Série documental longa, mas que consegue cobrir muito bem as nuances que envolvem a sórdida trama por trás do assassinato da jovem atriz Daniela Perez. E nada aqui parece fora do lugar, a série simplesmente esmiúça todos os detalhes possíveis, relembrando não só o caso como também a própria sociedade da época. Ainda que o crime tenha causado comoção nacional, o modo como a imprensa teve papel dúbio em tudo é um destaque interessante a se ressaltar (foi fundamental na pressão pela resolução do caso e também para aprovação da mudança na lei de crime hediondo, mas também agiu como abutre sendo desrespeitosa com a memória da atriz e com a família). É impossível não se revoltar com a frieza dos assassinos e os detalhes do caso, que demonstram a perversidade, sociopatia e narcisismo de ambos. Os quatro primeiros capítulos prendem totalmente a atenção, o quinto tem uma pequena queda mas ainda é bom e encerra com uma justa pergunta: houve justiça?
Vi muitos elogiando, mas achei essa segunda temporada bem preguiçosa e bleh. O roteiro joga a lógica fora, parece que a intenção era criar um produto fast food e de fácil digestão pro grande público e pra audiência que só quer escapismo. Ainda que o tema em si seja pesado e acho que o maior mérito dessa temporada é lançar luz sobre abusos, relações de poder envolvidas e como a influência facilita muito que ricos cometam crimes impunemente por um longo período. Porém, se a mensagem é importante, os furos de roteiro são tão gritantes que é impossível não se irritar. Cenas jogadas do nada, facilitações pra protagonista chegar a seu objetivo. A primeira temporada era boa justamente por pisar bem na realidade e, dentro do possível, ser uma trama policial verossímil. Tudo é jogado fora aqui pra facilitar que o espectador médio possa se divertir e avaliar positivamente a série nas mídias sociais.
Grande temporada! "Viagem Ruim" pra mim é disparado o melhor, mas destaque grande pra "Noite dos Minimortos", "Matança em Grupo", "Fazendeiro", "Ratos de Mason" e "Sepultados na Caverna". Achei a maioria com bastante gore, mas eu curto então pra mim só melhorou a experiência. "Três Robos", "Mesmo Pulso da Máquina" e "Enxame" foram os que menos curti, mas ainda assim tem como tirar coisas positivas dos três.
Boa temporada, desenvolve um pouco mais alguns personagens (Fezco, Lexi e Cassie) e deixa os mais problemáticos um tanto fora do centro da trama (Nate, Rue e Maddy). Peca por escantear praticamente todos os outros, que viram coadjuvantes e aparecem em momentos pontuais. Porém, pelo menos saiu daquela lenga lenga dos casais e deu espaço pras individualidades brilharem. Esteticamente e visualmente segue sendo uma série linda e deixa arcos interessantes para a temporada três.
Gratíssima surpresa essa minissérie. Consegue extrair muito de uma premissa aparentemente limitada. Simples em sua superfície, "Pam e Tommy" consegue versar sobre machismo, objetificação do corpo feminino, além de retratar muito bem um ponto de transição chave dentro da sociedade contemporânea: o advento da internet como algo cotidiano dentro da rotina das pessoas. É interessante ver comentários sobre "o que seria internet", chamar o www pelo nome completo. Além do principal sistema de busca ser o esquecido AltaVista. E, não bastasse isso tudo, ainda trata de mudanças culturais no aspecto musical, a morte do hard rock festivo para a ascensão da realidade cinzenta que o grunge traz. Tudo isso faz com que os oito episódios passem voando e sejam bem dinâmicos. E também destaco a impecável caracterização, especialmente de Lily James. Até a voz, tudo fica extremamente fidedigno a original Pam Anderson. O histrionismo de Tommy Lee também é muito bem personificado por Sebastian Stan. Recomendo e muito, merece ser descoberta!
Divertida série de comédia que toca na ferida do machismo no mundo do humor. Ainda que tenhamos comediantes de destaque, é inegável que esse é um ambiente em que as mulheres mais são alvos de piadas grosseiras do que estão na linha de frente mostrando seu ponto de vista. Além disso, cutuca a nova geração de militantes que acha que sabe de tudo, sem respeitar a história de quem veio antes e botou a cara, tendo que lidar com todo tipo de preconceitos. As personagens principais se completam bem e ajudam na fluidez dos episódios, que destilam ironia e deboche para tratar de assédio sexual e moral.
Estava com essa série na lista para assistir há um bom tempo, mas sempre esquecia. Temos aqui um terror que usa muito bem a atmosfera da ilha para reforçar a sensação de isolamento e impotência frente aos mistérios que vão sendo revelados aos poucos. Gostei também que a retórica bélica presente no discurso cristã é enfatizada em diversos momentos. Aqui a fé cega e faz com que os personagens realizem atos inimagináveis e moralmente questionáveis. O diferencial dessa minissérie também acaba sendo o seu ponto fraco: o drama é muito presente na história, e isso ajuda na criação de profundidade dos protagonistas, mas também acaba tirando o impacto do clímax, o último episódio. Não é um desfecho ruim, mas acaba sendo anti climático, especialmente nos últimos vinte minutos.
Divertida série que consegue manter bem o mistério sobre o quem matou, mas que não vive somente disso. O trio de protagonistas está muito bem e entrosado e isso é fundamental para que a trama não perca o ritmo, pelo contrário. A partir da segunda metade que a série de fato engrena, inclusive deixando um interessante gancho para uma segunda temporada.
Sempre quis assistir esse clássico anime e felizmente a Netflix nos dá essa chance. Gostei de algumas coisas e do modo melancólico e adulto que ele retrata as frustações e traumas da infância que resvalam na adolescência e na vida adulta. Porém, no geral, não achei tão maravilhoso a ponto de entender todo o status cult por trás dessa animação. É monótono em determinados momentos e especialmente quando começam a se fortalecer os simbolismos e metáforas tudo se torna bem confuso. Já li teorias sobre e entendo alguns pontos, mas o próprio fato do término da série ter sido prejudicado por cortes no orçamento por parte do estúdio indica que o resultado final ficou aquém e extremamente filosófico não porque era a intenção do criador, mas sim porque era o que cabia no orçamento. Pretendo ver os filmes para expandir a mitologia e reconheço que os 26 episódios tem mais coisas positivas que negativas, certamente. Mas, pelo menos pra mim, não fiquei com a impressão de estar assistindo uma maravilha digna de tanto culto. Obs. todos falando que Asuka é chata e irritante, e de fato ela é, mas pra mim ela é a melhor personagem disparada. A mais complexa e que os traumas todos mais justificam sua difícil personalidade, além de ser praticamente a única não blasé e que não tem medo de expor seus pensamentos e vontades. Pra mim "Evangelion" é muito melhor justamente por sua presença.
Pulei essa série na frente de outras porque tinha escutado somente elogios em relação a ela. Porém, pelo menos para mim, não funcionou. Nos é apresentada uma gama de personagens e parece desde o início que a intenção seria satirizar tanto relações de classe (milionários x empregados) e trabalhistas (gerente x funcionários chão de fábrica). Pois bem, para mim em nenhuma dessas visões o resultado é satisfatório. O mérito aqui é conseguir criar no espectador a expectativa de que a qualquer momento algo vai ocorrer. Pois esse algo não só ocorre aos 45 do segundo tempo como tem impacto praticamente zero na trama geral. Algo guardado a sete chaves praticamente cria dez minutos (se muito) de conflito e no fim tudo se resolve de modo rápido e simplista. Achei que a série nos promete muito e entrega pouco. Pode ter sido intencional no sentido de demonstrar que por mais que se tente, no fim o poder e o dinheiro sempre mandam, mas do jeito que tudo foi representado achei um resultado final muito aquém do que poderia.
Gostei mais do episódio especial centrado na Rue, achei que aqui tem alguns momentos de perda de foco. Porém, nada que deponha muito sobre o resultado final. Saber que o roteiro foi escrito também pela própria Hunter acaba dando um tom mais forte ao que assistimos. Certamente tem pensamentos da própria atriz sobre a transexualidade nas confissões de Jules, de modo que vendo em retrospectiva causa até um certo mindfuck de pensar se ali talvez não estejamos ouvindo a própria atriz e não a personagem. Muito interessante também como ao citar suas angústias e criação de personas, Jules acaba falando também com muitas mulheres (só ver alguns comentários abaixo), pois assim como a protagonista do episódio, mulheres acabam desde o nascimento (um dos primeiros atos é colocar brincos e vestir o bebê de rosa o tempo todo) tendo que performar uma feminilidade.
Impactado e apaixonado por esse episódio, totalmente devoto estou haha. Que pancada, não esperava. Diálogos muito bem escritos, tocam na ferida e despem os personagens. Aqui é demonstrado que nem tudo na vida é preto e branco, pois se imagina que por tudo que é mostrado na primeira temporada, Rue é uma viciada que ferra tudo. Mas nesse episódio especial, você percebe nuances que mostram que as drogas quando somadas a problemas pessoais e psicológicos cria uma dependência bizarramente auto destrutiva. Gostei demais, o personagem de Ali é um conselheiro que mostra o verdadeiro sentido da palavra, sem ser coach, sem ser piegas e sem trazer soluções fáceis, ele prova pra Rue que ela merece se dar novas chances. Reforça minha teoria de que "Euphoria" é uma série muito melhor quando trata e potencializa os indivíduos, mas se enfraquece quando foca nos dramas dos casais.
Aproveitando a estreia da segunda temporada e todo o burburinho nas redes sociais que essa série voltou a causar, resolvi tirar a semana para assistir "Euphoria". Pois bem, para mim existem duas séries em uma: do primeiro ao quinto episódio, achei a série muito boa; do sexto ao oitavo, repetitiva e com alguns picos excelentes. Achei o visual estilizado e a trilha sonora excelentes e combinando com a proposta, porém parece que tudo de relevante vai somente até o episódio 5. Nos três últimos, parece que tudo fica repetitivo e a trama não avança, sempre girando em círculos . Chega até a ser monótono em determinados momentos. Minha teoria é que os personagens são melhores sozinhos, como indivíduos. Porém, como casais, todos se tornam intragáveis (o melhorzinho é Rue e Jules, mas os outros são insuportáveis). Como o enfoque passa a ser mais nas questões de casal na parte final da temporada, a série como um todo também cai de nível.
Série divertida e que traz bastidores inesperados de sucessos que crescemos assistindo. Inimaginável que boa parte deles quase não saiu do papel ou foi lançado se esperando um fracasso, até porque se tornaram ícones pop com o passar dos anos.
Sempre me impressiona como conseguem fazer da vida cotidiana e selvagem dos animais, uma espécie de novelinha que você cria empatia como se fosse um personagem fictício. Aqui, temos essa característica mais uma vez e novamente funciona. Algo que poderia ser monótono, acaba ficando envolvente e junto com as lindas imagens, ajudam a prender o espectador mesmo para ver algo que já vimos mil vezes no Discovery e Animal Planet.
Série basicona, mas que é um entretenimento legal pra passar a tarde. Não tem nada de muiito marcante, mas consegue fazer render um assunto que é um tanto quanto restrito. Sinceramente não sabia de tantas loucuras que as pessoas poderiam fazer por um pisante raro.
Excelente documentário, consegue fazer um tema até limitado render e prender a atenção por mais de uma hora. Fundamental a participação dos envolvidos todos, dá uma riqueza jornalística e demonstra o esmero da produção em ser de fato um documento que ouviu todos os lados. Impossível não destacar o papel da mídia na punição severa aos jogadores, pois além de incitar o linchamento dos atletas, ainda editou e contou a versão que mais lhe daria audiência e exposição. Esse doc, vem assim fazer justiça e mostrar que uma história contada de modo tendencioso, especialmente por quem detém o poder, pode ter consequências devastadoras.
Bizarríssima série que prende o espectador mais pela curiosidade de ver aonde tudo vai dar. Porém, a execução é meio falha, o clima de delírio não ajuda muito, já que a trama não foca nos aspectos interessantes e parece perdida querendo abraçar o mundo. Tem um gore ok, e vive mais de momentos espaçados. Falta constância, não recomendo a menos que você seja do tipo que quando começa uma série vai até o fim.
Bom entretenimento rasteiro, ainda ganha pontos por ter conseguido segurar o mistério até o fim. Como todo programa do tipo, a edição tem papel fundamental, porém acho que aqui ela mais ajudou que atrapalhou. Muitos comentários durante o programa indicam que situações importantes ficaram de fora da versão final, e só ter a sugestão do que pode ter sido atrapalha o resultado apresentado. Além disso, depois fiquei sabendo que outros cinco casais se formaram e essa informação não foi passada em nenhum momento, o que também parece uma escolha errada e que deixa a impressão de que o reality não se preocupou em entregar tudo ao público. Por fim, maioria dos homens desnecessários e nem precisa ser pró feminismo para ver que o comportamento da maioria ali foi abaixo de qualquer nota. Vale para passar o tempo, prende bem o espectador.
Série distópica composta de curtas e esquetes. Bom pra passar o tempo, como é tudo curtinho não dá tempo de enjoar ou achar chato. Mas, como toda antologia, sofre do problema de ter histórias muito boas e outras nem tanto, fora que algumas terminam aleatoriamente. Gostei de Base, Zigoto e achei a God uma ironia certeira. As demais, não achei ruins, porém também não são sensacionais.
Boa série, o hype lembra muito o de Casa de Papel na primeira temporada. Querendo ou não, é um sinal da globalização audiovisual que os serviços de streaming permite. Vez ou outra produções fora de Hollywood vão ter um destaque que há dez anos atrás não teriam. A série em si, achei boa. Nada espetacular, mas um entretenimento criativo em determinados momentos e ousado em não se privar do gore e da morte de personagens carismáticos. Outro mérito é que não fica cansativa mesmo tendo nove episódios, grande parte beirando uma hora de duração. Vale assistir, não é só modinha.
Boa temporada, gostei que os realizadores não fizeram um copia e cola da temporada anterior. Essa segunda tem personalidade própria, a introdução da Bonnie cria outras dinâmicas que são bem trabalhadas, de forma criativa. Ainda assim, achei a temporada inicial um tanto melhor que essa, aqui a Alyssa está muito irritante e acaba estragando um pouco a questão de simpatizar e ter empatia com ela. Interessante também como trata de rompimentos e relações abusivas de forma realista, continua sendo uma série que não floreia e nem corre em direção a um final moralista. Encerra bem o ciclo dos personagens, mas acho que ainda caberia uma terceira temporada para ver um desfecho mais claro da vida de cada um.
Gratíssima surpresa, série de humor ácido e lento, fica bem demarcado que não é uma série americana. Não vemos aqui a intenção de criar personagens carismáticos, pelo contrário, são bem realistas dentro do propósito de mostrar protagonistas com problemas derivados de questões do passado mal resolvidas. Tem um clima meio fúnebre e pessimista, mas ainda assim arranca risadas em determinados momentos. Gostei como humaniza o casal principal, que não está naquela jornada de redenção moralista e irreal que as comédias atuais parecem ser obrigadas a fazer. Curtinha e bem dirigida, destaco também a fotografia e montagem. Tem cenas em plano aberto que são lindas e contemplativas, algo bem artístico mesmo. Recomendo para quem procura algo criativo e fora da caixinha.
Temporada maçante, mesmo tendo poucos episódios. Fica bem abaixo da primeira, tudo que tinha de bom antes foi jogado fora. Uma coleção de personagens que você acaba não se importando, em situações que muitas vezes são repetitivas e enfadonhas. Decepção.
Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez
4.4 415Série documental longa, mas que consegue cobrir muito bem as nuances que envolvem a sórdida trama por trás do assassinato da jovem atriz Daniela Perez. E nada aqui parece fora do lugar, a série simplesmente esmiúça todos os detalhes possíveis, relembrando não só o caso como também a própria sociedade da época.
Ainda que o crime tenha causado comoção nacional, o modo como a imprensa teve papel dúbio em tudo é um destaque interessante a se ressaltar (foi fundamental na pressão pela resolução do caso e também para aprovação da mudança na lei de crime hediondo, mas também agiu como abutre sendo desrespeitosa com a memória da atriz e com a família).
É impossível não se revoltar com a frieza dos assassinos e os detalhes do caso, que demonstram a perversidade, sociopatia e narcisismo de ambos.
Os quatro primeiros capítulos prendem totalmente a atenção, o quinto tem uma pequena queda mas ainda é bom e encerra com uma justa pergunta: houve justiça?
Bom Dia, Verônica (2ª Temporada)
3.8 257 Assista AgoraVi muitos elogiando, mas achei essa segunda temporada bem preguiçosa e bleh. O roteiro joga a lógica fora, parece que a intenção era criar um produto fast food e de fácil digestão pro grande público e pra audiência que só quer escapismo.
Ainda que o tema em si seja pesado e acho que o maior mérito dessa temporada é lançar luz sobre abusos, relações de poder envolvidas e como a influência facilita muito que ricos cometam crimes impunemente por um longo período.
Porém, se a mensagem é importante, os furos de roteiro são tão gritantes que é impossível não se irritar. Cenas jogadas do nada, facilitações pra protagonista chegar a seu objetivo.
A primeira temporada era boa justamente por pisar bem na realidade e, dentro do possível, ser uma trama policial verossímil. Tudo é jogado fora aqui pra facilitar que o espectador médio possa se divertir e avaliar positivamente a série nas mídias sociais.
Amor, Morte e Robôs (Volume 3)
4.1 344 Assista AgoraGrande temporada! "Viagem Ruim" pra mim é disparado o melhor, mas destaque grande pra "Noite dos Minimortos", "Matança em Grupo", "Fazendeiro", "Ratos de Mason" e "Sepultados na Caverna". Achei a maioria com bastante gore, mas eu curto então pra mim só melhorou a experiência.
"Três Robos", "Mesmo Pulso da Máquina" e "Enxame" foram os que menos curti, mas ainda assim tem como tirar coisas positivas dos três.
Euphoria (2ª Temporada)
4.0 540Boa temporada, desenvolve um pouco mais alguns personagens (Fezco, Lexi e Cassie) e deixa os mais problemáticos um tanto fora do centro da trama (Nate, Rue e Maddy). Peca por escantear praticamente todos os outros, que viram coadjuvantes e aparecem em momentos pontuais.
Porém, pelo menos saiu daquela lenga lenga dos casais e deu espaço pras individualidades brilharem.
Esteticamente e visualmente segue sendo uma série linda e deixa arcos interessantes para a temporada três.
Pam & Tommy
3.8 69Gratíssima surpresa essa minissérie. Consegue extrair muito de uma premissa aparentemente limitada. Simples em sua superfície, "Pam e Tommy" consegue versar sobre machismo, objetificação do corpo feminino, além de retratar muito bem um ponto de transição chave dentro da sociedade contemporânea: o advento da internet como algo cotidiano dentro da rotina das pessoas.
É interessante ver comentários sobre "o que seria internet", chamar o www pelo nome completo. Além do principal sistema de busca ser o esquecido AltaVista. E, não bastasse isso tudo, ainda trata de mudanças culturais no aspecto musical, a morte do hard rock festivo para a ascensão da realidade cinzenta que o grunge traz.
Tudo isso faz com que os oito episódios passem voando e sejam bem dinâmicos. E também destaco a impecável caracterização, especialmente de Lily James. Até a voz, tudo fica extremamente fidedigno a original Pam Anderson. O histrionismo de Tommy Lee também é muito bem personificado por Sebastian Stan.
Recomendo e muito, merece ser descoberta!
Hacks (1ª Temporada)
4.2 91Divertida série de comédia que toca na ferida do machismo no mundo do humor. Ainda que tenhamos comediantes de destaque, é inegável que esse é um ambiente em que as mulheres mais são alvos de piadas grosseiras do que estão na linha de frente mostrando seu ponto de vista.
Além disso, cutuca a nova geração de militantes que acha que sabe de tudo, sem respeitar a história de quem veio antes e botou a cara, tendo que lidar com todo tipo de preconceitos. As personagens principais se completam bem e ajudam na fluidez dos episódios, que destilam ironia e deboche para tratar de assédio sexual e moral.
Missa da Meia-Noite
3.9 730Estava com essa série na lista para assistir há um bom tempo, mas sempre esquecia. Temos aqui um terror que usa muito bem a atmosfera da ilha para reforçar a sensação de isolamento e impotência frente aos mistérios que vão sendo revelados aos poucos. Gostei também que a retórica bélica presente no discurso cristã é enfatizada em diversos momentos. Aqui a fé cega e faz com que os personagens realizem atos inimagináveis e moralmente questionáveis.
O diferencial dessa minissérie também acaba sendo o seu ponto fraco: o drama é muito presente na história, e isso ajuda na criação de profundidade dos protagonistas, mas também acaba tirando o impacto do clímax, o último episódio. Não é um desfecho ruim, mas acaba sendo anti climático, especialmente nos últimos vinte minutos.
Only Murders in the Building (1ª Temporada)
4.1 215Divertida série que consegue manter bem o mistério sobre o quem matou, mas que não vive somente disso. O trio de protagonistas está muito bem e entrosado e isso é fundamental para que a trama não perca o ritmo, pelo contrário. A partir da segunda metade que a série de fato engrena, inclusive deixando um interessante gancho para uma segunda temporada.
Neon Genesis Evangelion
4.5 328 Assista AgoraSempre quis assistir esse clássico anime e felizmente a Netflix nos dá essa chance. Gostei de algumas coisas e do modo melancólico e adulto que ele retrata as frustações e traumas da infância que resvalam na adolescência e na vida adulta.
Porém, no geral, não achei tão maravilhoso a ponto de entender todo o status cult por trás dessa animação. É monótono em determinados momentos e especialmente quando começam a se fortalecer os simbolismos e metáforas tudo se torna bem confuso. Já li teorias sobre e entendo alguns pontos, mas o próprio fato do término da série ter sido prejudicado por cortes no orçamento por parte do estúdio indica que o resultado final ficou aquém e extremamente filosófico não porque era a intenção do criador, mas sim porque era o que cabia no orçamento.
Pretendo ver os filmes para expandir a mitologia e reconheço que os 26 episódios tem mais coisas positivas que negativas, certamente. Mas, pelo menos pra mim, não fiquei com a impressão de estar assistindo uma maravilha digna de tanto culto.
Obs. todos falando que Asuka é chata e irritante, e de fato ela é, mas pra mim ela é a melhor personagem disparada. A mais complexa e que os traumas todos mais justificam sua difícil personalidade, além de ser praticamente a única não blasé e que não tem medo de expor seus pensamentos e vontades. Pra mim "Evangelion" é muito melhor justamente por sua presença.
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 400 Assista AgoraPulei essa série na frente de outras porque tinha escutado somente elogios em relação a ela. Porém, pelo menos para mim, não funcionou. Nos é apresentada uma gama de personagens e parece desde o início que a intenção seria satirizar tanto relações de classe (milionários x empregados) e trabalhistas (gerente x funcionários chão de fábrica).
Pois bem, para mim em nenhuma dessas visões o resultado é satisfatório.
O mérito aqui é conseguir criar no espectador a expectativa de que a qualquer momento algo vai ocorrer. Pois esse algo não só ocorre aos 45 do segundo tempo como tem impacto praticamente zero na trama geral.
Algo guardado a sete chaves praticamente cria dez minutos (se muito) de conflito e no fim tudo se resolve de modo rápido e simplista.
Achei que a série nos promete muito e entrega pouco. Pode ter sido intencional no sentido de demonstrar que por mais que se tente, no fim o poder e o dinheiro sempre mandam, mas do jeito que tudo foi representado achei um resultado final muito aquém do que poderia.
Euphoria: Fuck Anyone Who’s Not a Sea Blob
4.3 128Gostei mais do episódio especial centrado na Rue, achei que aqui tem alguns momentos de perda de foco. Porém, nada que deponha muito sobre o resultado final.
Saber que o roteiro foi escrito também pela própria Hunter acaba dando um tom mais forte ao que assistimos. Certamente tem pensamentos da própria atriz sobre a transexualidade nas confissões de Jules, de modo que vendo em retrospectiva causa até um certo mindfuck de pensar se ali talvez não estejamos ouvindo a própria atriz e não a personagem.
Muito interessante também como ao citar suas angústias e criação de personas, Jules acaba falando também com muitas mulheres (só ver alguns comentários abaixo), pois assim como a protagonista do episódio, mulheres acabam desde o nascimento (um dos primeiros atos é colocar brincos e vestir o bebê de rosa o tempo todo) tendo que performar uma feminilidade.
Euphoria: Trouble Don't Last Always
4.3 154Impactado e apaixonado por esse episódio, totalmente devoto estou haha. Que pancada, não esperava. Diálogos muito bem escritos, tocam na ferida e despem os personagens. Aqui é demonstrado que nem tudo na vida é preto e branco, pois se imagina que por tudo que é mostrado na primeira temporada, Rue é uma viciada que ferra tudo.
Mas nesse episódio especial, você percebe nuances que mostram que as drogas quando somadas a problemas pessoais e psicológicos cria uma dependência bizarramente auto destrutiva.
Gostei demais, o personagem de Ali é um conselheiro que mostra o verdadeiro sentido da palavra, sem ser coach, sem ser piegas e sem trazer soluções fáceis, ele prova pra Rue que ela merece se dar novas chances.
Reforça minha teoria de que "Euphoria" é uma série muito melhor quando trata e potencializa os indivíduos, mas se enfraquece quando foca nos dramas dos casais.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 892Aproveitando a estreia da segunda temporada e todo o burburinho nas redes sociais que essa série voltou a causar, resolvi tirar a semana para assistir "Euphoria".
Pois bem, para mim existem duas séries em uma: do primeiro ao quinto episódio, achei a série muito boa; do sexto ao oitavo, repetitiva e com alguns picos excelentes.
Achei o visual estilizado e a trilha sonora excelentes e combinando com a proposta, porém parece que tudo de relevante vai somente até o episódio 5.
Nos três últimos, parece que tudo fica repetitivo e a trama não avança, sempre girando em círculos . Chega até a ser monótono em determinados momentos.
Minha teoria é que os personagens são melhores sozinhos, como indivíduos. Porém, como casais, todos se tornam intragáveis (o melhorzinho é Rue e Jules, mas os outros são insuportáveis). Como o enfoque passa a ser mais nas questões de casal na parte final da temporada, a série como um todo também cai de nível.
Filmes que Marcam Época (1ª Temporada)
4.2 58 Assista AgoraSérie divertida e que traz bastidores inesperados de sucessos que crescemos assistindo. Inimaginável que boa parte deles quase não saiu do papel ou foi lançado se esperando um fracasso, até porque se tornaram ícones pop com o passar dos anos.
A Beleza Secreta dos Animais (1ª Temporada)
4.4 9 Assista AgoraSempre me impressiona como conseguem fazer da vida cotidiana e selvagem dos animais, uma espécie de novelinha que você cria empatia como se fosse um personagem fictício. Aqui, temos essa característica mais uma vez e novamente funciona.
Algo que poderia ser monótono, acaba ficando envolvente e junto com as lindas imagens, ajudam a prender o espectador mesmo para ver algo que já vimos mil vezes no Discovery e Animal Planet.
Sneakerheads (1ª Temporada)
3.0 6Série basicona, mas que é um entretenimento legal pra passar a tarde. Não tem nada de muiito marcante, mas consegue fazer render um assunto que é um tanto quanto restrito. Sinceramente não sabia de tantas loucuras que as pessoas poderiam fazer por um pisante raro.
Untold: Briga na NBA
3.9 10Excelente documentário, consegue fazer um tema até limitado render e prender a atenção por mais de uma hora. Fundamental a participação dos envolvidos todos, dá uma riqueza jornalística e demonstra o esmero da produção em ser de fato um documento que ouviu todos os lados.
Impossível não destacar o papel da mídia na punição severa aos jogadores, pois além de incitar o linchamento dos atletas, ainda editou e contou a versão que mais lhe daria audiência e exposição. Esse doc, vem assim fazer justiça e mostrar que uma história contada de modo tendencioso, especialmente por quem detém o poder, pode ter consequências devastadoras.
Vingança Sabor Cereja
3.6 107 Assista AgoraBizarríssima série que prende o espectador mais pela curiosidade de ver aonde tudo vai dar. Porém, a execução é meio falha, o clima de delírio não ajuda muito, já que a trama não foca nos aspectos interessantes e parece perdida querendo abraçar o mundo.
Tem um gore ok, e vive mais de momentos espaçados. Falta constância, não recomendo a menos que você seja do tipo que quando começa uma série vai até o fim.
Casamento às Cegas: Brasil (1ª Temporada)
3.1 157 Assista AgoraBom entretenimento rasteiro, ainda ganha pontos por ter conseguido segurar o mistério até o fim. Como todo programa do tipo, a edição tem papel fundamental, porém acho que aqui ela mais ajudou que atrapalhou.
Muitos comentários durante o programa indicam que situações importantes ficaram de fora da versão final, e só ter a sugestão do que pode ter sido atrapalha o resultado apresentado. Além disso, depois fiquei sabendo que outros cinco casais se formaram e essa informação não foi passada em nenhum momento, o que também parece uma escolha errada e que deixa a impressão de que o reality não se preocupou em entregar tudo ao público.
Por fim, maioria dos homens desnecessários e nem precisa ser pró feminismo para ver que o comportamento da maioria ali foi abaixo de qualquer nota.
Vale para passar o tempo, prende bem o espectador.
Oats Studios (1ª Temporada)
3.2 31Série distópica composta de curtas e esquetes. Bom pra passar o tempo, como é tudo curtinho não dá tempo de enjoar ou achar chato. Mas, como toda antologia, sofre do problema de ter histórias muito boas e outras nem tanto, fora que algumas terminam aleatoriamente.
Gostei de Base, Zigoto e achei a God uma ironia certeira. As demais, não achei ruins, porém também não são sensacionais.
Round 6 (1ª Temporada)
4.0 1,2K Assista AgoraBoa série, o hype lembra muito o de Casa de Papel na primeira temporada. Querendo ou não, é um sinal da globalização audiovisual que os serviços de streaming permite. Vez ou outra produções fora de Hollywood vão ter um destaque que há dez anos atrás não teriam.
A série em si, achei boa. Nada espetacular, mas um entretenimento criativo em determinados momentos e ousado em não se privar do gore e da morte de personagens carismáticos.
Outro mérito é que não fica cansativa mesmo tendo nove episódios, grande parte beirando uma hora de duração.
Vale assistir, não é só modinha.
The End of the F***ing World (2ª Temporada)
3.9 315Boa temporada, gostei que os realizadores não fizeram um copia e cola da temporada anterior. Essa segunda tem personalidade própria, a introdução da Bonnie cria outras dinâmicas que são bem trabalhadas, de forma criativa.
Ainda assim, achei a temporada inicial um tanto melhor que essa, aqui a Alyssa está muito irritante e acaba estragando um pouco a questão de simpatizar e ter empatia com ela.
Interessante também como trata de rompimentos e relações abusivas de forma realista, continua sendo uma série que não floreia e nem corre em direção a um final moralista.
Encerra bem o ciclo dos personagens, mas acho que ainda caberia uma terceira temporada para ver um desfecho mais claro da vida de cada um.
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 818 Assista AgoraGratíssima surpresa, série de humor ácido e lento, fica bem demarcado que não é uma série americana. Não vemos aqui a intenção de criar personagens carismáticos, pelo contrário, são bem realistas dentro do propósito de mostrar protagonistas com problemas derivados de questões do passado mal resolvidas.
Tem um clima meio fúnebre e pessimista, mas ainda assim arranca risadas em determinados momentos. Gostei como humaniza o casal principal, que não está naquela jornada de redenção moralista e irreal que as comédias atuais parecem ser obrigadas a fazer.
Curtinha e bem dirigida, destaco também a fotografia e montagem. Tem cenas em plano aberto que são lindas e contemplativas, algo bem artístico mesmo.
Recomendo para quem procura algo criativo e fora da caixinha.
Noite Adentro (2ª Temporada)
3.2 66 Assista AgoraTemporada maçante, mesmo tendo poucos episódios. Fica bem abaixo da primeira, tudo que tinha de bom antes foi jogado fora. Uma coleção de personagens que você acaba não se importando, em situações que muitas vezes são repetitivas e enfadonhas. Decepção.