De volta ao meu projeto de entender como esse gênero se constituiu historicamente. É interessante como o terror teve que se modelar "aos novos tempos". Outro detalhe importante é que essa obra trabalha a questão do voyeurismo, muito presente atualmente. Mas entre os problemas, eu destaco a falta de construção do "vilão".
Apesar de todos os problemas, que são muitos. O filme me ganhou por retratar umas das minhas grandes paixões, e relembrar essas músicas e ver esses momentos retratados, acabou me conquistando.
Fernanda Torres tem um magnetismo que faz com que eu volte minha atenção sempre para a sua performance, inclusive o filme pecou em não enfocar mais ela, o seu arco parecia ser bem melhor do que do protagonista masculino. É interessante como o filme tenta retratar um momento histórico, o confisco das poupanças, talvez o primeiro filme a retratar os efeitos dessa medida na população brasileira. Outro destaque é a fotografia, a cena na praia com o "velho navio" ao fundo é primorosa. Aliás, a escolha da trilha não poderia ser melhor, tanto pela grande canção que é "Vapor Barato", mas também porque ela se encaixa perfeitamente com a história. E toda a melancolia que a canção passa, também é vivida pelos personagens nas terras estrangeiras.
Um filme que é bastante sutil. Em todos os aspectos. E isso acaba fazendo com que os diálogos ganhem evidência. Faz com que toda a nossa atenção esteja, a todo momento, voltada para os protagonistas. Eu também gostei de todo o desenvolvimento da relação deles, sem situações previsíveis. Muito Bom.
Um filme tão sensível. Com atuações muito boas, sobretudo os protagonistas: Brie Larson e Jacob Tremblay. O roteiro é evidentemente uma adaptação moderna da "Alegoria da Caverna", que está contido no livro A República, de Platão. Obviamente existem outras situações criadas no filme, que não se limitam a isso.
Espero que leve o oscar, e todos os prémios que tem direito. Entre os que eu vi dessa temporada foi o mais completo, além do mais é eficaz no que se propõe. Além disso ele chama atenção para um tema importante, essencial. Curioso é que nessas últimas semanas eu vi dois filmes que tratam do jornalismo por uma outra perspectiva. "A montanha dos Sete Abutres" e "Mercado de Notícias" tratam do jornalismo como mercadoria, com enfâse no jornalismo conhecido como sensacionalista. Recomendo ambos.
O filme é cheio de problemas, mas não é isso que eu quero enfatizar. É um filme que busca representar a geração dos anos 60, a partir das músicas dos Beatles. É divertido, tem um andamento bom, a fotografia é incrível e você torce pelos protagonistas. Gostei.
Não teve em mim a mesma sensação que eu tive com outros documentários de Coutinho, no entanto, é um ótimo filme. A premissa é muito boa, já que todos temos essas músicas que nos remetem a um acontecimento, alguma pessoa. A história da mulher que cantou "minha namorada" foi a que mais me tocou.
Apesar de ter sido uma adaptação muito mal feita, eu devo concordar que não é nada fácil adaptar um texto de Lygia Fagundes Telles, ainda mais os seus romances. Os erros desse filme foram, sobretudo, deixar tudo muito explicado, muito claro. Quando no livro nós temos uma trama quase aberta, na qual cabe ao leitor decidir se M.N. ou o noivo de Ana Clara existem, a verdade em relação ao episódio contado por Lorena sobre os irmãos, que no filme é confirmado pela mãe (!!!). Ao meu ver isso acabou prejudicando a qualidade do filme, não mantendo as principais nuances do texto de Lygia. No entanto eu gosto tanto dessas personagens, desse ambiente, que eu acabei gostando, de alguma forma. Mas acredito que "As meninas" merecia uma nova versão pro cinema. Nós merecemos.
Para mim sempre é difícil avaliar um filme vendo apenas uma vez, porque muitas vezes a minha leitura pode ser, e na maioria das vezes é, equivocada. Assim como é difícil avaliar, no meu entender, um filme recentemente lançado, é preciso um tempo para perceber o quanto ele amadurecerá, como ele será visto e/ou lido daqui há alguns anos. Até porque daqui há alguns anos eu serei (nós seremos) diferente(s). No presente momento eu achei-o bom, em alguns momentos excelente, em outros genial.
Minha avaliação: erra menos do que os filmes do gênero atualmente. Por esse motivo merece destaque. Ele também nos faz refletir sobre o próprio conceito de "filme de terror", assim como Bruxa de Blair, e outros. O objetivo não é apenas assustar, ou melhor, não usa de artifícios comuns ao gênero ao fazer isso, prefere construir um clima, uma tensão, aos poucos. Talvez por isso tenha desagradado tanto. Eu gostei.
Fazia tempo que eu não via um filme de Almodóvar e esse filme me surpreendeu muito, positivamente. Uma ótima escolha para primeiro filme de 2016, começando com o pé direito.
Gostei muito do filme, aliás foi o meu reencontro com filmes de Iñárritu, apenas tinha visto o seu primeiro longa, Amores Brutos, de 2000. Eu posso perceber com esse filme, lançado 15 anos depois, o quanto ele evoluiu como diretor. Definitivamente preciso ver mais filmes dele.
não entendi porque ela não conseguiu fugir, até porque toda a construção da personagem dava a entender que era isso que ia acontecer. Na verdade para mim o final podia ter sido bem melhor dessa forma.
Apesar disso, para mim o final "salvou" o filme, no sentido de trazer o toque característico dos filmes de Tarantino: sangue e surpresas. Acho também que não é um filme fácil, ou para todos os públicos, é um filme que preza pela construção dos personagens, familiarização com o ambiente, portanto lento. Acredito que preciso revê-lo, para ter um julgamento melhor.
Depois de ser bombardeado quase diariamente com frases/passagens desse filme nas redes sociais, eu tomei vergonha e resolvi assisti-lo. E eu acredito que ele cumpre a sua função: é muito divertido, muito divertido mesmo. É uma típica comédia americana high school, com todos os seus clichês, no entanto, criticando-os. E com um fim que reproduz o discurso de amor e respeito mútuo. Tenho certeza que daqui há alguns anos, continuaremos a ouvir falar dele.
Eu vejo esse filme constantemente, porque ele me toca. É o melhor documentário que eu já vi, e está entre os meus filmes preferidos, em todos os gêneros. Num formato absolutamente simples, a grande atração são as histórias contadas por essas mulheres, tanto aquelas que estão contando suas próprias histórias de vida, assim como as atrizes que estão interpretando as vivências de outras, mas que colocam em suas personagens nuances, detalhes pessoais, que tornam suas falas particulares.
É impressionante, Billy Wilder nunca erra. Esse é o quarto trabalho dele que eu vejo, e os quatro estão na minha lista de preferidos Esse filme poderia ter sido feito há duas semanas atrás, dada a grande semelhança desse evento com qualquer coisa que acontece atualmente, se algo se alterou foi a sua intensificação. Eu acredito que é importante uma reflexão, para nós, o público: Até onde nós contribuímos para isso acontecer? Será que não somos nós que alimentamos essa indústria sensacionalista?
É impossível não mencionar Glenn Close, ela tem uma presença em cena, em qualquer filme que ela faça, e nesse não é diferente. Não posso dizer que é um de seus melhores papéis porque vi apenas um outro filme com ela, A casa dos Espíritos, na qual ela também está espetacular. Destaco a atuação de Glenn em dois momentos: no confronto com Vicomte, no qual com uma única palavra, "war", ela consegue resumir todos os seus sentimentos em relação a ele. Como também o momento na qual ela é "descoberta", e sua reação posterior, em sua face está o seu sentimento; só os grandes fazem isso.
Esse filme me tocou profundamente, eu acredito que o principal motivo seja a sua narrativa fora dos padrões hollywoodianos, que em alguns momentos me lembrou um pouco "Boyhood", em nada específico, mas, talvez pela escolha de uma narrativa que pretende representar a vida da forma mais aproximada possível, fugindo de situações extraordinárias. O começo não é, necessariamente, o começo, o fim não é, necessariamente o fim. O filme vai acompanhar um pouco da vida dessa família, com todos os seus problemas, problemas do filho e problemas da mãe. Apesar dos problemas do primeiro serem mais evidentes, ou evidenciados. Essa mãe e esse filho também tem sonhos, como muitas mães e muitos filhos por aí, que nem sempre ocorrem como esperamos, ou talvez nunca ocorrem como queremos.
A cena em que Die devaneia sobre o futuro de Steven é tão forte, tão pungente, sobretudo depois de descobrir-mos para onde eles estavam indo. Essa cena me destruiu. Apesar de tudo, eu entendi a atitude dela, ela já não sabia mais o que fazer e acreditou que isso seria o melhor para ambos.
. A trilha-sonora é um dos destaques do filme, ela entra para somar no filme, ajudando a contar a história, em muitos momentos. Além disso, qualquer trilha que traga "Wonderwall" merece respeito.
Que filme lindo, tão lindo que palavras não são suficientes para expressa-lo. Ou talvez eu não seja capaz. Preciso ver muitas outras vezes, quem sabe um dia eu consiga.
Já vi esse filme umas mil vezes (ou quase), e sempre é o mesmo deslumbramento à essa obra-prima do cinema nacional. Que conta algumas das artimanhas de João Grilo e Chicó para sobreviver no Nordeste da seca, da fome e, sobretudo, das oligarquias regionais. Me parece que a obra, tanto o filme quanto o livro de Ariano Suassuna, pretendem justamente denunciar, à sua forma, as injustiças que permeiam a vida do sertanejo, onde o pobre é subjugado pelas elites locais, sejam eles padeiros ou padres. Também trata das figuras "redentoras" do povo: de um lado Nossa Senhora e Jesus; mas do outro o cangaceiro. Mesclando assim o sagrado e o profano. Sendo que esse último é aquele que, ao se voltar contra os grupos hegemônicos, acaba se tornando marginal, bandido. Infelizmente, me parece que faltou problematizar o cangaceiro na obra, as vezes tive a sensação de um tratamento maniqueísta da questão, o que não cabe de forma alguma. No mais o filme é irretócavel, trazendo falas/cenas/passagens que ficam reverberando por muito tempo. Em mim ficaram o momento do fuzilamento de Dora e Eurico, na qual os dois finalmente são sinceros um com o outro, e também a passagem em que Nossa Senhora, interpretada de forma magistral por Fernanda Montenegro, intercede por João Grilo, e narra, não apenas a história dele, mas, a de muitos nordestinos que emigraram no século XX para outras partes do país, movimento que hoje, por diversos motivos, é quase insignificante. Esse filme sempre me emociona, além disso, ele sempre me faz refletir sobre o meu povo, como o meu povo se constituiu historicamente, e, como/por que eu me identifico, assim como diversas outras pessoas, enquanto "povo nordestino"; entre outras questões.
Jogos Mortais
3.7 1,6K Assista AgoraDe volta ao meu projeto de entender como esse gênero se constituiu historicamente. É interessante como o terror teve que se modelar "aos novos tempos". Outro detalhe importante é que essa obra trabalha a questão do voyeurismo, muito presente atualmente.
Mas entre os problemas, eu destaco a falta de construção do "vilão".
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KApesar de todos os problemas, que são muitos. O filme me ganhou por retratar umas das minhas grandes paixões, e relembrar essas músicas e ver esses momentos retratados, acabou me conquistando.
Terra Estrangeira
4.1 182 Assista AgoraFernanda Torres tem um magnetismo que faz com que eu volte minha atenção sempre para a sua performance, inclusive o filme pecou em não enfocar mais ela, o seu arco parecia ser bem melhor do que do protagonista masculino.
É interessante como o filme tenta retratar um momento histórico, o confisco das poupanças, talvez o primeiro filme a retratar os efeitos dessa medida na população brasileira.
Outro destaque é a fotografia, a cena na praia com o "velho navio" ao fundo é primorosa. Aliás, a escolha da trilha não poderia ser melhor, tanto pela grande canção que é "Vapor Barato", mas também porque ela se encaixa perfeitamente com a história. E toda a melancolia que a canção passa, também é vivida pelos personagens nas terras estrangeiras.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraUm filme que é bastante sutil. Em todos os aspectos. E isso acaba fazendo com que os diálogos ganhem evidência. Faz com que toda a nossa atenção esteja, a todo momento, voltada para os protagonistas. Eu também gostei de todo o desenvolvimento da relação deles, sem situações previsíveis. Muito Bom.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraUm filme tão sensível. Com atuações muito boas, sobretudo os protagonistas: Brie Larson e Jacob Tremblay. O roteiro é evidentemente uma adaptação moderna da "Alegoria da Caverna", que está contido no livro A República, de Platão. Obviamente existem outras situações criadas no filme, que não se limitam a isso.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraEspero que leve o oscar, e todos os prémios que tem direito. Entre os que eu vi dessa temporada foi o mais completo, além do mais é eficaz no que se propõe. Além disso ele chama atenção para um tema importante, essencial. Curioso é que nessas últimas semanas eu vi dois filmes que tratam do jornalismo por uma outra perspectiva.
"A montanha dos Sete Abutres" e "Mercado de Notícias" tratam do jornalismo como mercadoria, com enfâse no jornalismo conhecido como sensacionalista. Recomendo ambos.
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraO filme é cheio de problemas, mas não é isso que eu quero enfatizar. É um filme que busca representar a geração dos anos 60, a partir das músicas dos Beatles. É divertido, tem um andamento bom, a fotografia é incrível e você torce pelos protagonistas. Gostei.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraÉ tão bom terminar um filme com um sorriso na cara.
As Canções
4.2 162Não teve em mim a mesma sensação que eu tive com outros documentários de Coutinho, no entanto, é um ótimo filme. A premissa é muito boa, já que todos temos essas músicas que nos remetem a um acontecimento, alguma pessoa. A história da mulher que cantou "minha namorada" foi a que mais me tocou.
Sede do Peixe
4.4 11Uma obra-prima. Milton não é um ser humano de carne-e-osso, não é possível. Milton Nascimento é genial, é sensível em cada centímetro de seu corpo.
As Meninas
3.3 44 Assista AgoraApesar de ter sido uma adaptação muito mal feita, eu devo concordar que não é nada fácil adaptar um texto de Lygia Fagundes Telles, ainda mais os seus romances. Os erros desse filme foram, sobretudo, deixar tudo muito explicado, muito claro. Quando no livro nós temos uma trama quase aberta, na qual cabe ao leitor decidir se M.N. ou o noivo de Ana Clara existem, a verdade em relação ao episódio contado por Lorena sobre os irmãos, que no filme é confirmado pela mãe (!!!). Ao meu ver isso acabou prejudicando a qualidade do filme, não mantendo as principais nuances do texto de Lygia.
No entanto eu gosto tanto dessas personagens, desse ambiente, que eu acabei gostando, de alguma forma. Mas acredito que "As meninas" merecia uma nova versão pro cinema. Nós merecemos.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraPara mim sempre é difícil avaliar um filme vendo apenas uma vez, porque muitas vezes a minha leitura pode ser, e na maioria das vezes é, equivocada. Assim como é difícil avaliar, no meu entender, um filme recentemente lançado, é preciso um tempo para perceber o quanto ele amadurecerá, como ele será visto e/ou lido daqui há alguns anos. Até porque daqui há alguns anos eu serei (nós seremos) diferente(s).
No presente momento eu achei-o bom, em alguns momentos excelente, em outros genial.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraJanela Indiscreta versão Recife.
Mas, vai muito além. Mostra como as elites nordestinas continuam mandando, o que mudou foi o espaço da "casa grande".
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraMinha avaliação: erra menos do que os filmes do gênero atualmente.
Por esse motivo merece destaque. Ele também nos faz refletir sobre o próprio conceito de "filme de terror", assim como Bruxa de Blair, e outros. O objetivo não é apenas assustar, ou melhor, não usa de artifícios comuns ao gênero ao fazer isso, prefere construir um clima, uma tensão, aos poucos. Talvez por isso tenha desagradado tanto. Eu gostei.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraFazia tempo que eu não via um filme de Almodóvar e esse filme me surpreendeu muito, positivamente. Uma ótima escolha para primeiro filme de 2016, começando com o pé direito.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraGostei muito do filme, aliás foi o meu reencontro com filmes de Iñárritu, apenas tinha visto o seu primeiro longa, Amores Brutos, de 2000. Eu posso perceber com esse filme, lançado 15 anos depois, o quanto ele evoluiu como diretor.
Definitivamente preciso ver mais filmes dele.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraEu torci o filme inteiro por Daisy Domergue,
não entendi porque ela não conseguiu fugir, até porque toda a construção da personagem dava a entender que era isso que ia acontecer. Na verdade para mim o final podia ter sido bem melhor dessa forma.
Apesar disso, para mim o final "salvou" o filme, no sentido de trazer o toque característico dos filmes de Tarantino: sangue e surpresas.
Acho também que não é um filme fácil, ou para todos os públicos, é um filme que preza pela construção dos personagens, familiarização com o ambiente, portanto lento.
Acredito que preciso revê-lo, para ter um julgamento melhor.
Meninas Malvadas
3.7 2,1K Assista AgoraDepois de ser bombardeado quase diariamente com frases/passagens desse filme nas redes sociais, eu tomei vergonha e resolvi assisti-lo. E eu acredito que ele cumpre a sua função: é muito divertido, muito divertido mesmo. É uma típica comédia americana high school, com todos os seus clichês, no entanto, criticando-os. E com um fim que reproduz o discurso de amor e respeito mútuo.
Tenho certeza que daqui há alguns anos, continuaremos a ouvir falar dele.
Jogo de Cena
4.4 336Eu vejo esse filme constantemente, porque ele me toca. É o melhor documentário que eu já vi, e está entre os meus filmes preferidos, em todos os gêneros.
Num formato absolutamente simples, a grande atração são as histórias contadas por essas mulheres, tanto aquelas que estão contando suas próprias histórias de vida, assim como as atrizes que estão interpretando as vivências de outras, mas que colocam em suas personagens nuances, detalhes pessoais, que tornam suas falas particulares.
A Montanha dos Sete Abutres
4.4 246 Assista AgoraÉ impressionante, Billy Wilder nunca erra. Esse é o quarto trabalho dele que eu vejo, e os quatro estão na minha lista de preferidos
Esse filme poderia ter sido feito há duas semanas atrás, dada a grande semelhança desse evento com qualquer coisa que acontece atualmente, se algo se alterou foi a sua intensificação.
Eu acredito que é importante uma reflexão, para nós, o público: Até onde nós contribuímos para isso acontecer? Será que não somos nós que alimentamos essa indústria sensacionalista?
Ligações Perigosas
4.0 342 Assista AgoraÉ impossível não mencionar Glenn Close, ela tem uma presença em cena, em qualquer filme que ela faça, e nesse não é diferente. Não posso dizer que é um de seus melhores papéis porque vi apenas um outro filme com ela, A casa dos Espíritos, na qual ela também está espetacular.
Destaco a atuação de Glenn em dois momentos: no confronto com Vicomte, no qual com uma única palavra, "war", ela consegue resumir todos os seus sentimentos em relação a ele. Como também o momento na qual ela é "descoberta", e sua reação posterior, em sua face está o seu sentimento; só os grandes fazem isso.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraEsse filme me tocou profundamente, eu acredito que o principal motivo seja a sua narrativa fora dos padrões hollywoodianos, que em alguns momentos me lembrou um pouco "Boyhood", em nada específico, mas, talvez pela escolha de uma narrativa que pretende representar a vida da forma mais aproximada possível, fugindo de situações extraordinárias.
O começo não é, necessariamente, o começo, o fim não é, necessariamente o fim. O filme vai acompanhar um pouco da vida dessa família, com todos os seus problemas, problemas do filho e problemas da mãe. Apesar dos problemas do primeiro serem mais evidentes, ou evidenciados. Essa mãe e esse filho também tem sonhos, como muitas mães e muitos filhos por aí, que nem sempre ocorrem como esperamos, ou talvez nunca ocorrem como queremos.
A cena em que Die devaneia sobre o futuro de Steven é tão forte, tão pungente, sobretudo depois de descobrir-mos para onde eles estavam indo. Essa cena me destruiu. Apesar de tudo, eu entendi a atitude dela, ela já não sabia mais o que fazer e acreditou que isso seria o melhor para ambos.
A trilha-sonora é um dos destaques do filme, ela entra para somar no filme, ajudando a contar a história, em muitos momentos. Além disso, qualquer trilha que traga "Wonderwall" merece respeito.
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraQue filme lindo, tão lindo que palavras não são suficientes para expressa-lo. Ou talvez eu não seja capaz. Preciso ver muitas outras vezes, quem sabe um dia eu consiga.
O Auto da Compadecida
4.3 2,3K Assista AgoraJá vi esse filme umas mil vezes (ou quase), e sempre é o mesmo deslumbramento à essa obra-prima do cinema nacional. Que conta algumas das artimanhas de João Grilo e Chicó para sobreviver no Nordeste da seca, da fome e, sobretudo, das oligarquias regionais.
Me parece que a obra, tanto o filme quanto o livro de Ariano Suassuna, pretendem justamente denunciar, à sua forma, as injustiças que permeiam a vida do sertanejo, onde o pobre é subjugado pelas elites locais, sejam eles padeiros ou padres.
Também trata das figuras "redentoras" do povo: de um lado Nossa Senhora e Jesus; mas do outro o cangaceiro. Mesclando assim o sagrado e o profano. Sendo que esse último é aquele que, ao se voltar contra os grupos hegemônicos, acaba se tornando marginal, bandido.
Infelizmente, me parece que faltou problematizar o cangaceiro na obra, as vezes tive a sensação de um tratamento maniqueísta da questão, o que não cabe de forma alguma.
No mais o filme é irretócavel, trazendo falas/cenas/passagens que ficam reverberando por muito tempo. Em mim ficaram o momento do fuzilamento de Dora e Eurico, na qual os dois finalmente são sinceros um com o outro, e também a passagem em que Nossa Senhora, interpretada de forma magistral por Fernanda Montenegro, intercede por João Grilo, e narra, não apenas a história dele, mas, a de muitos nordestinos que emigraram no século XX para outras partes do país, movimento que hoje, por diversos motivos, é quase insignificante.
Esse filme sempre me emociona, além disso, ele sempre me faz refletir sobre o meu povo, como o meu povo se constituiu historicamente, e, como/por que eu me identifico, assim como diversas outras pessoas, enquanto "povo nordestino"; entre outras questões.