Sou um grande fã do trabalho de Spielberg e tenho um especial carinho pelos filmes dramáticos que ele dirigiu (principalmente A Cor Púrpura e Império do Sol). "Além da Eternidade" foi um dos filmes dele que assisti quando adolescente e, após o término, tive a certeza de que aquele seria um dos filmes que eu não teria vontade de rever, por ser um filme desinteressante. Dito e feito.
Muitos anos se passaram (pelo menos uns 10) e, recentemente, pesquisando sobre o trabalho de Audrey Hepburn, descobri que este tinha sido seu último filme. A chama da curiosidade acendeu em mim e corri atrás de um DVD do filme para, quem sabe, mudar minha opinião pouco confiável obtida qdo adolescente — considerando que nessa fase nosso gosto não costuma ser sempre muito apurado.
A verdade é que, mesmo com um gosto cinematográfico mais amadurecido, terminei de rever "Além da Eternidade" e fiquei com aquela sensação de dejavu, por motivos óbivios; os anos se passaram e a minha opinião sobre o filme permaneceu a mesma: legalzinho, divertido em alguns momentos, mas que no final das contas não me conquistou ou acrescentou nada.
A história em si acho até interessante, mas o que percebo durante as 2 hs de filme é que não sinto nenhuma conexão, empatia ou preocupação com o destino de nenhum personagem. Não temos atuações memoráveis e tampouco cenas inesquecíveis ou que remexam sentimentos. Não acho que tenha faltado talento ao elenco, mas sim profundidade e química entre os atores, o que evidentemente influencia no resultado final do longa.
Ao final, o filme vale pela atuação da inesquecível Audrey Hepburn e pela deliciosa trilha sonora. Nada além disso.
Terminei de assistir Charmed em 2008, dois anos depois do final da série na TV. Agora, oito anos depois de ter concluído, decidi dar um reboot e rever tudo de novo, para novamente sentir o poder das encantadas na tv. No entanto, eu não imaginava o quão difícil seria ultrapassar o começo da série nessa empreitada.
Resistir aos 8 primeiros episódios da primeira temporada de Charmed, envolve um exercício de paciência e desapego à ideia de realidade. São roteiros surreais e extremamente fracos, se comparados aos episódios futuros. Entretanto, há que se considerar que este é apenas o começo de tudo, a base da história que pouco a pouco foi amadurecendo e desabrochando como uma das melhores produções do gênero já produzidas.
O piloto da série, "Something Wicca This Way Comes" é talvez o melhor episódio desse começo. O pior, na minha opinião, é o absurdo e entediante "Dream Sorcerer", 5ª episódio. As coisas começam a melhorar bastante após "The Witch Is Back", que marca o ínicio da mitologia da família Halliwell. A partir daí, temos altos e baixos, mas a maioria dos episódios representam bons momentos e servem de combustível para desejar ver o próximo. Se vc está assistindo a série agora, recomendo que resista à vontade de abandonar a série ainda nos primeiros episódios, pois a recompensa chega logo, na forma de ótimos episódios.
Bom, está longe de ser uma produção de destaque do gênero fantasia, mas também não é de todo ruim. Tem ótimos efeitos e atuações que não deixam a desejar, Entretanto, é o tipo de filme para se assistir descompromissadamente, sem a cobrança de ser algo além de um par de horas de entretenimento. Para esse quesito, o filme funciona muito bem. Para quem curte RPG, o filme é um prato cheio. Já para os fãs dos livros, parafraseando a pensadora contemporânea Glória Pires, "não sou capaz de opinar", afinal não os li, rs.
Sabe aquela piada engraçada, que vc se escangalha de rir quando ouve pela primeira vez? Então, na segunda ela ainda te faz rir bastante, mas não na mesma intensidade, certo?. Na terceira vez, vc pode até achar engraçado, mas já começa a demonstrar insatisfação e espera por algo novo. Na quarta vez, a piada já não tem mais graça nenhuma. Bem, é basicamente como me senti vendo Loucademia de Policia 4: algo totalmente sem graça, sem nexo, a verdadeira vergonha alheia.
O filme repete as mesmas fórmulas dos três antecessores, reciclando piadas que soam exatamente como as já vistas e isso não tem graça alguma. Steve Guttemberg parece perdido com seu personagem imerso em piadas sem nexo e forçadas. E o que falar de Zed (Bobcat Goldthwait), que passa o filme inteiro repetindo as mesmas gags usadas nos três filmes anteriores, sem tirar nem por. E a já batida cena da boate Ostra Azul?.
No final vc fica se perguntando: qual dos personagens conseguiu ser mais sem graça nessa sequência? O filme todo parece uma coleção de figurinhas repetidas que, como todos sabem, não completam álbum.
É um bom filme, mas fraco se comparado com o desempenho de Invocação do Mal. Acho que decepcionou a maioria das pessoas foi a expectativa de ver a boneca Annabelle "virada no Chucky", o que acaba não acontecendo, pois ela é basicamente um elemento de tensão na história; tem sua importância, claro, mas o que efetivamente exerce influência na história é o ocultismo e o sobrenatural.
De um modo geral é um ótimo filme, com um bom elenco, mas que deve ser apreciado sem o peso da comparação com seu antecessor e tampouco com grandes expectativas no desempenho da boneca dentro da trama.
É o primeiro filme de Domingos que Oliveira que tenho a oportunidade de assistir e, preciso dizer, fiquei impressionado. Um roteiro regado de diálogos brilhantes e de uma realidade ímpar, muito bem realçados por uma fotografia que reproduz a filmagem em handcam e que, no começo, chega a causar confusão, se estamos diante de um vídeo caseiro ou um filme, efetivamente. Trabalho excepcional, com tomadas bem originais e personagens de fácil identificação com a vida real.
Um bom fIlme. Marcelo Serrado está mto bem no papel. É legal ver a evolução do personagem, saindo de solteirão convicto à apaixonado ciumento passional. Não curti muito a atuação da Fernanda de Freitas. Parece faltar algo na personagem, mas não sei definir muito bem o que, exatamente. O final não deixa a desejar, apesar de que, de certa forma, já imaginava que seria algo do tipo.
Um ótimo filme, com um final que foge ao convencional. Sam Raimi nos apresenta um filme de terror com os mesmos elementos que o tornaram famoso com 'Evil Dead': a união de um enredo sobrenatural somado à cenas trash carregadas de gore.
Não se pode dizer que é um filme assustador, mas consegue proporcionar certa agonia ao espectador, além de um ou outro susto. O grande espetáculo está nas cenas nojentas, que conseguem causar repulsa ao espectador, característica bem explorada por Raimi em outros trabalhos e que, novamente, funciona muito bem aqui.
Demorei um certo tempo para finalmente vê-lo, em parte por já estar um pouco saturado de produções distópicas; no entanto, Maze Runner não decepciona. É um filme frenético, com ação do início ao fim, boas atuações.
A história foge um pouco do já clássico formato de distopias e sagas adolescentes, pois aqui não temos (ao menos ainda) uma sociedade dividida em grupos segregados e nem um regime ditatorial à ser derrubado. A velha premissa, de colocar jovens em situações de perigo, tomando decisões de vida ou morte se faz presente, mas bem encaixada em uma trama que não chega a ser previsível, apesar de podermos antever algumas situações com certa tranquilidade.
Não tenho como avaliar a adaptação, pois não li o livro de James Dashner, mas fica pro futuro. O primeiro livro, já está na fila aqui na estante, ahaha.
Uau, o futuro chegou. Pena que não foi exatamente como Zemeckis, Spielberg e Gale imaginaram. Mas é curioso notar as expectativas que alguém, no final dos anos 80, projetava para um futuro nem tão distante, ao mesmo tempo em que se faz tantas referências à cultura Pop daquele momento. Foi divertido notar que Max Headroom, uma das minhas séries preferidas, foi lembrada numa insana ideia futurista de atendentes virtuais, na lanchonete.
Tive a oportunidade de rever, pela segunda vez no cinema nesse ano, esse clássico. Tê-lo visto nos Clássicos Cinemark, há alguns meses foi sensacional; mas revê-lo em um cinema antigo como o Cine Odeon (RJ), na exata data em que Marty McFly chega ao futuro, é uma experiência sem comparações. Apesar dos problemas envolvendo a organização do evento, o fato é que o mais importante não foi afetado: a projeção do filme.
Foi a união perfeita: Cinema Clássico + Filmes Clássicos (exibiram os dois primeiros da trilogia). Logo após, rolou ainda o Baile Encanto Submarino, em um Night Club próximo ao Odeon. Ok que a expectativa para ornamentação estava muito maior do que a realidade, resumida à uma pequena reprodução do palco visto no filme, mas a banda escolhida, The Screaners, compensou a "aventura" de atravessar a Lapa deserta e com pouco policiamento em plena madrugada de quinta feira e me fazer chegar em casa apenas para tirar um cochilo e ir trabalhar.
O futuro que Marty McFly experimentou pode não ter sido exatamente o que vivenciamos, mas celebrar essa data em alto estilo foi, sem dúvida, um bom acalento! ahaha
Diferente de muitos, eu não vou pagar de "cult" e esconder a grande verdade: sim, sou fanboy confesso de produções hollywoodianas e sou feliz assim. Mas isso não significa dizer que eu não consigo admirar o cinema nacional, quando ele produz algo que eu considere relevante. Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (sim, é com Z no filme, apesar de todos os sites colocarem na grafia correta em nossa língua) foi o primeiro que passei a admirar (porque os da Xuxa e os dos Trapalhões não contam muito, certo? haha). Mostrar a história de Carlota Joaquina e de uma parcela do passado de nosso país, de uma forma satírica foi sensacional. Como comédia, esse filme obviamente não tem o compromisso da exatidão histórica (o que aliás, muitos filmes "sérios" também não tem), mas parte de fatos reais para construir uma trama divertida e envolvente. É praticamente impossível não rir das reações exageradas de Carlota, vivida pela talentosa Marieta Severo, ou do caricato Dom João, de Marco Nanini. Apesar de ter sido uma produção de baixo orçamento para a época (600 mil Reais) e de distribuição independente (realizada pela própria diretora), o filme chama a atenção pela bela fotografia e pelo figurino e cenografia de alta qualidade, que em nada deixa a dever se comparado à outros filmes do gênero, produzidos no exterior. Carla Camurati foi bastante pretensiosa na decisão de rodar o filme com pouquíssimas falas em português brasileiro, o que eu considero uma sábia decisão, pois deu à produção maior autenticidade e personalidade. Com isso, apesar de nacional, trata-se de um filme legendado, com trechos narrados em inglês, além de longos diálogos em espanhol (Carlota Joaquina e outros) na maior parte do filme, além dos diálogos em português de Portugal (Dom João e outros). Na TV aberta, posso estar equivocado, mas lembro de tê-lo visto dublado, apesar desta versão não estar presente nem mesmo no DVD. Revi o filme há três dias, no cinema, na sessão Clássicos Cinemark e fiquei impressionado - negativamente falando. Quando a sessão iniciou, na sala do Cinemark Downtown (RJ), haviam apenas DUAS pessoas (incluindo eu). Ainda nos primeiros minutos, surgiram mais 8 pessoas e só. Fiquei constrangido pelo cinema nacional e imagino que nem tão cedo (ou nunca mais) o Cinemark irá abrir espaço para que um filme nacional retorne às salas de cinema neste espaço. Uma pena, se considerarmos que Carlota Joaquina - Princesa do Brazil foi um marco da retomada do cinema nacional, que praticamente foi extinto durante o período em que Fernando Collor governou o país. Torço para que em outras praças o filme tenha feito mais sucesso e assim seja possível viabilizar o retorno de outras produções marcantes de nosso cinema, como Central do Brasil, O Quatrilho e Cidade de Deus.
Apesar de ser bastante previsível, o filme tem uma pegada bem divertida e conseguiu sobreviver ao tempo, ao menos para mim. Vi pela primeira vez em 2001, ainda em VHS, época em que achei divertidíssimo. Revendo, 14 anos depois, ainda consegui identificar os motivos que me fizeram curtir esse filme: trilha sonora impecável, atuações convincentes e um retrato de época atípico. Para mim, o grande diferencial do filme está justamente na ideia de se produzir um épico medieval sem a carga dramática e a seriedade que este gênero habitualmente pede, se apoiando em um roteiro permissivo e bem humorado, sem se tornar um daqueles filmes cujo enredo só parece divertir crianças de até 12 anos. Vale a pena ser conferido, mas não analisado sob olhar crítico de quem assiste à um épico medieval. Tome como um momento de diversão e certamente irá entrar no ritmo desse filme!
Fiquei impressionado com esse filme. De cara ele me gerou curiosidade, afinal estava recebendo excelentes críticas internacionais, além de ter vencido o premio de Melhor Atriz no Sundance Festival. Confesso que ainda sou bastante preconceituoso em relação ao cinema nacional, especialmente quando vejo atores globais no elenco, além da globo filmes na produção. Entretanto, "Que Horas ela Volta" foge de todo e qualquer esteriótipo de produções da Globo Filmes.
O filme apresenta um roteiro coerente e realista, mesclando na medida certa drama e humor. Regina Casé esbanja talento no papel de Val, construindo uma personagem que transcende a ideia caricata de empregada doméstica, amplamente propagada pela TV. Ao seu lado, a personagem Jessica, vivida pela talentosa Camila Márdila, constrói uma personagem autêntica às origens e que é responsável por boa parte das cenas em que se evidencia o debate sobre a discriminação entre classes sociais.
Karine Teles, no papel de Bárbara, a patroa, também merece destaque pela atuação como coadjuvante. Sua personagem serve de estopim para as discussões de falso moralismo e falsa compaixão por aqueles que não estão em seu mesmo nível social.
Minha crítica vai apenas para o plot desenvolvido no filme para o personagem de Lourenço Mutarelli, (Carlos, o patrão). Apesar de entender a necessidade de incluírem esse tipo de temática no filme, já que se trata de algo bem cotidiano, acho que ela acabou ficando como uma peça solta na história e que nada influenciou no desenvolvimento da trama e tampouco nos destinos das personagens principais.
Acho que confundiram o título do filme. Ele deveria se chamar: "O Resgate de Júpiter". Sério, não me lembro de recentemente ter visto em algum filme uma personagem tão propensa a situações e que precisasse tanto de um cara alto e sarado para salvá-la o tempo todo de enrascadas, como nesse filme!
O Destino de Jupiter é basicamente uma releitura de Matrix. Observamos na trama os mesmos elementos que fizeram os irmãos Wachowski ascenderem ao sucesso com Matrix sem, entretanto, o mesmo potencial da produção de 1999. A única coisa que realmente merece destaque este filme são os alucinantes e psicodélicos efeitos especiais, já que o roteiro resolver passar longe da fila da criatividade.
Recomendo que assistam quando não estiverem com sono, pois o desenvolvimento da história é bastante lento e muitas vezes chato. Entretanto, consegue divertir. Um filme para ser encarado como mero passatempo e não como reflexão.
É impossível falar sobre esse filme sem pensar em rasgar elogios, tanto para Spielberg, em seu primeiro filme maduro, quanto para o elenco, incluindo a então estreante Whoopi Goldberg.
A Cor Púrpura é um filme emocionante, daqueles que é impossível terminar de ver sem ficar com os olhos marejados em algum momento. Steven Spielberg transporta o livro de Alice Walker para as telas de forma madura e delicada, aplicando certa sutileza em alguns momentos (como na cena da relação homossexual) e muita emoção, afinal, o filme é cercado de cenas fortes e impactantes, que aguçam o sentimento de revolta do espectador contra as situações vividas pela personagem de Whoopi Goldberg, muitas das quais permanecem bem atuais, apesar do lapso temporal que separa o tempo do filme (1906) e os dias atuais.
É um retrato bastante fiel da sociedade americana das primeiras décadas do Século XX, marcado pela figura submissa da mulher, diante do machismo predominante, além do grande preconceito racial. "Você é negra, pobre, feia e mulher", frase proferida por Albert, personagem de Danny Glover, resume bem a mentalidade predominante no período mostrado no filme.
A trilha sonora, de Quincy Jones, predominantemente marcada pelo ritmo do Blues, é um personagem à parte e merece todo o destaque, especialmente a canção "Miss Celie's Blues (Sister)".
E pensar que o Oscar esnobou esse clássico, que com 11 indicações, não levou nenhuma estatueta. Pior, Spielberg SEQUER foi indicado pela direção. Sem querer desmerecer seus concorrentes, vencedores à época (dentre os quais: Entre Dois Amores, O Beijo da Mulher Aranha e A Honra do Poderoso Prizzi), mas em muitas das categorias em que perdeu, sua vitória era muito mais merecida, especialmente nas de 'Melhor Filme', 'Melhor Atriz' (Goldberg) e 'Melhor Roteiro Adaptado'. Acredito que os temas de A Cor Púrpura eram tabu demais para a mentalidade dos críticos do Oscar daquele tempo, indicando-o apenas para que não fossem acusados de discriminar este filme potencialmente polêmico, que evidentemente se tornou sucesso de público, mas não de crítica.
Clássico que é clássico nunca perde a majestade. Este é o caso de 'A Hora do Espanto', produção de 1986, já com alguns efeitos datados, mas que ainda assim consegue manter intacto o seu clima obscuro, garantindo a ambientação perfeita para quem gosta de filmes do gênero.
Só destaco um trecho que me sempre me incomodou neste filme: o momento em que um vampiro simplesmente se transforma em lobo. OI? Juro que, hoje revendo, tive um dejavu "crepuscular" nessa cena, haha. Mas claro, nada que manchasse a imagem de um filme que vi e revi tantas vezes na adolescência que perdi as contas. Para mim, continua tendo o mesmo efeito e empatia que tive no passado.
Enfim, ótimas personagens, vampiros de verdade, clima de tensão, momentos macabros e humor na medida certa são ítens garantidos neste clássico oitentista.
Ter a oportunidade de ver Top Gun nos cinemas é algo impressionante. Ok que o filme não pode ser lembrado exatamente por seu roteiro, que não é nada espetacular, muito menos pelas atuações marcantes, afinal, todas as (hoje) estrelas nele presentes careciam de experiência profissional. Entretanto, este filme foi o percursor de um formato que se tornou padrão em produções de ação posteriores, um culto à velocidade, além de servir de propulsão para as carreiras de Tom Cruise, Meg Ryan, Tim Robins e Val Kilmer
O filme perde ritmo apenas no trecho dramático, onde um Tom Cruise ainda cru, tenta convencer os espectadores de seu trauma e sofrimento pela perda de um amigo com olhares lacrimosos, que no final das contas não produzem nenhum resultado, a não ser claro, deixar esse trecho do longa bastante cansativo. Mas, após o momento "drama queen", o filme entra nos eixos novamente e a ação ganha destaque novamente.
Agora, convenhamos, afirmar que Top Gun é "brega" e "fraco", é não apenas enfadonho, como tão pouco convincente e raso quanto a atuação de Meg Ryan e as cenas dramáticas de Tom Cruise neste filme.
Não adianta analisar um filme produzido na década de 80 tomando como comparativo filmes de ação contemporâneos, pois essa mentalidade tende a levar pessoas a redigirem críticas absurdas e pouco relevantes, como a que Ricardo Calil escreveu para a Folha ontem (08/08/15), afirmando que rever Top Gun é "um belo antídoto contra a nostalgia", além, claro, de confirmar a crítica de Pauline Kael, que em 86, classificou o filme como uma "ode ao homoerotismo", mesmo que de gay nada tenha o filme, restando na verdade apenas o desejo (oculto ou não) destes espectadores de possuir (ou ser possuído) pelo dono de um daqueles corpos considerados à época, padrão de beleza.
Top Gun é, na verdade, uma Ode à Testosterona, celebrada em cada cena de ação e de de disputa entre aqueles que são considerados os melhores pilotos da Marinha americana. O romance e o desfile de caras sem camisa são o complemento necessário, para atrair casais e mulheres como expectadores, tudo embalado pelo melhor do pop-rock dos anos 80!
Um clássico. Nos dias de hoje pode até parecer trash, mas deve-se levar em consideração que o filme foi produzido em 1902, sem grandes recursos e em uma época em que o cinema era uma maravilha moderna recém inventada. Georges Méliès produz aqui, com muita genialidade, aquele que é considerado o pai de todos os filmes de ficção, tendo como inspiração os clássicos literários "Da Terra à Lua", de Julio Verne, e "Os Primeiros Homens na Lua", de H. G. Wells.
Forçado, mas divertido. Consegue tratar de preconceito, retratando situações do cotidiano, de uma forma bem humorada. Vale a pena, ao menos como diversão.
É uma ótima adaptação. O roteiro conseguiu captar todo enredo básico do livro e transportá-lo para o cinema de forma bem dinâmica. Entretanto, confesso que o filme não conseguiu me passar as mesmas sensações obtidas pelo livro.
Faltou o suspense sobre o destino de Margo, que no filme é uma certeza, enquanto no livro é uma dúvida. Acho que por isso mesmo achei estranho terem incluído na adaptação o momento em que Q e Margo, ainda crianças, encontram um corpo, cena chave para desenvolver as dúvidas que a trama literária promove, ausente no filme.
Tirando alguns detalhes, o filme cumpre ao que se propõe e consegue ser fiel inclusive em seu final, que foge do trivial de outros filmes juvenis e por isso mesmo não vem agradando muito aos espectadores, ansiosos pelos tradicionais finais "água com açúcar".
O elenco conseguiu me surpreender. No início, não havia visto com bons olhos as escolhas dos atores que viveriam Ben e Radar, mas no final, eles conseguiram desempenhar bem seus papéis. Nat Wolff está sensacional no papel de Quentin, sendo bastante fiel ao que o livro passar à respeito do personagem. Já a escolha de Cara Delevingne para o papel de Margo pode não ter sido a mais acertada, mas não chega a ser prejudicial para o desenvolvimento da trama a superficialidade de sua atuação, que consegue ser até convincente, na medida do possível.
Uau! Fiquei impressionado com a versatilidade deste filme. É uma produção que consegue entreter o público infantil, plantando no subconsciente valores, ao mesmo tempo em que dá um tapa cara do público adulto.
O enredo está repleto de críticas ao estilo de vida preguiçoso que levamos, onde se busca cada vez mais reduzir esforços através de facilidades tecnológicas. Fora, claro, a crítica evidente sobre as consequências do consumo desmedido dos nossos recursos naturais, mal uso do lixo e os malefícios do uso descontrolado dos meios de comunicação virtuais.
É também, sem dúvida, um dos desenhos mais emocionalmente densos que já tive oportunidade de assistir. As cenas de Wall-E, sozinho ou com EVA, são extremamente tocantes e de uma profundidade que facilmente será notada por um adulto, mas nem tão evidente para as crianças, que comumente as consideram "fofinhas".
Uma deliciosa ousadia. Assim posso definir "Bonequinha de Luxo", clássico de 1961 que eternizou a imagem de Audrey Hepburn na mulher de vestido preto, colar de pérolas e uma comprida piteira.
O que achei mais interessante no filme foi a abordagem delicada de um tema que parece ser bastante pesado e desconfortável para a época em que foi produzido. Basicamente, Holly, personagem de Hepburn, é uma prostituta de luxo. Entretanto, esta condição não é mostrada de forma evidente, mas sim a ideia de que Holly é uma aproveitadora. Na trama cinematográfica, ela se apaixona por seu vizinho, Paul, um escritor decadente que, por sua vez, vive uma situação bem parecida com a dela: é um gigolô, amante de uma mulher mais velha e infeliz no casamento.
A ousadia de tratar de temas como esses, em um filme produzido na década de 60, foi certamente um desafio para Blake Edwards, ao qual ele desempenhou muito bem. Direção e elenco impecáveis!
Agora fica a vontade de ler o livro homônimo de , que inspirou o filme, de Truman Capote. Pelo que li, a condição de Holly e Paul é bem mais evidente na versão literária, além do final ser diferente do visto na versão cinematográfica.
Além da Eternidade
3.5 125Sou um grande fã do trabalho de Spielberg e tenho um especial carinho pelos filmes dramáticos que ele dirigiu (principalmente A Cor Púrpura e Império do Sol). "Além da Eternidade" foi um dos filmes dele que assisti quando adolescente e, após o término, tive a certeza de que aquele seria um dos filmes que eu não teria vontade de rever, por ser um filme desinteressante. Dito e feito.
Muitos anos se passaram (pelo menos uns 10) e, recentemente, pesquisando sobre o trabalho de Audrey Hepburn, descobri que este tinha sido seu último filme. A chama da curiosidade acendeu em mim e corri atrás de um DVD do filme para, quem sabe, mudar minha opinião pouco confiável obtida qdo adolescente — considerando que nessa fase nosso gosto não costuma ser sempre muito apurado.
A verdade é que, mesmo com um gosto cinematográfico mais amadurecido, terminei de rever "Além da Eternidade" e fiquei com aquela sensação de dejavu, por motivos óbivios; os anos se passaram e a minha opinião sobre o filme permaneceu a mesma: legalzinho, divertido em alguns momentos, mas que no final das contas não me conquistou ou acrescentou nada.
A história em si acho até interessante, mas o que percebo durante as 2 hs de filme é que não sinto nenhuma conexão, empatia ou preocupação com o destino de nenhum personagem. Não temos atuações memoráveis e tampouco cenas inesquecíveis ou que remexam sentimentos. Não acho que tenha faltado talento ao elenco, mas sim profundidade e química entre os atores, o que evidentemente influencia no resultado final do longa.
Ao final, o filme vale pela atuação da inesquecível Audrey Hepburn e pela deliciosa trilha sonora. Nada além disso.
Jovens Bruxas (1ª Temporada)
4.1 45Terminei de assistir Charmed em 2008, dois anos depois do final da série na TV. Agora, oito anos depois de ter concluído, decidi dar um reboot e rever tudo de novo, para novamente sentir o poder das encantadas na tv. No entanto, eu não imaginava o quão difícil seria ultrapassar o começo da série nessa empreitada.
Resistir aos 8 primeiros episódios da primeira temporada de Charmed, envolve um exercício de paciência e desapego à ideia de realidade. São roteiros surreais e extremamente fracos, se comparados aos episódios futuros. Entretanto, há que se considerar que este é apenas o começo de tudo, a base da história que pouco a pouco foi amadurecendo e desabrochando como uma das melhores produções do gênero já produzidas.
O piloto da série, "Something Wicca This Way Comes" é talvez o melhor episódio desse começo. O pior, na minha opinião, é o absurdo e entediante "Dream Sorcerer", 5ª episódio. As coisas começam a melhorar bastante após "The Witch Is Back", que marca o ínicio da mitologia da família Halliwell. A partir daí, temos altos e baixos, mas a maioria dos episódios representam bons momentos e servem de combustível para desejar ver o próximo.
Se vc está assistindo a série agora, recomendo que resista à vontade de abandonar a série ainda nos primeiros episódios, pois a recompensa chega logo, na forma de ótimos episódios.
O Sétimo Filho
2.5 722 Assista AgoraBom, está longe de ser uma produção de destaque do gênero fantasia, mas também não é de todo ruim. Tem ótimos efeitos e atuações que não deixam a desejar, Entretanto, é o tipo de filme para se assistir descompromissadamente, sem a cobrança de ser algo além de um par de horas de entretenimento. Para esse quesito, o filme funciona muito bem. Para quem curte RPG, o filme é um prato cheio. Já para os fãs dos livros, parafraseando a pensadora contemporânea Glória Pires, "não sou capaz de opinar", afinal não os li, rs.
Circo dos Horrores: Aprendiz de Vampiro
2.8 491 Assista AgoraUm ótimo sessão da tarde. Nada demais.
Loucademia de Polícia 4: O Cidadão se Defende
3.1 97 Assista AgoraSabe aquela piada engraçada, que vc se escangalha de rir quando ouve pela primeira vez? Então, na segunda ela ainda te faz rir bastante, mas não na mesma intensidade, certo?. Na terceira vez, vc pode até achar engraçado, mas já começa a demonstrar insatisfação e espera por algo novo. Na quarta vez, a piada já não tem mais graça nenhuma. Bem, é basicamente como me senti vendo Loucademia de Policia 4: algo totalmente sem graça, sem nexo, a verdadeira vergonha alheia.
O filme repete as mesmas fórmulas dos três antecessores, reciclando piadas que soam exatamente como as já vistas e isso não tem graça alguma. Steve Guttemberg parece perdido com seu personagem imerso em piadas sem nexo e forçadas. E o que falar de Zed (Bobcat Goldthwait), que passa o filme inteiro repetindo as mesmas gags usadas nos três filmes anteriores, sem tirar nem por. E a já batida cena da boate Ostra Azul?.
No final vc fica se perguntando: qual dos personagens conseguiu ser mais sem graça nessa sequência? O filme todo parece uma coleção de figurinhas repetidas que, como todos sabem, não completam álbum.
Annabelle
2.7 2,7K Assista AgoraÉ um bom filme, mas fraco se comparado com o desempenho de Invocação do Mal. Acho que decepcionou a maioria das pessoas foi a expectativa de ver a boneca Annabelle "virada no Chucky", o que acaba não acontecendo, pois ela é basicamente um elemento de tensão na história; tem sua importância, claro, mas o que efetivamente exerce influência na história é o ocultismo e o sobrenatural.
De um modo geral é um ótimo filme, com um bom elenco, mas que deve ser apreciado sem o peso da comparação com seu antecessor e tampouco com grandes expectativas no desempenho da boneca dentro da trama.
Separações
3.7 15É o primeiro filme de Domingos que Oliveira que tenho a oportunidade de assistir e, preciso dizer, fiquei impressionado. Um roteiro regado de diálogos brilhantes e de uma realidade ímpar, muito bem realçados por uma fotografia que reproduz a filmagem em handcam e que, no começo, chega a causar confusão, se estamos diante de um vídeo caseiro ou um filme, efetivamente.
Trabalho excepcional, com tomadas bem originais e personagens de fácil identificação com a vida real.
Malu de Bicicleta
2.9 218Um bom fIlme. Marcelo Serrado está mto bem no papel. É legal ver a evolução do personagem, saindo de solteirão convicto à apaixonado ciumento passional. Não curti muito a atuação da Fernanda de Freitas. Parece faltar algo na personagem, mas não sei definir muito bem o que, exatamente.
O final não deixa a desejar, apesar de que, de certa forma, já imaginava que seria algo do tipo.
Arraste-me para o Inferno
2.8 2,8KUm ótimo filme, com um final que foge ao convencional. Sam Raimi nos apresenta um filme de terror com os mesmos elementos que o tornaram famoso com 'Evil Dead': a união de um enredo sobrenatural somado à cenas trash carregadas de gore.
Não se pode dizer que é um filme assustador, mas consegue proporcionar certa agonia ao espectador, além de um ou outro susto. O grande espetáculo está nas cenas nojentas, que conseguem causar repulsa ao espectador, característica bem explorada por Raimi em outros trabalhos e que, novamente, funciona muito bem aqui.
Maze Runner: Correr ou Morrer
3.6 2,1K Assista AgoraDemorei um certo tempo para finalmente vê-lo, em parte por já estar um pouco saturado de produções distópicas; no entanto, Maze Runner não decepciona. É um filme frenético, com ação do início ao fim, boas atuações.
A história foge um pouco do já clássico formato de distopias e sagas adolescentes, pois aqui não temos (ao menos ainda) uma sociedade dividida em grupos segregados e nem um regime ditatorial à ser derrubado. A velha premissa, de colocar jovens em situações de perigo, tomando decisões de vida ou morte se faz presente, mas bem encaixada em uma trama que não chega a ser previsível, apesar de podermos antever algumas situações com certa tranquilidade.
Não tenho como avaliar a adaptação, pois não li o livro de James Dashner, mas fica pro futuro. O primeiro livro, já está na fila aqui na estante, ahaha.
De Volta Para o Futuro 2
4.2 886 Assista AgoraUau, o futuro chegou. Pena que não foi exatamente como Zemeckis, Spielberg e Gale imaginaram. Mas é curioso notar as expectativas que alguém, no final dos anos 80, projetava para um futuro nem tão distante, ao mesmo tempo em que se faz tantas referências à cultura Pop daquele momento. Foi divertido notar que Max Headroom, uma das minhas séries preferidas, foi lembrada numa insana ideia futurista de atendentes virtuais, na lanchonete.
Tive a oportunidade de rever, pela segunda vez no cinema nesse ano, esse clássico. Tê-lo visto nos Clássicos Cinemark, há alguns meses foi sensacional; mas revê-lo em um cinema antigo como o Cine Odeon (RJ), na exata data em que Marty McFly chega ao futuro, é uma experiência sem comparações. Apesar dos problemas envolvendo a organização do evento, o fato é que o mais importante não foi afetado: a projeção do filme.
Foi a união perfeita: Cinema Clássico + Filmes Clássicos (exibiram os dois primeiros da trilogia). Logo após, rolou ainda o Baile Encanto Submarino, em um Night Club próximo ao Odeon. Ok que a expectativa para ornamentação estava muito maior do que a realidade, resumida à uma pequena reprodução do palco visto no filme, mas a banda escolhida, The Screaners, compensou a "aventura" de atravessar a Lapa deserta e com pouco policiamento em plena madrugada de quinta feira e me fazer chegar em casa apenas para tirar um cochilo e ir trabalhar.
O futuro que Marty McFly experimentou pode não ter sido exatamente o que vivenciamos, mas celebrar essa data em alto estilo foi, sem dúvida, um bom acalento! ahaha
Carlota Joaquina, Princesa do Brasil
3.1 240Diferente de muitos, eu não vou pagar de "cult" e esconder a grande verdade: sim, sou fanboy confesso de produções hollywoodianas e sou feliz assim. Mas isso não significa dizer que eu não consigo admirar o cinema nacional, quando ele produz algo que eu considere relevante. Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (sim, é com Z no filme, apesar de todos os sites colocarem na grafia correta em nossa língua) foi o primeiro que passei a admirar (porque os da Xuxa e os dos Trapalhões não contam muito, certo? haha). Mostrar a história de Carlota Joaquina e de uma parcela do passado de nosso país, de uma forma satírica foi sensacional. Como comédia, esse filme obviamente não tem o compromisso da exatidão histórica (o que aliás, muitos filmes "sérios" também não tem), mas parte de fatos reais para construir uma trama divertida e envolvente. É praticamente impossível não rir das reações exageradas de Carlota, vivida pela talentosa Marieta Severo, ou do caricato Dom João, de Marco Nanini.
Apesar de ter sido uma produção de baixo orçamento para a época (600 mil Reais) e de distribuição independente (realizada pela própria diretora), o filme chama a atenção pela bela fotografia e pelo figurino e cenografia de alta qualidade, que em nada deixa a dever se comparado à outros filmes do gênero, produzidos no exterior.
Carla Camurati foi bastante pretensiosa na decisão de rodar o filme com pouquíssimas falas em português brasileiro, o que eu considero uma sábia decisão, pois deu à produção maior autenticidade e personalidade. Com isso, apesar de nacional, trata-se de um filme legendado, com trechos narrados em inglês, além de longos diálogos em espanhol (Carlota Joaquina e outros) na maior parte do filme, além dos diálogos em português de Portugal (Dom João e outros). Na TV aberta, posso estar equivocado, mas lembro de tê-lo visto dublado, apesar desta versão não estar presente nem mesmo no DVD.
Revi o filme há três dias, no cinema, na sessão Clássicos Cinemark e fiquei impressionado - negativamente falando. Quando a sessão iniciou, na sala do Cinemark Downtown (RJ), haviam apenas DUAS pessoas (incluindo eu). Ainda nos primeiros minutos, surgiram mais 8 pessoas e só. Fiquei constrangido pelo cinema nacional e imagino que nem tão cedo (ou nunca mais) o Cinemark irá abrir espaço para que um filme nacional retorne às salas de cinema neste espaço. Uma pena, se considerarmos que Carlota Joaquina - Princesa do Brazil foi um marco da retomada do cinema nacional, que praticamente foi extinto durante o período em que Fernando Collor governou o país. Torço para que em outras praças o filme tenha feito mais sucesso e assim seja possível viabilizar o retorno de outras produções marcantes de nosso cinema, como Central do Brasil, O Quatrilho e Cidade de Deus.
Coração de Cavaleiro
3.7 610Apesar de ser bastante previsível, o filme tem uma pegada bem divertida e conseguiu sobreviver ao tempo, ao menos para mim. Vi pela primeira vez em 2001, ainda em VHS, época em que achei divertidíssimo. Revendo, 14 anos depois, ainda consegui identificar os motivos que me fizeram curtir esse filme: trilha sonora impecável, atuações convincentes e um retrato de época atípico.
Para mim, o grande diferencial do filme está justamente na ideia de se produzir um épico medieval sem a carga dramática e a seriedade que este gênero habitualmente pede, se apoiando em um roteiro permissivo e bem humorado, sem se tornar um daqueles filmes cujo enredo só parece divertir crianças de até 12 anos.
Vale a pena ser conferido, mas não analisado sob olhar crítico de quem assiste à um épico medieval. Tome como um momento de diversão e certamente irá entrar no ritmo desse filme!
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraFiquei impressionado com esse filme. De cara ele me gerou curiosidade, afinal estava recebendo excelentes críticas internacionais, além de ter vencido o premio de Melhor Atriz no Sundance Festival. Confesso que ainda sou bastante preconceituoso em relação ao cinema nacional, especialmente quando vejo atores globais no elenco, além da globo filmes na produção. Entretanto, "Que Horas ela Volta" foge de todo e qualquer esteriótipo de produções da Globo Filmes.
O filme apresenta um roteiro coerente e realista, mesclando na medida certa drama e humor. Regina Casé esbanja talento no papel de Val, construindo uma personagem que transcende a ideia caricata de empregada doméstica, amplamente propagada pela TV. Ao seu lado, a personagem Jessica, vivida pela talentosa Camila Márdila, constrói uma personagem autêntica às origens e que é responsável por boa parte das cenas em que se evidencia o debate sobre a discriminação entre classes sociais.
Karine Teles, no papel de Bárbara, a patroa, também merece destaque pela atuação como coadjuvante. Sua personagem serve de estopim para as discussões de falso moralismo e falsa compaixão por aqueles que não estão em seu mesmo nível social.
Minha crítica vai apenas para o plot desenvolvido no filme para o personagem de Lourenço Mutarelli, (Carlos, o patrão). Apesar de entender a necessidade de incluírem esse tipo de temática no filme, já que se trata de algo bem cotidiano, acho que ela acabou ficando como uma peça solta na história e que nada influenciou no desenvolvimento da trama e tampouco nos destinos das personagens principais.
Filhos do Fim do Mundo
2.8 2Definitivamente, preciso ler esse livro!
O Destino de Júpiter
2.5 1,3K Assista AgoraAcho que confundiram o título do filme. Ele deveria se chamar: "O Resgate de Júpiter". Sério, não me lembro de recentemente ter visto em algum filme uma personagem tão propensa a situações e que precisasse tanto de um cara alto e sarado para salvá-la o tempo todo de enrascadas, como nesse filme!
O Destino de Jupiter é basicamente uma releitura de Matrix. Observamos na trama os mesmos elementos que fizeram os irmãos Wachowski ascenderem ao sucesso com Matrix sem, entretanto, o mesmo potencial da produção de 1999. A única coisa que realmente merece destaque este filme são os alucinantes e psicodélicos efeitos especiais, já que o roteiro resolver passar longe da fila da criatividade.
Recomendo que assistam quando não estiverem com sono, pois o desenvolvimento da história é bastante lento e muitas vezes chato. Entretanto, consegue divertir. Um filme para ser encarado como mero passatempo e não como reflexão.
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraÉ impossível falar sobre esse filme sem pensar em rasgar elogios, tanto para Spielberg, em seu primeiro filme maduro, quanto para o elenco, incluindo a então estreante Whoopi Goldberg.
A Cor Púrpura é um filme emocionante, daqueles que é impossível terminar de ver sem ficar com os olhos marejados em algum momento. Steven Spielberg transporta o livro de Alice Walker para as telas de forma madura e delicada, aplicando certa sutileza em alguns momentos (como na cena da relação homossexual) e muita emoção, afinal, o filme é cercado de cenas fortes e impactantes, que aguçam o sentimento de revolta do espectador contra as situações vividas pela personagem de Whoopi Goldberg, muitas das quais permanecem bem atuais, apesar do lapso temporal que separa o tempo do filme (1906) e os dias atuais.
É um retrato bastante fiel da sociedade americana das primeiras décadas do Século XX, marcado pela figura submissa da mulher, diante do machismo predominante, além do grande preconceito racial. "Você é negra, pobre, feia e mulher", frase proferida por Albert, personagem de Danny Glover, resume bem a mentalidade predominante no período mostrado no filme.
A trilha sonora, de Quincy Jones, predominantemente marcada pelo ritmo do Blues, é um personagem à parte e merece todo o destaque, especialmente a canção "Miss Celie's Blues (Sister)".
E pensar que o Oscar esnobou esse clássico, que com 11 indicações, não levou nenhuma estatueta. Pior, Spielberg SEQUER foi indicado pela direção. Sem querer desmerecer seus concorrentes, vencedores à época (dentre os quais: Entre Dois Amores, O Beijo da Mulher Aranha e A Honra do Poderoso Prizzi), mas em muitas das categorias em que perdeu, sua vitória era muito mais merecida, especialmente nas de 'Melhor Filme', 'Melhor Atriz' (Goldberg) e 'Melhor Roteiro Adaptado'. Acredito que os temas de A Cor Púrpura eram tabu demais para a mentalidade dos críticos do Oscar daquele tempo, indicando-o apenas para que não fossem acusados de discriminar este filme potencialmente polêmico, que evidentemente se tornou sucesso de público, mas não de crítica.
A Hora do Espanto
3.6 588 Assista AgoraClássico que é clássico nunca perde a majestade. Este é o caso de 'A Hora do Espanto', produção de 1986, já com alguns efeitos datados, mas que ainda assim consegue manter intacto o seu clima obscuro, garantindo a ambientação perfeita para quem gosta de filmes do gênero.
Só destaco um trecho que me sempre me incomodou neste filme: o momento em que um vampiro simplesmente se transforma em lobo. OI? Juro que, hoje revendo, tive um dejavu "crepuscular" nessa cena, haha. Mas claro, nada que manchasse a imagem de um filme que vi e revi tantas vezes na adolescência que perdi as contas. Para mim, continua tendo o mesmo efeito e empatia que tive no passado.
Enfim, ótimas personagens, vampiros de verdade, clima de tensão, momentos macabros e humor na medida certa são ítens garantidos neste clássico oitentista.
Top Gun: Ases Indomáveis
3.5 921 Assista AgoraTer a oportunidade de ver Top Gun nos cinemas é algo impressionante. Ok que o filme não pode ser lembrado exatamente por seu roteiro, que não é nada espetacular, muito menos pelas atuações marcantes, afinal, todas as (hoje) estrelas nele presentes careciam de experiência profissional. Entretanto, este filme foi o percursor de um formato que se tornou padrão em produções de ação posteriores, um culto à velocidade, além de servir de propulsão para as carreiras de Tom Cruise, Meg Ryan, Tim Robins e Val Kilmer
O filme perde ritmo apenas no trecho dramático, onde um Tom Cruise ainda cru, tenta convencer os espectadores de seu trauma e sofrimento pela perda de um amigo com olhares lacrimosos, que no final das contas não produzem nenhum resultado, a não ser claro, deixar esse trecho do longa bastante cansativo. Mas, após o momento "drama queen", o filme entra nos eixos novamente e a ação ganha destaque novamente.
Agora, convenhamos, afirmar que Top Gun é "brega" e "fraco", é não apenas enfadonho, como tão pouco convincente e raso quanto a atuação de Meg Ryan e as cenas dramáticas de Tom Cruise neste filme.
Não adianta analisar um filme produzido na década de 80 tomando como comparativo filmes de ação contemporâneos, pois essa mentalidade tende a levar pessoas a redigirem críticas absurdas e pouco relevantes, como a que Ricardo Calil escreveu para a Folha ontem (08/08/15), afirmando que rever Top Gun é "um belo antídoto contra a nostalgia", além, claro, de confirmar a crítica de Pauline Kael, que em 86, classificou o filme como uma "ode ao homoerotismo", mesmo que de gay nada tenha o filme, restando na verdade apenas o desejo (oculto ou não) destes espectadores de possuir (ou ser possuído) pelo dono de um daqueles corpos considerados à época, padrão de beleza.
Top Gun é, na verdade, uma Ode à Testosterona, celebrada em cada cena de ação e de de disputa entre aqueles que são considerados os melhores pilotos da Marinha americana. O romance e o desfile de caras sem camisa são o complemento necessário, para atrair casais e mulheres como expectadores, tudo embalado pelo melhor do pop-rock dos anos 80!
Viagem à Lua
4.4 857 Assista AgoraUm clássico. Nos dias de hoje pode até parecer trash, mas deve-se levar em consideração que o filme foi produzido em 1902, sem grandes recursos e em uma época em que o cinema era uma maravilha moderna recém inventada. Georges Méliès produz aqui, com muita genialidade, aquele que é considerado o pai de todos os filmes de ficção, tendo como inspiração os clássicos literários "Da Terra à Lua", de Julio Verne, e "Os Primeiros Homens na Lua", de H. G. Wells.
Gaydar
2.4 15Forçado, mas divertido. Consegue tratar de preconceito, retratando situações do cotidiano, de uma forma bem humorada. Vale a pena, ao menos como diversão.
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista AgoraÉ uma ótima adaptação. O roteiro conseguiu captar todo enredo básico do livro e transportá-lo para o cinema de forma bem dinâmica. Entretanto, confesso que o filme não conseguiu me passar as mesmas sensações obtidas pelo livro.
Faltou o suspense sobre o destino de Margo, que no filme é uma certeza, enquanto no livro é uma dúvida. Acho que por isso mesmo achei estranho terem incluído na adaptação o momento em que Q e Margo, ainda crianças, encontram um corpo, cena chave para desenvolver as dúvidas que a trama literária promove, ausente no filme.
Tirando alguns detalhes, o filme cumpre ao que se propõe e consegue ser fiel inclusive em seu final, que foge do trivial de outros filmes juvenis e por isso mesmo não vem agradando muito aos espectadores, ansiosos pelos tradicionais finais "água com açúcar".
O elenco conseguiu me surpreender. No início, não havia visto com bons olhos as escolhas dos atores que viveriam Ben e Radar, mas no final, eles conseguiram desempenhar bem seus papéis. Nat Wolff está sensacional no papel de Quentin, sendo bastante fiel ao que o livro passar à respeito do personagem. Já a escolha de Cara Delevingne para o papel de Margo pode não ter sido a mais acertada, mas não chega a ser prejudicial para o desenvolvimento da trama a superficialidade de sua atuação, que consegue ser até convincente, na medida do possível.
WALL·E
4.3 2,9K Assista AgoraUau! Fiquei impressionado com a versatilidade deste filme. É uma produção que consegue entreter o público infantil, plantando no subconsciente valores, ao mesmo tempo em que dá um tapa cara do público adulto.
O enredo está repleto de críticas ao estilo de vida preguiçoso que levamos, onde se busca cada vez mais reduzir esforços através de facilidades tecnológicas. Fora, claro, a crítica evidente sobre as consequências do consumo desmedido dos nossos recursos naturais, mal uso do lixo e os malefícios do uso descontrolado dos meios de comunicação virtuais.
É também, sem dúvida, um dos desenhos mais emocionalmente densos que já tive oportunidade de assistir. As cenas de Wall-E, sozinho ou com EVA, são extremamente tocantes e de uma profundidade que facilmente será notada por um adulto, mas nem tão evidente para as crianças, que comumente as consideram "fofinhas".
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraUma deliciosa ousadia. Assim posso definir "Bonequinha de Luxo", clássico de 1961 que eternizou a imagem de Audrey Hepburn na mulher de vestido preto, colar de pérolas e uma comprida piteira.
O que achei mais interessante no filme foi a abordagem delicada de um tema que parece ser bastante pesado e desconfortável para a época em que foi produzido. Basicamente, Holly, personagem de Hepburn, é uma prostituta de luxo. Entretanto, esta condição não é mostrada de forma evidente, mas sim a ideia de que Holly é uma aproveitadora. Na trama cinematográfica, ela se apaixona por seu vizinho, Paul, um escritor decadente que, por sua vez, vive uma situação bem parecida com a dela: é um gigolô, amante de uma mulher mais velha e infeliz no casamento.
A ousadia de tratar de temas como esses, em um filme produzido na década de 60, foi certamente um desafio para Blake Edwards, ao qual ele desempenhou muito bem. Direção e elenco impecáveis!
Agora fica a vontade de ler o livro homônimo de , que inspirou o filme, de Truman Capote. Pelo que li, a condição de Holly e Paul é bem mais evidente na versão literária, além do final ser diferente do visto na versão cinematográfica.