Eu nunca chorei com um série como eu chorei com Veneno (o segundo episódio acabou comigo). A sensibilidade em retratar a vida da Cristina, com todas as suas nuances e complexidades, aliada com o roteiro excepcionalmente bem construído e a produção por vezes cinematográfica, fizeram com que essa série ganhasse um lugar especial no meu coração e que ela se tornasse memorável, tanto quanto a existência desse ícone que foi La Veneno e que eu até então desconhecia.
E pensar que até poucos anos atrás as vivências trans eram praticamente ignoradas pelo mainstream ou retratadas de forma superficial e caricata...
Existir uma obra que retrate a vivência de uma pessoa como Cristina é absolutamente necessário para mostrar à sociedade o quanto temos que aprender com os seres humanos que infelizmente ainda vivem na marginalidade e que tem TANTO a nos ensinar.
É a temporada que a Carrie está menos insuportável, na real. Finalmente sem ser uma tonta nos relacionamentos. O desenvolvimento das personagens segue 10/10. Apesar de curta, não deixou a peteca cair, ótimos roteiros como sempre!
Comecei a série amando tudo e achando incrível (pela premissa principalmente), mas senti que da metade do final as coisas se desenvolveram muito rápido, todos os problemas ganharam resoluções fáceis e completamente inverossímeis, até mesmo para uma realidade intencionalmente fantasiosa dentro dessa época.
Pelo excesso de fantasia poderia se chamar Walt Disney.
Obra-prima, apenas. Esse é o tipo de série que eu não consigo só ficar envolvido com o desenrolar da história, eu fico envolvido com a produção técnica, com as atuações, com as escolhas de plano, com os movimentos de câmera, com a fotografia, a trilha, é muita coisa pra prestar atenção!!
O desenvolvimento de cada personagem é feito de uma maneira ilustre, além de tudo traz assuntos extremamente pertinentes principalmente para quem está de fora do universo LGBTQ. Uma das coisas que mais me chamou a atenção é a forma como a transexualidade foi abordada de maneira sensível e muito realista. A questão do preconceito que existe dentro do próprio meio LGBT é de cortar o coração.
Agora eu só tenho vontade de pegar todo mundo que conheço e trancar numa sala pra assistir essa temporada inteira. É isto.
O enredo é folhetinesco, a qualidade técnica é modesta, alguns atores deixam a desejar, mas minha conclusão é que a produção entregou um trabalho de um esforço notório que pode até não retratar a periferia de São Paulo com cem por cento de fidelidade, mas considerando ser uma obra de entretenimento para as massas, penso que se aproxima bastante.
Pessoalmente falando, fiquei bem preso à história do início ao fim e bem reflexivo em relação à realidade da favela e da periferia paulistana. Indico principalmente pra quem vive alheio dessa realidade repensar privilégios e refletir sobre como as condições sociais influenciam o trajeto das pessoas nessa vida.
Como assim não está todo mundo exaltando esse hino??? Essa temporada superou a primeira, trama envolvente devidamente amarrada, diálogos perfeitos, atuação ímpar, trilha impecável e fotografia melhor ainda. Não tem como não dar 5 estrelas, aff.
Ter assistido ao filme na época de seu lançamento e descobrir que a Netflix o transformaria em série este ano me trouxe uma alegria imensa, principalmente por acreditar que esta seria uma excelente forma de trazer mais notoriedade para uma obra cuja temática é tão relevante e necessária na atualidade. No entanto, infelizmente não vi a série conquistar a atenção que ela merece.
Há pouco tempo atrás, 13 Reasons Why causou o maior burburinho na internet por jogar luz à questão do suicídio, trazendo à tona discussões muito construtivas acerca do tema e reflexão por parte de muita gente. Acredito que Dear White People carrega uma proposta muito semelhante neste sentido: a de gerar reflexão sobre uma temática real – desta vez, a de raça. Só que, neste segundo caso, não vemos o mesmo empenho e interesse de muitos formadores de opinião, em discutir à respeito. Ironicamente, está aí mais um motivo que reforça a crítica que a série faz às relações "pós-raciais" da nossa geração. As pessoas (brancas e privilegiadas) não querem falar sobre racismo.
Um dos momentos que mais me marcaram na série, é quando a personagem Sam fala em sua rádio sobre o famoso "racismo reverso", a reação negativa dos brancos da universidade sobre a utilização do termo "Cara Gente Branca", em resposta a festa do blackface intitulada "Cara Gente Negra": "Entendo que ser reduzido a uma generalização com base em raça é uma experiência nova e devastadora para alguns de vocês, mas esta é a diferença: minhas piadas não prendem seus jovens em níveis alarmantes. Nem tornam perigoso você andar no próprio bairro, mas as de vocês sim. Quando zombam ou nos menosprezam, vocês reforçam um sistema existente. Quando policiais olham para um negro segurando uma arma, não veem um ser humano, eles veem uma caricatura, um bandido, um preto. Então, não! Vocês não podem se fantasiar de nós no Dia das Bruxas e alegar ironia nem ignorância."
Essa colocação simplesmente esvazia o argumento que muitas pessoas contrárias à abordagem da série utilizam para tentar desqualificá-la – na maioria das vezes sem nem tê-la assistido.
Dear White People é dona ainda do mérito de conseguir abordar a temática racial não só da perspectiva de quem comete racismo e de quem protesta contra ele, mas também daqueles que são vítimas silenciosas, e por vezes até inconscientes dele. Há personagens negros de personalidades e opiniões muito diferentes, o que auxilia na construção da mensagem final que a série se propõe a passar e garante representatividade para quem a assiste.
Por fim, eu não poderia deixar de destacar todo o belo trabalho de fotografia, atuação e roteiro que resultou numa unidade ímpar no produto final e que merece muitos aplausos. Espero de verdade que futuramente exista uma segunda temporada e que ela possa adquirir maior notoriedade.
Roteiro original, ótimos atores, enredo envolvente, fotografia impecável, trilha sonora singular (não tem como não se apaixonar ao ouvir Sigur Rós) e um frescor moderno que casa perfeitamente com as novas necessidades do espectador contemporâneo.
Pra mim um dos maiores méritos da série é a quebra do paradigma heteronormativo que sempre permeou na maior parte das produções cinematográficas e televisivas mais populares. Além de ousar sem apelar para os estereótipos, a série ''abre a mente'' do público trazendo um recorte multicultural e problemas sociais de diferentes realidades devidamente pertinentes à atualidade.
Mais um acerto do Netflix, não é a toa que cada vez mais o serviço tem crescido, e só tende a crescer mais com produções tão originais e maduras como essa.
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Veneno
4.8 169 Assista AgoraEu nunca chorei com um série como eu chorei com Veneno (o segundo episódio acabou comigo). A sensibilidade em retratar a vida da Cristina, com todas as suas nuances e complexidades, aliada com o roteiro excepcionalmente bem construído e a produção por vezes cinematográfica, fizeram com que essa série ganhasse um lugar especial no meu coração e que ela se tornasse memorável, tanto quanto a existência desse ícone que foi La Veneno e que eu até então desconhecia.
E pensar que até poucos anos atrás as vivências trans eram praticamente ignoradas pelo mainstream ou retratadas de forma superficial e caricata...
Existir uma obra que retrate a vivência de uma pessoa como Cristina é absolutamente necessário para mostrar à sociedade o quanto temos que aprender com os seres humanos que infelizmente ainda vivem na marginalidade e que tem TANTO a nos ensinar.
Perfeita, cinco estrelas, sem defeitos.
Amor Moderno (1ª Temporada)
4.2 587Muito bom, mas muito heteronormativo. 8 episódios e apenas 1 casal não hétero, tem que melhorar isso aí.
Sex and the City (5ª Temporada)
4.3 72É a temporada que a Carrie está menos insuportável, na real. Finalmente sem ser uma tonta nos relacionamentos. O desenvolvimento das personagens segue 10/10. Apesar de curta, não deixou a peteca cair, ótimos roteiros como sempre!
Hollywood
4.1 330 Assista AgoraComecei a série amando tudo e achando incrível (pela premissa principalmente), mas senti que da metade do final as coisas se desenvolveram muito rápido, todos os problemas ganharam resoluções fáceis e completamente inverossímeis, até mesmo para uma realidade intencionalmente fantasiosa dentro dessa época.
Pelo excesso de fantasia poderia se chamar Walt Disney.
Pose (1ª Temporada)
4.7 434Obra-prima, apenas. Esse é o tipo de série que eu não consigo só ficar envolvido com o desenrolar da história, eu fico envolvido com a produção técnica, com as atuações, com as escolhas de plano, com os movimentos de câmera, com a fotografia, a trilha, é muita coisa pra prestar atenção!!
O desenvolvimento de cada personagem é feito de uma maneira ilustre, além de tudo traz assuntos extremamente pertinentes principalmente para quem está de fora do universo LGBTQ. Uma das coisas que mais me chamou a atenção é a forma como a transexualidade foi abordada de maneira sensível e muito realista. A questão do preconceito que existe dentro do próprio meio LGBT é de cortar o coração.
Agora eu só tenho vontade de pegar todo mundo que conheço e trancar numa sala pra assistir essa temporada inteira. É isto.
Sintonia (1ª Temporada)
3.6 174 Assista AgoraO enredo é folhetinesco, a qualidade técnica é modesta, alguns atores deixam a desejar, mas minha conclusão é que a produção entregou um trabalho de um esforço notório que pode até não retratar a periferia de São Paulo com cem por cento de fidelidade, mas considerando ser uma obra de entretenimento para as massas, penso que se aproxima bastante.
Pessoalmente falando, fiquei bem preso à história do início ao fim e bem reflexivo em relação à realidade da favela e da periferia paulistana. Indico principalmente pra quem vive alheio dessa realidade repensar privilégios e refletir sobre como as condições sociais influenciam o trajeto das pessoas nessa vida.
The End of the F***ing World (2ª Temporada)
3.9 315Como assim não está todo mundo exaltando esse hino??? Essa temporada superou a primeira, trama envolvente devidamente amarrada, diálogos perfeitos, atuação ímpar, trilha impecável e fotografia melhor ainda. Não tem como não dar 5 estrelas, aff.
Como Defender um Assassino (4ª Temporada)
4.3 283 Assista Agoravai ter mais episódios depois do 8º?
Cara Gente Branca (Volume 1)
4.3 304 Assista AgoraTer assistido ao filme na época de seu lançamento e descobrir que a Netflix o transformaria em série este ano me trouxe uma alegria imensa, principalmente por acreditar que esta seria uma excelente forma de trazer mais notoriedade para uma obra cuja temática é tão relevante e necessária na atualidade. No entanto, infelizmente não vi a série conquistar a atenção que ela merece.
Há pouco tempo atrás, 13 Reasons Why causou o maior burburinho na internet por jogar luz à questão do suicídio, trazendo à tona discussões muito construtivas acerca do tema e reflexão por parte de muita gente. Acredito que Dear White People carrega uma proposta muito semelhante neste sentido: a de gerar reflexão sobre uma temática real – desta vez, a de raça. Só que, neste segundo caso, não vemos o mesmo empenho e interesse de muitos formadores de opinião, em discutir à respeito. Ironicamente, está aí mais um motivo que reforça a crítica que a série faz às relações "pós-raciais" da nossa geração. As pessoas (brancas e privilegiadas) não querem falar sobre racismo.
Um dos momentos que mais me marcaram na série, é quando a personagem Sam fala em sua rádio sobre o famoso "racismo reverso", a reação negativa dos brancos da universidade sobre a utilização do termo "Cara Gente Branca", em resposta a festa do blackface intitulada "Cara Gente Negra": "Entendo que ser reduzido a uma generalização com base em raça é uma experiência nova e devastadora para alguns de vocês, mas esta é a diferença: minhas piadas não prendem seus jovens em níveis alarmantes. Nem tornam perigoso você andar no próprio bairro, mas as de vocês sim. Quando zombam ou nos menosprezam, vocês reforçam um sistema existente. Quando policiais olham para um negro segurando uma arma, não veem um ser humano, eles veem uma caricatura, um bandido, um preto. Então, não! Vocês não podem se fantasiar de nós no Dia das Bruxas e alegar ironia nem ignorância."
Essa colocação simplesmente esvazia o argumento que muitas pessoas contrárias à abordagem da série utilizam para tentar desqualificá-la – na maioria das vezes sem nem tê-la assistido.
Dear White People é dona ainda do mérito de conseguir abordar a temática racial não só da perspectiva de quem comete racismo e de quem protesta contra ele, mas também daqueles que são vítimas silenciosas, e por vezes até inconscientes dele. Há personagens negros de personalidades e opiniões muito diferentes, o que auxilia na construção da mensagem final que a série se propõe a passar e garante representatividade para quem a assiste.
Por fim, eu não poderia deixar de destacar todo o belo trabalho de fotografia, atuação e roteiro que resultou numa unidade ímpar no produto final e que merece muitos aplausos. Espero de verdade que futuramente exista uma segunda temporada e que ela possa adquirir maior notoriedade.
Cara Gente Branca (Volume 1)
4.3 304 Assista AgoraNossa, mas nem começou e já tem branco chorando? Ansioso para a estreia! :)
Como Defender um Assassino (1ª Temporada)
4.5 1,3K Assista Agorachega meus olhos lacrimejaram com o baque dos instantes finais dessa season
CHEGA LOGO SEGUNDA TEMPORADA!!!
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraCertamente a série do ano!
Roteiro original, ótimos atores, enredo envolvente, fotografia impecável, trilha sonora singular (não tem como não se apaixonar ao ouvir Sigur Rós) e um frescor moderno que casa perfeitamente com as novas necessidades do espectador contemporâneo.
Pra mim um dos maiores méritos da série é a quebra do paradigma heteronormativo que sempre permeou na maior parte das produções cinematográficas e televisivas mais populares. Além de ousar sem apelar para os estereótipos, a série ''abre a mente'' do público trazendo um recorte multicultural e problemas sociais de diferentes realidades devidamente pertinentes à atualidade.
Mais um acerto do Netflix, não é a toa que cada vez mais o serviço tem crescido, e só tende a crescer mais com produções tão originais e maduras como essa.