4 108 Assista AgoraThe Last Kingdom continua sendo a série onde não há tempo para se entediar diante da tela.
Sem dúvidas a melhor temporada até agora. A série continua mantendo os acertos das demais temporadas, principalmente no que diz respeito ao ritmo dos episódios e a manter a atenção e a curiosidade do espectador entre os mesmos. Dando continuidade ao que ocorreu na segunda, esta conseguiu dar destaque aos personagens secundários, desenvolvendo bem seus arcos na trama.
Nas atuações destaque para os protagonistas, Alexander Dreymon cada vez melhor como Uhtred (a cada temporada o ator parece mais confortável com o personagem) e David Dawson, mais uma vez excelente como Alfredo.
Sabendo que a próxima temporada está garantida, resta torcer para que a Netflix não invente de encerrar a série sem um fechamento digno da saga de Uhtred.
Britannia (1ª Temporada)
3.5 42A música de abertura completamente fora do contexto da série é uma das coisas mais absurdas que já vi em qualquer outra série.
Britannia passa longe do sucesso de outras produções do gênero, sendo quase um absurdo compara-la com qualquer que seja. O roteiro não consegue se aprofundar nos personagens e tão pouco prender o espectador aos próximos episódios. Chega a ser incrível a falta de cuidado com o vocabulário dos personagens, o apelo para o humor em momentos equivocados é uma constante e acaba por jogar baldes de água fria na cara do espectador.
O maior ponto positivo é que algumas cenas são visualmente muito bonitas, aproveitando bem a paisagem do local. A maioria das atuações também não decepciona, mas são insuficientes para salvar a produção. Já que a próxima temporada está garantida, o jeito é esperar que os produtores repensem a forma com que conduzem a série e consigam dar mais qualidade a uma produção cara, mas pouco soube aproveitar os recursos a sua disposição.
O Último Reino (2ª Temporada)
4.3 121 Assista AgoraA maior qualidade da série é o fato de não haver enrolação para definir os ganchos e conflitos gerados. Sempre motivando o espectador e renovando as expectativas para seus próximos passos. A série continua empolgante e deixando ansiedade pelo próximo, sempre ao fim de cada um entre todos os episódios da temporada, como poucas outras conseguem.
Ainda melhor que a primeira, esta temporada consegue fazer Uhtred dividir o protagonismo com outros personagens, criando um mundo ainda maior de possibilidades e permitindo que o espectador se interesse mais por outros personagens e seus arcos narrativos.
É visível que tiveram mais recurso técnico para as filmagens, algo que ajudou bastante, inclusive a consolidar a constatação de que The Last Kingdom é melhor que Vikings, pena que é menos badalada.