Se todos fossem iguais a Alfred Hitchcock...(suspiros) Que delícia é ficar colado na cadeira do início ao final da projeção desse filme! Não adianta tentar fazer longos elogios à mais uma grande obra do mestre pois todos eles ainda serão poucos. O roteiro magnífico, a dupla Ingrid Bergman e Gregory Peck, a trilha sonora vencedora de oscar, tudo é soberbo! Hitchcock sabia como ninguém criar tensão em suas cenas, e que cenas! Nunca mais conseguirei beber leite e olhar o mundo através do fundo do copo sem lembrar de "Quando fala o coração". As discussões de temas da psicanálise e as cenas do sonho, idealizada para o filme por Salvador Dalí (WTF? Incrível!) são sensacionais. Eu disse que os elogios não seriam longos. Periga eu estragar alguma surpresa para quem não viu, então basta! hehehe Só um conselho para esses: corram e assistam! (Freud + Dalí >>> Da série coisas que só Alfred Hitchcock faz para você!)
Incrível filme turco. Simples, envolvente, sinestésico e bucólico. "Um Doce Olhar" sobre uma infância amarga. Interessante exercício assisti-lo junto à "O Pequeno Nicolau" tambem em cartaz nos cinemas.
"Marian: Shane...espere! Você não queria mais saber de tiroteios Shane: Mudei de idéia" Belo western de George Stevens, delícia ver nossas adoradas cenas clássicas! :-)
"Um tornado que passou pela cidade de Xena, Ohio, é o início de uma história instigante e devastadora apresentada no cult " Vidas sem Destino" ( Gummo, 1997, Harmony Korine). Apresentado quase na forma de documentário, é impossível saber se realmente os personagens são reais ou apenas frutos da mente do diretor. Talvez o tornado tenha apenas com o vento, revelado a público uma face pouco vista da cultura americana. A primeira constatação é que mesmo tratando-se de uma história que se passa no meio-oeste norte-americano, a realidade pode ser vista em qualquer outra cidade do continente. Não seria diferente se fosse em Córdoba ou Anápolis. É verdade que há uma certa exarcebação judaica no comportamento dos personagens, pouco comum ao tipo de educação católica da américa latina, que o tornaria pouco provável em algumas passagens, mas a essência da degradação moral e social é comum ao nosso tempo, não apenas ao espaço. O que torna este filme especial, é a natureza dos personagens. Exóticos, autenticos, detestáveis, sujos, nojentos, reais. Isso! são tão surreais que tornam-se reais demais. O filme mostra recortes da vida de diversos moradores, que também são recortes de suas próprias vidas. Não há o american dream, não há a team leader, não há o mocinho, não há futuro algum. Apenas uma realidade fria e demente. Os arquétipos geralmente ocultos sob as máscaras da "famílias perfeitas" são escancarados de forma crua, numa juventude ser perspectiva em histórias rompidas por um furacão que nada mais é , do que o próprio espelho da realidade e que as vezes, é melhor deixar-lo acumulando poeira, para evitar a tentação de enxergar-se nele." (Arcanos x Arquetipos)
Ótimo filme do aclamado diretor de "A Mosca" e "Gêmeos Mórbida Semelhança", "Marcas da Violência" é um filme que nenhum cinéfilo deveria deixar de assistir. O filme conta de forma simples e interassante a história de Tom Stall, um homem que, na pacata cidade de Millbrook vive o verdadeiro "sonho americano" com um excepcional casamento e uma família perfeita, sua própria fonte de renda e a simpatia de todos os vizinhos. Principalmente após salvar heróicamente seu mercado a a vida dos que estavam nele no dia em acabara matando dois assaltantes que tentavam saqueá-lo, tornando-se herói na cidade. Reconhecendo Tom nos noticiários, uma guangue de crimosos vão até Millbrook para vingar-se de algo supostamente terrível que acreditam que Tom teria cometido no passado. Contar qualquer coisa a partir daí estragaria boa parte do filme, mas o espectador fique atento à forma delicosa como o "american way of life" será desconstruído e a maximização dessas desconstrução até o belo final da história. É o violento, cru e genial cinema de David Cronenberg! Não poderia deixar de destacar a soberba trilha sonora original de Howard Shore, à competente maquiagem e à atuação corretíssimo de Viggo Mortensen. Não percam!
Interessante filme que mescla o estilão inglês de se contar histórias com uma montagem bastante ágil, uma belo trabalho de fotografia, uma excelente trilha sonora e interessantes soluções em direção de arte. A história do triângulo amoroso entre os adolescentes é envolvente, ajudado em muito por belas sequências como a das atletas exercitando-se na cama elástica no início do filme e as sequências finais, por atuações corretas dos dois protagonistas (Rupert Grint, o ruivinho de "Harry Potter" fotografa muito bem, mas Robert Sheehan é quem está roubando a cena) e pela metragem correta do filme. E de resto não é nada que já não tenhamos visto em outros filmes no cinema, porém contado de forma bastante agradável de se ver. Bom filme!
"Peraí, no subconsciente de quem estamos entrando mesmo?" (Ariadne) “A Origem” (Inception) é o novo trabalho do roteirista e diretor Cristopher Nolan, cuja filmografia inclui uma incrível sequência de ótimos projetos executados com extrema correção. Destaque também é o sempre muito correto casting de suas obras, e nesse último Nolan convocou um magnífico “dream team” do cinema moderno (Ah...o filme é sobre sonhos não é? 1 ponto para Nolan!). Joseph Gordon-Levit (500 dias com ela), Ken Watanabe (Cartas de Iwo Jima), o ótimo ator inglês Tom Hardy (O morro dos ventos uivantes), Ellen Page (viva à Nolan! mais uma boa atuação, tal qual em Juno), Michael Cane (charmosa e dignérrima participação) e Marion Cotillard (de Piaf...uma diva!) estão no elenco, encabeçado pelo querido Leonardo DiCaprio, que não cansa de esbanjar talento. Analisar historicamente o desempenho de Nolan no cinema nos faz entender a tarimba do diretor em unir cenas ação sustentadas por interessantes, envolventes e (salve!) inteligentes enredos e tudo isso será celebrado em “A Origem”. No roteiro original Dom Cobb é o líder uma equipe de invasores dos sonhos de pessoas para roubar segredos do inconsciente, valiosos na espionagem corporativa. Um poderoso empresário o propõe o inverso: que ele implante uma idéia no cérebro do herdeiro da concorrente. Dom contrata uma nova arquiteta dos sonhos, Ariadne, e junta os melhores profissionais para a empreitada. Ao mesmo tempo, o passado de Dom, na forma de sua ex-mulher, vem para assombrá-lo, fazendo com que as coisas possam tornar-se ainda mais arriscadas. Cristopher Nolan o executa de forma soberba e algumas cenas são deliciosamente encantadoras, o que compensará a concentração que exigirá dos expectadores para afastar uma improvável preguiça em ir desvendado os enigmas propostos pelo diretor. O seminário de Ariadne sobre o tal processo de “extração” onde a cidade, no sonho, vai explodindo e a sincronização de cenas que mostram os invasores acordando dos sonhos dos diversos inconcientes invadidos, são apenas dois exemplos de memoráveis sequências. Inclusive, por serem arquitetados por humanos, os universos oníricos de “A Origem” lembram muitas vezes nosso mundo real, algo explicado no roteiro, todavia nas vezes em q não o faz, mostra impecáveis efeitos especiais e belíssima direção de arte. Aliás, penso que a caretice e a economia surrealística do inconsciente imaginado e exibido por Nolan possa ser o maior senão do filme, mas como não atribuir tudo a uma opção consciente do diretor ao depararmos com brilhantes soluções como mostrar chuva torrencial no sonho de um invadido dormindo com vontade de urinar, ou a música (Non, Je Ne Regrette Rien, magnificamente usada) que sincronizava o despertar dos invasores ecoando de forma crescente nas cenas passadas nos planos oníricos compartilhados (quem nunca teve a melodia do despertador inserida em seu sonho até q ela o despertasse?) Nolan também é “o cara” quando passamos a analisar suas recorrentes parcerias. Novamente a montagem do filme cabe à Lee Smith, perfeito em lidar com o valioso (mas potencialmente perigoso) material produzido pelo diretor. Hans Zimmer também repete a dose na trilha sonora, magistral e fundamental como em de “Batman – O cavaleiro das trevas”. Com prazer somos levados do príncipio ao fim de um dos mais importantes e impressionantes lançamentos de 2010. Por ser, em si mesmo, uma fábrica de sonhos, o cinema talvez seja (arriscado dizer a melhor) a mais completa forma de arte onde esse universo possa ser retratado. Um bom filme, assim como faziam os “extratores”, nos leva a invadir e compartilhar situações, cenários e personagens que não nos são próprios e ao celebrar isso novamente com “A Origem” nós cinéfilos retornamos com saudosa alegria à Marienbad com Alain Renais, ao Brazil de Terry Gilliam, aos Sonhos de Kurosawa, à Mulholland Drive de Lynch. É Nolan nos fazendo sonhar com nossos mestres insuperáveis e começando seu caminho para escrever seu nome de verdade na história de nossa amada sétima arte. Se por um lado é um filme cujo desfecho deve ser sim, revisto e discutido e defendido com paixão, por outro lado serão pouquíssimo prolíficos debates mais radicais. Nolan planta uma idéia na cabeça de cada um de seus expectadores dentro da sala de (sonhos) projeção (ah,,,sim...Inception!!!) de acordo com seu envolvimento maior ou menor com a história que por ele foi contada, e tal qual em um dos principais dramas explorados por seu filme, a idéia influenciará e será levada por nós para o mundo real. Duvida??? Então preste atenção no bate-papo de toda audiência da sua sessão da hora em que acender as luzes até a hora em que você estiver voltando para casa, e depois perca o sono com o filme!
"Más notícias são as que mais vendem" (Chuck Tatum) Atipicamente, assisti a esse clássico do genial diretor Billy Wilder na hora do almoço. Coincidentemente o horáio onde a TV concentra programas jornalísticos sensacionalistas que exploram de forma circense a desgraça alheia e sempre muito mais populares do que noticários mais comprometidos com um jornalismo sério. Sem chances de deixar passar despercebido a atemporalidade dessa obra prima do cinema, o que jamais deve deixar de ser ressaltado antes de uma análise mais técnica. O roteiro do filme traduzido (de forma também atipicamente feliz) como "A Montanha dos Sete Abutres" é simplesmente uma pérola, uma jóia rara da sétima arte e, dirigido pelas mesmas mãos seguras de Wilder, tudo funciona maravilhosa e perfeitamente bem ao longo de toda extensão da película (Deus salve os filmes com metragens corretas!). Algumas cenas, de beleza inenarráveis, são antológicas, como a chegada dos repórteres Tatum e Herbie à Albuquerque, Lorraine Minosa (Jan Sterling ótima!) desistindo de deixar a cidade após considerar a chance de conquistar fama e dinheiro explorando também a tragédia pessoal do marido soterrado Leo Minosa e a cena do circo (literal e não-literal) inescrupulosamente criado por Tatum em torno desse fato sendo desarmado e desaparecendo em alguns poucos minutos. Wilder era realmente brilhante e tudo encanta! Kirk Douglas, em mais uma incrível atuação como o jornalista antiético (na minha humilde opinião, um dos grandes anti-heróis da história do cinema), encabeça um grande elenco, todos interpretando com extrema correção. A montagem, com cortes mais clássicos, respeita o roteiro. A trilha sonora também é funcional e a fotografia preta e branca do early50's continua agradabilíssima. Excelente! Indispensável à videoteca de qualquer bom cinéfilo!
"Soberba", a saga da família Amberson, é um filme que merece ser contextualizado para uma melhor apreciação. Apostando no prestígio conquistado na RKO após "Cidadão Kane", o (genial) diretor Orson Welles partiu em viagem para o Brasil já envolvido em outro projeto. O estúdio então impôs sérios cortes à obra ao editor (o também brilhante) Robert Wise, por exemplo transformando as duas horas e meia de Welles em 80 minutos e contrariando Orson, que renegou a obra, além de abandonar o projeto no Brasil. Apesar disso foi considerado o produto final é considerado uma obra-prima e realmente é um belo clássico. O capricho no figurino e nos cenários e as interpretações corretíssimas, com destaque para Agnes Moorehead, perfeita como Fanny e do galã Tim Holf, charmosíssimo como George, outro grande personagem da trama. A sequência inicial é genial e marca a passagem de anos ilustrando a influência no vestuário, historicamente associado a demarcar diferenças sociais e à soberba. O desenvolvimento do filme é interessante, mas a sensação de que o serviço não está completo incomoda, o que é uma pena infelizmente! Os cortes certamente devem privar o espectador de um maior envolvimento e empatia. Enfim, é Orson Welles e isso já quer dizer muita coisa!
A ficção-científica é cruel pois a informatizada tecnocracia das cenas periga envelhecer obras de (maior ou menor) valor para a própria história do gênero. Certamente a união de todos os computadores e softwares no mundo atualmente ainda assim dificilmente produziria algo como "2001, Uma Odisséia no Espaço" ou "Solaris". Porém não é esse tipo de filme a que se propõe ser "O Enigma do Outro Mundo". É daqueles de colar na cadeira, perturbar e arrepiar o espectador. Estaria sendo injusto se classificasse o resultado como estéril, mas o filme de Carpenter infelizmente empoeirou. Para tornar-se um clássico inesquecível em sua linha, como "Alien, O Oitavo Passageiro", o filme deveria ter investido mais em explorar as relações humanas entre os personagens, focando por exemplo, as nuances comportamentais verificadas a partir do momento em que têm-se a consciência de que qualquer um pode ser o portador da criatura extraterrestre que dá o nome original à película, minando confiança e expondo fraquezas. Essas brechas e algumas canastrices no roteiro prejudicam um pouco o ritmo e o resultado geral do filme, mesmo assim o suspense está lá e uma parte grande de tudo funciona graças a uma correta interpretação de um Kurt Russel belo de doer, aos cortes certeiros e funcionais de Carpenter na edição, à trilha sonora indefectível do gênio Ennio Morricone e a um interessantíssimo final. Se curte Ficção Científica e Terror fica feio não assistir!
"Gêmeos - Mórbida Semelhança" definitivamente não é um filme para todos. Aqui temos Cronenberg num de seus filmes mais difíceis. Num roteiro que acompanha a vida dos irmãos Beverly e Elliot conseguimos ser captados para a análise de um curioso, doentio e perturbador caso da simbiose psicosomatizada (em que mergulhamos e compreendemos ao longo do filme com dramático incômodo, somente imune ao espectador mais careta) pelos gêmeos com personalidades diversas, maravilhosamente exploradas pela direção segura de Cronenberg e a atuação incrível de Jeremy Irons, que só não faz o filme girar em torno de si graças a uma digna interpretação de Geniéve Bujold como a atriz que funciona como o pivô para a exposição e ruína da relação fraterna. O filme funciona, e perturba, como gostamos de ver o diretor Canadense trabalhar. Tem seus defeitos, mas insuperáveis qualidades também. Abra a cabeça, preste atenção e embarque nessa viagem!
Se tivéssemos de escolher uma única comédia para representar o cinema talvez o mais forte candidato fosse o "Quanto Mais Quente Melhor" do genial Billy wider. Os diálogos do roteiro justificam o porquê de muitos dos amantes do gênero refutarem a maioria das comédias produzidas hoje em Hollywood. Wilder era um gênio e dirige com maestria Jack Lemon e Tony Curtis em grandes e antológicas atuações. Marilyn Monroe não era das melhores atrizes, mas tinha uma incomparável presença em cena, e quando bem dirigida causava hipnose. Sua cena cantando entre os músicos é pura beleza e emociona. Ótimas e gostosas gargalhadas nas situações hilárias que os protagonistas vivem ao se travestirem para fugir misturados a uma banda de garotas. Certamente um dos meus filmes favoritos. Comédia das boas, dessas que por vezes Hollywood parece esquecer a receita. Não percam!!! (God save Billy Wilder!)
Em dado momento do filme o menino Nicolau afirma que, quando crescer, quer "fazer os outros rirem". Laurent Tirard fez um filme de se acabar de rir, e parece nos confessar que dirigiu "Le Petit Nicolas" celebrando a própria infância, que certamente e igualmente será celebrada por todo espectador sensível dessa belíssima comédia francesa. Ótimo roteiro adaptado, direção segura celebrada em apaixonantes atuações do grande elenco infantil. Partindo do casting (um dos trunfos do filme) e passando pela fotografia, figurinos, trilha sonora, tudo funciona maravilhosamente bem aqui e vai envolver todo tipo de platéia. Garantia de muitas (e boas) risadas, dessas que só mesmo as crianças consenguem nos arrancar com seu inocente modo de encarar e viver a vida! Superrecomendo. É um dos filmes de 2010...Fato!
Mais um belo filme francês a levar o espectador a olhar de perto um interessante recorte na vida de adolescentes. Nesse em especial acompanhamos o sexy e perigoso triângulo amoroso entre 3 jovens em cujo envolvimento irão pesar amizade, ciúme, diferenças sociais e a problemática arte de tornar-se adulto em si. A eficaz câmera do diretor Antony Cordier trabalha sempre enquadrando os protagonistas em closes, solução brilhante para dar vida ao interessantemente simples roteiro. Os três atores são lindos e estão bem sóbrios, compensando com cenas quentes de sexo onde a nudez pode impressionar os mais pudicos mas eu achei tudo rodado com extremo bom gosto e doses necessárias de erotismo. A cena onde os meninos estão treinando e o marcador de voltas vai acelerando o ritmo da corrida é belíssima! Johan Libéreau, que também pode ser visto nos filmes "Vertigem" e no ótimo "As Testemunhas" do diretor Andre Techiné, é um grande jovem talento do cinema francês! Vale ser visto!!!
Quando criança eu escutava sempre uma risível história contada por meu avô. Dizia ele que nos anos 30 alguns cinemas no nordeste ofereciam uma certa quantia de réis para os espectadores que conseguissem permanecer sentados em suas poltronas (ao invés de fugirem apavorados) até o final da projeção de um filme chamado "O Gato Preto". 25 anos após começar a ouvir a história e 75 após o suposto ocorrido em nossas antigas e elegantes salas de projeção, eis que a tecnologia me permite assistir "O Gato Preto" numa fria noite de inverno carioca. Momentos que só o cinema nos traz: reencontrar a infância talvez, hehehe. Ótimo filme de horror que marcou o primeiro encontro dos icônicos Bela Lugosi e Boris Karloff. Em tempo: O diálogo entre eles, na primeira cena só dos dois, é para estar em qualquer antologia dos filmes do gênero. Assim também é a cena do jogo de xadrez, na disputa pela mocinha. Terror levado a sério. Interessantes também verificar que a adaptação do conto de Allan Poe é beeeem livre, e que a trilha sonora, com belíssimos excertos de músicas clássicas, foi considerada revolucionária na época, pelo pioneirismo em usá-la ao longo de todo o filme como um constante pano de fundo para os diálogos dos personagens. Filmaço! ... Ah sim! Consegui chegar (com prazer) até o final do filme, mas não ganhei nem 1 realzinho! :-S
A síndrome de estocolmo, a opnião pública, a truculenta e burocrática polícia, o amor, a loucura, a família, amizade-parceria, comédia, tragédia, John Cazale, Sidney Lumet e ele(God save!): Al pacino - tudo junto e misturado! Belo filme, Obrigatório para os apreciadores de 70's movies!
Esse remake em especial me deixou curioso pela assinatura de Soderbergh na reimaginação de uma obra complexa de um diretor não menos. Infelizmente o que vemos mais uma vez é o registro do esvaziamento do conteúdo do original, capaz sim, de irritar entusiastas da filmografia de Tarkovsky e amantes de seus admiráveis planos-seqüência. A história do psiquiatra que é enviado em uma missão numa estação que orbita o planeta Solaris para lá reencontrar sua esposa, morta na Terra anos antes de sua partida, aqui aparece fria e isenta quase por completo de todo o aspecto humano e questionamentos subjetivos, verdadeiros focos da versão soviética. Fica a saudade do original em imagens que respeitam a estética registrada por Tarkovsky, mescladas a outras que me parecem homenagens ao revolucionário “2001, Uma Odisséia no Espaço”. O “mar de Solaris” caótico e assutador no cinza de 1972 volta lilás, tão psicodélico quanto sem graça! Clooney vive um Chris Kelvin mais superficial e exagerado. O exagero também prejudica Jeremy Davis, mas os fãs de Lost gostarão de matar saudades. Natascha McElhone contribui com sua beleza, mas sua Rheya é mais rasa que banheira de neném. Até respeitaríamos (entender nunca) o projeto pessoal de Soderbergh de revisitar a obra de um ídolo, verificada no respeito à cronologia dos eventos que se sucedem em Solaris, mas certamente o nosso respeito acaba ao depararmos com a garfada impediosa no epílogo da história e com o final açucarado e enlatado demais. O máximo de poesia que encontramos no filme são os poucos excertos lidos monocordicamente em determinadas cenas. Tarkovsky certamente está revirando no túmulo!
As Leis de Família
3.6 25O cinema argentino no que ele nos dá de melhor: simplicidade, honestidade, criatividade e qualidade. Otimos intrépetes, direção segura. Bom filme!
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4KO incrível, fantástico & extraordinário!
Com honras lista em qualquer top five de 2010
Quando Fala o Coração
4.0 161Se todos fossem iguais a Alfred Hitchcock...(suspiros)
Que delícia é ficar colado na cadeira do início ao final da projeção desse filme! Não adianta tentar fazer longos elogios à mais uma grande obra do mestre pois todos eles ainda serão poucos. O roteiro magnífico, a dupla Ingrid Bergman e Gregory Peck, a trilha sonora vencedora de oscar, tudo é soberbo! Hitchcock sabia como ninguém criar tensão em suas cenas, e que cenas! Nunca mais conseguirei beber leite e olhar o mundo através do fundo do copo sem lembrar de "Quando fala o coração". As discussões de temas da psicanálise e as cenas do sonho, idealizada para o filme por Salvador Dalí (WTF? Incrível!) são sensacionais. Eu disse que os elogios não seriam longos. Periga eu estragar alguma surpresa para quem não viu, então basta! hehehe Só um conselho para esses: corram e assistam!
(Freud + Dalí >>> Da série coisas que só Alfred Hitchcock faz para você!)
Um Doce Olhar
3.6 102 Assista AgoraIncrível filme turco. Simples, envolvente, sinestésico e bucólico. "Um Doce Olhar" sobre uma infância amarga. Interessante exercício assisti-lo junto à "O Pequeno Nicolau" tambem em cartaz nos cinemas.
Os Brutos Também Amam
4.0 184 Assista Agora"Marian: Shane...espere! Você não queria mais saber de tiroteios
Shane: Mudei de idéia"
Belo western de George Stevens, delícia ver nossas adoradas cenas clássicas!
:-)
Vidas sem Destino
3.7 659"Um tornado que passou pela cidade de Xena, Ohio, é o início de uma história instigante e devastadora apresentada no cult " Vidas sem Destino" ( Gummo, 1997, Harmony Korine). Apresentado quase na forma de documentário, é impossível saber se realmente os personagens são reais ou apenas frutos da mente do diretor. Talvez o tornado tenha apenas com o vento, revelado a público uma face pouco vista da cultura americana. A primeira constatação é que mesmo tratando-se de uma história que se passa no meio-oeste norte-americano, a realidade pode ser vista em qualquer outra cidade do continente. Não seria diferente se fosse em Córdoba ou Anápolis. É verdade que há uma certa exarcebação judaica no comportamento dos personagens, pouco comum ao tipo de educação católica da américa latina, que o tornaria pouco provável em algumas passagens, mas a essência da degradação moral e social é comum ao nosso tempo, não apenas ao espaço.
O que torna este filme especial, é a natureza dos personagens. Exóticos, autenticos, detestáveis, sujos, nojentos, reais. Isso! são tão surreais que tornam-se reais demais. O filme mostra recortes da vida de diversos moradores, que também são recortes de suas próprias vidas. Não há o american dream, não há a team leader, não há o mocinho, não há futuro algum. Apenas uma realidade fria e demente. Os arquétipos geralmente ocultos sob as máscaras da "famílias perfeitas" são escancarados de forma crua, numa juventude ser perspectiva em histórias rompidas por um furacão que nada mais é , do que o próprio espelho da realidade e que as vezes, é melhor deixar-lo acumulando poeira, para evitar a tentação de enxergar-se nele."
(Arcanos x Arquetipos)
Império do Sol
4.2 455 Assista AgoraComo assim é o Christian Bale??? Emocionante, cativante e mutíssimo bem realizado. Belíssimo filme!
Marcas da Violência
3.8 400 Assista AgoraÓtimo filme do aclamado diretor de "A Mosca" e "Gêmeos Mórbida Semelhança", "Marcas da Violência" é um filme que nenhum cinéfilo deveria deixar de assistir. O filme conta de forma simples e interassante a história de Tom Stall, um homem que, na pacata cidade de Millbrook vive o verdadeiro "sonho americano" com um excepcional casamento e uma família perfeita, sua própria fonte de renda e a simpatia de todos os vizinhos. Principalmente após salvar heróicamente seu mercado a a vida dos que estavam nele no dia em acabara matando dois assaltantes que tentavam saqueá-lo, tornando-se herói na cidade. Reconhecendo Tom nos noticiários, uma guangue de crimosos vão até Millbrook para vingar-se de algo supostamente terrível que acreditam que Tom teria cometido no passado. Contar qualquer coisa a partir daí estragaria boa parte do filme, mas o espectador fique atento à forma delicosa como o "american way of life" será desconstruído e a maximização dessas desconstrução até o belo final da história. É o violento, cru e genial cinema de David Cronenberg! Não poderia deixar de destacar a soberba trilha sonora original de Howard Shore, à competente maquiagem e à atuação corretíssimo de Viggo Mortensen. Não percam!
Macbeth: Reinado de Sangue
4.0 43 Assista AgoraOrson e Shakespeare jamais dariam algo menor que uma boa mistura. Pena foi a garfada que Orson deu no texto original da peça. Belo filme!
CherryBomb
3.1 391Interessante filme que mescla o estilão inglês de se contar histórias com uma montagem bastante ágil, uma belo trabalho de fotografia, uma excelente trilha sonora e interessantes soluções em direção de arte. A história do triângulo amoroso entre os adolescentes é envolvente, ajudado em muito por belas sequências como a das atletas exercitando-se na cama elástica no início do filme e as sequências finais, por atuações corretas dos dois protagonistas (Rupert Grint, o ruivinho de "Harry Potter" fotografa muito bem, mas Robert Sheehan é quem está roubando a cena) e pela metragem correta do filme. E de resto não é nada que já não tenhamos visto em outros filmes no cinema, porém contado de forma bastante agradável de se ver. Bom filme!
Do Começo ao Fim
3.0 1,3KEquivocado...infelizmente! Porém não merecia tanta marretada quanto eu li na época da estréia!
A Origem
4.4 5,9K Assista Agora"Peraí, no subconsciente de quem estamos entrando mesmo?" (Ariadne)
“A Origem” (Inception) é o novo trabalho do roteirista e diretor Cristopher Nolan, cuja filmografia inclui uma incrível sequência de ótimos projetos executados com extrema correção. Destaque também é o sempre muito correto casting de suas obras, e nesse último Nolan convocou um magnífico “dream team” do cinema moderno (Ah...o filme é sobre sonhos não é? 1 ponto para Nolan!). Joseph Gordon-Levit (500 dias com ela), Ken Watanabe (Cartas de Iwo Jima), o ótimo ator inglês Tom Hardy (O morro dos ventos uivantes), Ellen Page (viva à Nolan! mais uma boa atuação, tal qual em Juno), Michael Cane (charmosa e dignérrima participação) e Marion Cotillard (de Piaf...uma diva!) estão no elenco, encabeçado pelo querido Leonardo DiCaprio, que não cansa de esbanjar talento. Analisar historicamente o desempenho de Nolan no cinema nos faz entender a tarimba do diretor em unir cenas ação sustentadas por interessantes, envolventes e (salve!) inteligentes enredos e tudo isso será celebrado em “A Origem”.
No roteiro original Dom Cobb é o líder uma equipe de invasores dos sonhos de pessoas para roubar segredos do inconsciente, valiosos na espionagem corporativa. Um poderoso empresário o propõe o inverso: que ele implante uma idéia no cérebro do herdeiro da concorrente. Dom contrata uma nova arquiteta dos sonhos, Ariadne, e junta os melhores profissionais para a empreitada. Ao mesmo tempo, o passado de Dom, na forma de sua ex-mulher, vem para assombrá-lo, fazendo com que as coisas possam tornar-se ainda mais arriscadas. Cristopher Nolan o executa de forma soberba e algumas cenas são deliciosamente encantadoras, o que compensará a concentração que exigirá dos expectadores para afastar uma improvável preguiça em ir desvendado os enigmas propostos pelo diretor. O seminário de Ariadne sobre o tal processo de “extração” onde a cidade, no sonho, vai explodindo e a sincronização de cenas que mostram os invasores acordando dos sonhos dos diversos inconcientes invadidos, são apenas dois exemplos de memoráveis sequências. Inclusive, por serem arquitetados por humanos, os universos oníricos de “A Origem” lembram muitas vezes nosso mundo real, algo explicado no roteiro, todavia nas vezes em q não o faz, mostra impecáveis efeitos especiais e belíssima direção de arte. Aliás, penso que a caretice e a economia surrealística do inconsciente imaginado e exibido por Nolan possa ser o maior senão do filme, mas como não atribuir tudo a uma opção consciente do diretor ao depararmos com brilhantes soluções como mostrar chuva torrencial no sonho de um invadido dormindo com vontade de urinar, ou a música (Non, Je Ne Regrette Rien, magnificamente usada) que sincronizava o despertar dos invasores ecoando de forma crescente nas cenas passadas nos planos oníricos compartilhados (quem nunca teve a melodia do despertador inserida em seu sonho até q ela o despertasse?)
Nolan também é “o cara” quando passamos a analisar suas recorrentes parcerias. Novamente a montagem do filme cabe à Lee Smith, perfeito em lidar com o valioso (mas potencialmente perigoso) material produzido pelo diretor. Hans Zimmer também repete a dose na trilha sonora, magistral e fundamental como em de “Batman – O cavaleiro das trevas”.
Com prazer somos levados do príncipio ao fim de um dos mais importantes e impressionantes lançamentos de 2010. Por ser, em si mesmo, uma fábrica de sonhos, o cinema talvez seja (arriscado dizer a melhor) a mais completa forma de arte onde esse universo possa ser retratado. Um bom filme, assim como faziam os “extratores”, nos leva a invadir e compartilhar situações, cenários e personagens que não nos são próprios e ao celebrar isso novamente com “A Origem” nós cinéfilos retornamos com saudosa alegria à Marienbad com Alain Renais, ao Brazil de Terry Gilliam, aos Sonhos de Kurosawa, à Mulholland Drive de Lynch. É Nolan nos fazendo sonhar com nossos mestres insuperáveis e começando seu caminho para escrever seu nome de verdade na história de nossa amada sétima arte.
Se por um lado é um filme cujo desfecho deve ser sim, revisto e discutido e defendido com paixão, por outro lado serão pouquíssimo prolíficos debates mais radicais. Nolan planta uma idéia na cabeça de cada um de seus expectadores dentro da sala de (sonhos) projeção (ah,,,sim...Inception!!!) de acordo com seu envolvimento maior ou menor com a história que por ele foi contada, e tal qual em um dos principais dramas explorados por seu filme, a idéia influenciará e será levada por nós para o mundo real. Duvida??? Então preste atenção no bate-papo de toda audiência da sua sessão da hora em que acender as luzes até a hora em que você estiver voltando para casa, e depois perca o sono com o filme!
A Montanha dos Sete Abutres
4.4 246 Assista Agora"Más notícias são as que mais vendem" (Chuck Tatum)
Atipicamente, assisti a esse clássico do genial diretor Billy Wilder na hora do almoço. Coincidentemente o horáio onde a TV concentra programas jornalísticos sensacionalistas que exploram de forma circense a desgraça alheia e sempre muito mais populares do que noticários mais comprometidos com um jornalismo sério. Sem chances de deixar passar despercebido a atemporalidade dessa obra prima do cinema, o que jamais deve deixar de ser ressaltado antes de uma análise mais técnica. O roteiro do filme traduzido (de forma também atipicamente feliz) como "A Montanha dos Sete Abutres" é simplesmente uma pérola, uma jóia rara da sétima arte e, dirigido pelas mesmas mãos seguras de Wilder, tudo funciona maravilhosa e perfeitamente bem ao longo de toda extensão da película (Deus salve os filmes com metragens corretas!). Algumas cenas, de beleza inenarráveis, são antológicas, como a chegada dos repórteres Tatum e Herbie à Albuquerque, Lorraine Minosa (Jan Sterling ótima!) desistindo de deixar a cidade após considerar a chance de conquistar fama e dinheiro explorando também a tragédia pessoal do marido soterrado Leo Minosa e a cena do circo (literal e não-literal) inescrupulosamente criado por Tatum em torno desse fato sendo desarmado e desaparecendo em alguns poucos minutos. Wilder era realmente brilhante e tudo encanta! Kirk Douglas, em mais uma incrível atuação como o jornalista antiético (na minha humilde opinião, um dos grandes anti-heróis da história do cinema), encabeça um grande elenco, todos interpretando com extrema correção. A montagem, com cortes mais clássicos, respeita o roteiro. A trilha sonora também é funcional e a fotografia preta e branca do early50's continua agradabilíssima. Excelente! Indispensável à videoteca de qualquer bom cinéfilo!
Soberba
3.8 75 Assista Agora"Soberba", a saga da família Amberson, é um filme que merece ser contextualizado para uma melhor apreciação. Apostando no prestígio conquistado na RKO após "Cidadão Kane", o (genial) diretor Orson Welles partiu em viagem para o Brasil já envolvido em outro projeto. O estúdio então impôs sérios cortes à obra ao editor (o também brilhante) Robert Wise, por exemplo transformando as duas horas e meia de Welles em 80 minutos e contrariando Orson, que renegou a obra, além de abandonar o projeto no Brasil. Apesar disso foi considerado o produto final é considerado uma obra-prima e realmente é um belo clássico. O capricho no figurino e nos cenários e as interpretações corretíssimas, com destaque para Agnes Moorehead, perfeita como Fanny e do galã Tim Holf, charmosíssimo como George, outro grande personagem da trama. A sequência inicial é genial e marca a passagem de anos ilustrando a influência no vestuário, historicamente associado a demarcar diferenças sociais e à soberba. O desenvolvimento do filme é interessante, mas a sensação de que o serviço não está completo incomoda, o que é uma pena infelizmente! Os cortes certamente devem privar o espectador de um maior envolvimento e empatia. Enfim, é Orson Welles e isso já quer dizer muita coisa!
O Enigma de Outro Mundo
4.0 983 Assista AgoraA ficção-científica é cruel pois a informatizada tecnocracia das cenas periga envelhecer obras de (maior ou menor) valor para a própria história do gênero. Certamente a união de todos os computadores e softwares no mundo atualmente ainda assim dificilmente produziria algo como "2001, Uma Odisséia no Espaço" ou "Solaris". Porém não é esse tipo de filme a que se propõe ser "O Enigma do Outro Mundo". É daqueles de colar na cadeira, perturbar e arrepiar o espectador. Estaria sendo injusto se classificasse o resultado como estéril, mas o filme de Carpenter infelizmente empoeirou. Para tornar-se um clássico inesquecível em sua linha, como "Alien, O Oitavo Passageiro", o filme deveria ter investido mais em explorar as relações humanas entre os personagens, focando por exemplo, as nuances comportamentais verificadas a partir do momento em que têm-se a consciência de que qualquer um pode ser o portador da criatura extraterrestre que dá o nome original à película, minando confiança e expondo fraquezas. Essas brechas e algumas canastrices no roteiro prejudicam um pouco o ritmo e o resultado geral do filme, mesmo assim o suspense está lá e uma parte grande de tudo funciona graças a uma correta interpretação de um Kurt Russel belo de doer, aos cortes certeiros e funcionais de Carpenter na edição, à trilha sonora indefectível do gênio Ennio Morricone e a um interessantíssimo final. Se curte Ficção Científica e Terror fica feio não assistir!
Gêmeos: Mórbida Semelhança
3.7 193"Gêmeos - Mórbida Semelhança" definitivamente não é um filme para todos. Aqui temos Cronenberg num de seus filmes mais difíceis. Num roteiro que acompanha a vida dos irmãos Beverly e Elliot conseguimos ser captados para a análise de um curioso, doentio e perturbador caso da simbiose psicosomatizada (em que mergulhamos e compreendemos ao longo do filme com dramático incômodo, somente imune ao espectador mais careta) pelos gêmeos com personalidades diversas, maravilhosamente exploradas pela direção segura de Cronenberg e a atuação incrível de Jeremy Irons, que só não faz o filme girar em torno de si graças a uma digna interpretação de Geniéve Bujold como a atriz que funciona como o pivô para a exposição e ruína da relação fraterna. O filme funciona, e perturba, como gostamos de ver o diretor Canadense trabalhar. Tem seus defeitos, mas insuperáveis qualidades também. Abra a cabeça, preste atenção e embarque nessa viagem!
Quanto Mais Quente Melhor
4.3 853 Assista AgoraSe tivéssemos de escolher uma única comédia para representar o cinema talvez o mais forte candidato fosse o "Quanto Mais Quente Melhor" do genial Billy wider. Os diálogos do roteiro justificam o porquê de muitos dos amantes do gênero refutarem a maioria das comédias produzidas hoje em Hollywood. Wilder era um gênio e dirige com maestria Jack Lemon e Tony Curtis em grandes e antológicas atuações. Marilyn Monroe não era das melhores atrizes, mas tinha uma incomparável presença em cena, e quando bem dirigida causava hipnose. Sua cena cantando entre os músicos é pura beleza e emociona. Ótimas e gostosas gargalhadas nas situações hilárias que os protagonistas vivem ao se travestirem para fugir misturados a uma banda de garotas. Certamente um dos meus filmes favoritos. Comédia das boas, dessas que por vezes Hollywood parece esquecer a receita. Não percam!!! (God save Billy Wilder!)
O Pequeno Nicolau
4.1 965Em dado momento do filme o menino Nicolau afirma que, quando crescer, quer "fazer os outros rirem". Laurent Tirard fez um filme de se acabar de rir, e parece nos confessar que dirigiu "Le Petit Nicolas" celebrando a própria infância, que certamente e igualmente será celebrada por todo espectador sensível dessa belíssima comédia francesa. Ótimo roteiro adaptado, direção segura celebrada em apaixonantes atuações do grande elenco infantil. Partindo do casting (um dos trunfos do filme) e passando pela fotografia, figurinos, trilha sonora, tudo funciona maravilhosamente bem aqui e vai envolver todo tipo de platéia. Garantia de muitas (e boas) risadas, dessas que só mesmo as crianças consenguem nos arrancar com seu inocente modo de encarar e viver a vida! Superrecomendo. É um dos filmes de 2010...Fato!
À Flor Da Pele
2.8 94Mais um belo filme francês a levar o espectador a olhar de perto um interessante recorte na vida de adolescentes. Nesse em especial acompanhamos o sexy e perigoso triângulo amoroso entre 3 jovens em cujo envolvimento irão pesar amizade, ciúme, diferenças sociais e a problemática arte de tornar-se adulto em si. A eficaz câmera do diretor Antony Cordier trabalha sempre enquadrando os protagonistas em closes, solução brilhante para dar vida ao interessantemente simples roteiro. Os três atores são lindos e estão bem sóbrios, compensando com cenas quentes de sexo onde a nudez pode impressionar os mais pudicos mas eu achei tudo rodado com extremo bom gosto e doses necessárias de erotismo. A cena onde os meninos estão treinando e o marcador de voltas vai acelerando o ritmo da corrida é belíssima! Johan Libéreau, que também pode ser visto nos filmes "Vertigem" e no ótimo "As Testemunhas" do diretor Andre Techiné, é um grande jovem talento do cinema francês! Vale ser visto!!!
O Gato Preto
3.5 68 Assista AgoraQuando criança eu escutava sempre uma risível história contada por meu avô. Dizia ele que nos anos 30 alguns cinemas no nordeste ofereciam uma certa quantia de réis para os espectadores que conseguissem permanecer sentados em suas poltronas (ao invés de fugirem apavorados) até o final da projeção de um filme chamado "O Gato Preto". 25 anos após começar a ouvir a história e 75 após o suposto ocorrido em nossas antigas e elegantes salas de projeção, eis que a tecnologia me permite assistir "O Gato Preto" numa fria noite de inverno carioca. Momentos que só o cinema nos traz: reencontrar a infância talvez, hehehe. Ótimo filme de horror que marcou o primeiro encontro dos icônicos Bela Lugosi e Boris Karloff. Em tempo: O diálogo entre eles, na primeira cena só dos dois, é para estar em qualquer antologia dos filmes do gênero. Assim também é a cena do jogo de xadrez, na disputa pela mocinha. Terror levado a sério. Interessantes também verificar que a adaptação do conto de Allan Poe é beeeem livre, e que a trilha sonora, com belíssimos excertos de músicas clássicas, foi considerada revolucionária na época, pelo pioneirismo em usá-la ao longo de todo o filme como um constante pano de fundo para os diálogos dos personagens. Filmaço!
...
Ah sim! Consegui chegar (com prazer) até o final do filme, mas não ganhei nem 1 realzinho! :-S
Amor Sem Fim
3.1 191 Assista Agora"O Amor segundo Franco Zeffirelli" (em tempo: vá saber filmá-lo bem assim lá em casa!)
Cute. Gostei! Trilha Sonora inesquecível!
Um Dia de Cão
4.2 734 Assista AgoraA síndrome de estocolmo, a opnião pública, a truculenta e burocrática polícia, o amor, a loucura, a família, amizade-parceria, comédia, tragédia, John Cazale, Sidney Lumet e ele(God save!): Al pacino - tudo junto e misturado! Belo filme, Obrigatório para os apreciadores de 70's movies!
Solaris
2.8 134Esse remake em especial me deixou curioso pela assinatura de Soderbergh na reimaginação de uma obra complexa de um diretor não menos. Infelizmente o que vemos mais uma vez é o registro do esvaziamento do conteúdo do original, capaz sim, de irritar entusiastas da filmografia de Tarkovsky e amantes de seus admiráveis planos-seqüência. A história do psiquiatra que é enviado em uma missão numa estação que orbita o planeta Solaris para lá reencontrar sua esposa, morta na Terra anos antes de sua partida, aqui aparece fria e isenta quase por completo de todo o aspecto humano e questionamentos subjetivos, verdadeiros focos da versão soviética. Fica a saudade do original em imagens que respeitam a estética registrada por Tarkovsky, mescladas a outras que me parecem homenagens ao revolucionário “2001, Uma Odisséia no Espaço”. O “mar de Solaris” caótico e assutador no cinza de 1972 volta lilás, tão psicodélico quanto sem graça! Clooney vive um Chris Kelvin mais superficial e exagerado. O exagero também prejudica Jeremy Davis, mas os fãs de Lost gostarão de matar saudades. Natascha McElhone contribui com sua beleza, mas sua Rheya é mais rasa que banheira de neném. Até respeitaríamos (entender nunca) o projeto pessoal de Soderbergh de revisitar a obra de um ídolo, verificada no respeito à cronologia dos eventos que se sucedem em Solaris, mas certamente o nosso respeito acaba ao depararmos com a garfada impediosa no epílogo da história e com o final açucarado e enlatado demais. O máximo de poesia que encontramos no filme são os poucos excertos lidos monocordicamente em determinadas cenas. Tarkovsky certamente está revirando no túmulo!
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3.6 4,5K Assista AgoraBullshit!!!